domingo, abril 30, 2006
Tenho recebido de diversos amigos a seguinte mensagem:
"FOI CONFIRMADO ONTEM PELA REDE GLOBO QUE O ORKUT VAI PASSAR A SER PAGO.EXATAMENTE, O ORKUT VAI SER PAGO. A ÚNICA MANEIRA DE ISSO NAO ACONTECEREH ATUALIZANDO SEU PERFIL ENVIANDO ESSA MENSAGEM PARA O MÁXIMO DEPESSOAS QUE PUDER. APÓS ENVIAR PARA UMAS 15 OU 20 PESSOAS (O NÚMEROVARIA DEACORDO COM O NÚMERO DE AMIGOS) APERTE A TECLA 'F5'. O SEU PROFILE ENTAOESTARA ATUALIZADO PARA A VERSAO PLUS DO ORKUT (VERSAO ESTA QUE NAO SERÁPAGA).MAS ATENÇAO, QUEM NAO ATUALIZAR SEU ORKUT, OU NAO INSERIR UMA CONTAPARA PAGAMENTO, TERA SEU PROFILE CANCELADO A PARTIR DO INICIO DO MES QUE VEM"
´
A mensagem é um típico engodo. Fala-se que saiu na Globo, mas não diz a data, nem o programa. Uma pergunta curiosa é: por que eles pedem para apertar F5. Parece que, quando você aperta F5, instala em seu computador um cavalo de tróia, que irá rastrear todas as suas senhas, números de cartões e de documentos... Então, por favor, contribua para tornar melhor a internet brasileira. Não mande lixo para os amigos, não prolifere boatos que só servem para espalhar vírus e contribuir com a vida de Hackers.
"FOI CONFIRMADO ONTEM PELA REDE GLOBO QUE O ORKUT VAI PASSAR A SER PAGO.EXATAMENTE, O ORKUT VAI SER PAGO. A ÚNICA MANEIRA DE ISSO NAO ACONTECEREH ATUALIZANDO SEU PERFIL ENVIANDO ESSA MENSAGEM PARA O MÁXIMO DEPESSOAS QUE PUDER. APÓS ENVIAR PARA UMAS 15 OU 20 PESSOAS (O NÚMEROVARIA DEACORDO COM O NÚMERO DE AMIGOS) APERTE A TECLA 'F5'. O SEU PROFILE ENTAOESTARA ATUALIZADO PARA A VERSAO PLUS DO ORKUT (VERSAO ESTA QUE NAO SERÁPAGA).MAS ATENÇAO, QUEM NAO ATUALIZAR SEU ORKUT, OU NAO INSERIR UMA CONTAPARA PAGAMENTO, TERA SEU PROFILE CANCELADO A PARTIR DO INICIO DO MES QUE VEM"
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A mensagem é um típico engodo. Fala-se que saiu na Globo, mas não diz a data, nem o programa. Uma pergunta curiosa é: por que eles pedem para apertar F5. Parece que, quando você aperta F5, instala em seu computador um cavalo de tróia, que irá rastrear todas as suas senhas, números de cartões e de documentos... Então, por favor, contribua para tornar melhor a internet brasileira. Não mande lixo para os amigos, não prolifere boatos que só servem para espalhar vírus e contribuir com a vida de Hackers.
Assistimos Diário de motocicleta, de Walter Sales. O filme conta a viagem que Che Guevara (muito antes de ser um guerrilheiro) fez um amigo bio-químico, passando por boa parte da América do Sul. Inicialmente feita em um motocicleta, a viagem continuou a pé, por barco e caronas quando o veículo virou sucata. É um belo filme de viagem, mas é também muito mais. É um filme que mostra como foi o processo de conscientização de Che sobre a triste realidade do povo latino-americano. Recomendo.
sexta-feira, abril 28, 2006
Google: utopia ou distopia?
Eu sempre tive uma relação de amor e ódio com a internet. Confesso que sou viciado em e-mails, um vício derivado do meu vício em informação. Embora eu já tenha blog há três anos e colabore com diversos sites há pelo menos seis anos, sou meio burro para mexer com algumas coisas e me atrapalho na internet com coisas básicas.
Para piorar, a internet banda larga ainda não chegou em Macapá, de modo que a minha conexão ainda funciona a vapor e tenho que alimentar com carvão para pegar no tranco. Xingamentos e tapas na CPU, se não ajudam a melhorar a conexão, pelo menos descarregam um pouco a tensão...
Assim, para alguém que tem uma conexão péssima, que adora internet, mas também não sabe mexer nela, o Google é uma mão na roda.
Lembro que antes os buscadores chegavam a cobrar para quem quisesse inscrever seus sites neles. Na época eu tinha um site chamado Idéias de Jeca-tatu e vivia recebendo generosas propostas de buscadores dos quais eu nunca tinha ouvido falar que se apressavam em me oferecer o céu se eu concordasse em pagar uma quantia para aparecer em seus cadastros.
Se do lado de quem tinha site a situação não era boa, da parte de quem procurava informações era pior ainda. A busca era lenta e terrivelmente desorganizada. Com a conexão lenta e pagando por cada pulso, eu me exasperava ao procurar por um assunto e me deparar com dezenas de páginas que não tinham absolutamente nada a ver com o que eu estava procurando. Se, por exemplo, eu digitava Edgar Alan Poe, vinham todos os Edgars, todos os Alans e todos os Poe. E geralmente o que primeiro aparecia era o site do senhor Alan Silveira ou algo assim. Claro que só vinham os resultados dos sites que estavam cadastrados no dito buscador...
Lembro que o Altavista já foi uma tremenda revolução, pois permitia decidir em que língua eu queria fazer a pesquisa. Mas ainda assim, os buscadores eram lentos e imprecisos, pouco práticos.
Nesse sentido, o Google foi uma revolução absoluta. Quem me indicou foi um professor universitário, Livre-docente em sua área, ele festejou o Google como melhor buscador já existente e me convidava a fazer uma comparação. Digitei uma palavra qualquer em vários buscadores, entre eles o Google. A diferença era gritante.
Além de ser rápido, de ter uma página que carregava imediatamente, o Google ainda oferecia várias opções, como por exemplo, buscar imagens, algo fenomenal quando estava preparando uma apresentação, por exemplo.
Certa vez me ofereceram uma disciplina tão nova que simplesmente não havia bibliografia publicada em português. O que me salvou foi o Google. Achei artigos e papers de profesores de diversos países sobre o assunto e ministrei a disciplina toda a partir desses textos. Só seis meses depois é que começaram a sair os primeiros livros sobre o tema, mas ele já estava lá no Google muito antes.
Nesse sentido, uma grande inovação foi o surgimento do Google acadêmico, que permite ter acesso diretamente a textos sérios, de congressos e revistas científicas sobre as mais diversas áreas.
O Google passou a ser, para mim, também um parâmetro. Na época em que eu era coordenador de pós-graduação em uma faculdade, antes de me decidir por um professor novo, eu sempre fazia uma busca por seu nome na internet, não só para saber quantas pessoas o citavam, mas também para ter uma idéia de suas publicações. Quando eu não encontrava nenhuma referência, ficava com a pulga atrás da orelha. Se a publicação é um requisito básico para um professor de graduação, é muito mais para um docente de pós-graduação. Não se admite que um docente de especialização seja um mero reprodutor de conhecimentos.
Uma crítica que tenho ouvido é quanto à facilidade de clonar textos, mas se por um lado o Google ajudou alunos a descobrirem textos a serem plagiados, ele, da mesma forma, ajudou os professores a identificarem os plágios. Com sua forma rápida e precisa de busca, ficou cada vez mais fácil identificar exemplos de clonagem.
Também usei muito o Google para rastrear meu nome, tanto como Ivan Carlo, como Gian Danton. Também dessa vez, não era apenas para saber quantas pessoas se referiam a mim, mas para pegar engraçadinhos que costumavam juntar meus textos e vende-los em CD no Mercado Livre sem a minha autorização.
Mas, se por um lado eu sempre me encantei e usei muito o Google, por outro lado, ele sempre foi um motivo de preocupação. Sua superioridade técnica sobre os outros buscadores é tão grande que ele simplesmente eliminou a concorrência. Quem não tem concorrência, faz o que quer.
Além disso, o Google vai alastrando sua influência sobre todos os aspectos da vida. O G-mail, o Orkut e o próprio buscador permitem à empresa descobrir quem é você, o que pretende, o que gosta e usa isso para oferecer a você produtos que podem ser comprados diretamente pela internet. Tirando-se o aspecto ético envolvido, há o grande risco de tal tecnologia estar a serviço de um estado totalitário. Isso seria a concretização dos medos de 1984, de George Orwell, em que o Estado domina completamente todos os aspectos da vida do indivíduo e pune até mesmo crimes de pensamento.
O Google sempre procurou afastar de si essa visão distópica, mas os recentes acordos da empresa – como o que foi realizado na China, em que a empresa concordou em impedir a busca por palavras como Direitos Humanos, deixam uma nuvem negra de dúvida sobre o futuro que o Google nos reserva.
Para piorar, a internet banda larga ainda não chegou em Macapá, de modo que a minha conexão ainda funciona a vapor e tenho que alimentar com carvão para pegar no tranco. Xingamentos e tapas na CPU, se não ajudam a melhorar a conexão, pelo menos descarregam um pouco a tensão...
Assim, para alguém que tem uma conexão péssima, que adora internet, mas também não sabe mexer nela, o Google é uma mão na roda.
Lembro que antes os buscadores chegavam a cobrar para quem quisesse inscrever seus sites neles. Na época eu tinha um site chamado Idéias de Jeca-tatu e vivia recebendo generosas propostas de buscadores dos quais eu nunca tinha ouvido falar que se apressavam em me oferecer o céu se eu concordasse em pagar uma quantia para aparecer em seus cadastros.
