sexta-feira, junho 18, 2010

Uma teoria que explica os gênios judeus


Estudo diz que brilho intelectual de tantos judeus pode ser produto
da seleção natural  

Ruth Costas
O conceito de que algum grupo étnico pode ser, na média, mais inteligente que outro não é apenas politicamente incorreto, mas também uma das raízes do racismo moderno. Por isso, tornou-se uma daquelas hipóteses postas sob quarentena depois da II Guerra. Assim, estudos científicos que sugerem o contrário causam grande controvérsia. No início do mês, um grupo de cientistas da Universidade de Utah, nos Estados Unidos, surgiu com uma hipótese polêmica, baseada na teoria da seleção natural das espécies, para um fato cuja natureza intriga os estudiosos de diversas áreas: a grande contribuição dos judeus à ciência, à filosofia, às artes, às finanças. Enfim, a todas as atividades humanas em que a inteligência é fator decisivo para o sucesso. Embora representem menos de 0,5% da população mundial, os judeus receberam 20% de todos os prêmios Nobel. Testes realizados com asquenazes, como são conhecidos os judeus originários da Europa Central e Oriental, constataram que a porcentagem dos que tinham QI acima de 140 pontos era cinco vezes maior do que entre o restante da população européia. Leia mais

Ps: Não há dúvida de que os judeus se destacaram nas mais variadas áreas do intelecto: a ciência, a música, a literatura, o cinema, os quadrinhos. Aparentemente, não existe uma única área em que não exista pelo menos um gênio judeu. Nos quadrinhos, todos os primeiros grandes mestres eram judeus, entre eles Stan Lee, Jack Kirby e Will Eisner. Eu sempre acreditei que isso era resultado mesmo de uma seleção natural: perseguidos durante milênios, só sobreviviam os melhores exemplares da espécie. Além disso, a religião judaica valoriza muito a educação (é preciso ter conhecimento para entender os textos sagrados), ao contrário da religião cristã, por exemplo, cujo foco é a fé. Genética, história e cultura se juntam para formar um povo que nos deu grandes gênios, como Einstein, Newton, Spielberg, Durkhein, os frankfurtianos, Freud e muitos outros.

quarta-feira, junho 16, 2010

3a Mostra de Design

Começa hoje a 3a Mostra de Design do CEAP. Veja abaixo um teaser de um dos trabalhos orientados por mim.

Revista Filosofia traz artigo meu sobre epicuristas

Já está nas bancas de Macapá a edição número 24 da revista Conhecimento Prático Filosofia (Escala). A revista traz uma matéria minha sobre os epicuristas com o título Em busca do prazer. A edição traz também um interessante artigo do amigo Matheus Moura sobre Quadrinhos filosóficos. Fica a dica.

HQM lança dois álbuns do Leão Negro


A HQM está lançando dois álbums do personagem Leão Negro, genial criação de Cynthia Carvalho e Ofeliano Almeida. Com histórias no estilo europeu, trata-se de leitura obrigatória. Veja os álbums lançados:

LEÃO NEGRO - VOLUME 3: HISTÓRIAS DE FAMÍLIA
LEÃO NEGRO - SÉRIE ORIGENS - VOLUME 2: O FILHOTE

Os dois lançamentos já estão à venda na Comix Book Shop, que distribui os títulos da HQM Editora para todo o Brasil. A loja fisíca está localizada à Avenida Jaú, 1998, em São Paulo. Fones: 11-3088-9116 ou 3061-3893. 

A loja virtual pode ser acessada pelo endereço www.comix.com.br.

Confira os previews em www.hqmeditora.com.br.

Professores e alunos do CCA não aceitam nova diretora

Os professore e alunos do colégio estadual Gabriel de Almeida Café, o famoso CCA, estão paralisados. Eles não aceitam a exoneração da Diretora e a nomeação da nova Diretora e prometem continua mobilizados enquanto a situação não for resolvida. O motivo da exoneração teria sido a foto do governador Pedro Paulo, que ainda não teria sido colocada na parede. 

