Os Ciganos sempre foram perseguidos na Europa. Da mesma forma que os judeus, eles formavam uma espécie de párias dentro da sociedade. Um dos aspectos que fez com que eles ganhassem uma péssima imagem foi o fato deles lidarem com profissiões mal-vistas pela igreja católica, ligadas ao entretenimento (músicos, dançarinos e advinhos), à morte (açougueiros) e à sujeira (ferreiros). Na Idade Média, dizia-se que os pregos que prenderam Jesus na cruz tinham sido feitos por um cigano.
Precoceitos desse tipo motivaram várias perseguições. Quando a Penísula Ibérica foi retomada dos árabes, os ciganos foram expulsos de lá. No século 16, eles também foram expulsos da França. Um lei inglesa proibia ser cigano. Nas Balcãs e na Romênia eles foram transformados em escravos.
Os nazistas se apropriaram dessa tradição ao perseguirem os ciganos, mas os antropólogos alemães se depararam com algo inesperado: o fato dos ciganos serem descendentes dos arianos. Seriam, na verdade, arianos que teriam voltado para a Europa depois de terem ido para o Oriente.
Esse dilema foi resolvido pelo professor Hans Gunter, que escreveu: “Os ciganos retiveram na verdade alguns elementos da sua origem nórdica, mas eles descendem das classes mais baixas da população dessa região. No decurso da sua migração, eles absorveram o sangue dos povos circundantes, tornando-se assim uma mistura racial oriental, asiática-ocidental com uma adição de ascendência indiana, centro-asiática e europeia”.
Em outras palavras, os ciganos eram arianos decandentes, rebaixados pela mistura racial e, como tal, deveriam ser também perseguidos.
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