terça-feira, dezembro 24, 2024

Tudo bem no natal que vem

 

Confesso que assisti Tudo bem no Natal que vem, filme estrelado por Leandro Hassum e dirigido por Roberto Santucci sem esperar absolutamente nada. Comédia nacional já vimos muitas. Estrelada por Leandro Hassum? Comédia natalina?

Mas no final, acabei me surpreendendo.

O filme conta a história de Jorge, um indivíduo que nasceu no dia de Natal e por isso, odeia a data. Afinal, no dia do seu aniversário, todos os colegas estavam em sua própria casa, abrindo os seus próprios presentes. Além disso, como ele mesmo diz na narrativa inicial, não dá para concorrer com um aniversariante muito mais famoso. Soma-se a isso toda a confusão de fazer compras, supermercado, as brigas da família... tudo parece um inferno.

É quando acontece a mágica. Jorge dorme e acorda... no natal do ano seguinte! E assim em diante. No filme isso é explicado como uma amnésia. Como se ao amanhecer do dia 24, o personagem perdesse completamente a memória de tudo que fez e viveu nos dias anteriores. Então temos o Jorge “normal” e Jorge do Natal. O Jorge cotidiano arranja uma amante, afasta-se dos filhos e o Jorge natalino vai vendo sua vida desmoronar. Ao tentar consertar as coisas, ele vai descobrindo aos poucos a importância do Natal.

O que chama muito a atenção é a estrutura em looping da história. Embora teoricamente haja uma progressão cronológica na história, Jorge acorda sempre no mesmo dia, o dia de natal – e com a maioria dos fatos se repetindo (o que leva às partes mais cômicas). Essa estrutura de roteiro faz com que Tudo bem no natal que vem seja um filme muito mais inteligente do que eu esperava. E cria diversos desafios para o expectador, entre eles tentar imaginar o que aconteceu com Jorge ao longo do ano.

É um filme que diverte sem compromisso e emociona. Uma boa pedida para assistir no período natalino, o que se reflete no sucesso. Tudo bem no Natal que vem foi um dos filmes mais assistidos na Netflix brasileira e entrou no top 10 da Netflix em diversos países. 

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