No número 55 da revista do Doutor Estranho, o Mestre das
Artes Místicas havia perdido sua amada Cleia, que partira para outro plano. Isso
o fez mergulhar em profunda depressão. Rogers Stern usa isso como mote para uma
das melhores histórias do personagem.
Com desenhos de Michael Golden e Terry Austin, a história
inicia com a aparição de um misterioso mago: “Ainda agora desejou estar morto,
por isso estou aqui”. O mago puxa o espírito de Strange e o leva a uma
realidade no qual o Doutor Estranho não se tornou o mestre das artes místicas. Assim,
Mordo se transformou no principal discípulo do Ancião.
A sequência inicial lembra O conto de Natal, de Dickens.
Essa sequência lembra muito o Conto de Natal de Dickens, nos
qual os espíritos dos natais passados, presente e futuro visitam um velho
rabugento para lhe ensinar uma lição e levá-lo a uma jornada de redenção. O
objetivo aqui, entretanto, não é provocar redenção, mas sim confusão. A sequência
pula outra em que o Doutor Estranho é apenas um personagem de filmes e até de
livros ilustrados.
Roger Stern introduz uma homenagem aos criadores do herói:
Stan Lee e Steve Ditko aparecem, respectivamente como escritor e ilustrador dos
livros. “Eureka, Ted, nosso amigo aqui acabou de me dar uma ideia de argumento
para aquela tirinha do Doutor Estranho que você quer desenhar”, exulta a versão
de Stan Lee. Apesar da homenagem clara, os nomes foram modificados, talvez pela
relação conflituosa que Ditko tinha com a Marvel.
Stan Lee e Steve Ditko aparecem na história.
E a história vai seguindo assim, em ritmo alucinante e ao
mesmo tempo alucionógeno, com situações cada vez mais bizarras, até que se
descobre quem está por trás de tudo.
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