terça-feira, dezembro 03, 2024

Mulher-Maravilha – corporação da vilania

 


Entre todos os personagens surgidos na DC na Era de Ouro, a Mulher Maravilha se destacou tanto que se tornou popular até hoje, formando, junto com o Superman e Batman, a tríade da DC.
E não sem razão. Suas histórias da década de 1940 eram extremamente inventivas e originais, fruto direto da mente genial de William Moulton Marston. Exemplo disso é a saga conhecida como Corporação vilania, publicada em Wonder Woman 28, no ano de 1948.
Na história, Maligna, uma das mulheres saturninas que tentaram invadir a terra consegue não só se libertar, mas também libertar vários dos vilões da série,como Giganta, Rainha Cléa, O Homem azul das neves, Zara e Mulher Leopardo,  formando a tal Corporação Vilania.
Moulton não só criou a personagem Mulher Maravilha, mas criou toda uma rica mitologia ligada à ela. Exemplo disso são os cinturões de Vênus, mecanismos que removem da pessoa todo o desejo de fazer o mal e a faz obedecer a uma autoridade benigna. Outro é a máquina da evolução do Dr. Zool, capaz, por exemplo, de transformar uma gorila em mulher (que irá se tornar Giganta, uma das opositoras da Mulher Maraviha) ou involuir humanos para macacos (claro que essa é uma visão bastante equivocada da teoria da evolução, mas ainda assim, criativa).

A primeira coisa que salta aos olhos é a profusão de cordas e correntes que aparecem na história. Se dois personagens se encontram, a chance de que um deles saia amarrado é enorme.
Para a Era de Ouro, em que os roteiros eram geralmente infantilizados, as reviravoltas e subtextos da história estão muito à frente de seu tempo, assim como as splash pages a cada doze páginas, que marcam o início dos capítulos da história.
Sobre as reviravoltas, são muitas: As rebeldes conseguem dominar a ilha da transformação, sequestrar Hipólita, dominar todas as amazonas, incluindo a própria Mulher Maravilha, mas acabam sendo derrotadas pelas próprias saturnianas que haviam sido regeneradas pelo cinturão de Vênus.
Mas Zara, hipnota e Giganta fogem com o tesouro das amazonas e planejam comprar um submarino para fugir. Para isso criam um culto ao Deus da Chama, que seduz garotas e forçam a Mulher Maravilha a roubar um submarino para elas.
A experiência de Moulton como roteirista de cinema fez com que ele soubesse equilibar bem os elementos e conseguir fazer com que o leitor pensasse que a heroína estava finalmente derrotada, até apresentar uma reviravolta no roteiro. E ele faz isso mais de uma vez na mesma história!
Uma curiosidade é que a personagem nem de longe parecia tão forte e poderosa quanto é atualmente e seu laço, além de forçar a pessoa presa a falar a verdade, ainda a obrigava a obecer a quem o empunhava.
Aqui no Brasil essa aventura foi publicada na coleção DC 70 anos, da Panini.

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