terça-feira, junho 29, 2010
Texto conciso e de humor negro leva prêmio – “Casamento” de Gian Danton
A Geração Editorial finalmente divulgou, oficialmente, em seu blog, o resultado do concurso de contos e crônicas. Reproduzo abaixo o texto publicado no blog. Como disse na matéria, até agora estou espantado. Quem escreve e mora na região Norte sabe da dificuldade de acessar as editoras, cujas sedes ficam quase sempre na região sudeste. Daí porque existe até uma ideia de não existe literatura na região norte. Além disso, foram mais de 230 textos, dos mais variados pontos do Brasil. Bem, deixo vocês com o texto deles:
O concurso de Contos e Crônicas da Geração foi um sucesso. Recebemos mais de 230 textos, literalmente dos quatro cantos do país. Dos mais variados assuntos e temáticas, do horror trash ao sarcástico, passando pelo erótico e espiritual. Alguns relatos que apesar de serem contados em 3ª pessoa, sempre nos deixam na dúvida se de fato o autor não passou por determinada situação.
Não vamos ser puritanos chegaram algumas perolas que nos deixaram de “queixo caído”. Mas o que importa é que o vencedor saiu, como os indicados (veja abaixo a lista completa).
O grande escolhido foi o sarcástico e terrível Casamento, veio de muito longe, mais de 3.300 quilômetros de São Paulo e foi escrito por Ivan Carlo, (Gian Danton é o seu pseudônimo) um jornalista mineiro, que mora desde 1998 no Macapá, mais precisamente, na última rua da capital do distante estado do Amapá.
“Parabéns sobre seu belo e conciso texto de humor negro sobre o casamento, que tivemos o prazer de premiar e publicar em nosso site”, disse Luiz Fernando Emediato, editor e proprietário da Geração.
O casamento conta a história de um homem que tem a infelicidade de casar com uma megera, que o trata aos berros e farpas, cansado dos maus-tratos, Américo resolve de uma maneira inusitada o seu problema com a esposa. Até os vizinhos apóiam sem ter ideia do resultado final.
“Parabéns sobre seu belo e conciso texto de humor negro sobre o casamento, que tivemos o prazer de premiar e publicar em nosso site”, disse Luiz Fernando Emediato, editor e proprietário da Geração.
O casamento conta a história de um homem que tem a infelicidade de casar com uma megera, que o trata aos berros e farpas, cansado dos maus-tratos, Américo resolve de uma maneira inusitada o seu problema com a esposa. Até os vizinhos apóiam sem ter ideia do resultado final.
Conheça o texto vencedor: Casamento
Américo só percebeu que se metera numa enrascada quando já estava casado. A esposa era uma megera. Tratava-o por palerma, idiota, desengonçado… Certo dia, como ele encontrasse dificuldade em consertar um chuveiro, a mulher acrescentou um novo adjetivo á coleção:
- Nem pra isso você serve, seu imprestável!?!
Imprestável. Parece que gostou do termo, pois passou a usá-lo em todas as frases dirigidas ao marido:
Imprestável. Parece que gostou do termo, pois passou a usá-lo em todas as frases dirigidas ao marido:
- Venha jantar, seu imprestável!
- Faça a barba, imprestável…
Leia o restante do texto vencedor emhttp://www.geracaobooks.com.br/colunistas/colunista.php?id=1063
O autor diz que conta que com referências de alguns gênios da literatura mundial, como: Monteiro Lobato, Nicolai Gógol e Luís Fernando Veríssimo.
Carreira
Ivan é jornalista, professor universitário e escreve quadrinhos desde 1989. Ele é um dos autores selecionados para o álbum em homenagem aos 50 anos de carreira do Maurício de Sousa. Além de ter publicado um livro infantil, uma noveleta de FC, participado de coletâneas, como a Rumo à Fantasia (Devir, 2009) e Alterego (Terracota, 2009).
“É uma grande emoção. Apesar de já ter uma boa experiência com quadrinhos,eu ainda sou pouco conhecido no meio literário. E, como uma concorrência tão grande, não esperava ser escolhido. Ainda estou espantado” afirma Ivan.
Para conhecer melhor o trabalho do vencedor do Concurso Todo Nós, da Geração Editorial, confira os blogs: Ideias de Jeca-tatu (http://ivancarlo.blogspot.com) e Roteiro de quadrinhos (http://roteiroquadrinhos.blogspot.com).
Menções Honrosas
Além do conto Casamento, mais cinco (5) textos receberam menção honrosa da Geração Editorial. Não divulgaremos um ranking. Essas histórias são fantásticas passam pelo humor, tragédia e romantismo e também merecem os nossos aplausos. Esses textos serão publicados ao longo das próximas semanas no espaço Todos Nós em www.geracaoeditorial.com.br
Compra e Venda, de Domingas Cesário Alvim, do Rio de Janeiro
Desencontro, de Nathalia Wigg, do Rio de Janeiro
Desencontro, de Nathalia Wigg, do Rio de Janeiro
Na lida, de Anna Karla Lacerda, de Brasília
Num carro inusitado, de Eric Fujita, de São Paulo
Planejamento, de José Ronaldo Siqueira Mendes, de Minas Gerais
Num carro inusitado, de Eric Fujita, de São Paulo
Planejamento, de José Ronaldo Siqueira Mendes, de Minas Gerais
No número de Bouche du Monde
O Bouche du Monde é um dos mais conhecidos fanzines brasileiros. Chamava-se Boca do Mundo. Quando seu editor, o Eduardo Pinto Barbier, se mudou para a França, o zine se tornou internacional e ganhou status de revista alternativa. O número mais recente traz um elenco de artistas de vários países:
França: Anne-Marie, Syl, Tessadier, Froissard, Plas;
Brasil: Paulo Will, Alberto Pessoa, Pinto Barbier, JJ Marreiro, Laudo;
Canadá, Quebeque,: Phlillpgrrd, Louis Remillard;
Cuba: Lauzãn;
Portugal: Teresa Pestana.
A Bouche du Monde esta disponivel para a venda no Brasil no site:http://www.bodegadoleo.com e em breve em outros pontos de venda.
