Elric, criação do escritor inglês Michael Moorcock, é um personagem de espada e magia totalmente diferente do padrão do gênero. Estamos acostumados a heróis (ou anti-heróis) no estilo Conan: homens fortes, enormes, meio brutos e valentes. O gênero, aliás, surgiu como uma ode à barbárie em contraste com a decadente civilização. Já Elric é o oposto de tudo isso.
A descrição do personagem, logo no início do primeiro livro A traição ao imperador já destaca boa parte dessas diferenças: “Sua pele tem a cor de um crânio esbranquiçado; e o longo cabelo que escorre abaixo dos ombros é branco como leite. Da cabeça afilada, dois olhos oblíquos observam, rubros e taciturnos, e das mangas largas do seu manto amarelo emergem duas mãos esguias, também da cor de ossos, descansando cada uma em um braço de uma cadeira esculpida em um único e enorme rubi”.
Elric é frágil, de saúde debilitada, imperador de um povo decadente, mas não é arrogante. Aliás, é constantemente censurado pelos seus súditos por ser excessivamente misericordioso. Além disso, prefere ler a batalhar. Quando finalmente batalha, o faz arrastado pelos acontecimentos e o destino quando seu primo Yrkoon tenta ocupar o trono de rubi. Mas, seja pela magia ou seja por sua força de vontade, ele consegue vencer os obstáculos
Moorcock revolucionou o gênero não só ao apresentar um herói totalmente diferente dos outros, mas também por escrever histórias repletas de discussões filosóficas, questões morais e simbologias – à certa altura, por exemplo, Elric entra numa caverna, onde renasce. E a caverna é uma clara metáfora do útero de uma mãe.
Provavelmente por suas características, Elric permitiu uma grande identificação com os jovens leitores desde que surgiu, em 1972. Neil Gaiman, por exemplo, diz que se deliciava com as aventuras do rei e que sonhava ser como ele.
1 comentário:
Há anos procuro um exemplar do terceiro volume publicado pela Generale. Pelos comentários com que esbarrei, a tiragem deve ter sido baixíssima.
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