terça-feira, novembro 21, 2017

Batman, a série da década de 1960

Um dos maiores fenômenos da década de foi o seriado do Batman protagonizado por Adam West no papel de herói e Burt Ward como Robin.
O responsável por esse sucesso foi o produtor William Dolzier. Ele nunca havia lido um gibi e, quando os direitos do personagem cairam no seu colo, ele decidiu que transformaria o seriado em uma comédia. O produtor colocou no papel principal o desconhecido ator Adam West, que nitidamente estava fora de forma, com uma barriguinha proeminente. Além disso, introduziu clichês dos seriados de matinês, como o gancho no final do episódio com os heróis prestes a morrer em alguma arapuca, com a linguagem de quadrinhos e a estética da pop art. Essa mistura foi bem aceita pela público da época. Na estreia o programa teve quase 50% da audiência. Depois o seriado seria badalado até pelo famoso artista Andy Warrol. 
O sucesso foi tanto que os astros da época disputavam a tapa uma oportunidade de aparecer na série; senão como vilão especialmente convidado ou na janela de um prédio que a dupla estivesse a escalar. Deram as caras, nesse quadro, grandes nomes da época como Sammy Davis Jr, Jerry Lewis e até o Papai Noel.
Esses convidados ganhavam mais do que os protagonistas. Aliás, todo mundo ganhava mais que o Robin. Ward, que fazia o garoto prodígio, ganhava menos do que o mínimo para um ator. Até o dublê que o substituía nas poucas cenas de perigo recebia mais do que ele. 
Os problemas do pobre Robin não acabavam aí: o estrelismo de West fazia com que ele improvisasse várias falas, tentando chamar a atenção para si, o que atrapalhava Ward. Além dia a Liga Católíca pela decência reclamou que o calção deixava proeminente demais o órgão sexual do parceiro mirim. Não é à toa que a frase predileta do garoto prodígio fosse “Santa qualquer coisa Batman!”, como: Santo problema, Batman ou Santa confusão, Batman.
O tom era mesmo de comédia. Em um dos episódios, Batman tenta se livrar de uma bomba preste a explodir, mas sempre há algo na frente, seja um casal de namorados, um grupo de freiras, ou uma família de patos. No final, ele solta a pérola: em certos dias é difícil se livrar de uma bomba.
Apesar do grande sucesso, o seriado foi perdendo audiência  e chegou a ser odiado pelos fãs. Os quadrinhos do homem-morcego chegaram até mesmo a ficar mais sombrios na década de 1970, exatamente para distanciar os gibis dessa série cômica.
Odiada por muito, adorada por outros, essa série marcou a infância de muita gente.

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