Como ajudar as vítimas das chuvas
Os estados de Pernambuco e Alagoas estão sendo vítimas de enchentes que desalojaram centenas de pessoas. Essas vítimas precisam de comida, roupas, remédios. Para ajudar, basta depositar qualquer valor nas seguintes contas:
Para Pernambuco (Banco do Brasil) Agência: 1836-8 Conta corrente: 100.000-4 Favorecido: CCFBB - Comitê Cidadania Funcionários BB
Para Alagoas (Banco do Brasil) Agência: 3557-2 Conta corrente: 5.241-8 Favorecido: C B M AL Defesa Civil
Para Pernambuco (Banco do Brasil) Agência: 1836-8 Conta corrente: 100.000-4 Favorecido: CCFBB - Comitê Cidadania Funcionários BB
Para Alagoas (Banco do Brasil) Agência: 3557-2 Conta corrente: 5.241-8 Favorecido: C B M AL Defesa Civil
Livro sobre mulheres atraídas por criminosos ganha nova versão em quadrinhos
Carlos Albuquerque
RIO - Não há mocinhas em "Loucas de amor em quadrinhos". Na sequência do livro-reportagem de Gilmar Rodrigues, lançado no fim do ano passado, o ilustrador Fido Nesti, em parceria com o autor, traça, literalmente, as linhas tortas que levam mulheres a se apaixonaram por serial killers e criminosos sexuais. Sem respostas para essa estranha obsessão, os dois casam realidade com pequenas doses de ficção no livro, que tem noite de autógrafos neste sábado, às 20h, na loja La Cucaracha, na Rua Teixeira de Melo, em Ipanema. Leia mais
RIO - Não há mocinhas em "Loucas de amor em quadrinhos". Na sequência do livro-reportagem de Gilmar Rodrigues, lançado no fim do ano passado, o ilustrador Fido Nesti, em parceria com o autor, traça, literalmente, as linhas tortas que levam mulheres a se apaixonaram por serial killers e criminosos sexuais. Sem respostas para essa estranha obsessão, os dois casam realidade com pequenas doses de ficção no livro, que tem noite de autógrafos neste sábado, às 20h, na loja La Cucaracha, na Rua Teixeira de Melo, em Ipanema. Leia mais
segunda-feira, junho 28, 2010
Os melhores filmes de terror
E lá vamos nós para mais uma lista. Dessa vez, a relação é de filmes de terror e suspense. Listas são sempre pessoais e servem mais como indicação de obras interessantes que podem ser lidas ou assistidas. Aqui, dei prioridade aos filmes que assisti. Mas podem acrescentar outros na caixa de comentários.
O Iluminado
Talvez o grande filme de terror. Uma das primeiras opções quando se pensa num filme do gênero que se aproximou da genialidade. O iluminado é baseado em um livro de Stephen King sobre um menino com poderes paranormais preso com a família num hotel no meio da neve. E as coisas começam a complicar quando fantasmas começam a aparecer, despertando o lado assassino do pai. O curioso aí é que existe sempre a dúvida: os fantasmas existem mesmo, ou é apenas o pai tendo um surto psicótico? As cenas das garotinhas gêmeas e do correndo sendo inundado de sangue são antológicas. Kubrick sabiam como criar images que ficavam na retina.
Sexto Sentido
O filme de Shyamalan pegou muita gente de surpresa: o que parecia um simples filme de fantasmas revelou-se uma obra com muitas camadas de significado. É o tipo de filme que você sempre assiste várias vezes.
O bebê de Rosemary
Um filme sem monstros ou sem terror explícito, mas mesmo assim um dos mais assustadores de todos os tempos: uma mulher, está grávida e desconfia que o marido participa de uma seita satânica e que está esperando um bebê do demônio. Uma das obras-primas de Roman Polanski
Alien, o oitavo passageiro
Ficção-científica e terror se unem perfeitamente nesse filmede Ridley Scott. O roteiro explora muito bem a tensão de pessoas em um local fechado lutando contra uma ameaça terrível.
Os outros
Dirigido pelo espanhol Alejandro Amenábar, esse filme rivaliza com Sexto Sentido em termos de final surpresa. Não, nem tudo é o que parece. Além do ótimo final, um filme com suspense a cada minuto.
Carrie, a estranha
Outra grande obra de Stephen King levada às telas, dessa vez por Brian De Palma. O filme capta perfeitamente o clima tenso do livro, no qual uma adolescente descobre que tem poderes paranormais e praticamente destroi uma cidade depois de ser vítima de uma brincadeira. A cena dela andando pela cidade toda suja de sangue é uma das mais famosas do cinema e foi imitadíssima. E o final, bem, até o King disse que o final do filme é melhor do que o do livro.
O gabinte do Dr. Caligari
Um dos grandes clássicos do terror e um dos meus filmes prediletos. Foi o primeiro filme a mostrar que o cinema podia trabalhar com uma realidade subjetiva, imaginária. Foi o primeiro filme a ter flash back.Também foi o primeiro filme a utilizar as vanguardas artísticas como base (no caso, o expressionismo, com inquietantes paineis pintados). Também foi um dos primeiros filmes a ter um final surpresa. Galigari é o melhor do terror psicológico e foi tão inovador para a época que até hoje é atual. Poucos cineastas se aventuraram a experimentar tanto, mesmo depois de 90 anos. Direção de Robert Wiene a partir de um roteiro realmente genial de Hans Janowitz, Carl Mayer e Fritz Lang. oRboerto bRboertoert Wiene
O Iluminado
Talvez o grande filme de terror. Uma das primeiras opções quando se pensa num filme do gênero que se aproximou da genialidade. O iluminado é baseado em um livro de Stephen King sobre um menino com poderes paranormais preso com a família num hotel no meio da neve. E as coisas começam a complicar quando fantasmas começam a aparecer, despertando o lado assassino do pai. O curioso aí é que existe sempre a dúvida: os fantasmas existem mesmo, ou é apenas o pai tendo um surto psicótico? As cenas das garotinhas gêmeas e do correndo sendo inundado de sangue são antológicas. Kubrick sabiam como criar images que ficavam na retina.
Sexto Sentido
O filme de Shyamalan pegou muita gente de surpresa: o que parecia um simples filme de fantasmas revelou-se uma obra com muitas camadas de significado. É o tipo de filme que você sempre assiste várias vezes.
