Paris é um principais
pontos turísticos do mundo. E não é para menos. São tantas atrações que para
ver tudo seria necessário um mês. Mas é possível conhecer os principais em uma
semana.
Uma das dicas é
otimizar o tempo, aproveitando que alguns locais são próximos. Por exemplo, o Arco
do triunfo fica em uma ponta e na outra o Obelisco, a Praca da Concórdia e o Jardim
de Tulheiras. E, entre os os dois, a Champ Elysees. Assim, é possível fazer
todos esses no mesmo dia, saindo do arco. Perto da praça da Concórdia fica o
museu do Louvre.
A dica é dar uma
olhada no mapa e traçar um roteiro com pontos próximos para fazer no mesmo dia.
O metrô custa 2 euros
e corta toda a cidade. O ticket tem validade de uma hora. Não jogue fora. Você
vai precisar dele para sair (e nas poucas vezes que vimos um funcionário, foi
para pedir para ver o ticket – se você tiver jogado fora o mesmo, deve pagar
uma multa). Nem sempre compensa. Para ir do Arco do Triunfo para o Obelisco,
por exemplo, você vai ter que pegar o metrô, descer em outra estação e fazer conexão.
No final, o tempo gasto será quase equivalente a ir a pé.
Aliás, cuidado com o
metrô. O local é cheio de batedores de carteira. Minha filha foi roubada lá.
Abriram a bolsa dela e por pouco não levam também o passaporte. Ao contrário de
São Paulo, em que o metrô é um dos locais mais seguros da cidade, com vários
seguranças e câmeras, no metrô de Paris é praticamente impossível encontrar um
segurança ou um policial. É difícil até mesmo encontrar funcionários que possam
dar informações.
Aliás, os batedores
de carteira são comuns até em pontos turísticos famosos, como o Museu do Louvre
e o palácio de Versalhes. Há várias placas indicando para que os visitantes
tenham cuidado com seus pertences.
Outro golpe comum é pedir doações para uma suposta instituição de caridade. Enquanto a vítima preenche seus dados em uma prancheta, os ladrões mexem nos seus bolsos em busca de dinheiro
Outro golpe comum é pedir doações para uma suposta instituição de caridade. Enquanto a vítima preenche seus dados em uma prancheta, os ladrões mexem nos seus bolsos em busca de dinheiro
Isso explica porque é
tão comum encontrar turistas com pochetes cruzadas no peito: é uma forma
segura de guardar objetos de valor.
A arquitetura da cidade é uma atração por si só. |
Os hotéis costumam
cobrar por fora pelo café da manhã. Não vale a pena. O café é o famoso baguete,
manteiga, café, leite (pouco) e um suco industrial. Os brasileiros, acostumados
com o nosso baguete vão estranhar: o francês é um pão duro e seco.
Por um preço muito
mais baixo você consegue um capuccino, um suco de laranja natural etc em locais
como o Carrefour ou Franprix. Há vários no centro, com máquinas de café e de
suco, feito na hora. O suco de laranja deles, aliás, é uma delícia. Não saia da
França sem experimentar. Se onde você estiver não houver nenhum dos dois, coma
em cafés, ainda são mais baratos que os hotéis. Esses locais, aliás, são uma
boa opção para quem está com pouco dinheiro: é possível comprar várias comidas
prontas (há micro-ondas para esquentar) e montar uma salada, por exemplo.
Os franceses andam com o pão baguete na mochila. |
O baguete, a
propósito, é uma instituição nacional. As pessoas compram e andam com eles para
cima e para baixo. A embalagem de papel não cobre todo o pão, de modo que
metade dele fica aparecendo. Vimos várias pessoas no metrô com baguete na
mochila, metade dele do lado de fora.
Prepare-se para
filas. Locais turísticos como o Louvre e Versalhes têm filas imensas (no
castelo a média é de mais de duas horas de espera). Muitas pessoas levam o
baguete ou um sanduíche para comer na fila, enquanto esperam para entrar.
Mas, além dos pontos
mais convencionais, há vários outros, menos concorridos. Igrejas, por exemplo.
Se a fila para entrar na catedral de Notre Dame, quando ela estava aberta, era
imensa, é possível entrar em belíssimas igrejas góticas que pouca gente visita
sem nenhuma dificuldade.
Abaixo alguns dos
pontos turísticos.
Palácio de Luxemburgo
Um belíssimo palácio que foi residência da mãe de Luís XIII.
