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A horda se juntara ao redor da
porta e a pressionava irracionalmente. Do outro lado do vidro, Edgar, Jonas e
Alan viram as dezenas de pessoas se contraindo contra o vidro, esmurrando-o,
jogando-se contra ele.
- É blindex. – disse Edgar. Mas
não sei quanto tempo vai aguentar.
Jonas se virou para Alan e o empurrou.
- Está vendo o que fez, idiota?
Agora todos nós estamos em risco!
Alan encarou-o, os olhos
crispando, e devolveu o empurrão.
- Eu sou o idiota? Quem foi o
gênio que teve a ideia de matar dezenas de zumbis?
- Eles poderiam subir!
- Porra, era só fechar a maldita
porta com essa tranca de madeira! Eles nunca iam tentar subir.
- Isso você diz!
- Os dois parem! Melhor continuar
o show lá dentro. Pouco me importa quem está com a razão, mas a briga de vocês
está deixando os zumbis ainda mais descontrolados.
Quando entraram no saguão do
primeira andar, os outros estavam esperando por eles. Sofia correu e abraçou
Edgar, enquanto Dani fez o mesmo com Alan.
- Deu errado? – perguntou Zu.
- Sim, muito errado. – respondeu
Jonas.
- Eu imaginei que daria. Mas os
machões não iam me dar ouvidos...
Edgar pegou a menina nos braços:
- Escutem, Jonas tinha suas
razões. De fato, os zumbis lá embaixo seriam sempre um perigo...
- E agora são um perigo ainda
maior. – atalhou Alan.
- Não é hora de discutirmos se
alguém estava certo ou errado. O que temos que decidir é o que fazer agora.
- Vamos ter que isolar o primeiro
andar. – concluiu Jonas. Há o acesso das escadas e das escadas rolantes.
Edgar concordou:
- Sem dúvida. Podemos empilhar
cadeiras e outras coisas, principalmente nas escadas. As escadas rolantes são
menores e mais fáceis de defender. Podemos deixar uma proteção menor nelas,
caso seja necessário descer ao primeiro andar.
Os outros concordaram com
resmungos e em seguida começaram a procurar nas lojas ou corredores qualquer
coisa que pudesse ser usada para bloquear as escadas normais: cadeiras, mesas,
stands, qualquer coisa que pudesse ser carregada e colocada como obstáculo.
Passaram a manhã nisso. Já próximo
à hora do almoço, Dani se aproximou da janela de vidro e espantou-se:
- Ei, vocês! Venham ver isso!
O grupo correu para a imensa
janela de vidro e o que viram parecia surreal: um mendigo percorria a rua
totalmente vazia, alheio a tudo. Vinha despreocupado, segurando um cajado, como
se não houvesse qualquer tipo de risco.
- Precisamos chamar ele. – decidiu
Zu.
Dani fez uma careta:
- Um mendigo?
- É um sobrevivente. Temos que
chamá-lo.
Edgar coçou o queixo:
- Temos que pensar nisso. Roberto
nos mostrou que não devemos nos aproximar de todos os sobreviventes. Alguns
deles podem ser mais perigosos que os zumbis lá embaixo.
- Melhor decidirem logo. Ele está
indo embora. – anunciou Alan, olhando pela janela.
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