O bebê de Rosemary
Um filme sem monstros ou sem terror explícito, mas mesmo assim um dos mais assustadores de todos os tempos: uma mulher, está grávida e desconfia que o marido participa de uma seita satânica e que está esperando um bebê do demônio. Uma das obras-primas de Roman Polanski
Alien, o oitavo passageiro
Ficção-científica e terror se unem perfeitamente nesse filmede Ridley Scott. O roteiro explora muito bem a tensão de pessoas em um local fechado lutando contra uma ameaça terrível.
Os outros
Dirigido pelo espanhol Alejandro Amenábar, esse filme rivaliza com Sexto Sentido em termos de final surpresa. Não, nem tudo é o que parece. Além do ótimo final, um filme com suspense a cada minuto.
Carrie, a estranha
Outra grande obra de Stephen King levada às telas, dessa vez por Brian De Palma. O filme capta perfeitamente o clima tenso do livro, no qual uma adolescente descobre que tem poderes paranormais e praticamente destroi uma cidade depois de ser vítima de uma brincadeira. A cena dela andando pela cidade toda suja de sangue é uma das mais famosas do cinema e foi imitadíssima. E o final, bem, até o King disse que o final do filme é melhor do que o do livro.
O gabinte do Dr. Caligari
Um dos grandes clássicos do terror e um dos meus filmes prediletos. Foi o primeiro filme a mostrar que o cinema podia trabalhar com uma realidade subjetiva, imaginária. Foi o primeiro filme a ter flash back.Também foi o primeiro filme a utilizar as vanguardas artísticas como base (no caso, o expressionismo, com inquietantes paineis pintados). Também foi um dos primeiros filmes a ter um final surpresa. Galigari é o melhor do terror psicológico e foi tão inovador para a época que até hoje é atual. Poucos cineastas se aventuraram a experimentar tanto, mesmo depois de 90 anos. Direção de Robert Wiene a partir de um roteiro realmente genial de Hans Janowitz, Carl Mayer e Fritz Lang. oRboerto bRboertoert Wiene
Banzé no Oeste
Assisti ontem Banzé no Oeste, que comprei na Proshop numa promoção de estoque, a apenas 5 reais. Alguns amigos já tinha me falado desse filme, considerado o melhor do mestre do humor Mel Brooks. Além disso, essa é uma das obras indicadas no livro 1001 filmes para ver antes de morrer.
A trama é simples: ao saber que a ferrovia vai passar por uma cidade, o assistente do governador resolve usar bandidos para expulsar da cidade os seus moradores e tomar conta do local, vendendo o terreno a peso de ouro para a ferrovia. Mas os moradores da cidade mandam um telegrama ao governador, pedindo a ida de um xerife. Como forma de boicotá-los, ele manda um negro, que ia ser enforcado.
É, portanto, uma trama em que o humor se confunde com a crítica social, em especial o racismo.
O filme tem uma edição lenta, que prejudica o humor, especialmente no início, mas pega um ritmo bom do meio para a frente, com referências a desenhos animados e outros filmes. Particularmente boa a cena em que o político divulga que vai contratar os maiores fascínoras e, na fila, vemos nazistas e membros da Kun-Klus-Klan.
Banzé no oeste é o pai dos fílmes sátiras, como Apertem os cintos, o piloto sumiu e Pânico. Pena que nem todos os imitadores de Mel Brooks conseguem manter o seu nível de qualidade.
A trama é simples: ao saber que a ferrovia vai passar por uma cidade, o assistente do governador resolve usar bandidos para expulsar da cidade os seus moradores e tomar conta do local, vendendo o terreno a peso de ouro para a ferrovia. Mas os moradores da cidade mandam um telegrama ao governador, pedindo a ida de um xerife. Como forma de boicotá-los, ele manda um negro, que ia ser enforcado.
É, portanto, uma trama em que o humor se confunde com a crítica social, em especial o racismo.
O filme tem uma edição lenta, que prejudica o humor, especialmente no início, mas pega um ritmo bom do meio para a frente, com referências a desenhos animados e outros filmes. Particularmente boa a cena em que o político divulga que vai contratar os maiores fascínoras e, na fila, vemos nazistas e membros da Kun-Klus-Klan.
Banzé no oeste é o pai dos fílmes sátiras, como Apertem os cintos, o piloto sumiu e Pânico. Pena que nem todos os imitadores de Mel Brooks conseguem manter o seu nível de qualidade.
domingo, junho 27, 2010
Introdução à cibernética à venda
Já está à venda, na livraria Transa Amazônica, o meu livro Introdução à cibernética. O livro é indicado para estudantes de comunicação ou pessoas que se interessam sobre o assunto. A cibernética foi um paradigma, surgido na década de 1940, que via os fatos como fenômenos de comunicação e estudava a comunicação não só homem-homem, mas também homem-máquina ou máquina-máquina. Mais conhecida pela relação com a informática, a cibernética também influenciou a teoria da complexidade, de Edgar Morin, ao propor que o todo é maior do que a soma das partes.
quarta-feira, junho 23, 2010
A última frase de Danton
“Não vos esqueçais de mostrar a minha cabeça ao povo: é algo que vale a pena ver”.
Esta foi a última frase de Danton, depois de subir os degraus até a guilhotina.
Esta foi a última frase de Danton, depois de subir os degraus até a guilhotina.
História dos quadrinhos
O invencível Punho de Ferro
Gian Danton e Jeferson Nunes
No começo dos anos 70 o ocidente foi invadido pelo cinema de Hong Kong. O astro da pancadaria e filosofo Bruce Lee, era a cabeça de ponte da invasão chinesa dos cinemas ocidentais.
De olho no filão, a Marvel Comics lançou em Marvel Premiere #15, de maio de 1974, o personagem Punho de Ferro. Criado por Roy Thomas e Gil Kane o personagem se chamava, Daniel Rand filho de empresário norte-americano Wendell Rand que descobriu a mística cidade de Kun Lun. A cidade só se manifestava na Terra a cada 10 anos, e quando Daniel estava com 9 anos, ele, seus pais e o sócio Harold Meachum partiram em uma nova expedição para procurá-la.
Após matar os pais de Daniel, Harold voltou para tomar os negócios de Rand. O garoto consegue sobreviver, mas vaga perdido até encontrar a cidade, e, ao expressar seu desejo de vingança contra Harold, é treinado em artes marciais. Após 10 anos, quando a cidade volta a aparecer na Terra, Daniel, agora transformado no Punho de Ferro (Seu poder era concentrar sua força interior em um dos punhos, o tornando duro como ferro daí seu nome), volta à civilização para concretizar a sua vingança.