Construído no século XVII, é uma bela construção, com jardim imenso, muito
frequentado por franceses e turistas. É possível também apreciar os típicos
crepes franceses. Em um dos pontos do palácio é possível ver bustos em
homenagem a grandes pintores franceses.
O palácio fica próximo ao Panteão, então, programe-se para visitar
os dois no mesmo dia.
Panteão
O Panteão era originalmente uma igreja dedicada a Santa Genoveva.
Quando eclodiu a Revolução Francesa, o prédio foi transformado em um ponto
histórico, onde são enterrados os grandes nomes franceses. Voltaire e Rousseau
estão enterrados lá, um de frente para o outro. Ali também está o túmulo do
famoso escritor Victor Hugo.
A arquitetura neo-clássica, por si só já é digna de nota, mas o local tem muitos outros atrativos. O edifício é no formato de uma cruz grega e tem várias pinturas e estátuas, inclusive dois conjuntos frente a frente: um em homenagem a Rousseau, outro em homenagem a Voltaire.
A arquitetura neo-clássica, por si só já é digna de nota, mas o local tem muitos outros atrativos. O edifício é no formato de uma cruz grega e tem várias pinturas e estátuas, inclusive dois conjuntos frente a frente: um em homenagem a Rousseau, outro em homenagem a Voltaire.
O altar foi ocupado por uma homenagem à Marianne, a deusa da razão e da liberdade. |
A nave principal é curiosa: o altar foi substituído por um
monumento em homenagem à revolução francesa (é possível ver, entre as estátuas,
Danton, saudando Marianne, a deusa da razão e da liberdade). Um pouco antes
temos o Pêndulo de Foucault, a experiência realizada por Jean Bernard Léon Foucault
para demonstrar a rotação da terra.
O panteão é uma verdadeira viagem pela história e ciência francesas.
O panteão é uma verdadeira viagem pela história e ciência francesas.
Ao lado do Panteão é possível visitar a belíssima a igreja
Saint-Étiene-du-Mont, onde estão guardados os restos mortais de Santa Genoveva
e do filósofo Blaise Pascal. Em estilo neo-clássico, a igreja se destaca também
pelos belíssimos vitrais.
A fachada de pedra da catedral não foi afetada pelo fogo. |
Catedral de Notre Dame
A Catedral está fechada ao público depois do incêndio, mas vale a
visita. O fogo não danificou a estrutura que pode ser vista de fora. É um dos
mais belos exemplos de arquitetura gótica, com as portas repletas de esculturas
e as gárgulas. É o tipo de construção para ser apreciada em detalhes, por um
longo tempo, pois há muita coisa para ver, mesmo na parte externa. A catedral
fica numa pequena ilha, no meio do rio Sena, que corta a cidade, e divide a
cidade.
Há várias lojinhas de lembrança nas redondezas. Uma dica: quanto
mais distante da catedral, menores são os preços.
Próximo à catedral de Notre Dame há o hotel del Ville, outro ótimo
exemplo da arquitetura francesa.
Museu das armas
Originalmente criado como um hospital para os soldados que
voltavam da guerra (estes podiam inclusive passar a morar no local), o palácio
foi transformado em museu de guerra. Nos guias turísticos aparece como Museu
dos inválidos, mas os parisienses só conhecem como Museu das armas. Para quem
gosta de história é um local obrigatório.
As salas são temáticas mostrando como eram as guerras desde a
pré-história à II Guerra Mundial. E não se trata de réplicas. Há armaduras
etruscas, pontas de lanças da pré-história, armaduras gregas.
A parte dedicada à Idade Média é impressionante, com centenas de armaduras. Além das armaduras convencionais é possível ver armaduras infantis e para cavalos. A parte dedicada à primeira guerra mundial traz uniformes, armas, maquetes de trincheiras. Na seção da II Guerra Mundial há até um enorme míssil.
O Museu tem muitas armaduras antigas, inclusive etruscas e gregas. |
A parte dedicada à Idade Média é impressionante, com centenas de armaduras. Além das armaduras convencionais é possível ver armaduras infantis e para cavalos. A parte dedicada à primeira guerra mundial traz uniformes, armas, maquetes de trincheiras. Na seção da II Guerra Mundial há até um enorme míssil.
