terça-feira, setembro 24, 2024

Homem de Ferro e Doutor Destino – Na corte do Rei Arthur

 


Embora um seja herói e o outro vilão, Homem de ferro e Doutor Destino têm uma coisa em comum: ambos usam armaduras. E houve uma época em que todos os guerreiros usavam armaduras: a Idade Média.

Os roteiristas David Michline e Bob Layton perceberam essa conexão e resolveram transformar isso numa história no mínimo inusitada, publicada em Iron Man 149 e 150, em 1981.

Na trama um dos executivos da Stark vende equipamentos para Victor Von Doom. Suspeitando que esse equipamento será usado para a construção de algum tipo de arma, o Homem de Ferro vai para a Latvéria. Lá, ele e o Dr. Destino se envolvem numa violenta luta, mas no meio dela são transportados para o passado por um dos cientistas do tirano. E eles vão parar exatamente na época do Rei Arthur e dss cavaleiros da távola redonda.

A chegada dos dois à Idade Média é a cena mais memorável da história. 


A sequência da chegada deles ao período arthuriano é memorável, a começar pela splash page inicial, com os dois rodopiando em meio a esrtuturas psicodélicas  até a deslumbrante página dupla. O texto diz: “Diferente dos efeitos especiais do cinema, que tentam representá-lo, o tempo não é uma dimensão gloriosa, mas uma espessa e tenebrosa realidade povoada de possibilidades, incertezas e alternativas”.

Uma vez em Camelot, os dois personagens tomam caminhos distintos: O Dr. Destino alia-se à feiticeira Morgana e o Homem de Ferro ao rei Arhtur. O final, empolgante, envolve uma guerra na qual lutam cavaleiros de um lado e cadáveres de outro.

Destino alia-se à feiticeira Morgana. 


O interessante aí é que, embora seja um vilão frio e calculista, Destino na verdade é movido pelo desejo de salvar sua mãe das garras do inferno. Ou seja: embora seus métodos sejam escusos, sua motivação é a mais nobre possível.

O desenhista, John Romita Jr, imitava o pai nessa época (pouco depois ele mudaria seu traço, trazendo uma forte influência de Jack Kirby) e, apesar da sombra do pai, consegue ter um brilho próprio, especialmente nas splash pages e páginas duplas. Sua interpretação de Morgana também é acertada, um misto de erotismo e vilania.

O auge da trama é a luta entre os dois exércitos. 


John Romita Jr, David Micheline e Bob Layton conseguem criar uma trama envolvente e dar verossimilhança a uma história no mínimo inusitada.  

No Brasil essa história foi publicada pela editora Abril em Grandes Heróis Marvel 11.

Sem comentários: