Na Terceira temporada, Jornada nas Estrelas estava para ser cancelada e faltava dinheiro para a produção. A solução era produzir histórias que aproveitassem os cenários já existentes. Dessa limitação orçamentária surgiu aquele que é certamente um dos melhores de toda a franquia. Trata-se de “Não há beleza na verdade?”, escrito por Jean Lisette Aroeste.
Na trama, a Enterprise recebe a missão de levar o embaixador medusiano Kolos. Os medusianos, embora tenham alcançado um elevado nível espiritual e intelectual, são seres tão feios que sua simples visão pode provocar loucura em um ser humano.
Os únicos seres humanoides capazes de suportar a visão de um medusiano são os vulcanos, mesmo assim apenas com o uso de óculos especiais.
Curiosamente, a assessora do embaixador é uma humana, Miranda Jones, uma telepata que estudou disciplina mental no planeta Vulcano.
A trama de fato se desenrola quando um homem, que é apaixonado por Miranda, tenta matar o embaixador e, no processo, enlouquece. Totalmente fora de si, ele toma o controle da nave e a leva para um local não mapeado do espaço. A única maneira de retornar é Spock realizar o elo mental com o embaixador, absorvendo as habilidade de navegação dos medusianos. Mas no processo ele se torna vítima do ciúmes de Miranda, que se apaixonou por Kolos.
O episódio tem pouca ação, acontece todo dentro da Enterprise, e é todo calcado nos excelentes diálogos, como o do jantar ou quando Kirk leva Miranda para conhecer a floricultura da nave. Os efeitos especiais são os mais pobres possíveis: o embaixador é carregado em uma caixa que quando aberta emite luzes caleidoscópicas, um recurso que, surpreendentemente funciona muito bem, graças especialmente à ótima atuação de Leonard Nimoy.
A grande discussão por trás do espisódio já pode ser entrevisto no título: o que é de fato a beleza? Uma criatura extremamente feia pode, no fundo, ter uma alma bela, enquanto que alguém aparentemente bonito, pode ter uma alma feia? O episódio nos alerta para não confundirmos aparência com essência.
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