O mundo finito, episódio da terceira temporada de Jornada nas Estrelas, apresenta um plot já usado anteriormente no seriado: um computador dominando um povo inconsciente sobre sua condição.
A trama já pode ser deduzida pelo título original do episódio: For the world is hollow and I have touched the sky (O mundo é oco e eu toque o céu). A frase, dita por um dos personagens à certa altura, resume toda a ambientação: um mundo oco que na verdade é uma nave espacial. Há dez mil anos, uma raça alienígena percebeu que seu sol iria se transformar numa supernova e escolheu um grupo para ser enviado para um lugar seguro em uma nave espacial. Por alguma razão, que não é devidamente explicada no episódio, a nave tinha o formato de um planeta. É possível deduzir que isso tivesse a intenção de manter a sanidade da gerações vindouras, evitando a claustrofobia, mas o roteiro não deixa isso claro.
Em algum momento (isso também não é explicado), o computador responsável pela navegação tomou o poder e instituiu uma espécie de religião na qual as pessoa são punidas se fizerem qualquer coisa que revele que estão numa nave (como subir numa montanha, o que permitira tocar o céu, ou ler o livro deixado pelos “criadores”).
O que há de interessante aqui é a relação de McCoy com Natira, a alta sacerdotisa. McCoy está sofrendo de uma doença incurável, o que faz com que ele decida ficar na nave asteróide, mesmo sabendo que esta vai se chocar com um planeta habitado.
A trama é muito parecida com A síndrome do paraíso, episódio da mesma temporada, mas se destaca por abordar a questão da religião e de como ela pode ser uma fonte de cegueira e obediência cega.
O roteirista Rick Vollaerts aborda de forma competente os dois aspectos principais da trama.
Em tempo: as roupas dos habitantes da nave, em especial dos soldados, poderia constar em qualquer baile de carnaval.
Sem comentários:
Enviar um comentário