Um autor que não costuma ser associado ao Homem-aranha é Denny O´Neil. No entanto, ele chegou a escrever o personagem no início da década de 1990. Uma dessas histórias, “Aranha ao mar”, foi publicada no Brasil em 1985 na revista Homem-aranha 23. O volume tem uma bela capa de John Romita Jr, desenhista da história. O Romitinha estava na fase anterior ao seu estilo atual (amado por muitos, odiado por outros). Na fase dessa história, ainda imitava o pai, Romita Senior. Na trama, o aracnídeo enfrenta Namor (daí a bela capa com os dois em conflito em um navio).
O problema da HQ é que o Aranha é um personagem urbano e o Namor, marítimo. Há uma história clássica do Demolidor, escrita por Stan Lee, em que o homem sem medo enfrenta o rei dos mares, mas este vai até Nova York. O´neil preferiu levar o aranha até alto-mar em uma solução para lá de forçada e pouco verossímil. A conclusão do conflito entre os dois também é apressada e pouco convincente.
O aracnídeo enfrenta Namor no mar. |
O mesmo para a história seguinte, em que surge o Homem hídrico. O Aranha vence-o com jornais e roupas! Considerando que O´Neil foi responsável por uma das melhores fases do Batman, parece que estava de má-vontade quando escreveu as histórias do amigo da vizinhança.
Uma grata surpresa é outra história, do volume, protagonizada pela Mulher Aranha, com roteiro de Chris Claremont e desenhos de Steve Leialoha na qual a personagem enfrente Agar, o gritador. O vilão tem a capacidade de provocar alucinações com seus gritos, o que nos lega as melhores páginas do volume.
Os dsenhos se destacam na história da Mulher-Aranha. |
Embora seja pouco mais que competente nas cenas normais, o desenhista se solta nas sequencias de alucinação, com um desenho que flui pela página, rompendo os limites da diagramação. Há, claro, todo o novelão característico de Claremont, mas as sequencias de alunciação valem ler até o final. Fico imaginando se esse dom lisérgico fosse melhor aproveitado em uma série em que o desenhista pudesse usar todo o seu potencial.
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