O personagem teve uma fase de sucesso quando foi produzido pela então promissora dupla de artistas John Byrne (desenhos) e Chris Claremont ( roteiros). Essa dupla entraria para a historia pela famosa série de histórias dos X-Men. Depois de algumas histórias solo (publicadas no Brasil pela editora Bloch em revista própria e depois pela Ed Abril em Herois da TV), Punho de Ferro teve a sua revista fundida com a de outro herói, Luke Cage o” herói de aluguel “ numa fase sem muito sucesso. Com a saída de Byrne, a revista foi cancelada.
Depois de anos como coadjuvante, o Punho de Ferro voltou aos planos da Marvel. Ganhou uma nova chance muito elogiada pelas mãos do ótimo roteirista Ed Brubaker e o competente desenhista David Aja. Existem até planos para um filme do personagem.
terça-feira, junho 22, 2010
Dunga em um dia de fúria
Engraçadíssimo vídeo do amigo Pablo Peixoto, um dos melhores humoristas do Brasil.
Ganhei!
Acabei de receber um e-mail com a notícia: fiquei em primeiro lugar no concurso e contos e crônicas da Geração Editorial. O prêmio são livros da editora, mas o interessante mesmo é ser publicado com destaque no site de uma das mais importantes editoras brasileiras. A editora fará um release sobre o prêmio. Assim que estiver pronto, eu publico aqui. Mas queria, desde já, dividir essa alegria com vocês.
Música caipira de verdade
Aqui perto um colégio estadual está realizando sua festa junina, e não tocou uma única música caipira. A festa está está totalmente desvirtuada. Então, vale lembrar as músicas que durante muitos anos foram trilha sonora das festas juninas e hoje estão quase esquecidas:
segunda-feira, junho 21, 2010
Os carrinhos UNO
O filósofo Manuel Castells diz que uma das características da sociedade em rede é a virtualidade real. Ou seja: o virtual passa a ser mais importante que o mundo concreto,geográfico. Exemplo disso é a propaganda do novo UNO. Muitos homens dizem que vão comprar o novo UNO justamente porque eles lhes lembram os carrinhos com os quais eles brincavam quando eram criança. Ou seja: o anúncio do carro faz sucesso porque o anúncio (inclusive a música) lembra a representação simbólica de um veículo.
Osvaldo e a crítica à indústria cultural
O uso de animais e/ou referências ao mundo natural é tema recorrente na indústria do entretenimento, seja em filmes, jogos e, principalmente, nos contos de fada, animações e quadrinhos. É difícil imaginar alguém que não conheça a figura de Mickey ou então do Gato de Botas e de outras tantas representações já feitas. Como Edgard Guimarães recorda na revista Osvaldo, em parceria com Antonio Eder, a necessidade do homem em dar características humanas ao animais vem de longa data. Tanto egípcios, gregos, mesopotâmios quanto outras culturas asiáticas tiveram suas figuras antropomórficas.
Osvaldo, criado pela dupla citada acima, não foge à regra, mas inova. O personagem é um coelho que durante longo período viveu em um laboratório, sendo submetido a diversos testes em favor dos humanos. Por sorte, as drogas que injetavam em Osvaldo não surtiram efeito, o que acabou por beneficiá-lo, pois os cientistas deixaram-no de lado para poderem explorar uma cobaia mais receptiva à reação química. Com o tempo ele conseguiu escapar e agora vive, em plenitude, suas aventuras.
É justamente uma dessas aventuras que a revista Osvaldo, editada pela Marca de Fantasia, apresenta. Leia mais no site da ANDA (Agência de Notícais dos Direitos dos Animais).
Passei!
Finalmente saiu o resultado: passei em primeiro lugar no concurso para professor de Comunicação Social da Universidade Federal do Amapá. Foi um mês dedicado de corpo e alma a esse concurso, preparando aulas, escrevendo artigos e lendo, lendo muito sobre os 10 assuntos da prova. No final, graças a Deus, tudo terminou bem.
Teaser de Anjo Purificador
Anjo Purificador é um conto meu, no gênero polícial-terror, publicado na revista virtual A Casa do Terror. E será transformado em filme. Com vocês, o teaser. Assim que tiver mais detalhes sobre a produção, eu divulgo aqui.
PURIFICAÇÃO from Felipe Dockhorn on Vimeo.
PURIFICAÇÃO from Felipe Dockhorn on Vimeo.
domingo, junho 20, 2010
Uma resenha do meu livro cultura pop
Publicado no site Shvoong:
A cultura pop é um dos temas mais pertinentes nos dias contemporâneos, apesar de sua gênese já se perder em algum lugar do século XIX e que engendrou novas possibilidades em nosso século XXI. Principalmente com relação às artes cênicas, gráficas e pictóricas.
E é justamente com o Teatro, o Cinema, a Literatura, os Quadrinhos, entre outras inúmeras formas midiáticas, que se destacam autores e obras que trabalham uma mensagem vanguardista, do Pop Art, de suas cabeças pensantes para o nosso prazer de conhecer novos mundos. Gian Danton é uma dessas pessoas que certamente deram esse salto. Em seu livro "Cultura Pop", encontrado no Virtualbooks, Gian Danton, pseudônimo de Ivan Carlo Andrade de Oliveira, analisa temas polêmicos como "antropofagia cultural" e semiótica. Tais pontos de vista se apresentam numa singular reflexão acerca das capacidades humanas (ou seriam inumanas?) de transpor os limites do academicismo das artes, em função dessa humana racionalidade a que Nietzsche se referiu, de entronizarmos uma nova idéia no reino do pensamento enquanto depomos outra, num incessante vir-a-ser do exercício da vontade.
Aliás, dessa análise antopófago-culturalista, reconhecemos a riqueza de nossa mistura nas artes e costumes, de uma visão quase insana( diria Nietzsche) de ritmos, valores e percepções. A que Danton denominou de uma semiologia da imagem, quando cita o caso da capa de um disco de Tom Zé. E assim, dessa maneira de representar a imagem do que não é permitido, de uma maneira criativa. Mas o apetite desse antropófago das letras, desse grande animal ruminante das idéias, ainda tem a fôlego para tratar de Marshal Mc Luhan, Stan Lee e Walt Disney, num capítulo em que ele estuda a construção de nosso cosmo: a Megalópole da Informação. A única coisa que não agrada é que o livro conta com apenas umas 30 páginas.