Se do lado de quem tinha site a situação não era boa, da parte de quem procurava informações era pior ainda. A busca era lenta e terrivelmente desorganizada. Com a conexão lenta e pagando por cada pulso, eu me exasperava ao procurar por um assunto e me deparar com dezenas de páginas que não tinham absolutamente nada a ver com o que eu estava procurando. Se, por exemplo, eu digitava Edgar Alan Poe, vinham todos os Edgars, todos os Alans e todos os Poe. E geralmente o que primeiro aparecia era o site do senhor Alan Silveira ou algo assim. Claro que só vinham os resultados dos sites que estavam cadastrados no dito buscador...
Lembro que o Altavista já foi uma tremenda revolução, pois permitia decidir em que língua eu queria fazer a pesquisa. Mas ainda assim, os buscadores eram lentos e imprecisos, pouco práticos.
Nesse sentido, o Google foi uma revolução absoluta. Quem me indicou foi um professor universitário, Livre-docente em sua área, ele festejou o Google como melhor buscador já existente e me convidava a fazer uma comparação. Digitei uma palavra qualquer em vários buscadores, entre eles o Google. A diferença era gritante.
Além de ser rápido, de ter uma página que carregava imediatamente, o Google ainda oferecia várias opções, como por exemplo, buscar imagens, algo fenomenal quando estava preparando uma apresentação, por exemplo.
Certa vez me ofereceram uma disciplina tão nova que simplesmente não havia bibliografia publicada em português. O que me salvou foi o Google. Achei artigos e papers de profesores de diversos países sobre o assunto e ministrei a disciplina toda a partir desses textos. Só seis meses depois é que começaram a sair os primeiros livros sobre o tema, mas ele já estava lá no Google muito antes.
Nesse sentido, uma grande inovação foi o surgimento do Google acadêmico, que permite ter acesso diretamente a textos sérios, de congressos e revistas científicas sobre as mais diversas áreas.
O Google passou a ser, para mim, também um parâmetro. Na época em que eu era coordenador de pós-graduação em uma faculdade, antes de me decidir por um professor novo, eu sempre fazia uma busca por seu nome na internet, não só para saber quantas pessoas o citavam, mas também para ter uma idéia de suas publicações. Quando eu não encontrava nenhuma referência, ficava com a pulga atrás da orelha. Se a publicação é um requisito básico para um professor de graduação, é muito mais para um docente de pós-graduação. Não se admite que um docente de especialização seja um mero reprodutor de conhecimentos.
Uma crítica que tenho ouvido é quanto à facilidade de clonar textos, mas se por um lado o Google ajudou alunos a descobrirem textos a serem plagiados, ele, da mesma forma, ajudou os professores a identificarem os plágios. Com sua forma rápida e precisa de busca, ficou cada vez mais fácil identificar exemplos de clonagem.
Também usei muito o Google para rastrear meu nome, tanto como Ivan Carlo, como Gian Danton. Também dessa vez, não era apenas para saber quantas pessoas se referiam a mim, mas para pegar engraçadinhos que costumavam juntar meus textos e vende-los em CD no Mercado Livre sem a minha autorização.
Mas, se por um lado eu sempre me encantei e usei muito o Google, por outro lado, ele sempre foi um motivo de preocupação. Sua superioridade técnica sobre os outros buscadores é tão grande que ele simplesmente eliminou a concorrência. Quem não tem concorrência, faz o que quer.
Além disso, o Google vai alastrando sua influência sobre todos os aspectos da vida. O G-mail, o Orkut e o próprio buscador permitem à empresa descobrir quem é você, o que pretende, o que gosta e usa isso para oferecer a você produtos que podem ser comprados diretamente pela internet. Tirando-se o aspecto ético envolvido, há o grande risco de tal tecnologia estar a serviço de um estado totalitário. Isso seria a concretização dos medos de 1984, de George Orwell, em que o Estado domina completamente todos os aspectos da vida do indivíduo e pune até mesmo crimes de pensamento.
O Google sempre procurou afastar de si essa visão distópica, mas os recentes acordos da empresa – como o que foi realizado na China, em que a empresa concordou em impedir a busca por palavras como Direitos Humanos, deixam uma nuvem negra de dúvida sobre o futuro que o Google nos reserva.
quinta-feira, abril 27, 2006
Conheça o blog do Leonardo Santana, um dos grandes roteiristas brasileiros (vocês devem estar se perguntando porque elogio todo roteirista. Isso pode parecer uma incoerência, já que temos poucos roteiristas famosos. É que o Brasil tem sim, ótimos roteiristas, pessoas que estariam elevando os quadrinhos à estatura de arte, se houvesse mercado. Leo é um deles.)
A dama na água tem novas imagens
Veja fotos inéditas de A dama na água (Lady in the Water), novo filme do cineasta indiano M. Night Shyamalan, divulgadas ontem. Elas mostram Paul Giamatti e Bryce Dallas Howard nos papéis principais da produção: Leia mais
Corto Maltese na visão de Umberto Eco
Por Eduardo Nasi (27/04/06)
Depois de analisar HQs como Peanuts, Mafalda e Superman, o semioticista e romancista italiano Umberto Eco voltou a escrever sobre quadrinhos. Desta vez, o escolhido é o álbum A Balada do Mar Salgado, de Hugo Pratt, estrelado por Corto Maltese, recentemente republicado pela Pixel. O artigo fecha o livro Entre a Mentira e a Ironia, que a editora Record acaba de lançar no Brasil. Leia mais
Depois de analisar HQs como Peanuts, Mafalda e Superman, o semioticista e romancista italiano Umberto Eco voltou a escrever sobre quadrinhos. Desta vez, o escolhido é o álbum A Balada do Mar Salgado, de Hugo Pratt, estrelado por Corto Maltese, recentemente republicado pela Pixel. O artigo fecha o livro Entre a Mentira e a Ironia, que a editora Record acaba de lançar no Brasil. Leia mais
quarta-feira, abril 26, 2006
terça-feira, abril 25, 2006
Bin Laden, o Brasil e charutos cubanos
Esta é a primeira página de uma das histórias que eu e o Antônio Eder estamos organizando sobre teorias da conspiração. Além de nós há vários outros autores envolvidos no projeto, que ainda não tem editora (se não conseguirmos, vamos publicar nós mesmo). A idéia é misturar jornalismo, fatos reais, ficção e quadrinhos. A história acima fala da teoria segundo a qual Bush e Bin Laden combinaram o atentado de 11 de setembro.
segunda-feira, abril 24, 2006
Marvel e DC fazem merchandising de produtos
Por Sérgio Codespoti (20/04/06)
As editoras Marvel e DC estarão posicionando diversos produtos, muitos deles da Nike, em suas revistas nos próximos meses, da mesma maneira que se faz no cinema, como, por exemplo, nos filmes de James Bond. Leia mais.
As editoras Marvel e DC estarão posicionando diversos produtos, muitos deles da Nike, em suas revistas nos próximos meses, da mesma maneira que se faz no cinema, como, por exemplo, nos filmes de James Bond. Leia mais.
domingo, abril 23, 2006
Insônia
Acabei de ler Insônia, de Stephen King (ed. De agostini). É um livrinho bem safado, na verdade, uma sub-história da série Dark Tower, mas King gasta 400 páginas para contar uma sub-história! O homem enrola até dizer chega, mas também escreve muito bem. A seqüência inicial é eletrizante, mas ao mesmo tempo é normal, quase banal. King tem o dom de fazer com que acontecimentos aparentemente banais tornem-se eletrizantes. É como assistir um filme cuja trilha sonora nos deixa com nó na garganta. Além disso, o homem sabe compor personagens simpáticos.
King é melhor quando não tenta fazer terror e o livro à espera de um milagre mostra isso. Se Insônia fosse um pouco menos grandiloquente e enrolado, se não desviasse a história para o lado fantástico, teria feito um livro que estaria entre os seus melhores.
Mas, como disse, o homem escreve bem... e já estou com saudades do livro.
O Márcio Massula é um roteirista de quadrinhos e escritor com rara sensibilidade humorística. Geralmente eu rolo de rir com os textos dele. E o homem tem um blog, o OROBORO. Pena que no blog ele raramente exercite sua veia cômica.
sexta-feira, abril 21, 2006
Saiu o resultado do concurso da Record de roteiristas de novelas. Claro, eu não fiquei nem com menção honrosa. Eu já sabia que meu trabalho não seria nem lido quando descobri que não podia ter páginas a menos na sinopse. E, mesmo que lessem, era difícil gostarem. De lá para cá, entrei em uma lista de discussão sobre o assunto, li roteiros, sinopses e descobri uma coisa: minha experiência com quadrinhos conta pontos contra quando se trata de novelas. As duas linguagens são muito diferentes. Enquanto o quadrinho tem como fundamento a ação, a novela privilegia o diálogo (até por uma questão de economia de cenários). Talvez eu até me desse bem escrevendo séries como Lost e 24 horas, mas novela...
A Panini está relançando as histórias do Arqueiro e do Lanterna Verde da década de 60, em que os personagens se envolviam com histórias que falavam de racismo, drogas e corrupção. Foram essas histórias que me mostraram pela primeira vez que qualquer tema poderia ser abordado pelos quadrinhos. Leia a resenha sobre a publicação no Omelete.
quinta-feira, abril 20, 2006
Lembranças de Carnaval
Todo mundo tem agradáveis lembranças dos carnavais passados:
- Ah aquele carnaval de 1930, em Petrópolis... Se não fosse a artrite, eu saía de madrinha da bateria este ano...
- Aí teve aquela loira que... não, a loira foi depois da morena... ou será que era ruiva? Nunca bebi tanto em minha vida...
É, carnaval sempre traz boas lembranças para todos e eu não seria exceção. Foi durante um carnaval que fui assaltado pela primeira vez...
Era Quarta-feira de cinzas e eu, por alguma razão desconhecida, resolvi devolver um livro na biblioteca. Eu sei, eu sei. Bibliotecas não funcionam na Quarta-feira de cinzas, mas como eu poderia saber?
Diante da porta fechada, só me restou voltar para a parada e esperar o ônibus. Foi quando aconteceu o assalto.
Se eu tivesse sido avisado, teria me vestido adequadamente para a situação, mas os dois ladrões não tiveram essa preocupação. Acho que não eram pessoas muito educadas.
Um deles segurava uma faca e tinha olhos tão vermelhos que eu poderia jurar ter ele mais sangue na cabeça que no corpo todo. Isso, em tese, o faria mais inteligente, mas estou cada vez mais convencido que as teorias não funcionam na prática. Tanto que ele só conseguia dizer:
- Passa, passa logo!
- Passa o quê? A carteira?
- Não, o negócio...
Ele decididamente não sabia o que queria. Depois de um longo diálogo surrealista, consegui advinhar que ele cobiçava meu relógio. Fiquei indignado! Logo no meu primeiro assalto e o ladrão se interessava apenas por um relógio mixuruca? Resolvi não colaborar.
Enquanto isso, o outro cavalheiro, armado com um revólver, rendia um taxista.
- Me dá o relógio!
- Não dou!
- Vai dar sim!
- Não mesmo!
- Vocês podem apressar isso aí? – gritou o outro, já dentro do taxi.
O assaltante resolveu apelar. Apontou a faca para o meu pescoço e perguntou:
- Você quer morrer?
Enquanto eu pensava no assunto, ele pegou o relógio e saiu correndo.
Essa foi a primeira vez que fui assaltado. A segunda foi na véspera de natal. A terceira no ano novo...
Tudo isso me levou a desenvolver um gosto especial por ficar em casa nos dias festivos...
terça-feira, abril 18, 2006
Cartuns pela vitória: os desenhos animados da Segunda Guerra
Por Marcus Ramone (18/04/06)A década de 1940 talvez tenha sido o período mais prolífico da história da animação. E não é de se estranhar, pois, assim como os quadrinhos, os desenhos animados eram verdadeiras armas usadas na Segunda Guerra Mundial. Tantos os países do Eixo quanto os Aliados se valeram desse meio para divulgar seus ideais e arregimentar partidários. Leia mais
segunda-feira, abril 17, 2006
sábado, abril 15, 2006
O Jefferson (grande roteirista de quadrinhos de Belém) me mandou a seguinte mensagem:
"caro amigo eu nao concordo com o toque de recolher imposto em varios lugares do Brasil(inclusive Belem) acho que e mais um paliativo do que soluçao o problema certamente esta em outro lugar."
RESPOSTA:
Jefferson, em Macapá foi necessário. a cidade, especialmente a Beira-rio, estava virando terra sem lei. Os vendedores de bebida tomaram a única ciclovia da cidade, e mais o passeio. Todo boyzinho com complexo de inferioridade, abria o porta-malas do carro e estourava os tímpanos dos outros com o som alto. Como pelo jeito Macapá tem muita gente com problemas de auto-afirmação, era um desses a cada cinco metros (e a polícia fazia vista grossa para quem conhecia as pessoas certas). O horário de funcionamento era um absurdo. Certa vez eu e minha mulher saimos da faculdade e fomos procurar um barzinho. Andamos até meia-noite e não encontramos um único local aberto. Como tínhamos que trabalhar no dia seguinte, voltamos para casa. Eu pergunto: quem é que sai para se divertir só a partir das duas da madrugada? Gente que trabalha? Que tem responsabilidades? Além disso, Macapá tem um número altíssimos de homicídios e todos acontecem nesse horário, de 2 às 5 h. O mesmo para os acidentes de trânsito. Concordo plenamente com o Ministério Público. Quando não funciona a lei, vale a lei do você sabe com quem está falando. Ou seja, quem tem os conhecidos certos é que se sai bem (como da vez em que um cara colocou o som estupidamente alto e parou um carro da polícia ao lado dele e pensei: vão abaixar. A garota que estava com o rapaz foi lá, deu um beijinho no policial e ficou tudo por isso mesmo). O que o promotor está fazendo é dizer o seguinte: a lei é para todos.
"caro amigo eu nao concordo com o toque de recolher imposto em varios lugares do Brasil(inclusive Belem) acho que e mais um paliativo do que soluçao o problema certamente esta em outro lugar."
RESPOSTA:
Jefferson, em Macapá foi necessário. a cidade, especialmente a Beira-rio, estava virando terra sem lei. Os vendedores de bebida tomaram a única ciclovia da cidade, e mais o passeio. Todo boyzinho com complexo de inferioridade, abria o porta-malas do carro e estourava os tímpanos dos outros com o som alto. Como pelo jeito Macapá tem muita gente com problemas de auto-afirmação, era um desses a cada cinco metros (e a polícia fazia vista grossa para quem conhecia as pessoas certas). O horário de funcionamento era um absurdo. Certa vez eu e minha mulher saimos da faculdade e fomos procurar um barzinho. Andamos até meia-noite e não encontramos um único local aberto. Como tínhamos que trabalhar no dia seguinte, voltamos para casa. Eu pergunto: quem é que sai para se divertir só a partir das duas da madrugada? Gente que trabalha? Que tem responsabilidades? Além disso, Macapá tem um número altíssimos de homicídios e todos acontecem nesse horário, de 2 às 5 h. O mesmo para os acidentes de trânsito. Concordo plenamente com o Ministério Público. Quando não funciona a lei, vale a lei do você sabe com quem está falando. Ou seja, quem tem os conhecidos certos é que se sai bem (como da vez em que um cara colocou o som estupidamente alto e parou um carro da polícia ao lado dele e pensei: vão abaixar. A garota que estava com o rapaz foi lá, deu um beijinho no policial e ficou tudo por isso mesmo). O que o promotor está fazendo é dizer o seguinte: a lei é para todos.
sexta-feira, abril 14, 2006
Ciência e ética
Houve uma época em que a linha editorial da revista Superinteressante era bastante tacanha. A idéia de divulgar ciência era divulgar as chamadas ciências duras, física, química, biologia e um editorial até dizia que jamais eles usariam a imaginação.
Mas de uns tempos para cá a revista melhorou muito e diversificou seus temas. À simples divulgação científica ela acrescentou também discussões sobre ética na ciência. Uma matéria de uns três anos atrás falava do uso de animais em experiências científicas e perguntava se temos esse direito.
A edição mais recente da revista traz uma matéria especial sobre a ciência nazista e pergunta: temos o direito de usar os resultados dessas experiências? É ético?
Ao contrário da imagem que se tinha (e que era expressa de forma meio humorística na idéia de que Mendel pesquisando ervilhas descobriu mais sobre genética do que Menguelli, usando cobaias humanas), a ciência nazista evoluiu muito em alguns campos. São deles os estudos mais avançados sobre cigarro e câncer de pulmão e sobre hipotermia (eles colocavam pessoas em tanques com água gelada e esperavam para ver até quando o corpo humano agüentava o frio antes de morrer). Inclusive, hoje em dia os coletes salva-vidas têm proteção para o pescoço porque as pesquisas nazistas demonstraram que isso eleva a chance de sobrevivência no frio.
E o melhor livro de anatomia humana foi escrito por um médico nazista.
Mas a pergunta é: podemos usar esse conhecimento? Temos esse direito?
Mas de uns tempos para cá a revista melhorou muito e diversificou seus temas. À simples divulgação científica ela acrescentou também discussões sobre ética na ciência. Uma matéria de uns três anos atrás falava do uso de animais em experiências científicas e perguntava se temos esse direito.
A edição mais recente da revista traz uma matéria especial sobre a ciência nazista e pergunta: temos o direito de usar os resultados dessas experiências? É ético?
Ao contrário da imagem que se tinha (e que era expressa de forma meio humorística na idéia de que Mendel pesquisando ervilhas descobriu mais sobre genética do que Menguelli, usando cobaias humanas), a ciência nazista evoluiu muito em alguns campos. São deles os estudos mais avançados sobre cigarro e câncer de pulmão e sobre hipotermia (eles colocavam pessoas em tanques com água gelada e esperavam para ver até quando o corpo humano agüentava o frio antes de morrer). Inclusive, hoje em dia os coletes salva-vidas têm proteção para o pescoço porque as pesquisas nazistas demonstraram que isso eleva a chance de sobrevivência no frio.
E o melhor livro de anatomia humana foi escrito por um médico nazista.
Mas a pergunta é: podemos usar esse conhecimento? Temos esse direito?
ARTELECTOS E PÓS-HUMANOS
Artelectos e pós-humanos é o mais recente trabalho de Edgar Franco, editora SM.
Franco é professor da PUC Minas e um dos veteranos das HQs poéticas no Brasil, além de ser um respeitado pesquisador de quadrinhos.
Artelectos é um trabalho que em termos visuais traz aquilo que os fãs de Edgar Franco estão acostumados: imagens oníricas, surreais e diagramação arrojada (o formato diferenciado dos balões, lembrando as falas dos santos nos iluminaras dos livros medievais foi uma sacada e tanto).
O roteiro, entretanto, vai espantar os fãs. Franco parece estar menos preocupado em ser poético e mais preocupado em discutir as novas tecnologias e sua influência sobre a vida humana. Para isso, constantemente ele se utiliza de histórias, como as dos irmãos que disputam a mesma mulher.
Isso pode afastar fãs mais conservadores, mas é certamente um avanço interessante. Eu gostei.
A revista pode ser pedida diretamente à SM editora, caixa postal 95, Jaú - SP, CEP 1720-970.
Franco é professor da PUC Minas e um dos veteranos das HQs poéticas no Brasil, além de ser um respeitado pesquisador de quadrinhos.
Artelectos é um trabalho que em termos visuais traz aquilo que os fãs de Edgar Franco estão acostumados: imagens oníricas, surreais e diagramação arrojada (o formato diferenciado dos balões, lembrando as falas dos santos nos iluminaras dos livros medievais foi uma sacada e tanto).
O roteiro, entretanto, vai espantar os fãs. Franco parece estar menos preocupado em ser poético e mais preocupado em discutir as novas tecnologias e sua influência sobre a vida humana. Para isso, constantemente ele se utiliza de histórias, como as dos irmãos que disputam a mesma mulher.
Isso pode afastar fãs mais conservadores, mas é certamente um avanço interessante. Eu gostei.
