O planeta louco, volume 37 da série Perry Rhodan, é um daqueles títulos bizarros que acabam fazendo sentido conforme avançamos na leitura.
Na história os saltadores enviam os superpesados para recuperar uma gigantesca nave que está sendo construída no planeta Goszul. No número anterior, os mutantes haviam convencido os comerciantes estelares de que o planeta havia sido dominado por uma epidemia que provocava perca de memória. Os mesmos fogem desesperados com medo de serem infectados, mas decidem que não é possível deixar para traz a mais poderosa nave já construída por sua raça.
O planeta louco trata dos eventos ocorridos a partir da chegada dos superpesados. Ao invés de enfrentar os mesmos, Perry Rhodan resolve engendrar um plano para fazê-los abandonar o planeta sem completar a missão. A ideia é simular que todos que ficaram no planeta enlouqueceram em decorrência da pandemia, inclusive os robôs. Um dos grandes momentos do volume é quando um grupo de habitantes locais avança na direção dos superpesados ignorando completamente a ameaça e começam a dançar em volta da nave. Ou quando os robôs dos superpesados são destruídos pelos robôs que estavam no planeta.
A capa original alemã destacava o encontro do Sargento Harnahan com a esfera. |
Embora a trama seja bem bolada – e revele criatividade ao resolver a situação sem o uso da força, há situações forçadas, verdadeiros deus ex machinas. Por exemplo: antes da chegada dos supersoldados, Gucky e os mutantes precisam se apoderar da nave e do estaleiro no qual ela está sendo construída. Mas o local está sendo defendido por uma centena de robôs fortemente armados com ordem de atirar em qualquer pessoa que se aproximar. Como tomar o local sem destruir os robôs? Como um mágico, o escritor Clark Darlton tira do chapéu um “radiador de impulsos de reprogramação”, algo que nunca havia sido mencionado na série até então.
Mas esse problema acaba passando batido em decorrência do texto fluente de Darlton. A sequência em que Gucky se faz passar por um coelho para espionar o estaleiro é particularmente divertida.
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