Mas é baixar para ver. Boa Leitura!
Clique aqui para baixar o livro.
A cultura pop é um dos temas mais pertinentes nos dias contemporâneos, apesar de sua gênese já se perder em algum lugar do século XIX e que engendrou novas possibilidades em nosso século XXI. Principalmente com relação às artes cênicas, gráficas e pictóricas.
E é justamente com o Teatro, o Cinema, a Literatura, os Quadrinhos, entre outras inúmeras formas midiáticas, que se destacam autores e obras que trabalham uma mensagem vanguardista, do Pop Art, de suas cabeças pensantes para o nosso prazer de conhecer novos mundos. Gian Danton é uma dessas pessoas que certamente deram esse salto. Em seu livro "Cultura Pop", encontrado no Virtualbooks, Gian Danton, pseudônimo de Ivan Carlo Andrade de Oliveira, analisa temas polêmicos como "antropofagia cultural" e semiótica. Tais pontos de vista se apresentam numa singular reflexão acerca das capacidades humanas (ou seriam inumanas?) de transpor os limites do academicismo das artes, em função dessa humana racionalidade a que Nietzsche se referiu, de entronizarmos uma nova idéia no reino do pensamento enquanto depomos outra, num incessante vir-a-ser do exercício da vontade.
Aliás, dessa análise antopófago-culturalista, reconhecemos a riqueza de nossa mistura nas artes e costumes, de uma visão quase insana( diria Nietzsche) de ritmos, valores e percepções. A que Danton denominou de uma semiologia da imagem, quando cita o caso da capa de um disco de Tom Zé. E assim, dessa maneira de representar a imagem do que não é permitido, de uma maneira criativa. Mas o apetite desse antropófago das letras, desse grande animal ruminante das idéias, ainda tem a fôlego para tratar de Marshal Mc Luhan, Stan Lee e Walt Disney, num capítulo em que ele estuda a construção de nosso cosmo: a Megalópole da Informação. A única coisa que não agrada é que o livro conta com apenas umas 30 páginas.
Mas é baixar para ver. Boa Leitura!
Clique aqui para baixar o livro.
sábado, junho 19, 2010
Psicopatas: um cérebro perverso 2
Uma pesquisa nos EUA demonstrou que os psicopatas têm dificuldade de identificar reações de tristeza, medo ou reprovação em rostos humanos.
Um psicopata da Califórnia saiu para comprar cerveja e, ao descobrir que havia esquecido a carteira em casa, pegou um pedaço de pau, bateu em um homem e levou o dinheiro dele.
Uma mulher deixou a filha de cinco anos ser estuprada pelo namorado. Ao ser perguntada por que deixou aquilo acontecer, ela respondeu simplesmente: "Eu não queria mais transar, então deixei que ele fosse com minha filha".
A ausência de medo da punição foi demonstrada por um experimento do psicólogo norte-americano Joe Newman, em 1987. No laboratório havia quatro montes de cartas. Sem que os jogadores soubessem, um deles estava premiado com cartas boas. Aos poucos, no entanto, a quantidade de cartas boas ia rareando até que escolher aquele monte passava a dar prejuízo. Pessoas comuns logo percebiam isso e deixavam de apostar naquele monte. Psicopatas, no entanto, continuavam tentando conseguir a recompensa anterior. "Crianças e adultos psicopatas continuam a ação mesmo repetidamente punidos", explica Newman.
Ou seja, não adianta punir ou ameaçar um psicopata. Se tiver oportunidade, ele fará tudo de novo.
Quando se fez passar por um famoso e violento policial de Curitiba, Marcelo Nascimento (aquele mesmo que se fez passar por filho do dono da gol) foi descoberto. O policial andou com ele um bom tempo, apontando sua arma para a cabeça do rapaz e fazendo roleta russa. Qualquer pessoa normal nunca mais pensaria em se fazer passar por outra pessoa, mas Marcelo já saiu do encontro pensando no próximo golpe que aplicaria.
Isso faz com que os psicólogos concordem num ponto: é impossível reabilitar um psicopata. Solto ele voltará aplicar golpes, ou a matar.
sexta-feira, junho 18, 2010
Uma teoria que explica os gênios judeus
Estudo diz que brilho intelectual de tantos judeus pode ser produto
da seleção natural
da seleção natural
Ruth Costas
O conceito de que algum grupo étnico pode ser, na média, mais inteligente que outro não é apenas politicamente incorreto, mas também uma das raízes do racismo moderno. Por isso, tornou-se uma daquelas hipóteses postas sob quarentena depois da II Guerra. Assim, estudos científicos que sugerem o contrário causam grande controvérsia. No início do mês, um grupo de cientistas da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, surgiu com uma hipótese polêmica, baseada na teoria da seleção natural das espécies, para um fato cuja natureza intriga os estudiosos de diversas áreas: a grande contribuição dos judeus à ciência, à filosofia, às artes, às finanças. Enfim, a todas as atividades humanas em que a inteligência é fator decisivo para o sucesso. Embora representem menos de 0,5% da população mundial, os judeus receberam 20% de todos os prêmios Nobel. Testes realizados com asquenazes, como são conhecidos os judeus originários da Europa Central e Oriental, constataram que a porcentagem dos que tinham QI acima de 140 pontos era cinco vezes maior do que entre o restante da população européia. Leia mais
Ps: Não há dúvida de que os judeus se destacaram nas mais variadas áreas do intelecto: a ciência, a música, a literatura, o cinema, os quadrinhos. Aparentemente, não existe uma única área em que não exista pelo menos um gênio judeu. Nos quadrinhos, todos os primeiros grandes mestres eram judeus, entre eles Stan Lee, Jack Kirby e Will Eisner. Eu sempre acreditei que isso era resultado mesmo de uma seleção natural: perseguidos durante milênios, só sobreviviam os melhores exemplares da espécie. Além disso, a religião judaica valoriza muito a educação (é preciso ter conhecimento para entender os textos sagrados), ao contrário da religião cristã, por exemplo, cujo foco é a fé. Genética, história e cultura se juntam para formar um povo que nos deu grandes gênios, como Einstein, Newton, Spielberg, Durkhein, os frankfurtianos, Freud e muitos outros.
quarta-feira, junho 16, 2010
3a Mostra de Design
Começa hoje a 3a Mostra de Design do CEAP. Veja abaixo um teaser de um dos trabalhos orientados por mim.
