sábado, abril 30, 2022

Conan – Caos no país de Kush

 


Belas mulheres, uma ameaça sobrenatural e intrigas palacianas. Esse seria um bom resumo da história “Caos no país de Kush”, baseada num conto de L. Sprangue de Camp e Lin Carter e publicada em Conan the barbarian 106 e 107.

Na história, escrita por Roy Thomas e desenhada por John Buscema e Ernie Chan, Conan chega na cidade de Meroé, no reino negro de Kush a tempo de salvar a rainha, que está sendo atacando por uma turba enraivecida.

Tudo, na verdade, é parte do plano de um nobre, Lorde Tuthmes, que usou um demônio para matar um prisioneiro do palácio real, fazendo o povo achar que a rainha é uma feiticeira.

Ao salvar a governante, Conan se torna o capitão de sua guarda-real. Mas Tuthmes, vendo que a rainha não foi morta, resolve introduzir uma espiã no palácio, uma escrava da nemédia chamada Diana.

A rainha sádica e a assustada escrava. 


É aqui que a trama ganha fôlego, ao contrapor duas mulheres igualmente belas: a rainha negra e a escrava loira. O ponto alto da história é quando a rainha, com nítido prazer, tortura a escrava, tentando arrancar dela a razão pela qual o nobre a havia presenteado. Mas a garota não pode dizer nada, assustada que está com a possibilidade de ser morta pelo ser sobrenatural do início da história. O único ponto comum entre as duas é a beleza.

Claro que a escrava acaba sendo salva por Conan, o que se torna o centro da narrativa.

Os diálogos desse trecho revelam como Thomas sabia lidar com o texto. “Você é corajosa, mas vamos ver quanto tempo isso dura!”, diz a rainha, com um chicote longo nas mãos. “Não, não vamos”, diz Conan. “Quê? Como ousa se intrometer aqui, Conan da Ciméria? Vá embora ou provará meu chicote antes dela”, ameaça a soberana, ao que o outro responde, despreocupado: “Gostaria de vê-la tentar, Rainha”.

Saber desenhar cavalos é um atributo básico para histórias de espada e magia. 


John Buscema era um mestre em desenhar mulheres, o que contribuiu muito para que a história funcione. Mas logo no primeiro quadro da história, uma bela splash page, revela uma outra aptidão essencial para um artista de espada e magia: saber desenhar cavalos.

No Brasil essa história foi publicada pela editora Abril em Conan, o bárbaro 3.

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