sábado, dezembro 21, 2024

Perry Rhodan – O Drung


A série Perry Rhodan traz algumas ótimas histórias que acabam sendo arruinadas por um escritor pouco competente. Exemplo disso é O Drung, volume 204.

Na história, a tripulação da Crest II é infectada por um esporo inteligente que age como um organismo único.

O Drung é como os fungos que transformam as formigas em zumbis, obrigado-as a obedecerem suas ordens (sim, esses seres existem), mas com uma diferença: ele consegue infectar milhares de pessoas ao mesmo tempo, colocando-as todas sob seu comando. Para garantir a obediência, o parasita provoca espasmos, dores e falta de ar nos hospedeiros. Até mesmo uma observação negativa a respeito deles é imediatamente punida com um sofrimento atroz (o parasita consegue ouvir e ler pensamentos). Esse ser havia sido banido da galáxia de Andrômeda e quer usar a Crest II para voltar para lá, mas a forma como pretende fazer isso pode provocar a morte de todos a bordo.

A capa alemã. 


Quem acaba salvando o dia é Icho Tolot. Como todo halutense, ele tem dois cérebros, um dos quais funciona como um computador, o que lhe permite elaborar um plano, já que o esporo não consegue entender a linguagem binária. Os pensamentos de Tolot no livro são expressos em 0 ou 1, o que é uma ótima sacada.

O problema é que esse livro é escrito por Kurt Brand, que simplesmente não consegue desenvolver a trama. Para se ter uma ideia, a história de fato só começa ali pela metade do livro (ler até essa parte foi uma tortura digna do drung) e mesmo quando o conflito se estabelece, ele se perde muitas vezes em termos e mais termos técnicos.

Na mão de um grande escritor, como William Voltz, esse mote daria um grande livro, mas nas mãos de Kurt Brand vira apenas um livro modorrento.

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