Revista Filosofia traz artigo meu sobre epicuristas
Já está nas bancas de Macapá a edição número 24 da revista Conhecimento Prático Filosofia (Escala). A revista traz uma matéria minha sobre os epicuristas com o título Em busca do prazer. A edição traz também um interessante artigo do amigo Matheus Moura sobre Quadrinhos filosóficos. Fica a dica.
HQM lança dois álbuns do Leão Negro
A HQM está lançando dois álbums do personagem Leão Negro, genial criação de Cynthia Carvalho e Ofeliano Almeida. Com histórias no estilo europeu, trata-se de leitura obrigatória. Veja os álbums lançados:
LEÃO NEGRO - VOLUME 3: HISTÓRIAS DE FAMÍLIA
LEÃO NEGRO - SÉRIE ORIGENS - VOLUME 2: O FILHOTE
LEÃO NEGRO - SÉRIE ORIGENS - VOLUME 2: O FILHOTE
Os dois lançamentos já estão à venda na Comix Book Shop, que distribui os títulos da HQM Editora para todo o Brasil. A loja fisíca está localizada à Avenida Jaú, 1998, em São Paulo. Fones: 11-3088-9116 ou 3061-3893.
A loja virtual pode ser acessada pelo endereço www.comix.com.br.
A loja virtual pode ser acessada pelo endereço www.comix.com.br.
Confira os previews em www.hqmeditora.com.br.
Professores e alunos do CCA não aceitam nova diretora
Os professore e alunos do colégio estadual Gabriel de Almeida Café, o famoso CCA, estão paralisados. Eles não aceitam a exoneração da Diretora e a nomeação da nova Diretora e prometem continua mobilizados enquanto a situação não for resolvida. O motivo da exoneração teria sido a foto do governador Pedro Paulo, que ainda não teria sido colocada na parede.
O Dicionário Marvel
Na década de 1980, todos os leitores de quadrinhos liam e colecionavam um brinde que vinha nas revistas Marvel da Abril. Era um Dicionário Marvel, uma obra que sintezava as informações sobre a grande editora da era de bronze. Mas a maioria não conseguiu reunir todas as páginas. Para esses, o blog Quadrinhos antigos está disponibilizando um scan com a obra completa, que vem até com capa. Para baixar, clique aqui.
terça-feira, junho 15, 2010
A Copa de 1982
O futebol no Brasil é uma espécie de obrigação nacional. Eu, embora não desdenhe do esporte, evito jogar para não provocar brigas entre amigos. É que, quando eu era criança, nas aulas de educação física, os times sempre brigavam por mim:
– Você fica com ele!
– Está doido? Prefiro ficar sem goleiro!
Logo o professor dessa emérita disciplina descobriu que a melhor forma de lidar com esse problema era me deixar no banco de reservas (às vezes eu levava um livro para passar o tempo e ficava lá, lendo, sob o olhar aliviado dos companheiros).
Então eu nunca tive muita razão para gostar de futebol, não sei data de jogos, não sei quem são os jogadores e sempre me espanto ao descobrir que o Corinthians, que estava em crise (o próprio presidente disse isso em um discurso), depois era campeão e agora está em crise de novo, num período de tempo que me parece muito pequeno. Isso, aliás, me dá a impressão de que o futebol muda mais que a ciência e a filosofia. Heráclito, para quem tudo está em constante mutação, devia ser técnico de futebol.
Mas, embora eu não goste de futebol, assisto a todos os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo. Na última Copa eu acordava de madrugada e ficava lá, torcendo e gritando de alegria quando um jogador marcava um gol.
Esse comportamento anômalo tem uma origem remota, na Copa de 1982. Qualquer um que tenha passado pela Copa de 82, por mais que não goste de futebol, bate ponto na Copa do Mundo.
Eu tinha apenas 11 anos na época e minha memória já não é mais a mesma, mas lembro que havia toda uma mística sobre a seleção. Dizia-se que era a melhor equipe de craques já reunida. Uma seleção de reis tendo como imperadores Sócrates e Zico. No imaginário popular, esses dois só perdiam para Pelé. Era a seleção canarinho, 120 milhões em ação. A música cantada por Júnior vendeu 600 mil cópias e era lembrado de cor por todos os garotos:
Voa, canarinho, voa
Mostra pra este povo que é rei
Voa, canarinho, voa
Mostra na Espanha o que eu já sei
Verde, amarelo, azul e branco
Formam o pavilhão do meu país
O verde toma conta do meu canto
Amarelo, azul e branco
Fazem meu povo feliz
E o meu povo
Toma conta do cenário
Faz vibrar o meu canário
Enaltece o que ele faz
Bola rolando
E o mundo se encantando
Com a galera delirando
Tô aqui e quero mais.
A empolgação era tanta que, antes e depois dos jogos eu e um amigo, igualmente perna-de-pau, arriscávamos uma pelada na rua. Isso, claro, antes de começar a transmissão. Nessa hora, todo mundo grudado na TV, o coração a mil.
Na época eu não podia perceber isso, mas hoje acredito que a esperança no escrete canarinho não era só futebolística. O Brasil estava saindo, muito lentamente, de uma Ditadura e começava a vislumbrar uma era de liberdade e isso era, de certa forma, repassado para o futebol. Se a vitória na Copa de 1970 servira aos militares, a Copa de 1982 serviria à democracia.
E as perspectivas eram as melhores possíveis. A seleção de craques e o futebol arte de Telê Santana fez 2 a 1 na União Soviética, 4 a 1 na Escócia, 4 a 0 na Nova Zelândia e 3 a 1 na Argentina. As goleadas empolgavam a torcida e na escola não se falava em outra coisa. Era impossível não acreditar que o Brasil seria campeão!
O próximo adversário era a Itália, uma equipe que na primeira fase empatara todos os jogos numa chave fraca com Peru, Polônia e Camarões (estreante na Copa e um país pobre, que logo angariou a simpatia dos brasileiros) e só passara para a segunda fase graças ao saldo de gols.
