Belas mulheres, uma ameaça
sobrenatural e intrigas palacianas. Esse seria um bom resumo da história “Caos
no país de Kush”, baseada num conto de L. Sprangue de Camp e Lin Carter e
publicada em Conan the barbarian 106 e 107.
Na história, escrita por
Roy Thomas e desenhada por John Buscema e Ernie Chan, Conan chega na cidade de
Meroé, no reino negro de Kush a tempo de salvar a rainha, que está sendo atacando
por uma turba enraivecida.
Tudo, na verdade, é parte
do plano de um nobre, Lorde Tuthmes, que usou um demônio para matar um
prisioneiro do palácio real, fazendo o povo achar que a rainha é uma feiticeira.
Ao salvar a governante,
Conan se torna o capitão de sua guarda-real. Mas Tuthmes, vendo que a rainha não
foi morta, resolve introduzir uma espiã no palácio, uma escrava da nemédia
chamada Diana.
A rainha sádica e a assustada escrava. |
É aqui que a trama ganha fôlego,
ao contrapor duas mulheres igualmente belas: a rainha negra e a escrava loira. O
ponto alto da história é quando a rainha, com nítido prazer, tortura a escrava,
tentando arrancar dela a razão pela qual o nobre a havia presenteado. Mas a
garota não pode dizer nada, assustada que está com a possibilidade de ser morta
pelo ser sobrenatural do início da história. O único ponto comum entre as duas é
a beleza.
Claro que a escrava acaba
sendo salva por Conan, o que se torna o centro da narrativa.
Os diálogos desse trecho
revelam como Thomas sabia lidar com o texto. “Você é corajosa, mas vamos ver
quanto tempo isso dura!”, diz a rainha, com um chicote longo nas mãos. “Não, não
vamos”, diz Conan. “Quê? Como ousa se intrometer aqui, Conan da Ciméria? Vá
embora ou provará meu chicote antes dela”, ameaça a soberana, ao que o outro
responde, despreocupado: “Gostaria de vê-la tentar, Rainha”.
Saber desenhar cavalos é um atributo básico para histórias de espada e magia. |
John Buscema era um mestre
em desenhar mulheres, o que contribuiu muito para que a história funcione. Mas logo
no primeiro quadro da história, uma bela splash page, revela uma outra aptidão
essencial para um artista de espada e magia: saber desenhar cavalos.
No Brasil essa história
foi publicada pela editora Abril em Conan, o bárbaro 3.
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