A história Na montanha da deusa-lua, escrita por Roy Thomas com desenho de John Buscema e Pablo Marcos, é uma continuação de uma história anterior, A libertação de Thuga Khotan, baseada numa história de Robert E. Howard. Nessa história é citado que o irmão da princesa salva pelo bárbaro havia sido preso pelo soberano de Ophir, que não sabia se o devolvia por um resgate ou o entregava ao rei de Koth, que oferecia um vantajoso tratado. Howard só cita isso no meio do conto, mas Thomas percebeu que essa informação por si só já daria outra história.
Publicada em Savage sword of conan 3, a história mostra o cimério indo até o reino de Ophir resgatar o rei aprisionado.
A criada entrega para o rei inimigo a localização do príncipe de Khojara. |
Acontece que Vateesa, a aia da rainha, enciumada do romance desta com Conan, resolve contar para o rei de Koth onde o rei de Khojara está escondido. Este manda seu melhor homem, Sergius, para trazer o príncipe aprisionado.
Ou seja: além da própria dificuldade da tarefa (a fortaleza de Ophir fica no alto de uma montanha), Conan terá que enfretar também esse outro grupo e ainda a traição de Vateesa, o que torna a trama bastante movimentada.
Embora pareça preguiçoso com o texto, Roy Thomas capricha nos diálogos. À certa altura, por exemplo, os personagens estão subindo a montanha quando um dos soldados reclama: “Por favor, comandante! Mais devagar... o caminho é estreito... e estamos uma altura muito grande... se cairmos...”. “Então cairemos”, responde o cimério.
Conan, sozinho, vale por um exército. |
Um problema da história é a personalidade da criada, que na HQ anterior parecia muito devotada à rainha e é quem lhe traz a solução para seu problema, ao sugerir que ela visite o templo de Mitra. Aqui sua personalidade é reduzida apenas à traição.
O desenho de John Buscema, embora eficiente, é simples, especialmente se comparado à grandiosidade de A libertação de Thuga Khotan, quando o traço de Buscema foi arte-finalizado por Alfredo Alcala.
Apesar dos pesares, é uma boa história, com todos os bons elementos das histórias de Conan. E um ótimo exemplo de como Roy Thomas conseguia aproveitar brechas na cronologia original de Conan para bolar novas tramas.
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