Seria moleza. Mas não foi. Paolo Rossi fez a diferença e três gols. O Brasil, irreconhecível, só conseguiu colocar a bola na rede duas vezes.
Para quem já se achava campeão, foi um balde de água fria. Lembro que o Jornal Nacional inteiro daquela noite foi sobre a derrota da seleção. A televisão mostrava imagens das pessoas chorando na rua e de fato, aonde eu ia, encontrava pessoas cabisbaixas, tristonhas.
A esperança na Copa, que àquela época se misturava com a esperança de democracia e de dias melhores, acabara nos pés de Paolo Rossi.
A partir daí, embora eu não gostasse de futebol, continuei acompanhado religiosamente as Copas do Mundo. Mas, nunca, nunca uma Copa foi tão emocionante quanto aquela. Como um amor que não se realiza, e por isso é o melhor de todos, a seleção de 1982 ficará eternamente marcada como a melhor de todas.
– Você fica com ele!
– Está doido? Prefiro ficar sem goleiro!
Logo o professor dessa emérita disciplina descobriu que a melhor forma de lidar com esse problema era me deixar no banco de reservas (às vezes eu levava um livro para passar o tempo e ficava lá, lendo, sob o olhar aliviado dos companheiros).
Então eu nunca tive muita razão para gostar de futebol, não sei data de jogos, não sei quem são os jogadores e sempre me espanto ao descobrir que o Corinthians, que estava em crise (o próprio presidente disse isso em um discurso), depois era campeão e agora está em crise de novo, num período de tempo que me parece muito pequeno. Isso, aliás, me dá a impressão de que o futebol muda mais que a ciência e a filosofia. Heráclito, para quem tudo está em constante mutação, devia ser técnico de futebol.
Mas, embora eu não goste de futebol, assisto a todos os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo. Na última Copa eu acordava de madrugada e ficava lá, torcendo e gritando de alegria quando um jogador marcava um gol.
Esse comportamento anômalo tem uma origem remota, na Copa de 1982. Qualquer um que tenha passado pela Copa de 82, por mais que não goste de futebol, bate ponto na Copa do Mundo.
Eu tinha apenas 11 anos na época e minha memória já não é mais a mesma, mas lembro que havia toda uma mística sobre a seleção. Dizia-se que era a melhor equipe de craques já reunida. Uma seleção de reis tendo como imperadores Sócrates e Zico. No imaginário popular, esses dois só perdiam para Pelé. Era a seleção canarinho, 120 milhões em ação. A música cantada por Júnior vendeu 600 mil cópias e era lembrado de cor por todos os garotos:
Voa, canarinho, voa
Mostra pra este povo que é rei
Voa, canarinho, voa
Mostra na Espanha o que eu já sei
Verde, amarelo, azul e branco
Formam o pavilhão do meu país
O verde toma conta do meu canto
Amarelo, azul e branco
Fazem meu povo feliz
E o meu povo
Toma conta do cenário
Faz vibrar o meu canário
Enaltece o que ele faz
Bola rolando
E o mundo se encantando
Com a galera delirando
Tô aqui e quero mais.
A empolgação era tanta que, antes e depois dos jogos eu e um amigo, igualmente perna-de-pau, arriscávamos uma pelada na rua. Isso, claro, antes de começar a transmissão. Nessa hora, todo mundo grudado na TV, o coração a mil.
Na época eu não podia perceber isso, mas hoje acredito que a esperança no escrete canarinho não era só futebolística. O Brasil estava saindo, muito lentamente, de uma Ditadura e começava a vislumbrar uma era de liberdade e isso era, de certa forma, repassado para o futebol. Se a vitória na Copa de 1970 servira aos militares, a Copa de 1982 serviria à democracia.
E as perspectivas eram as melhores possíveis. A seleção de craques e o futebol arte de Telê Santana fez 2 a 1 na União Soviética, 4 a 1 na Escócia, 4 a 0 na Nova Zelândia e 3 a 1 na Argentina. As goleadas empolgavam a torcida e na escola não se falava em outra coisa. Era impossível não acreditar que o Brasil seria campeão!
O próximo adversário era a Itália, uma equipe que na primeira fase empatara todos os jogos numa chave fraca com Peru, Polônia e Camarões (estreante na Copa e um país pobre, que logo angariou a simpatia dos brasileiros) e só passara para a segunda fase graças ao saldo de gols.
Seria moleza. Mas não foi. Paolo Rossi fez a diferença e três gols. O Brasil, irreconhecível, só conseguiu colocar a bola na rede duas vezes.
Para quem já se achava campeão, foi um balde de água fria. Lembro que o Jornal Nacional inteiro daquela noite foi sobre a derrota da seleção. A televisão mostrava imagens das pessoas chorando na rua e de fato, aonde eu ia, encontrava pessoas cabisbaixas, tristonhas.
A esperança na Copa, que àquela época se misturava com a esperança de democracia e de dias melhores, acabara nos pés de Paolo Rossi.
A partir daí, embora eu não gostasse de futebol, continuei acompanhado religiosamente as Copas do Mundo. Mas, nunca, nunca uma Copa foi tão emocionante quanto aquela. Como um amor que não se realiza, e por isso é o melhor de todos, a seleção de 1982 ficará eternamente marcada como a melhor de todas.
Morreu Al Wlliamson
Al Williamson, um dos melhores desenhistas de quadrinhos de todos os tempos, morreu domingo, dia 13, aos 79 anos.
Willianson nasceu em New York, no ano de 1931, mas logo sua família se mudou para a Colômbia, onde ele permaneceu até 1943. Durante a infância, All lia, basicamente, revistas em quadrinhos mexicanas com material mexicano e argentino. O quadrinho argentino iria influenciá-lo por muito tempo. Mas a sua grande inspiração foi o desenhista americano Alex Raymond. Willianson, ainda criança, assistiu uma fita do seriado de Flash Gordon e ficou encantado. A partir de então tornou-se absolutamente fã das histórias de Raymond. Quando voltou para os EUA, o garoto já se decidira que iria ser quadrinista. Assim, inscreveu-se na escola de Arte Visual, de Burne Hogart, desenhista de Tarzan. All era um bom aluno, mas o atrito entre os dois era inevitável: Hogart insistia que os alunos seguissem o seu estilo, e All preferia seguir o estilo de Alex Raymond. Apesar das desavenças, Hogart chegou a dar três páginas dominicais para que o jovem desenhista as trabalhasse a lápis.
