terça-feira, janeiro 28, 2025

Perry Rhodan – O imortal

 

Escrito por K. H. Scheer, o volume 19 da coleção Perry Rhodan apresenta o final da saga da imortalidade. Nos números anteriores, a tripulação da Stardust III se envolvera nos mais diversos tipos de perigos e charadas em busca do planeta que encerrava o segredo da ducha celular.

Mas a partida tem um risco imenso: o planeta do sistema ferrol transformou-se em uma supernova e irá explodir caso Perry Rhodan não cumpra a última tarefa.

K. H. Scheer servira dentro de um submarino na II Guerra Mundial e era um especialista em descrever equipamentos e máquinas. Melhor ainda: ele fazia isso de maneira que o leitor conseguia visualizar mesmo um equipamento alienígena: “Rhodan viu brilhantes pontinhos luminosos luzirem em sua escala de controle. Os torretes armados da Stardust-III foram projetados para fora automaticamente”. Além disso, sua experiência fizera com que ele se preocupasse com detalhes que na época pareciam sem a menor importância, como cintos de segurança. Enquanto em Jornada nas Estrelas os protagonistas eram sacudidos para fora de suas cadeiras a cada turbulência, na série alemã não só os cintos de segurança, mas cintos que se recolhiam automaticamente eram comuns, como faz questão de lembrar shceer neste volume.

A capa original alemã. 


A atenção a dados técnicos pode dar a entender que o autor ignorava o aspecto humano, o que não ocorre. Quando Bell mais uma vez se revolta com o brincalhão Gucky, Rhodan diz: “Cada ser inteligente tem peculiaridades próprias. Como pessoas tolerantes, nossa obrigação é aceitá-las”. Mais à frente, quando Gucky faz amizade com Betty Toufry, é Bell que reflete: “O espontâneo entendimento entre uma representante da jovem geração humana e uma inteligência completamente alienígena, oriunda das profundezas da galáxia, poderia representar o primeiro passo na senda da compreensão e da aceitação mútua”. Nitidamente, Scheer imagina uma utopia em que os seres mais diversos conviviam em harmonia.

Quando finalmente os terrestres encontram o planeta peregrino, os dons descritivos do autor vêm bem a calhar. Sua descrição detalhada da gigantesca estação espacial de 8 mil quilômetros é empolgante e repleta de sense of wonder, com plantas e animais de todas as épocas e locais.

Se os autores imaginassem que a série perry rhodan duraria mais do que duas dezenas de números, essa saga teria sido muito maior e este livro fecharia com chave de ouro um ciclo.

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