Vivemos em um mundo em que as pessoas acreditam em tudo que encontram nas redes sociais, sem a menor preocupação em pesquisar a validade da informação. Com isso histórias falsas circulam facilmente. Algumas são inocentes. Outras podem até matar, como nos casos de linchamentos provocados por boatos (já tivemos pelo menos três no Brasil).
Assim, quando precisei fazer um trabalho final para a disciplina Arte e novas tecnologias (ministrada por Edgar Franco na FAV-UFG), pensei em fazer uma obra que alertasse sobre os hoax na internet.
Usando como base o universo pós-humano criado por Edgar Franco, eu e José Loures criamos a história de Patrícia Swzen, uma moça catarinense que iria para a China passar por uma cirurgia que a transformaria em uma mistura de humana e animal (nós nunca deixamos claro, mas provavelmente ela seria uma mistura de humano com felino).
Criamos uma carta fake na qual Patrícia contava sua história e soltamos nas redes sociais. Além disso, enviamos essa carta para diversos veículos de imprensa.
Como imaginávamos que algumas pessoas poderiam ficar curiosas a ponto de procurarem pela personagem, criamos seu perfil no Facebook, como se ela fosse uma pessoa real (o perfil existe até hoje e recebe até mesmo felicitações de aniversário).
A história foi criada e espalhada em 2014 e logo se alastrou, com muitas pessoas acreditando na mesma - e chegou a ser destaque no podcast do Omelete.
Também chegamos a fazer um vídeo com uma narrativa visual apresentada em congresso de arte, a partir da história.
Quando estava no auge, revelamos a farsa. O recado era claro: desconfie de tudo que você ver nas redes sociais, sempre pesquise antes de compartilhar.
A página sobre a Pet Humana ainda existe e pode ser acessada aqui https://www.facebook.com/hqpethumana/
Em tempos: o uso de fakes não é novidade na arte. Vários outros artistas já usaram o recurso como forma de refletir sobre os mais variados assuntos, inclusive sobre a própria arte. Existe inclusive um filme de Orson Welles, F for Fake que aborda o tema.
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