A revista pode ser pedida diretamente à SM editora, caixa postal 95, Jaú - SP, CEP 1720-970.
Está disponível mais um episódio da série Os Anjos. O episódio desta semana chama-se O Homem que controlava o tempo. Leia aqui.
V de vingança
V de vingança foi um marco para minha geração. Havia uma opinião unânime de que Watchmen era (e ainda é) a mais perfeita história em quadrinho já escrita. Do ponto de vista técnico, Watchmen é insuperável. Os cortes narrativos, o ritmo, a linguagem sendo adaptada à personalidade de cada personagem... uma obra genial.
Mas também era mais ou menos consenso que V de Vingança era melhor em muitos sentidos. Não tinha todo o apuro técnico, mas era uma obra na qual se podia sentir Moore por inteiro, uma verdadeira profissão de fé do roteirista.
A história de um herói vingador e libertário numa Inglaterra dominada por um regime totalitário calava fundo na alma de todos nós, que, embora não tivéssemos vivido diretamente o Regime Militar, éramos um reflexo dele. Foram cinco edições mensais, cinco meses de agonia. Quem hoje compra a edição encadernada da Panini perde muito do suspense. Lembro que, na faculdade, uma das discussões mais freqüentes era: quem é V? Qual a sua identidade? Depois descobriríamos que a resposta estava muito além do que pensávamos.
Os temas levantados por V de Vingança davam ensejo a calorosas discussões. Por exemplo, em determinado momento, V diz que a felicidade é uma prisão, a mais insidiosa das prisões, pois não se quer sair dela. Ele falava da felicidade da massa, do gado (eh, eh, ohh, vida de gado, povo marcado, povo feliz), mas motivou uma interessante discussão sobre o que é mais importante para o ser humano: a felicidade ou a liberdade?
Outros momentos marcantes:
Quando V conversa com a justiça e a acusa de esposa infiel, que o anda traindo com homens de uniforme;
V deixando louco o comandante do campo de concentração;
A história de Valerie, a atriz homossexual de Dunas de Sal;
Finalmente, V na televisão, argumentando que a humanidade é um funcionário relapso, que deixava um sem número de malversadores, lunáticos e fanáticos tomarem decisões em seu lugar e que, se continuasse com esse comportamento, seria demitido.
Não assisti ao filme. Mas tenho certeza de que se ele não tiver esses momentos, não será uma boa adaptação.
Uma coisa que já sei que o filme cortou foram as referência à letra V. Tudo na história gira ao redor do V. Até o quarto em que o protagonista fica no campo de concentração é o quarto cinco, V em algarismos romanos. E todos os capítulos têm tículos que começam com a letra V...
quarta-feira, abril 12, 2006
Recebi por e-mail e divulgo. Vou baixar o livro e dar uma olhada. Fanfic é um assunto interessante.
"Fico feliz em poder divulgar por aqui que o site Hyperfan, que desenvolve fanfics baseados em personagens de quadrinhos, acabou de lançar um livro em comemoraão a seus cinco anos.Logicamente o livro, ao contrário do site, não traz histórias com personagens de terceiros. Contudo, todas as histórias são inéditas e baseadas num universo ficcional novo, que "emula" um universo de super-heróis de quadrinhos.O livro pode ser comprado a preço de custo ou pode-se fazer seu download gratuitamente no site. O endereço da página de download http://www.hyperfan.com.br/5anosAlém dos contos que compõem o universo ficcional (alguns escritos por autores consagrados, especialmente no campo da ficão científica), há um pequeno histórico sobre os fanfics no Brasil e no mundo. As ilustraões ficaram a cargo do desenhista JJ Marreiro e o prefácio foi escrito pro Fernando Lopes, primeiro editor-chefe do Hyperfan e atual editor da Marvel/Panini no Brasil.[]s, Lucio Luiz (lucio@gd.g12.br)http://www.hyperfan.com.brhttp://www.lucio.jor.br"
"Fico feliz em poder divulgar por aqui que o site Hyperfan, que desenvolve fanfics baseados em personagens de quadrinhos, acabou de lançar um livro em comemoraão a seus cinco anos.Logicamente o livro, ao contrário do site, não traz histórias com personagens de terceiros. Contudo, todas as histórias são inéditas e baseadas num universo ficcional novo, que "emula" um universo de super-heróis de quadrinhos.O livro pode ser comprado a preço de custo ou pode-se fazer seu download gratuitamente no site. O endereço da página de download http://www.hyperfan.com.br/5anosAlém dos contos que compõem o universo ficcional (alguns escritos por autores consagrados, especialmente no campo da ficão científica), há um pequeno histórico sobre os fanfics no Brasil e no mundo. As ilustraões ficaram a cargo do desenhista JJ Marreiro e o prefácio foi escrito pro Fernando Lopes, primeiro editor-chefe do Hyperfan e atual editor da Marvel/Panini no Brasil.[]s, Lucio Luiz (lucio@gd.g12.br)http://www.hyperfan.com.brhttp://www.lucio.jor.br"
terça-feira, abril 11, 2006
O fator humano
Hoje fui numa loja de informática comprar um mouse. Levei cinco minutos para escolher... e vinte para pagar e mais quinze para receber. Embora estivesse comprando um material de boa qualidade, por um ótimo preço, saí de lá enraivecido.
É que boa parte dos empresários se preocupam com tudo, menos com os recursos humanos de sua empresa. Para eles, basta ter um bom produto e bom preço e a coisa se vende. E esquecem que o atendimento é parte importantíssima da qualidade de um produto.
Infelizmente essa mentalidade está chegando até às faculdades. Com uma política de redução de custos, essas instituições estão pagando salários míseros, demitindo mestres e doutores e colocando um só profissional para coordenar dois ou três cursos. Na lógica dos gestores, essa é uma forma de maximizar os lucros.
Em Macapá uma faculdade adotou essa política ao pé da letra. O resultado... recentemente ela lançou vestibular com o curso de Direito e não conseguiu abrir uma única turma. Tinham 100 vagas e só 80 pessoas prestaram vestibular (isso porque a taxa de inscrição era de graça!), mas menos de 40 pessoas efetuaram matrícula.
Enquanto isso, em faculdades com mais tradição e qualidade, o vestibular para o curso de Direito chega a alcançar uma concorrência de até 10 por vaga...
Se numa loja o fator humano é importante, numa faculdade, ele é fundamental. A faculdade pode ter a melhor estrutura, mas se não tiver bons professores, nunca terá qualidade.
Bom para as que apostam em qualidade. Essas vão sobreviver.
É que boa parte dos empresários se preocupam com tudo, menos com os recursos humanos de sua empresa. Para eles, basta ter um bom produto e bom preço e a coisa se vende. E esquecem que o atendimento é parte importantíssima da qualidade de um produto.
Infelizmente essa mentalidade está chegando até às faculdades. Com uma política de redução de custos, essas instituições estão pagando salários míseros, demitindo mestres e doutores e colocando um só profissional para coordenar dois ou três cursos. Na lógica dos gestores, essa é uma forma de maximizar os lucros.
Em Macapá uma faculdade adotou essa política ao pé da letra. O resultado... recentemente ela lançou vestibular com o curso de Direito e não conseguiu abrir uma única turma. Tinham 100 vagas e só 80 pessoas prestaram vestibular (isso porque a taxa de inscrição era de graça!), mas menos de 40 pessoas efetuaram matrícula.
Enquanto isso, em faculdades com mais tradição e qualidade, o vestibular para o curso de Direito chega a alcançar uma concorrência de até 10 por vaga...
Se numa loja o fator humano é importante, numa faculdade, ele é fundamental. A faculdade pode ter a melhor estrutura, mas se não tiver bons professores, nunca terá qualidade.
Bom para as que apostam em qualidade. Essas vão sobreviver.
segunda-feira, abril 10, 2006
Deu no Correa Neto:
"Começa a subir o índice de aprovação da sociedade à decisão do Ministério Público, de fazer cumprir a lei que determina horário para o fechamento de bares, restaurantes e casas de entretenimento que funcionam à noite. Alguns donos de restaurantes da orla, que em princípio reagiram ao cumprimento da lei, já entendem que as pessoas vão se habituar a sair de casa um pouco mais cedo, o que lhes garantirá direito a um repouso maior.O tratamento aos ambulantes que ocupam a Praça Zagury vai mudar. É proibida a venda de bebidas no local, e as cerca de duas mil garrafas apreendidas vão ser doadas à instituições de caridade para troca por alimentos. Durante a semana que está se encerrando, a venda de bebidas alcoólicas no local foi reduzida praticamente a zero.Dentro de alguns dias as barracas que ocupam calçadas e ciclovias serão retiradas pela Urban, e os espaços voltarão a cumprir suas finalidades que são, a circulação de bicicletas e pessoas.O Ministério Público vai orientar a Polícia para prender quem estiver participando de um golpe de malandragem que alguns donos de botecos costumam usar: fecham as portas na hora marcada, os clientes ficam sentados na calçada e a bebida é servida às escondidas. Quem fizer isso vai ser preso por vadiagem. E como não tem prazo estipulado para uma prisão por essa causa, quem for apanhado pode ficar até noventa dias de molho. É. Parece que agora vai."
Ponto para o Ministério Público, que está forçando o cumprimento da lei.
"Começa a subir o índice de aprovação da sociedade à decisão do Ministério Público, de fazer cumprir a lei que determina horário para o fechamento de bares, restaurantes e casas de entretenimento que funcionam à noite. Alguns donos de restaurantes da orla, que em princípio reagiram ao cumprimento da lei, já entendem que as pessoas vão se habituar a sair de casa um pouco mais cedo, o que lhes garantirá direito a um repouso maior.O tratamento aos ambulantes que ocupam a Praça Zagury vai mudar. É proibida a venda de bebidas no local, e as cerca de duas mil garrafas apreendidas vão ser doadas à instituições de caridade para troca por alimentos. Durante a semana que está se encerrando, a venda de bebidas alcoólicas no local foi reduzida praticamente a zero.Dentro de alguns dias as barracas que ocupam calçadas e ciclovias serão retiradas pela Urban, e os espaços voltarão a cumprir suas finalidades que são, a circulação de bicicletas e pessoas.O Ministério Público vai orientar a Polícia para prender quem estiver participando de um golpe de malandragem que alguns donos de botecos costumam usar: fecham as portas na hora marcada, os clientes ficam sentados na calçada e a bebida é servida às escondidas. Quem fizer isso vai ser preso por vadiagem. E como não tem prazo estipulado para uma prisão por essa causa, quem for apanhado pode ficar até noventa dias de molho. É. Parece que agora vai."
