Monteiro Lobato considerava Almeida Júnior o maior pintor brasileiro de todos os tempos. Para ele, o pintor era o único que havia realmente entendido a alma brasileira. Sobre o quadro O violeiro, o escritor paulista escreveu que era “uma criação soberba da verdade, do sentimento, do colorido exato e de tonalidade local. Dentro daquele corpo sente-se pulsar o coração ingênuo dos nossos musicistas espontâneos, filhos do campo e do ar livre”.
Embora tenha estudado na Europa, Almeida Júnior nunca deixou de ser um caboclo de Itu e, assim que ganhou fama o suficiente para produzir seus próprios temas, dedicou-se a retratar o povo do interior de São Paulo e seus costumes.
O violeiro é um dos melhores exemplos dessa fase. Em uma casa de pau a pique, um sertanejo se senta à janela e toca uma moda de viola para uma mulher (sua esposa?), que o acompanha cantando. A tela revela a influência do realismo francês, corrente artística que deixou de representar reis e deuses do passado para se concentrar no povo comum.
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