Vincent Van Gogh foi um dos mais importantes artistas de todos os
tempos. Sua forma única de ver a natureza abriu caminho para o surgimento da
arte moderna. É tão famoso que é muito raro alguém que nunca tenha visto uma
pintura sua. No entanto, ele morreu pobre e em vida só conseguiu vender um único
quadro. É essa trajetória que é contada no filme Com amor, Van Gogh, dirigido
por Dorota Kobiela e Hugh Welchman.
A estratégia usada para colocar na tela a vida do pintor é
absolutamente inovadora e deslumbrante: uma animação que emula o estilo de Van
Gogh. É como se os quadros do mestre ganhassem vida, o que, aliás, acontece em
diversas sequências, que começam com quadros famosos do pintor.
Mas esse deslumbre visual de nada valeria sem um bom roteiro. E o
roteiro, de autoria dos diretores, é perfeito: o filho do carteiro que
entregava as cartas de Van Gogh é incentivado pelo pai a entregar a última
carta do pintor para seu irmão. Com isso, ele acaba se encontrando com as pessoas
que conviveram com ele e reconstitui seus últimos dias.
A história é narrada assim, quase como se fosse uma investigação
policial, o que certamente agradará até mesmo os expectadores menos
interessados no aspecto artístico. Os diálogos são afinados, cirúrgicos e, ao
mesmo tempo, reveladores. Eles conseguem contar muito sobre a vida e a
personalidade do pintor sem serem didáticos.
Com amor, Van Gogh é um filme obrigatório para amantes da arte.
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