Ponto para o Ministério Público, que está forçando o cumprimento da lei.
sábado, abril 08, 2006
Cadê o avião?
A foto ao lado mostra o Pentágono logo após a queda do avião que destruiu parte do prédio. A pergunta que fica é: cadê o avião? Será que ele explodiu e não sobrou absolutamente nada dele?
Isso não teria destruído o prédio todo? Será que uma equipe do governo já havia retirado os detroços? Então por que podemos ver os destroços do prédio? Só para lembrar, existem testemunhas que afirmam que o que caiu sobre o Pentágono não foi uma avião, mas um míssel.
No site Fotos del Pentágono você encontra diversas fotos de antes e depois do acidente.
Já que estamos falando de sites que demonstram o quantos são falsos a maioria dos casos de correntes passadas pela internet, um dos melhore é o Relatório Alfa. Criado por um fã do seriado Arquivo X, o site sobreviveu bem ao final da moda X e continua sendo uma ótima fonte de informações, inclusive por divulgar muito do que a grande imprensa oculta.
Já que estamos falando de sites que demonstram o quantos são falsos a maioria dos casos de correntes passadas pela internet, um dos melhore é o Relatório Alfa. Criado por um fã do seriado Arquivo X, o site sobreviveu bem ao final da moda X e continua sendo uma ótima fonte de informações, inclusive por divulgar muito do que a grande imprensa oculta.
Contos do vigário e outras enganações
De cada 10 e-mails que recebo diariamente, 4 são vírus, 2 são propagadans e 3 são correntes. Só uma é uma mensagem válida. O pior é saber que a maioria dessas correntes não tem qualquer fundamento.
Assim, antes de repassar uma mensagem para alguém, siga o conselho que me foi mandado pelo amigo Carlos Brandino:
Freqüentemente recebemos mensagens comoventes, relatando dramas de pessoasdoentes, seqüestros, fim do 13º salário, transplante de rins involuntários,e por ai afora.A maior parte destas notícias, entretanto, não é verdadeira. Mas o pior éque são passadas para a frente imediatamente. Ninguém se dá ao trabalho deverificar sua autenticidade.Se você não sabe se a noticia é verdadeira, verifique-a antes de passá-lapara a frente.O número de mensagens com fatos absurdos, denúncias vazias e mentiras cabeludasque todos nós recebemos diariamente já é suficientemente grande. Antes demandar esse tipo de mensagem, de uma olhada no site QuatroCantos (www.quatrocantos.com/lendas <http://www.quatrocantos.com/lendas>).Um outro link muito bom é o site e-Farsas (www.e-farsas.com <http://www.e-farsas.com>).A grande maioria das noticias em que aparecem as palavrinhas magicas "REPASSEPARA O MAIOR NUMERO DE PESSOAS POSSIVEL" ou é boato, ou é besteira. Ossites acima catalogam um grande número dessas mensagens.Você pode também entrar no Google e por como palavras-chave uma frase extraidado texto. Não demora muito para encontrar um desmentido se a noticia formentirosa (geralmente é).
Enfim, não faça papel de bobo :-)
Assim, antes de repassar uma mensagem para alguém, siga o conselho que me foi mandado pelo amigo Carlos Brandino:
Freqüentemente recebemos mensagens comoventes, relatando dramas de pessoasdoentes, seqüestros, fim do 13º salário, transplante de rins involuntários,e por ai afora.A maior parte destas notícias, entretanto, não é verdadeira. Mas o pior éque são passadas para a frente imediatamente. Ninguém se dá ao trabalho deverificar sua autenticidade.Se você não sabe se a noticia é verdadeira, verifique-a antes de passá-lapara a frente.O número de mensagens com fatos absurdos, denúncias vazias e mentiras cabeludasque todos nós recebemos diariamente já é suficientemente grande. Antes demandar esse tipo de mensagem, de uma olhada no site QuatroCantos (www.quatrocantos.com/lendas <http://www.quatrocantos.com/lendas>).Um outro link muito bom é o site e-Farsas (www.e-farsas.com <http://www.e-farsas.com>).A grande maioria das noticias em que aparecem as palavrinhas magicas "REPASSEPARA O MAIOR NUMERO DE PESSOAS POSSIVEL" ou é boato, ou é besteira. Ossites acima catalogam um grande número dessas mensagens.Você pode também entrar no Google e por como palavras-chave uma frase extraidado texto. Não demora muito para encontrar um desmentido se a noticia formentirosa (geralmente é).
Enfim, não faça papel de bobo :-)
sexta-feira, abril 07, 2006
quinta-feira, abril 06, 2006
Hoje completo 35 anos. É muito estranho para mim imaginar que estou com essa idade. Na minha cabeça, ainda estou com vinte e poucos anos. Não haverá comemoração. Planejamos uma comemoração íntima, mas marcaram prova de segunda chamada na FAMA e me colocaram justamente no horário ingrato de 19:30 às 21 h e eu tive que desistir desses planos...
As músicas do dia:
Com mais de trinta
(De: Marcos Valle & Paulo Sérgio Valle)
Não confie em ninguém com mais de trinta anos
Não confie em ninguém com mais de trinta cruzei___ros
O professor tem mais de trinta conselhos
Mas ele tem mais de trinta, oh mais de trinta
Oh mais de trinta
Não confie em ninguém com mais de trinta ternos
Não acredite em ninguém com mais de trinta vestidos
O diretor quer mais de trinta minutos
Pra dirigir sua vida, a sua vida
A sua vida
Eu meço a vida nas coisas que eu faço
E nas coisas que eu sonho e não faço
Eu me desloco no tempo e no espaço
Passo a passo, faço mais um traço
Faço mais um passo, traço a traço
Sou prisioneiro do ar poluído
O artigo trinta eu conheço de ouvido
Eu me desloco no tempo e no espaço
Na fumaça um mundo novo faço Faço um novo mundo na fumaça
Não confie em ninguém...
Vinte e Poucos Anos
Fábio Jr
Você já sabe e me conhece muito bem,
Eu sou capaz de ir vou muito mais além
Do que você imagina
Eu não desisto assim tão fácil meu amor,
Das coisas que eu quero fazer e ainda não fiz
Na vida tudo tem seu preço seu valor
E eu só quero dessa vida é ser feliz
Eu não abro mão
Nem por você nem por ninguém,
Eu me desfaço dos meus planos
Quero saber bem mais que os meus
Vinte e poucos anos
Nem por você nem por ninguém,
Eu me desfaço dos meus planos
Quero saber bem mais que os meus
Vinte e poucos
Tem gente ainda me esperando pra contar,
As novidades que eu já canso de saber
Eu sei também que tem gente me enganando,
Mas que bobagem já é tempo pra crescer
quarta-feira, abril 05, 2006
Estado mínimo, imposto máximo
No livro História da riqueza do homem, Leo Huberman conta que o pobre camponês, na Idade Média, era obrigado a trabalhar nas terras do senhor por dois ou três dias na semana, sem receber qualquer pagamento por isso. Além disso, em época de colheita, era obrigado a primeiro segar as terras do senhor. Se uma tempestade ameaçava perder a colheita, era a plantação do senhor que deveria ser primeiro salva. Pode parecer uma situação lamentável e triste, mas o fato é que vivemos hoje, no Brasil, uma situação muito parecida. Um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário revela que a carga tributária brasileira saltou de 36,80%, em 2004, para 37,82% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2005. Isso significa que, num ano, trabalhos 145 dias apenas para pagar impostos. É uma das maiores cargas tributárias do mundo.
O trabalhador assalariado que não declara imposto de renda pode achar que está isento da fome voraz do leão. Ledo engano. Ao comprar, na mercearia próxima à sua casa, um frasco de detergente, ele paga 40,50% de imposto. Se decidir levar sabão em barra, irá pagar os mesmos 40,50%. Se precisar reformar sua casa, pagará 39,50% de imposto sobre o saco de cimento. Se o dinheiro der par uma pintura, o coitado irá desembolsar 45,77% do valor apenas para pagar impostos.
O cidadão poderia desistir da reforma e decidir tomar uma água com açúcar para se acalmar, e, então, descobriria que paga 40,50% de imposto sobre o quilo do açúcar. Se, ao invés de água com açúcar, resolver beber um refrigerante, pagará 47% de imposto. Para acompanhar, um biscoito, com 38,50% de imposto.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, classificou como confisco a carga tributária brasileira: "O mesmo rigor e voracidade que o Estado estabelece na cobrança de impostos deveria haver na prestação de serviços públicos; não é possível o País ser submetido a uma carga tributária de mais de um terço do seu produto interno e ter hoje como contrapartida a péssima prestação de serviços como educação, saúde e segurança".
O presidente da OAB lembrou que a informação veio a público às vésperas de mais um aniversário da Inconfidência Mineira. O movimento de independência, que teve como símbolo Tiradentes, surgiu da revolta dos brasileiros com a derrama, que instituía que um quinto de todo ouro descoberto no Brasil fosse mandado para Portugal. Hoje não se trata mais de um quinto, mas de mais de um terço da renda bruta brasileira sendo desviada para um governo que não consegue corresponder ao contribuinte nas suas necessidades básicas: ”Quem diria que, séculos depois, com o País já livre da tirania externa (mas subjugado a outro tipo de tirania, interna), um quinto nos soasse como amenidade? Hoje, pagamos em impostos mais de um terço do que produzimos, e o retorno disso em prestação de serviços não poderia ser mais precário, mais ineficiente”.
