domingo, abril 07, 2024

Super-homem e Mulher Maravilha – Invasão do povo de gelo

 

No final da década de 1970 e início da década de 1980, a DC Comics criou a revista DC Comics Presents, que apresentava sempre um herói em parceria com o Homem de Aço. No Brasil essas histórias foram publicadas principalmente na coleção Os clássicos da Década, da editora Ebal. O número 1 dessa coleção trouxe um encontro com a Mulher Maravilha, publicado em DC Comics Presents 9.

Na história, Clark Kent e Lois Lane (que a Ebal chamava de Mirian Lane) vão entrevistar um escultor, mas descobrem que ele está atormentado por uma obsessão: esculpir um gigante de gelo. Na sequência, o gigante de gelo ganha vida, fazendo com que o que o pacato repórter se transforme no Homem de aço para combatê-lo.

Nessa história um avião consegue continuar voando tranquilamente sem uma porta. 


Aí temos o primeiro problema do roteiro de Martin Pasko. Eles estão num local afastado e, na página seguinte, o monstro de gelo está atacando o aeroporto. A quebra narrativa é muito óbvia e fica mais óbvia ainda quando se percebe que essa mudança de cenário tem como objetivo introduzir a Mulher Maravilha, que, disfarçada de Diana Prince, está num avião impedido de pousar em decorrência do ataque.

O que ela faz? Simplesmente pula do avião, num quadro que mostra a porta caindo. No mundo real, arrancar a porta de um avião em pleno vôo seriam muitos, podendo provocar até a queda a aeronava, mas o roteirista não parece ter pensado nisso.

O gigante de gelo é imune aos poderes dos heróis. 


O gigante de gelo, como se descobre lá na frente é apenas o primeiro de uma invasão alienígena, e contra ele tanto o poder da Mulher Maravilha quando do Super-Homem parecem inúteis.

Para vencê-los, a amazona revela um poder que não tem em outras histórias e mesmo assim, a solução não bate com o que tínhamos visto até ali.

No final há uma reviravolta/piadinha, que explica porque uma raça de gigantes de gelo invadiria um planeta na maior parte tropical, como a Terra, mas essa pequena sacada não vale o resultado.

A capa da Ebal. 


Para piorar, o desenho de Joe Staton não parece muito inspirado nessa história.

Considerando-se que essa coleção tinha diversos números desenhados pelo gênio Garcia-Lopez, é curioso que a Ebal tenha escolhido justo essa história para estrear a nova série.

Em tempo: embora os editores brasileiros tivessem à disposição uma belíssima capa de Ross Andru e DICK GIORDANO, a Ebal optou por uma capa nacional.

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