Depois disso, All Willianson foi desenhando várias histórias até se tornar um dos desenhistas mais importantes dos anos 50 e 60 nos EUA. Entre 1952 e 55 ele trabalhou na EC Comics, que foi a meca dos quadrinhos de qualidade nos EUA antes de ser perseguida pelo marchatismo. Depois disso, fez trabalhos a Warren (cujas histórias saiam no Brasil na extinta Kripta). Mas em 1966 o garoto que adorava os seriados de Flash Gordon teve a oportunidade de desenhar o seu herói. All Willianson desenhou três números da revista Flah Gordon (algumas dessas histórias saíram no Brasil em revistas da RGE). Foi o bastante para demonstrar que ele era o seguidor mais talentoso de Alex Raymond. Tanto que a King Features Syndicates o chamou para desenhar as tiras de Agente Secreto X9, outro personagem criado por Raymond.
Os roteiros ficaram a cargo de Archie Goodwin. Goodwin tem uma característica interessantes. É um desses roteiristas que não conseguem trabalhar com super-heróis (suas histórias no gênero são sofríveis), mas que se movimenta muito bem no gênero policial. As histórias criadas por Goodwin para X-9 estão entre os melhores quadrinhos policiais de todos os tempos e são, inclusive melhores que algumas das histórias de Dashiell Hammett, que escrevia o personagem na época em que Alex Raymond desenhava.
Goodwin e Willianson reformularam completamente o personagem, dando à tira um toque de espionagem. O nome da tira, inclusive, foi mudado para Agente Secreto Corrigan. A dupla esteve a cargo do personagem de 1967 até 1980. Depois disso All Willianson fez poucos trabalhos pessoais e chegou até mesmo a fazer arte-final para John Romita Jr quando este desenhava o Demolidor. O que é lamentável, pois, embora Romita não seja um desenhista ruim, seu traço é bastante simples e não chega nem de longe à sofisticação de Willianson.
All Willianson começou a desenhar X-9 numa época em que o feminismo estava em alta e, da revolução sexual parecia estar surgindo uma nova mulher. Seus desenhos refletem isso. As moçoilas que contracenavam com o agente secreto Corrigan não eram simples coadjuvantes, prontas a pedir socorro ao menor sinal de perigo. Ao contrário, eram mulheres liberadas e valentes. Willianson as fazia vestidas com calças justas e botas, mas ainda assim elas continuavam extremamente femininas.
Outro trabalho importante do desenhista, até hoje lembrado pelos fãs, foi a quadrinização dos primeiros filmes da série Guerra nas Estrelas.
Willianson nasceu em New York, no ano de 1931, mas logo sua família se mudou para a Colômbia, onde ele permaneceu até 1943. Durante a infância, All lia, basicamente, revistas em quadrinhos mexicanas com material mexicano e argentino. O quadrinho argentino iria influenciá-lo por muito tempo. Mas a sua grande inspiração foi o desenhista americano Alex Raymond. Willianson, ainda criança, assistiu uma fita do seriado de Flash Gordon e ficou encantado. A partir de então tornou-se absolutamente fã das histórias de Raymond. Quando voltou para os EUA, o garoto já se decidira que iria ser quadrinista. Assim, inscreveu-se na escola de Arte Visual, de Burne Hogart, desenhista de Tarzan. All era um bom aluno, mas o atrito entre os dois era inevitável: Hogart insistia que os alunos seguissem o seu estilo, e All preferia seguir o estilo de Alex Raymond. Apesar das desavenças, Hogart chegou a dar três páginas dominicais para que o jovem desenhista as trabalhasse a lápis.
Depois disso, All Willianson foi desenhando várias histórias até se tornar um dos desenhistas mais importantes dos anos 50 e 60 nos EUA. Entre 1952 e 55 ele trabalhou na EC Comics, que foi a meca dos quadrinhos de qualidade nos EUA antes de ser perseguida pelo marchatismo. Depois disso, fez trabalhos a Warren (cujas histórias saiam no Brasil na extinta Kripta). Mas em 1966 o garoto que adorava os seriados de Flash Gordon teve a oportunidade de desenhar o seu herói. All Willianson desenhou três números da revista Flah Gordon (algumas dessas histórias saíram no Brasil em revistas da RGE). Foi o bastante para demonstrar que ele era o seguidor mais talentoso de Alex Raymond. Tanto que a King Features Syndicates o chamou para desenhar as tiras de Agente Secreto X9, outro personagem criado por Raymond.
Os roteiros ficaram a cargo de Archie Goodwin. Goodwin tem uma característica interessantes. É um desses roteiristas que não conseguem trabalhar com super-heróis (suas histórias no gênero são sofríveis), mas que se movimenta muito bem no gênero policial. As histórias criadas por Goodwin para X-9 estão entre os melhores quadrinhos policiais de todos os tempos e são, inclusive melhores que algumas das histórias de Dashiell Hammett, que escrevia o personagem na época em que Alex Raymond desenhava.
Goodwin e Willianson reformularam completamente o personagem, dando à tira um toque de espionagem. O nome da tira, inclusive, foi mudado para Agente Secreto Corrigan. A dupla esteve a cargo do personagem de 1967 até 1980. Depois disso All Willianson fez poucos trabalhos pessoais e chegou até mesmo a fazer arte-final para John Romita Jr quando este desenhava o Demolidor. O que é lamentável, pois, embora Romita não seja um desenhista ruim, seu traço é bastante simples e não chega nem de longe à sofisticação de Willianson.
All Willianson começou a desenhar X-9 numa época em que o feminismo estava em alta e, da revolução sexual parecia estar surgindo uma nova mulher. Seus desenhos refletem isso. As moçoilas que contracenavam com o agente secreto Corrigan não eram simples coadjuvantes, prontas a pedir socorro ao menor sinal de perigo. Ao contrário, eram mulheres liberadas e valentes. Willianson as fazia vestidas com calças justas e botas, mas ainda assim elas continuavam extremamente femininas.
Outro trabalho importante do desenhista, até hoje lembrado pelos fãs, foi a quadrinização dos primeiros filmes da série Guerra nas Estrelas.
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