A situação tem mais um agravante. Segundo Osiris Lopes Filho, ex-secretário da Receita Federal, a “indecorosa” carga tributária do País, além de prejudicar o crescimento econômico e social, está funcionando como um forte indutor da sonegação de impostos. “É um absurdo, tributa-se a receita bruta e não apenas o lucro, como seria o correto”.
Em paralelo à escandalosa carga tributária, vive-se hoje no Brasil a doutrina neo-liberal do Estado Mínimo.
Essa doutrina foi definida de maneira muito meiga pela crítica de cinema da Veja, Isabela Boscov, em uma resenha sobre o filme V de Vingança:
"Ninguém acusaria Thatcher de ser um doce-de-coco, mas o que ela fez não foi concentrar o poder do Estado, e sim enxugá-lo e estimular os ingleses (ainda que com aquela truculência que lhe era peculiar) a cuidar de sua própria vida. Quanto mais um cidadão depende do Estado financeiramente ou do ponto de vista das decisões, mais sujeito estará a ter de beijar a mão que o alimenta.".
No Estado Mínimo, o cidadão, como bem definiu Boscov, tem que cuidar da sua própria vida. Se ele quiser saúde, deve pagar um plano de saúde. Se quiser educação, deve pagar uma escola particular. Se quiser segurança, deve colocar grades em sua casa, instalar equipamentos defensivos e contratar um vigilante.
Para o Estado, restam apenas as responsabilidades de controle e fiscalização, representadas por instituições como o Procon (que fiscaliza as relações do consumidor com fabricantes e varejistas), a Aneel (que fiscaliza as empresas fornecedoras de energia) e o MEC (que fiscaliza as faculdades particulares).
No Brasil o Estado Mínimo foi implantado no governo Fernando Henrique Cardoso e continua em plena vigência no governo Lula.
Em conjunto com o Estado Mínimo, instala-se uma carga tributária cada vez mais agressiva, um leão voraz, que hoje abocanha 38% de tudo que é produzido no Brasil.
A situação é semelhante à de um patrão que paga um salário altíssimo para um funcionário, que decide tirar folga nos momentos em que mais se precisa dele. Como na parede há um cartaz "Não falte, ou seu patrão pode descobrir que você não faz falta", o dono da empresa raciocina que talvez esteja gastando demais com um funcionário tão relapso.
Da mesma forma, o cidadão deduz que, para custear um Estado Mínimo, que traz para si apenas as responsabilidades de fiscalização e controle, bastam os impostos que são pagos sobre as bebidas alcoólicas (83,07%) e cigarros (81,68%). E, da mesma forma que o Estado quer que o cidadão cuide sua própria vida, deveria também ele cuidar de sua própria vida.
O trabalhador assalariado que não declara imposto de renda pode achar que está isento da fome voraz do leão. Ledo engano. Ao comprar, na mercearia próxima à sua casa, um frasco de detergente, ele paga 40,50% de imposto. Se decidir levar sabão em barra, irá pagar os mesmos 40,50%. Se precisar reformar sua casa, pagará 39,50% de imposto sobre o saco de cimento. Se o dinheiro der par uma pintura, o coitado irá desembolsar 45,77% do valor apenas para pagar impostos.
O cidadão poderia desistir da reforma e decidir tomar uma água com açúcar para se acalmar, e, então, descobriria que paga 40,50% de imposto sobre o quilo do açúcar. Se, ao invés de água com açúcar, resolver beber um refrigerante, pagará 47% de imposto. Para acompanhar, um biscoito, com 38,50% de imposto.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, classificou como confisco a carga tributária brasileira: "O mesmo rigor e voracidade que o Estado estabelece na cobrança de impostos deveria haver na prestação de serviços públicos; não é possível o País ser submetido a uma carga tributária de mais de um terço do seu produto interno e ter hoje como contrapartida a péssima prestação de serviços como educação, saúde e segurança".
O presidente da OAB lembrou que a informação veio a público às vésperas de mais um aniversário da Inconfidência Mineira. O movimento de independência, que teve como símbolo Tiradentes, surgiu da revolta dos brasileiros com a derrama, que instituía que um quinto de todo ouro descoberto no Brasil fosse mandado para Portugal. Hoje não se trata mais de um quinto, mas de mais de um terço da renda bruta brasileira sendo desviada para um governo que não consegue corresponder ao contribuinte nas suas necessidades básicas: ”Quem diria que, séculos depois, com o País já livre da tirania externa (mas subjugado a outro tipo de tirania, interna), um quinto nos soasse como amenidade? Hoje, pagamos em impostos mais de um terço do que produzimos, e o retorno disso em prestação de serviços não poderia ser mais precário, mais ineficiente”.
A situação tem mais um agravante. Segundo Osiris Lopes Filho, ex-secretário da Receita Federal, a “indecorosa” carga tributária do País, além de prejudicar o crescimento econômico e social, está funcionando como um forte indutor da sonegação de impostos. “É um absurdo, tributa-se a receita bruta e não apenas o lucro, como seria o correto”.
Em paralelo à escandalosa carga tributária, vive-se hoje no Brasil a doutrina neo-liberal do Estado Mínimo.
Essa doutrina foi definida de maneira muito meiga pela crítica de cinema da Veja, Isabela Boscov, em uma resenha sobre o filme V de Vingança:
"Ninguém acusaria Thatcher de ser um doce-de-coco, mas o que ela fez não foi concentrar o poder do Estado, e sim enxugá-lo e estimular os ingleses (ainda que com aquela truculência que lhe era peculiar) a cuidar de sua própria vida. Quanto mais um cidadão depende do Estado financeiramente ou do ponto de vista das decisões, mais sujeito estará a ter de beijar a mão que o alimenta.".
No Estado Mínimo, o cidadão, como bem definiu Boscov, tem que cuidar da sua própria vida. Se ele quiser saúde, deve pagar um plano de saúde. Se quiser educação, deve pagar uma escola particular. Se quiser segurança, deve colocar grades em sua casa, instalar equipamentos defensivos e contratar um vigilante.
Para o Estado, restam apenas as responsabilidades de controle e fiscalização, representadas por instituições como o Procon (que fiscaliza as relações do consumidor com fabricantes e varejistas), a Aneel (que fiscaliza as empresas fornecedoras de energia) e o MEC (que fiscaliza as faculdades particulares).
No Brasil o Estado Mínimo foi implantado no governo Fernando Henrique Cardoso e continua em plena vigência no governo Lula.
Em conjunto com o Estado Mínimo, instala-se uma carga tributária cada vez mais agressiva, um leão voraz, que hoje abocanha 38% de tudo que é produzido no Brasil.
A situação é semelhante à de um patrão que paga um salário altíssimo para um funcionário, que decide tirar folga nos momentos em que mais se precisa dele. Como na parede há um cartaz "Não falte, ou seu patrão pode descobrir que você não faz falta", o dono da empresa raciocina que talvez esteja gastando demais com um funcionário tão relapso.
Da mesma forma, o cidadão deduz que, para custear um Estado Mínimo, que traz para si apenas as responsabilidades de fiscalização e controle, bastam os impostos que são pagos sobre as bebidas alcoólicas (83,07%) e cigarros (81,68%). E, da mesma forma que o Estado quer que o cidadão cuide sua própria vida, deveria também ele cuidar de sua própria vida.
terça-feira, abril 04, 2006
Olhem a forma meiga como Isabela Boscov fala da implantação do Estado Mínimo na Inglaterra
"Ninguém acusaria Thatcher de ser um doce-de-coco, mas o que ela fez não foi concentrar o poder do Estado, e sim enxugá-lo e estimular os ingleses (ainda que com aquela truculência que lhe era peculiar) a cuidar de sua própria vida. Quanto mais um cidadão depende do Estado financeiramente ou do ponto de vista das decisões, mais sujeito estará a ter de beijar a mão que o alimenta."
Para quem não sabe, o Estado Mínimo é uma doutrina neo-liberal segundo a qual o Estado não deve ter responsabilidades sociais. No Estado Mínimo, a educação, a saúde e a segurança ficam por conta do próprio cidadão. Se quiser saúde, ele que trate de pagar um plano de saúde. Se quiser educação, ele que trate de pagar uma escola particular. Se quiser segurança, ele que trate de pagar um segurança particular (como estão fazendo os deputados amapaenses, só que eles estão fazendo isso com dinheiro público, e aí não vale). Ao Estado, sobrariam apenas as funções de fiscalização e controle. O que o cidadão pode se perguntar é porque razão ele deveria pagar imposto, já que ele não tem por direito receber nada em troca desse imposto pago. No caso do Brasil, só o imposto que o brasileiro paga em cigarro e bebidas já era suficiente para custear esse Estado Mínimo...
"Ninguém acusaria Thatcher de ser um doce-de-coco, mas o que ela fez não foi concentrar o poder do Estado, e sim enxugá-lo e estimular os ingleses (ainda que com aquela truculência que lhe era peculiar) a cuidar de sua própria vida. Quanto mais um cidadão depende do Estado financeiramente ou do ponto de vista das decisões, mais sujeito estará a ter de beijar a mão que o alimenta."
Para quem não sabe, o Estado Mínimo é uma doutrina neo-liberal segundo a qual o Estado não deve ter responsabilidades sociais. No Estado Mínimo, a educação, a saúde e a segurança ficam por conta do próprio cidadão. Se quiser saúde, ele que trate de pagar um plano de saúde. Se quiser educação, ele que trate de pagar uma escola particular. Se quiser segurança, ele que trate de pagar um segurança particular (como estão fazendo os deputados amapaenses, só que eles estão fazendo isso com dinheiro público, e aí não vale). Ao Estado, sobrariam apenas as funções de fiscalização e controle. O que o cidadão pode se perguntar é porque razão ele deveria pagar imposto, já que ele não tem por direito receber nada em troca desse imposto pago. No caso do Brasil, só o imposto que o brasileiro paga em cigarro e bebidas já era suficiente para custear esse Estado Mínimo...