O palácio de Versalhes é o mais esplendoroso exemplo de arquitetura maneirista. Foi construído a mando de Luís XIV para abrigar os nobres que estavam perdendo seus feudos – e portanto seu poder – para o rei. Em troca, Luís XIV lhes oferecia um emprego na corte: muitas vezes esse emprego era apenas abotoar o vestido da rainha.
Para isso ele transformou o pavilhão de caça de seu pai no mais luxuoso palácio do mundo. Esse luxo já pode ser observado no portão de entrada, todo revestido de ouro.
A galeria dos espelhos é o local mais luxuoso do palácio |
O ponto alto do palácio é a galeria dos espelhos, um salão de quase oitenta metros de extensão com 17 janelas, na frente de cada uma das quais há um enorme espelho (os espelhos na época eram caríssimos), que, junto com os candelabros criam um efeito de luz impressionante – fora as belíssimas estatuas. No palácio viviam, além do rei e da rainha, dois mil nobres em eterno luxo e festas.
A cama do rei: o despertar do soberano era um espetáculo. |
O despertar e o recolher do rei eram assistidos por centenas de cortesão, em rituais tão importantes para a corte quanto o nascer do sol. Cada refeição do rei exigia a presença de quase 500 pessoas. O lago artificial era tão grande que permitia que os nobres passeassem em gôndolas. Era tanta água que para encher o lago foram necessários 30 mil soldados. Os gastos excessivos de Versalhes, aliados às dividas com a guerra, levaram o povo à penúria, provocando a revolução francesa.
O Louvre reúne algumas das obras de arte mais famosas de todos os tempos. |
Museu do Louvre
Uma dica: compre ingresso antecipado e vá cedo.
O Museu abre 9 horas da manhã. Esteja lá na frente, com seu ingresso e se prepare para sair tarde. É muita coisa para ver em um dia.
Assim que os portões abrem é uma correria para chegar até a Monalisa. Há um cordão de isolamento de quase dois metros em volta do quadro e uma verdadeira multitão em volta.
Mas o Louvre vai muito além da Monalisa. Há obras-primas de todas as fases da história da arte (aconselho a dar uma lida em algum livro básico sobre o assunto antes de visitar o Museu).
Uma multidão se aglomera para ver a Monalisa. |
Destaque para os enormes quadros de Delacroix, o pintor mais famoso da França e o homem que definiu o romantismo na arte.
Há também uma variedade imensa de estátuas romanas, egípcias, etruscas e gregas, além de estátuas francesas, da época do absolutismo.
Destaque também para o luxo dos aposentos de Napoleão III, que usou o Louvre como Palácio.
Os quadros mais famosos de Delacroix estão no Louvre. |
Do lado de fora há a famosa pirâmide, e, ao lado da pirâmide, quase esquecida, uma estátua de Luís XIV montado num cavalo realizado pelo arquiteto italiano Gian Lorenzo Bernini. Como se tratava do rei sol, a estátua foi pensada de modo que fica sempre na direção do astro – em algumas horas do dia o sol fica exatamente atrás da cabeça do rei.
Como vai passar o dia inteiro no Museu, uma boa dica é comer um lanche em um dos cafés nas laterais do palácio.
O D´Orsay é especializado em arte moderna. |
Museu D´Orsay
Se o Louvre é o paraíso da arte antiga, barroca, romântica, o Museu D´Orsay é o ponto alto da arte moderna em Paris. Há muita coisa, por exemplo, dos impressionistas: Degás, Renoir, Monet.
Mas a grande atração é a sala dedicada a Van Gogh. Completamente ignorado em vida (ele só conseguia vender quadros para o próprio irmão), ele se tornou uma verdadeira sensação atualmente. Turistas correm para ver suas obras. Na mesma sala há quadros de Gaugan, com o qual o pintor holandês morou durante algum tempo.
O polêmico quadro "Almoço na relva" faz parte da coleção do Museu. |
Há também vários quadros de artistas realistas, como Millet e até mesmo o famoso e controverso Quadro A Origem do mundo, de Gustave Courbet (conhecimento pela maioria das pessoas por ter sido censurado pelo Facebook).
Falando em polêmica, nada causou mais polêmica na época do que os quadros de Manet, também presentes no Museu. Dois exemplos são Olímpia e Almoço na relva. Os conservadores da época acusaram o artista de indecência por colocar mulheres nuas em seus quadros. O nu era comum nas artes, mas era um nu idealizado, de deusas gregas. Manet colocou mulheres de verdade em suas obras e por isso provocou a ira dos consevadores. Olimpia se tornou tão famosa que ganhou releituras, como a de Gaugan, também presente no Museu.
