No final da década de 1970 e início da década de 1980, a DC Comics criou a revista DC Comics Presents, que apresentava sempre um herói em parceria com o Homem de Aço. No Brasil essas histórias foram publicadas principalmente na coleção Os clássicos da Década, da editora Ebal. O número 1 dessa coleção trouxe um encontro com a Mulher Maravilha, publicado em DC Comics Presents 9.
Na história, Clark Kent e Lois Lane (que a Ebal chamava de
Mirian Lane) vão entrevistar um escultor, mas descobrem que ele está
atormentado por uma obsessão: esculpir um gigante de gelo. Na sequência, o
gigante de gelo ganha vida, fazendo com que o que o pacato repórter se
transforme no Homem de aço para combatê-lo.
Nessa história um avião consegue continuar voando tranquilamente sem uma porta. |
Aí temos o primeiro problema do roteiro de Martin Pasko.
Eles estão num local afastado e, na página seguinte, o monstro de gelo está
atacando o aeroporto. A quebra narrativa é muito óbvia e fica mais óbvia ainda
quando se percebe que essa mudança de cenário tem como objetivo introduzir a
Mulher Maravilha, que, disfarçada de Diana Prince, está num avião impedido de
pousar em decorrência do ataque.
O que ela faz? Simplesmente pula do avião, num quadro que
mostra a porta caindo. No mundo real, arrancar a porta de um avião em pleno vôo
seriam muitos, podendo provocar até a queda a aeronava, mas o roteirista não
parece ter pensado nisso.
O gigante de gelo é imune aos poderes dos heróis. |
O gigante de gelo, como se descobre lá na frente é apenas o
primeiro de uma invasão alienígena, e contra ele tanto o poder da Mulher
Maravilha quando do Super-Homem parecem inúteis.
Para vencê-los, a amazona revela um poder que não tem em
outras histórias e mesmo assim, a solução não bate com o que tínhamos visto até
ali.
No final há uma reviravolta/piadinha, que explica porque uma
raça de gigantes de gelo invadiria um planeta na maior parte tropical, como a Terra,
mas essa pequena sacada não vale o resultado.
A capa da Ebal. |
Para piorar, o desenho de Joe Staton não parece muito
inspirado nessa história.
Considerando-se que essa coleção tinha diversos números
desenhados pelo gênio Garcia-Lopez, é curioso que a Ebal tenha escolhido justo
essa história para estrear a nova série.
Em tempo: embora os editores brasileiros tivessem à
disposição uma belíssima capa de Ross Andru e DICK GIORDANO, a Ebal optou por
uma capa nacional.
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