Pateta faz história é
uma coleção criada pelo argentino Jaime Diaz na década de 1970. Foi um pedido
da Disney, já que a editora americana, a Western, não estava dando conta da
demanda internacional. Diaz imaginou uma série revolucionária, a começar por
colocar o Pateta como protagonista, deixando o Mickey como personagem secundário
(o que tornou a série muito mais interessante). Além disso, a diagramação era
inovadora, com partes do cenário formando molduras dos quadrinhos.
Foi um sucesso mundo a
fora. No Brasil foi lançado em 1978 pela editora Abril. A mesma Abril voltou a
publicar a série em 2011, agora em formatinho, com textos de Marcelo Alencar. Os
textos traziam a biografia dos cientistas, artistas, reis e aventureiros
homenageados nas histórias, dando uma contextualização para as HQs.
Em 2017 a Abril voltou
a publicar a coleção, agora em volumes de capa dura e média de 350 páginas e
oito histórias por volume.
Certamente muitos dos
que compraram em 2011 vão comprar também esta nova edição, em especial graças
ao belíssimo trabalho gráfico, com título em alto relevo prateado, boa encadernação
(por alguns lançamentos mais recentes parecia que a Abril tinha perdido a prática
de encadernar seus volumes Disney), papel de boa qualidade – ou seja, volumes
de colecionador.
O nível das histórias é
variado. Há verdadeiras obras-prima de roteiro e desenho, há outras que se
destacam pelo roteiro e outras que se destacam pelo desenho. Há histórias que
valem a pena apenas por conta da piada final, como a de Tutacamon Pateta, que manda
construir um monumento, um enorme boneco, mas no final só o que sobrevive é o
chapéu em forma de pirâmide após todo o resto ser coberto pela areia.
De toda a coleção, o
meu predileto é Louis Pasteur, escrito por Tom Yakutis, o melhor roteirista da
série (também responsável pelas histórias de Ascenção e queda do império romano
e Gengis Khan, entre outros). Yakutis consegue ser engraçado e, ao mesmo tempo,
repassar as informações básicas sobre o biografado.
Ao escrever a
biografia do grande cientista, que revolucionou a ciência ao descobrir a ação
dos microorganismos, o roteirista consegue misturar fatos científicos reais
(como a proliferação de bactérias no leite, que faz com que ele azede) com
piadas memoráveis: ao colocar fogo na própria casa, Pateta descobre uma garrafa
de leite que não azedou e concluí que as bactérias morrem se você colocar fogo
numa casa!!!! Há até mesmo uma lição de lógica indutiva: o Pateta bate na própria
cabeça com uma marreta 7504 vezes e em todas as vezes doeu bastante, assim é
razoável presumir que se bater novamente no mesmo lugar a dor se repetirá!
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