sábado, fevereiro 08, 2020

1984 - o ódio como forma de controle social


Dei de presente para minha filha o livro 1984, de George Orwell. Assim como Farenheith 451, de Ray Bradbury, e Admirável Mundo Novo, de Adous Huxley, é leitura obrigatória para nossos tempos. Se Robison Crusoe e Gulliver são livros fundamentais para entender o humano, esses três livros são essenciais para entender regimes que tiram dos indivíduos sua humanidade e individualidade.
Não é por acaso que os três foram escritos no século XX, período em que surgiram regimes autoritários de esquerda e de direita.
Embora erre ao imaginar que esses regimes seriam impostos às pessoas (é cada vez mais óbvio que são as próprias pessoas que optam por esses regimes pois eles são mais confortáveis, algo muito bem explorado no livro de Bradbury), Orwell acerta em muitas características desses regimes. Algumas delas:
- A crença em um salvador da pátria, em que alguém que irá salvar a todos, levando-os ao paraíso na terra.
- O grupo se sobrepondo ao indivíduo.
- E o principal deles: o ódio. Não é por acaso que um dos momentos mais importantes do livro são os cinco minutos de ódio. Regimes autoritários são construídos a partir do ódio. O ódio a quem é diferente, o ódio a quem pensa diferente. Um medo que se transforma em ódio, pois as pessoas são convencidas de que há um eterno perigo e a única salvação é o ódio, é a eliminação de quem pensa diferente do líder.

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