A – FAÇA UMA
PERGUNTA BÁSICA
Algo importante a ser
lembrado quanto ao questionário é definir exatamente o que se quer saber com o
questionário ou a entrevista. O ideal é elaborar uma pergunta básica que será
desmembrada em várias outras perguntas. Para quem já fez o projeto de pesquisa,
essa pergunta básica é o problema.
Importante: todas as
perguntas devem ter relação com a pergunta básica.
Alguns exemplos de perguntas básicas:
O candidato X tem chances
de ser eleito?
Qual a opinião do corpo
acadêmico sobre a diretora da escola Y?
B – TODAS AS
PERGUNTAS DEVEM TER RELAÇÃO COM A PERGUNTA BÁSICA
Não faça perguntas só por
curiosidade. As perguntas devem estar relacionadas ao assunto que está sendo
pesquisado e, portanto, com a pergunta básica.
Nos exemplo de uma pesquisa que pretende medir as chances do
candidato X ser eleito, perguntar se o eleitor confia nos políticos é
irrelevante. Não é isso que se quer saber e, portanto, essa pergunta não terá
nenhuma utilidade para a pesquisa.
No segundo exemplo, não faz sentido algum perguntar se os
alunos concordam com a maneira como são escolhidos os diretores de escola.
Afinal, a pesquisa quer saber a opinião sobre a atuação da diretora.
C – A PERGUNTA
BÁSICA DEVE SER DESTRINCHADA EM OUTRAS PERGUNTAS
A pergunta básica é sempre uma pergunta genérica, que envolve
vários fatores. O ideal é descobrir quais são esses fatores e desenvolver
perguntas a partir deles. Por exemplo, no caso da pesquisa eleitoral, vários
aspectos influenciam na aceitação de um candidato: o candidato passa
credibilidade? Ele se veste corretamente? Ele é simpático? As pessoas conhecem
seu plano de governo e, se conhecem, concordam com ele? O candidato sabe se
expressar em público? Os antecedentes do candidatos são positivos?
D – CADA ITEM
DEVE TER UMA SÓ PERGUNTA
Não misture assuntos em uma só pergunta, nem faça mais de
uma pergunta de uma só vez.
Por exemplo:
Você acha que o candidato X passa jovialidade e
credibilidade?
Joviabilidade e credibilidade não são valores tão
relacionados que possam ser unidos em uma só pergunta. Diante de um questionamento
assim, o informante não sabe o que fazer. E, diante de sua resposta, mesmo o
pesquisador ficará em dúvida. Se a resposta foi sim, o informante quis dizer
que acha que o candidato tem jovialidade e credibilidade, ou só joviabilidade
ou só credibilidade?
Um outro exemplo:
Você acha que a Secretaria de Educação deve oferecer aos professores
atividades complementares, como cursos de atualização, no período de férias?
Leia com atenção. Há três perguntas aí. O ideal era destrinchar
cada item em uma só pergunta:
Você acha que a Secretaria de educação deve oferecer atividades
complementares aos professores?
Você acha que essas atividades poderiam ser cursos?
Você acha que esses cursos poderiam ser no período das
férias?
E – EVITE
PERGUNTAS TENDENCIOSAS
Algumas perguntas, por si só, levam a determinada resposta.
Elas devem ser evitadas, pois o que se quer não é confirmar as opiniões do
pesquisador, mas saber a opinião do informante.
Alguns exemplos de perguntas tendenciosas:
Você acha que a falta de
materiais áudio-visuais prejudica a qualidade das aulas?
Você acha que a falta de estrutura da feira dificulta as
atividades dos feirantes?
Nos dois casos acima, a pergunta está influenciando a
resposta.
F – CUIDADO COM
O REPERTÓRIO DO INFORMANTE
O repertório é o conjunto de informações que uma pessoa tem
e que usa para decodificar uma mensagem. O repertório de um estudante é
diferente de um professor, assim como o repertório de uma criança é diferente
do repertório de um adulto. Faça perguntas de acordo com o repertório das
pessoas que vão responder ao questionário.
G – DADOS DO
INFORMANTE
É comum em questionários pedir alguns dados do informante,
como idade, sexo, nível de renda e escolaridade. Essas perguntas devem ser
feitas se forem importantes para a pesquisa. Por exemplo, em uma pesquisa sobre
pobreza em um bairro periférico, informações sobre nível de renda e
escolaridade são importantíssimas.
Pedir o nome do informante pode não ser aconselhável, especialmente
se isso puder criar algum possível constrangimento. Em uma pesquisa sobre o
nível de satisfação dos alunos e professores com relação ao diretor de uma
escola, muitos alunos e professores podem não ser sinceros se souberem que suas
respostas poderão ser descobertas. Nesse caso, o anonimato é essencial.
H – TESTE O
QUESTIONÁRIO
Antes de aplicar o
questionário, teste-o entrevistando uma pessoa do universo que será pesquisado.
Por exemplo, se os informantes forem lixeiros, faça o teste com um lixeiro.
Esse teste serve para demonstrar se o questionário está correto e se o nível
das questões está de acordo com o repertório do informante.
I –
APRESENTE-SE, EXPLIQUE O OBJETIVO DO QUESTIONÁRIO E O QUE SE ESPERA DO
INFORMANTE
Ao
aplicar o questionário, não se esqueça de algumas regras básicas de educação.
Identifique-se, explique ao informante o objetivo do questionário e o que se
espera dele. Se for fazer a pesquisa em uma instituição ou empresa, não se
esqueça antes de pedir permissão da direção da instituição. Isso pode evitar algumas dores de cabeça.
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