O Dicionário Marvel

Na década de 1980, todos os leitores de quadrinhos liam e colecionavam um brinde que vinha nas revistas Marvel da Abril. Era um Dicionário Marvel, uma obra que sintezava as informações sobre a grande editora da era de bronze. Mas a maioria não conseguiu reunir todas as páginas. Para esses, o blog Quadrinhos antigos está disponibilizando um scan com a obra completa, que vem até com capa. Para baixar, clique aqui.

terça-feira, junho 15, 2010

A Copa de 1982

O futebol no Brasil é uma espécie de obrigação nacional. Eu, embora não desdenhe do esporte, evito jogar para não provocar brigas entre amigos. É que, quando eu era criança, nas aulas de educação física, os times sempre brigavam por mim: 

– Você fica com ele! 
– Está doido? Prefiro ficar sem goleiro! 

Logo o professor dessa emérita disciplina descobriu que a melhor forma de lidar com esse problema era me deixar no banco de reservas (às vezes eu levava um livro para passar o tempo e ficava lá, lendo, sob o olhar aliviado dos companheiros). 

Então eu nunca tive muita razão para gostar de futebol, não sei data de jogos, não sei quem são os jogadores e sempre me espanto ao descobrir que o Corinthians, que estava em crise (o próprio presidente disse isso em um discurso), depois era campeão e agora está em crise de novo, num período de tempo que me parece muito pequeno. Isso, aliás, me dá a impressão de que o futebol muda mais que a ciência e a filosofia. Heráclito, para quem tudo está em constante mutação, devia ser técnico de futebol.
Mas, embora eu não goste de futebol, assisto a todos os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo. Na última Copa eu acordava de madrugada e ficava lá, torcendo e gritando de alegria quando um jogador marcava um gol.
Esse comportamento anômalo tem uma origem remota, na Copa de 1982. Qualquer um que tenha passado pela Copa de 82, por mais que não goste de futebol, bate ponto na Copa do Mundo.
Eu tinha apenas 11 anos na época e minha memória já não é mais a mesma, mas lembro que havia toda uma mística sobre a seleção. Dizia-se que era a melhor equipe de craques já reunida. Uma seleção de reis tendo como imperadores Sócrates e Zico. No imaginário popular, esses dois só perdiam para Pelé. Era a seleção canarinho, 120 milhões em ação. A música cantada por Júnior vendeu 600 mil cópias e era lembrado de cor por todos os garotos:

Voa, canarinho, voa
Mostra pra este povo que é rei
Voa, canarinho, voa
Mostra na Espanha o que eu já sei

Verde, amarelo, azul e branco
Formam o pavilhão do meu país
O verde toma conta do meu canto
Amarelo, azul e branco
Fazem meu povo feliz

E o meu povo
Toma conta do cenário
Faz vibrar o meu canário
Enaltece o que ele faz

Bola rolando
E o mundo se encantando
Com a galera delirando
Tô aqui e quero mais.


A empolgação era tanta que, antes e depois dos jogos eu e um amigo, igualmente perna-de-pau, arriscávamos uma pelada na rua. Isso, claro, antes de começar a transmissão. Nessa hora, todo mundo grudado na TV, o coração a mil.



Na época eu não podia perceber isso, mas hoje acredito que a esperança no escrete canarinho não era só futebolística. O Brasil estava saindo, muito lentamente, de uma Ditadura e começava a vislumbrar uma era de liberdade e isso era, de certa forma, repassado para o futebol. Se a vitória na Copa de 1970 servira aos militares, a Copa de 1982 serviria à democracia.
E as perspectivas eram as melhores possíveis. A seleção de craques e o futebol arte de Telê Santana fez 2 a 1 na União Soviética, 4 a 1 na Escócia, 4 a 0 na Nova Zelândia e 3 a 1 na Argentina. As goleadas empolgavam a torcida e na escola não se falava em outra coisa. Era impossível não acreditar que o Brasil seria campeão! 
O próximo adversário era a Itália, uma equipe que na primeira fase empatara todos os jogos numa chave fraca com Peru, Polônia e Camarões (estreante na Copa e um país pobre, que logo angariou a simpatia dos brasileiros) e só passara para a segunda fase graças ao saldo de gols. 
Seria moleza. Mas não foi. Paolo Rossi fez a diferença e três gols. O Brasil, irreconhecível, só conseguiu colocar a bola na rede duas vezes. 
Para quem já se achava campeão, foi um balde de água fria. Lembro que o Jornal Nacional inteiro daquela noite foi sobre a derrota da seleção. A televisão mostrava imagens das pessoas chorando na rua e de fato, aonde eu ia, encontrava pessoas cabisbaixas, tristonhas. 
A esperança na Copa, que àquela época se misturava com a esperança de democracia e de dias melhores, acabara nos pés de Paolo Rossi.
A partir daí, embora eu não gostasse de futebol, continuei acompanhado religiosamente as Copas do Mundo. Mas, nunca, nunca uma Copa foi tão emocionante quanto aquela. Como um amor que não se realiza, e por isso é o melhor de todos, a seleção de 1982 ficará eternamente marcada como a melhor de todas.

