sábado, dezembro 28, 2024

Cem anos de solidão

 


Eu tentei ler Cem anos de solidão, o clássico de Gabriel Garcia Marques, duas vezes. Nas duas vezes me roubaram o livro (deve ser o livro mais roubável de todos os tempos). Depois dessas duas vezes, eu desisti. Agora, muitos anos depois, resolvi dar uma chance à história, assistindo a série da Netflix. E me arrependi de não ter tentando ler o livro pela terceira vez.

A história gira em torno da cidade da Macondo e da família fundadora, os Buendía, formada inicialmente pelo casal José Arcádio e Ursula.

Cem anos de solidão é um clássico do realismo mágico e isso fica muito claro desde o início, com sequências que parecem sonho. Aliás, é graças a um fato sobrenatural que o casal resolve fundar uma nova cidade: o espírito de um homem morto por José Arcádio os persegue a todos os lugares e eles resolvem ir o mais longe possível, levando consigo vários jovens da aldeia.

A história vai se desenvolvendo, sempre misturando fatos históricos, como rebeliões de fato ocorridas na Colômbia, e fatos mágicos, como uma epidemia que teria acometido os habitantes do vilarejo, fazendo que eles não conseguissem mais dormir, o que tinha como efeito colateral o esquecimento a ponto de eles precisarem deixar recados de placas para se lembrar do que eram coisas simples, como uma mesa.

Eu não poderia deixar de ler pelo menos uma parte da obra antes de escrever essa resenha, e o que percebi é que a narrativa, na literatura, é extremamente complexa, com idas e voltas e fatos narrados de forma não cronológica. Os roteiristas acetaram ao tornar a narrativa mais cronológica, facilitando o entendimento do expectador.

O livro se estende por sete gerações da família Buendía, de forma que foi um acerto o formato de série, que permite um melhor desenvolvimento. Para se ter uma ideia, a primeira temporada é focada basicamente na primeira e na segunda geração.

Para ceder os direitos, os herdeiros de Gabriel Garcia marques exigiram que a série fosse gravada na colômbia, um dos muitos acertos da atração. A equipe, incluindo direção e roteiro, também é composta por colombianos ou latino-americanos. Assim, evitou-se o que seria o maior pecado nessa adaptação: a América Latina mostrada de um ponto de vista colonial e não de seu povo.

Se posso dar um conselho, é este: assista. No final, você estará tão envolvido com os dramas da família Buendía que estará ansioso pela segunda temporada.

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