terça-feira, janeiro 28, 2025

Rebelião, uma obra-prima do cinema japonês

 


O crítico de cinema Luiz Carlos Merten escreve, no livro ‘Cinema – Entre a Realidade e o Artifício’,que ‘Rebelião’, filme de 1967 dirigido por Masaki Kobayashi, é o maior filme feito em qualquer época no Japão.
Não é sem razão. Kobayashi consegue lembra o melhor de Kurosawa, mas mistura com várias outras referências.
A trama gira em torno de um vassalo de um senhor feudal que é obrigado pelo seu senhor a aceitar a ex-esposa do senhor como esposa de seu filho. A família faz de tudo para que o matrimônio não se realize, mas diante da ordem direta do senhor, acabam cedendo. Mas o novo casal acaba se apaixonando e, quando isso acontece, o senhor feuldal pede a moça de volta. Pai, filho e esposa resolvem confrontar as ordens e inicia-se uma trama envolvente, em que toda a família pode perecer.
O cinema japonês é lento, com longos planos. Kobayashi é um japonês único: sua edição é rápida e os planos não convencionais. A câmera se move o tempo todo, dando dramaticidade à cena. Tudo na história é usado para contar a história, inclusive a iluminação não realista. Na cena em que a moça deve decidir se volta ou não para seu senhor, a sombra das árvores na parede de papel cria um mosaico disforme, revelando sua angústia anterior e lembrando em muito o expressionismo alemão.
Rebelião é um filme para ver e rever.

1 comentário:

Samuel de Andrade disse...

Olá! Tudo bom, Gian?
Poxa, pela sua resenha esse filme parece ser excelente! Já anotei para tentar assistir quando tiver oportunidade! Ver filmes orientais antigos (principalmente os em preto e branco) têm sido um hobby pra mim nos últimos meses. Obrigado pela dica!