O Museu também tem vários quadros de simbolistas e uma série de belíssimas estátuas.
O arco do triunfo foi construído a mando de Napoleão para enaltecer suas vitórias militares. |
Arco do triunfo
O Arco do triunfo é um monumento para o qual convergem algumas das principais ruas de Paris, incluindo a famosa Champs-Élysées. Ele foi começou a ser construído em 1806 por ordem de Napoleão Bonaparte para comemorar suas vitórias militares.
O arco era o ponto de partida dos desfiles militares franceses após capanhas vitoriosas.
Um dos destaques do monumento é o alto relevo O Triunfo de Napoleão. Realizado por Cortot, representa a paz e a conquista napoleônica, alcançados pela celebração do Tratado de Viena. A imagem é uma alegoria, com o imperador francês sendo coroado pela Vitória e reverenciado pela extinta Monarquia.O arco fica no centro da praça Charles de Gaulle.
Na Champs-Élysées ricos fazem fila para entrar nas lojas mais caras do mundo. |
Champs-Élysées
Essa é a avenida mais chique de Paris e um dos metros quadrados mais caros do mundo. O nome faz uma referência ao paraíso dos gregos antigos. É nessa avenida que estão os cafés e restaurantes mais caros de Paris, assim como as lojas mais elegantes (a loja de Louis Vuilton tem fila para entrar). O cenário é belíssimo em especial graças às castanheiros-da-índia. Nos dois extremos dessa rua de aproximadamente dois quilômetros temos, de um lado o Arco do triunfo e do outro a Praça da concórdia.
Praça da Concórdia é o local onde nobres eram guilhotinados durante a Revolução Francesa. |
Praça da concórdia
Essa praça tem um forte significado histórico. Era aqui que eram guilhotinados os nobres durante a revolução francesa.
Inicialmente chamada praça Luis XV, a praça foi construída em homenagem a esse monarca francês.
Em 1792 a estátua do rei que havia no local é derrubada e o local passa a se chamar praça da revolução.
Após a fase do terror revolucionário, a praça é rebatizada de Praça da concórdia.
O obelisco no centro da praça veio de Egito e anteriormente ornava o palácio de Ramsés II em Tebas. A praça tem também duas belíssimas fontes construídas pelo arquiteto Jacques-Ignace Hittorff em homenagem à marinha francesa.
Jardim de Tulherias
O Jardim de Tulherias fica ao lado da Praça da concórdia. É um parque enorme construído a mando de Catarina de Médicis, no século XVI, para adornar o seu palácio. Nesse jardim fica o Musée de l'Orangerie, especializado em arte impressionista e pós-impressionista.
A ponte de Alexandre é adornada por várias estátuas. |
Ponte de Alexandre
Essa ponte liga o bairro dos inválidos aos Champs-Élysées. O nome é uma homenagem ao czar Alexandre III, com o qual a França acabara de assinar uma aliança. É provavelmente a mais bonita ponte de Paris, totalmente ornamentada com belíssimas estátuas e ornamentos. Em cada lado da ponte há um conjunto de estátuas, as famas: Na margem direita estão a "Fama das Ciências" e a "Fama das Artes". Na margem esquerda a "Fama do Comércio", de Pierre Granet e a "Fama da Indústria. A ponte é tão bonita que foi cenário para diversos filmes, entre eles Meia-Noite em Paris. Nas proximidades da ponte deo Alexandre há dois Museus, o grande palácio e o pequeno palácio. Este último é gratuito.
A basílica fica no ponto mais alto de Paris. |
Basílica de Sacré-Cœur
A Basílica de Sacré-Cœur (Sagrado Coração) é uma das mais famosas igrejas de Paris. Construída no final do século XIX, ela resgatou a arquitetura romana e bizantina, com paredes sólidas.
A igreja é adornada com belíssimos vitrais, pinturas e esculturas – e uma réplica do santo sudário. E, embora tenha um estilo arquitetônico oposto ao de Notre Dame, também tem várias gárgulas que podem ser vistas na lateral do prédio.
A basília fica no alto do Monte Martre, o local mais alto de Paris e de lá é possível observar toda a cidade. Nos arredores há dezenas de lojas de lembrancinhas, café, restaurantes e quiosques nos quais são vendidos os tradicionais sanduíches parisienses, com pão baguete.
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