terça-feira, setembro 24, 2024

Blade Runner 2049: um filme perturbador

 

(contém spoiler - leia por sua conta e risco)

Blade Runner foi um clássico absoluto da década de 1980. Um fracasso comercial que se tornou um dos filmes mais cultuados de todos os tempos. Uma continuação parecia uma heresia para um filme cujo charme estava justamente no final em aberto (em especial na versão do diretor). Além disso, o trailer dava a entender que se tratava de um filme de ação bem no estilo dos filmes atuais. Ou seja: parecia uma heresia dupla.
No entanto, Blade Runner 2049 consegue ser fiel ao espírito do filme original e acrescentar algo à história sem desmanchar a mítica.
Na história, um caçador de androides, K (ou Joe) também ele um replicante, descobre que existe uma criança nascida de um ser artificial, A trana gira em torno da investigação a respeito dessa criança.
O roteiro aprofunda o dia-a-dia do protagonista, algo que era um ponto forte do livro de Philip K. Dick, mas ficou esquecido no filme da década de 1980.
K sofre com preconceito, é apaixonado por um programa de computador e em determinado momento começa a achar que ele é a criança especial nascida de uma androide. Como no primeiro filme, o replicante se revela mais humano que os humanos.
Colabora com isso a direção, que remete diretamente ao filme original e a trilha sonora inspirada e apreensiva (de Hans Zimmer e Benjamin Wallfisch), que ajuda a nos manter no estado de incômodo que o filme se propõe.
Blade Runner 2049 é um filme perturbador, profundo, que discute questões da humanidade à nossa noção de realidade e nossas lembranças.
Entretanto, não existe uma única razão para que o filme seja em 3D. Nitidamente, nenhuma cena foi feita para aproveitar as possibilidades do recurso e colocaram em 3D apenas por razões comerciais.

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