O oitavo álbum da série Blueberry é um dos
melhores que tive a oportunidade de ler do personagem.
Na trama, sabotadores conseguiram provocar
uma guerra indígena, paralisando o trabalho da Union Pacific, que está construindo
a ferrovia na direção do oeste para o leste. Pior: o posto pode ser a qualquer
momento atacado.
Guffie é uma personagem carismática.
É nesse ponto que o roteirista Charlier
introduz uma personagem carismática a ponto de rivalizar com o garimpeiro Jim
McLure: Guffie, a dona de uma trupe teatral que percorre o oeste se
apresentando. O primeiro encontro entre os dois, aliás, já é memorável.
“O que foi, mocinho?! Não conhece a grande e
incomparável Guffie Palmer, cujo charme só se equipara ao próprio talento?!
Diretora da mais célebre trupe teatral entre Nova York e Frisco?”, diz ela.
“Ah, é? E onde está essa dama?”, pergunta
McLure, pouco antes de ser golpeado nos fundilhos com uma bolsa de mão.
Jethro monta uma armadilha para a locomotiva.
Guffie quer sair do acampamento, se aventurado
no meio dos índios e consegue. Blueberry é enviado atrás dela, mas sua
verdadeira missão é enviar uma mensagem pendindo um carregamento de viveres,
munição e dinheiro para pagar os trabalhadores.
Mas, graças a Guffie, o vilão Jethro
Stellfingers fica sabendo do comboio e monta uma armadilha, o que gera uma das
sequências mais arrebatadoras que já tive oportunidade de ler em uma história
em quadrinhos.
O trem fica paralisado no meio de uma ponte, sem poder seguir em frente ou voltar.
A locomotiva fica presa sobre uma ponte
destruída, impossibilitada de seguir em frente ou mesmo voltar atrás em uma
situação em que a única saída possível parece ser a morte. No entanto,
Blueberry e seus amigos não só conseguem se salvar como ainda frustam os planos
do vilão ao explodir o vagão de munição e fugir com o dinheiro – e tudo isso é
feito maneira tão verossímil que o leitor pensa que não poderia acontecer de
outra forma.
A sequência é tão eletrizante da locomotiva
que até hoje me pergunto como ninguém teve a ideia de transformá-la em um
filme.
Bom desenvolvimento de personagens, ação empolgante
e um roteiro que prima pela verossimilhança, O homem do punho de aço é uma
daquelas histórias que você não consegue soltar antes de ler a última
página.
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