Morreu Al Wlliamson

Al Williamson, um dos melhores desenhistas de quadrinhos de todos os tempos, morreu domingo, dia 13, aos 79 anos. 
Willianson nasceu em New York, no ano de 1931, mas logo sua família se mudou para a Colômbia, onde ele permaneceu até 1943. Durante a infância, All lia, basicamente, revistas em quadrinhos mexicanas com material mexicano e argentino. O quadrinho argentino iria influenciá-lo por muito tempo. Mas a sua grande inspiração foi o desenhista americano Alex Raymond. Willianson, ainda criança, assistiu uma fita do seriado de Flash Gordon e ficou encantado. A partir de então tornou-se absolutamente fã das histórias de Raymond. Quando voltou para os EUA, o garoto já se decidira que iria ser quadrinista. Assim, inscreveu-se na escola de Arte Visual, de Burne Hogart, desenhista de Tarzan. All era um bom aluno, mas o atrito entre os dois era inevitável: Hogart insistia que os alunos seguissem o seu estilo, e All preferia seguir o estilo de Alex Raymond. Apesar das desavenças, Hogart chegou a dar três páginas dominicais para que o jovem desenhista as trabalhasse a lápis.

Depois disso, All Willianson foi desenhando várias histórias até se tornar um dos desenhistas mais importantes dos anos 50 e 60 nos EUA. Entre 1952 e 55 ele trabalhou na EC Comics, que foi a meca dos quadrinhos de qualidade nos EUA antes de ser perseguida pelo marchatismo. Depois disso, fez trabalhos a Warren (cujas histórias saiam no Brasil na extinta Kripta). Mas em 1966 o garoto que adorava os seriados de Flash Gordon teve a oportunidade de desenhar o seu herói. All Willianson desenhou três números da revista Flah Gordon (algumas dessas histórias saíram no Brasil em revistas da RGE). Foi o bastante para demonstrar que ele era o seguidor mais talentoso de Alex Raymond. Tanto que a King Features Syndicates o chamou para desenhar as tiras de Agente Secreto X9, outro personagem criado por Raymond.

Os roteiros ficaram a cargo de Archie Goodwin. Goodwin tem uma característica interessantes. É um desses roteiristas que não conseguem trabalhar com super-heróis (suas histórias no gênero são sofríveis), mas que se movimenta muito bem no gênero policial. As histórias criadas por Goodwin para X-9 estão entre os melhores quadrinhos policiais de todos os tempos e são, inclusive melhores que algumas das histórias de Dashiell Hammett, que escrevia o personagem na época em que Alex Raymond desenhava.

Goodwin e Willianson reformularam completamente o personagem, dando à tira um toque de espionagem. O nome da tira, inclusive, foi mudado para Agente Secreto Corrigan. A dupla esteve a cargo do personagem de 1967 até 1980. Depois disso All Willianson fez poucos trabalhos pessoais e chegou até mesmo a fazer arte-final para John Romita Jr quando este desenhava o Demolidor. O que é lamentável, pois, embora Romita não seja um desenhista ruim, seu traço é bastante simples e não chega nem de longe à sofisticação de Willianson.