O mundo perfeito, segundo Isabela Boscov
No mundo perfeito, imaginado pela crítica de cinema da Veja, Isabela Boscov, o Estado teria participação mínima na sociedade, não se responsabilizando nem pela segurança, nem pela educação, nem pela infra-estrutura, nem pela saúde do cidadão. Por outro lado, o cidadão pagaria o máximo possível de imposto. O dinheiro em caixa, o governo usaria todo para pagar jabá para a Veja e para montar uma polícia ideológica para dar porrada em todos aqueles que não concordam com a cartilha neo-liberal. Só de imaginar isso, ela deve entrar em êxtase...
V de vergonha
A Isabela Boscov, da Veja publicou esta semana o melhor exemplo que já vi do que não deveria ser uma resenha.
Uma resenha é escrita com o objetivo de analisar uma obra e dar, para quem pretende ler ou assistir a essa obra, elementos para decidir se vale a pena comprar um livro ou assistir um filme. Uma resenha não é um artigo, em que o autor apresenta suas idéias sobre determinado tema.
Transformar resenha em artigo é erro básico de quem está engatinhando na arte de resenhar.
No caso da resenha do filme V de Vingança, o que um leitor esperaria de uma boa resenha? Antes de mais nada, como se trata de uma adaptação de uma história em quadrinhos, o leitor gostaria de saber se a obra original foi bem adaptada. A adaptação é fiel? Não é? Além disso, a resenha deveria trazer, obrigatoriamente, análise de aspectos técnicos. Há boas atuações? A direção é competente? Os diálogos são bons? De resto, valeria uma indicação: quem gostaria de assistir a esse filme.
Na resenha publicada pela Veja não há nada disso. A Isabela Boscov mal fala da obra original (que por sinal, fica bem claro no texto que ela não leu) e aproveita o texto para escrever suas opiniões pessoais sobre o assunto que ela imagina que o filme trata.
Isso me faz lembrar de um aluno, que solicitado a escrever uma resenha sobre o filme Contato (de Robert Zemeckis, baseado na obra de Carl Sagan), produziu um texto de três páginas dizendo que o filme era horrível porque falava de extraterrestres e extraterrestres não existem... e lá se foram parágrafos e mais parágrafos de argumentos contrários à existência de seres extraterrestres...
Ficou muito claro que a resenhista não leu a HQ, e se leu não entendeu que ela é um libelo contra regimes totalitários, sejam eles de esquerda ou de direita. Na sua cegueira, a senhora Isabela Boscov acusou o roteirista Alan Moore de ser marxista, o que demonstra que ela nem se preocupou em saber de quem estava falando. Em uma pesquisa simples na internet, ela descobriria que Moore é anarquista e critico do marxismo.
Em sua ânsia de defender os interesses por trás da revista Veja, a resenhista fez questão de louvar Margaret Thatcher, a principal defensora do ideal liberal de Estado Mínimo, Imposto Máximo, em que o cidadão deve pagar o máximo possível de impostos, sem ter nada em troca. E, ao contrário do que a resenha dá a entender, o neoliberalismo não é uma exclusividade dos regimes democráticos. O governo ditatorial de Pinochet, no Chile, foi o primeiro a instalar o neoliberalismo na América Latina. Por sinal, Pinochet era amissíssimo de Thatcher...
A senhora Isabela revela não só a incapacidade de escrever uma resenha decente, mas as saudades dos regimes totalitários, desde que sejam eles neo-liberais.
Leiam abaixo a bobagem que ela escreveu e chamou de resenha:
B de Bobagem
Com V de Vingança, os irmãos Wachowski ilustram a ignorância que a cultura popcultiva sobre o "sistema
Num dos filmes mais antigos de James Bond, do fim dos anos 70, há uma cena que fazia a delícia das platéias brasileiras: o 007 entrava com sua lancha por um rio da Amazônia e saía, sem mais, pelas cataratas do Iguaçu. Menos a diversão, é assim também que seguem os raciocínios de V de Vingança (V for Vendetta, Estados Unidos, 2006), que estréia nesta sexta-feira no país – o ponto de partida não tem nenhum parentesco com o ponto de chegada, e o caminho que se percorreu de um ao outro é um mistério. Exemplo: o mascarado V (Hugo Weaving), em luta solitária e secreta contra o regime totalitário que domina a Inglaterra de 2020, ensina à sua pupila Evey (Natalie Portman) que os homens não precisam de edifícios, e sim de idéias. Donde, conclui ele num salto de imaginação ainda mais acrobático que o da lancha de James Bond, mandar o Parlamento pelos ares certamente irá encher de idéias a cabeça de seus contemporâneos. Nem vale a pena gastar espaço argumentando sobre a falta de modos de um filme que tem como herói um terrorista carregado de explosivos. O que chama atenção em V de Vingança são sua ignorância obstinada e a afiliação irrefletida ao pensamento de que o "sistema", seja ele qual for, é corrupto e nocivo. Ainda mais curiosa que a lógica de V, por exemplo, é o homem que ele imita na vestimenta e na máscara: Guy Fawkes, um católico que, em 1605, planejou dizimar a aristocracia protestante explodindo a Câmara dos Lordes. Fawkes foi flagrado nos porões do Parlamento com 36 barris de pólvora e enforcado, proporcionando aos ingleses uma brincadeira parecida com a malhação de Judas. Todo 5 de novembro, data da chamada Conspiração da Pólvora, bonecos de Fawkes são enforcados e queimados e fogos de artifício pipocam por toda a Inglaterra.Que, em 2006 ou 2020, alguém ache Fawkes uma figura inspiradora é intrigante.
Quatrocentos anos atrás, o edifício do Parlamento era um símbolo do absolutismo. Hoje, ao contrário, ele representa outro tipo de "sistema" – o constitucionalismo, e numa de suas versões mais bem-sucedidas. É difícil também imaginar que, em 2400, americanos venham a se divertir malhando efígies de Osama bin Laden. Se Fawkes se presta a brincadeiras é porque não teve a competência de sua contrapartida saudita para cometer um assassinato em massa. Mas bem que tentou. Grande antídoto seu exemplo poderia ser, então, contra o regime de crise permanente instituído pelo ditador e "big brother" Adam Sutler (que, numa escolha que os produtores devem ter achado o supra-sumo da ironia, é interpretado por John Hurt, justamente o protagonista e vítima do Grande Irmão em 1984). Os irmãos Andy e Larry Wachowski, de Matrix, escreveram e produziram V de Vingança (a direção foi entregue a um subalterno deles, um certo James McTeigue), e respondem pela maior parte das tolices que se vêem em cena. Mas a idéia não partiu deles, e sim do quadrinista inglês Alan Moore, um ídolo do gênero (que, aliás, exigiu que não houvesse menção ao seu nome nos créditos do filme). Moore e o ilustrador David Lloyd começaram a publicar a série V de Vingança no primeiro mandato de Margaret Thatcher e encerraram-na no terceiro e último termo da primeira-ministra. Os quadrinhos V de Vingança transbordam o sentimento de violência e violação com que boa parte dos britânicos atravessou a desconstrução thatcherista – e transpiram também um certo obscurantismo. Ninguém acusaria Thatcher de ser um doce-de-coco, mas o que ela fez não foi concentrar o poder do Estado, e sim enxugá-lo e estimular os ingleses (ainda que com aquela truculência que lhe era peculiar) a cuidar de sua própria vida. Quanto mais um cidadão depende do Estado financeiramente ou do ponto de vista das decisões, mais sujeito estará a ter de beijar a mão que o alimenta.
A liberdade econômica é, assim, um requisito para outras liberdades mais valorizadas, como a política, a social e a de costumes. A pegadinha é que, até hoje, o único ambiente em que ela floresceu de fato é o capitalista. E, até por uma questão de cultura e de décadas de fantasia marxista, é mais comum enxergar-se no capitalismo um "sistema" destinado a criar e propagar injustiça do que um regime regulado, de maneira em grande parte espontânea, pela mútua vantagem e dependência. A cultura pop – e V de Vingança é um exemplar legítimo dela – prefere simplesmente partir do pressuposto de que esse sistema é ruim; se se interessasse em debatê-lo, ela talvez se visse diante da constatação desconcertante de que não tem alternativas a propor (e bombardear o Parlamento ou assassinar primeiros-ministros não são alternativas). Felizmente, nem todo Estado é assim tão desafeito ao debate, e alguns deles, como o próprio inglês e os escandinavos, desenvolveram instrumentos eficazes para minimizar as injustiças que, sim, são da natureza do capitalismo. E felizmente também nem todos os cineastas que abordam esse tema vivem tão satisfeitos com sua própria ignorância quanto os irmãos Wachowski. Descontadas algumas simplificações, filmes como Wall Street, O Jardineiro Fiel, Syriana, O Informante ou mesmo Robocop oferecem opiniões pertinentes e sagazes sobre o mundo do qual se originaram. Uma coisa, porém, eles têm em comum com V de Vingança: todos eles, os bons e os ruins, foram feitos do jeito que seus produtores bem entenderam, sem interferência de Estados ou governos. É tentar repetir o feito em Cuba ou na China para entender, em primeira mão, o que é verdadeiramente um regime totalitário."
Uma resenha é escrita com o objetivo de analisar uma obra e dar, para quem pretende ler ou assistir a essa obra, elementos para decidir se vale a pena comprar um livro ou assistir um filme. Uma resenha não é um artigo, em que o autor apresenta suas idéias sobre determinado tema.
Transformar resenha em artigo é erro básico de quem está engatinhando na arte de resenhar.
No caso da resenha do filme V de Vingança, o que um leitor esperaria de uma boa resenha? Antes de mais nada, como se trata de uma adaptação de uma história em quadrinhos, o leitor gostaria de saber se a obra original foi bem adaptada. A adaptação é fiel? Não é? Além disso, a resenha deveria trazer, obrigatoriamente, análise de aspectos técnicos. Há boas atuações? A direção é competente? Os diálogos são bons? De resto, valeria uma indicação: quem gostaria de assistir a esse filme.
Na resenha publicada pela Veja não há nada disso. A Isabela Boscov mal fala da obra original (que por sinal, fica bem claro no texto que ela não leu) e aproveita o texto para escrever suas opiniões pessoais sobre o assunto que ela imagina que o filme trata.
Isso me faz lembrar de um aluno, que solicitado a escrever uma resenha sobre o filme Contato (de Robert Zemeckis, baseado na obra de Carl Sagan), produziu um texto de três páginas dizendo que o filme era horrível porque falava de extraterrestres e extraterrestres não existem... e lá se foram parágrafos e mais parágrafos de argumentos contrários à existência de seres extraterrestres...
Ficou muito claro que a resenhista não leu a HQ, e se leu não entendeu que ela é um libelo contra regimes totalitários, sejam eles de esquerda ou de direita. Na sua cegueira, a senhora Isabela Boscov acusou o roteirista Alan Moore de ser marxista, o que demonstra que ela nem se preocupou em saber de quem estava falando. Em uma pesquisa simples na internet, ela descobriria que Moore é anarquista e critico do marxismo.
Em sua ânsia de defender os interesses por trás da revista Veja, a resenhista fez questão de louvar Margaret Thatcher, a principal defensora do ideal liberal de Estado Mínimo, Imposto Máximo, em que o cidadão deve pagar o máximo possível de impostos, sem ter nada em troca. E, ao contrário do que a resenha dá a entender, o neoliberalismo não é uma exclusividade dos regimes democráticos. O governo ditatorial de Pinochet, no Chile, foi o primeiro a instalar o neoliberalismo na América Latina. Por sinal, Pinochet era amissíssimo de Thatcher...
A senhora Isabela revela não só a incapacidade de escrever uma resenha decente, mas as saudades dos regimes totalitários, desde que sejam eles neo-liberais.
Leiam abaixo a bobagem que ela escreveu e chamou de resenha:
B de Bobagem
Com V de Vingança, os irmãos Wachowski ilustram a ignorância que a cultura popcultiva sobre o "sistema
Num dos filmes mais antigos de James Bond, do fim dos anos 70, há uma cena que fazia a delícia das platéias brasileiras: o 007 entrava com sua lancha por um rio da Amazônia e saía, sem mais, pelas cataratas do Iguaçu. Menos a diversão, é assim também que seguem os raciocínios de V de Vingança (V for Vendetta, Estados Unidos, 2006), que estréia nesta sexta-feira no país – o ponto de partida não tem nenhum parentesco com o ponto de chegada, e o caminho que se percorreu de um ao outro é um mistério. Exemplo: o mascarado V (Hugo Weaving), em luta solitária e secreta contra o regime totalitário que domina a Inglaterra de 2020, ensina à sua pupila Evey (Natalie Portman) que os homens não precisam de edifícios, e sim de idéias. Donde, conclui ele num salto de imaginação ainda mais acrobático que o da lancha de James Bond, mandar o Parlamento pelos ares certamente irá encher de idéias a cabeça de seus contemporâneos. Nem vale a pena gastar espaço argumentando sobre a falta de modos de um filme que tem como herói um terrorista carregado de explosivos. O que chama atenção em V de Vingança são sua ignorância obstinada e a afiliação irrefletida ao pensamento de que o "sistema", seja ele qual for, é corrupto e nocivo. Ainda mais curiosa que a lógica de V, por exemplo, é o homem que ele imita na vestimenta e na máscara: Guy Fawkes, um católico que, em 1605, planejou dizimar a aristocracia protestante explodindo a Câmara dos Lordes. Fawkes foi flagrado nos porões do Parlamento com 36 barris de pólvora e enforcado, proporcionando aos ingleses uma brincadeira parecida com a malhação de Judas. Todo 5 de novembro, data da chamada Conspiração da Pólvora, bonecos de Fawkes são enforcados e queimados e fogos de artifício pipocam por toda a Inglaterra.Que, em 2006 ou 2020, alguém ache Fawkes uma figura inspiradora é intrigante.
Quatrocentos anos atrás, o edifício do Parlamento era um símbolo do absolutismo. Hoje, ao contrário, ele representa outro tipo de "sistema" – o constitucionalismo, e numa de suas versões mais bem-sucedidas. É difícil também imaginar que, em 2400, americanos venham a se divertir malhando efígies de Osama bin Laden. Se Fawkes se presta a brincadeiras é porque não teve a competência de sua contrapartida saudita para cometer um assassinato em massa. Mas bem que tentou. Grande antídoto seu exemplo poderia ser, então, contra o regime de crise permanente instituído pelo ditador e "big brother" Adam Sutler (que, numa escolha que os produtores devem ter achado o supra-sumo da ironia, é interpretado por John Hurt, justamente o protagonista e vítima do Grande Irmão em 1984). Os irmãos Andy e Larry Wachowski, de Matrix, escreveram e produziram V de Vingança (a direção foi entregue a um subalterno deles, um certo James McTeigue), e respondem pela maior parte das tolices que se vêem em cena. Mas a idéia não partiu deles, e sim do quadrinista inglês Alan Moore, um ídolo do gênero (que, aliás, exigiu que não houvesse menção ao seu nome nos créditos do filme). Moore e o ilustrador David Lloyd começaram a publicar a série V de Vingança no primeiro mandato de Margaret Thatcher e encerraram-na no terceiro e último termo da primeira-ministra. Os quadrinhos V de Vingança transbordam o sentimento de violência e violação com que boa parte dos britânicos atravessou a desconstrução thatcherista – e transpiram também um certo obscurantismo. Ninguém acusaria Thatcher de ser um doce-de-coco, mas o que ela fez não foi concentrar o poder do Estado, e sim enxugá-lo e estimular os ingleses (ainda que com aquela truculência que lhe era peculiar) a cuidar de sua própria vida. Quanto mais um cidadão depende do Estado financeiramente ou do ponto de vista das decisões, mais sujeito estará a ter de beijar a mão que o alimenta.
A liberdade econômica é, assim, um requisito para outras liberdades mais valorizadas, como a política, a social e a de costumes. A pegadinha é que, até hoje, o único ambiente em que ela floresceu de fato é o capitalista. E, até por uma questão de cultura e de décadas de fantasia marxista, é mais comum enxergar-se no capitalismo um "sistema" destinado a criar e propagar injustiça do que um regime regulado, de maneira em grande parte espontânea, pela mútua vantagem e dependência. A cultura pop – e V de Vingança é um exemplar legítimo dela – prefere simplesmente partir do pressuposto de que esse sistema é ruim; se se interessasse em debatê-lo, ela talvez se visse diante da constatação desconcertante de que não tem alternativas a propor (e bombardear o Parlamento ou assassinar primeiros-ministros não são alternativas). Felizmente, nem todo Estado é assim tão desafeito ao debate, e alguns deles, como o próprio inglês e os escandinavos, desenvolveram instrumentos eficazes para minimizar as injustiças que, sim, são da natureza do capitalismo. E felizmente também nem todos os cineastas que abordam esse tema vivem tão satisfeitos com sua própria ignorância quanto os irmãos Wachowski. Descontadas algumas simplificações, filmes como Wall Street, O Jardineiro Fiel, Syriana, O Informante ou mesmo Robocop oferecem opiniões pertinentes e sagazes sobre o mundo do qual se originaram. Uma coisa, porém, eles têm em comum com V de Vingança: todos eles, os bons e os ruins, foram feitos do jeito que seus produtores bem entenderam, sem interferência de Estados ou governos. É tentar repetir o feito em Cuba ou na China para entender, em primeira mão, o que é verdadeiramente um regime totalitário."
Compre obras de Alan Moore no Submarino.
segunda-feira, abril 03, 2006
O assalto à casa do deputado Eider Pena tem sido o assunto do momento em Macapá. Inicialmente levantou-se a suspeita de crime político. Agora sabe-se que até parentes do deputado estão envolvido e que o motivo foi mesmo a ganância. Leia sobre o assunto no site da Folha do Amapá.
domingo, abril 02, 2006
Sereias
"No século VI, uma sereia foi capturada e batizada no norte de Gales e figurou como santa em alguns almanaques antigos sob o nome de Murgen. Outra, em 1403, passou por uma brecha de um dique e viveu em Haarlem até o dia de sua morte. Ninguém a compreendia, porém ensinaram-na a fiar e venerava como por instinto a cruz. Um cronista do século XVI argumentou que não era peixe porque sabia fiar e não era mulher porque podia viver na água." (Jorge Luís Borges e Margarita Guerrero, O livro dos seres imaginários, p. 147)
Censura nas novelas
Na época da Ditadura Militar, qualquer coisa era motivo para censura. A revista Aventuras na História deste mês traz uma matéria sobre como a censura perseguiu as novelas brasileiras. Algumas situações são bizarras. Uma cena de uma novela do Agnaldo Silva foi cortada porque uma empregada falava com um gato. O autor viajou para Brasília para saber o por quê do corte. Lá a censura lhe explicou: "Uma mulher falando com um gato? Só pode ter alguma mensagem escondida. Como não encontrei nenhuma mensagem, na dúvida, cortei".
OAB: mais carga tributária sem serviços públicos é confisco
O mesmo rigor e voracidade que o Estado estabelece na cobrança de impostos deveria haver na prestação de serviços públicos; não é possível o País ser submetido a uma carga tributária de mais de um terço do seu produto interno e ter hoje como contrapartida a péssima prestação de serviços como educação, saúde e segurança. A advertência foi lançada hoje (31) pelo presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, ante a divulgação do dado oficial de que a carga tributária brasileira chegou a 37,82% do PIB em 2005, contra 36,8% no ano anterior, registrando um novo recorde histórico. Busato classificou a carga tributária do País de “indecente e confiscatória”. Também o presidente da Comissão Especial da Carga Tributária Brasileira da OAB Nacional, Osiris Lopes Filho, fez veementes críticas ao aumento dos impostos para a população em 2005. Leia mais
Bin Laden esteve no Brasil
O terrorista saudita Osama Bin Laden já esteve no Brasil, mais precisamente em Foz do Iguaçu no ano de 1995. A informação foi revelada por uma reportagem da edição desta semana da revista Veja. Leia mais
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