All Willianson começou a desenhar X-9 numa época em que o feminismo estava em alta e, da revolução sexual parecia estar surgindo uma nova mulher. Seus desenhos refletem isso. As moçoilas que contracenavam com o agente secreto Corrigan não eram simples coadjuvantes, prontas a pedir socorro ao menor sinal de perigo. Ao contrário, eram mulheres liberadas e valentes. Willianson as fazia vestidas com calças justas e botas, mas ainda assim elas continuavam extremamente femininas.

Outro trabalho importante do desenhista, até hoje lembrado pelos fãs, foi a quadrinização dos primeiros filmes da série Guerra nas Estrelas.

segunda-feira, junho 14, 2010

Censura e ditadura


            A chamada revolução de 1964, que começara sutil, envergonhada, como diz Élio Gáspari, tornou-se ditadura aberta a partir de uma sexta-feira, 13 de dezembro de 1968, quando o presidente Costa e Silva reuniu seus 23 ministros, no Palácio das Laranjeiras, para anunciar o Ato Institucional n. 5, que fechou o congresso, suspendeu o direito de habeas corpus aos acusados de crimes contra a segurança nacional. O presidente passou a ter o direito de intervir nos Estados e municípios, cassar mandatos e suspender direitos políticos.
            O A1 5 instalou a censura na imprensa e tornou oficial a tortura dos porões. Intelectuais e artista passaram a ser perseguidos. Em 1968, durante uma apresentação da peça Roda Viva, de Chico Buarque e dirigida por José Celso Martinez Corrêa, o espetáculo foi atacado pelo Comando de Caça aos Comunistas que ameaçou de morte os atores. Com a decretação do A15, Geraldo Vandré, compositor dos versos "Há soldados armados, amados ou não/quase todos perdidos de arma na mão" teve que se esconder na fazenda do escritor Guimarães Rosa antes de sair para o auto-exílio. Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil foram presos, interrogados pelos militares e gentilmente "convidados" a deixar o país. Paulo Coelho chegou a ser torturado por causa da música “Sociedade alternativa”, vista como subversiva pelos militares.
            A oficialização da censura chegou ao extremo da paranóia. Não havia lógica, apenas a opinião pessoal do censor contava.
            Uma história do Tio Patinhas foi censurada porque o tradutor adaptou a história, colocando a narrativa na cidade de Cananéia, coincidentemente o mesmo local em que havia sido desbaratado um núcleo de guerrilheiros.
            Em 1973 a censura vetou a música "Uma vida só (pare de tomar a pílula)", de Odair José, porque o governo militar patrocinava uma campanha nacional de controle de natalidade e o sucesso da música incomodava. No ano seguinte, a censura vetaria a canção "Tortura de amor", de Waldick Soriano, por entender que era uma alusão à repressão. Até os filmes de Kung fu eram proibidos por conterem conteúdo maoísta.
            Nesse contexto, os artistas usavam toda a criatividade e inteligência para driblar a truculência militar.
            Chico Buarque era um dos mestres em colocar de maneira disfarçada em suas músicas referências ao regime. Quando soube, por exemplo, que a filha do presidente Médice apreciava seu trabalho, tascou o refrão "Você não gosta de mim, mas sua filha gosta".
            Uma das estratégias mais interessantes foi usada pelo crítico literário Oto Maria Carpeaux. Em um texto sobre Sherlock Holmes, ele concluiu que o personagem só poderia ter surgido na Inglaterra. “Os juízes e a polícia ingleses têm fama de serem os mais severos do mundo. Mas o seu rigor é limitado por normas legais, não menos severas”. Assim, a Inglaterra precisava usar a inteligência de um Sherlock, já que não era possível colocar um grandalhão bem armado, que poderia extorquir uma confissão da vítima. O texto, que passou pela censura, era ferina crítica à ditadura, que só usava os músculos porque era incapaz de usar a cabeça.
            Já na década de 1980 a censura foi extinta (embora alguns saudosos tentem de tempos em tempos revivê-la), mas o mais interessante é que ninguém se lembra do nome de um censor, mas todos se lembram de grandes artistas, como Chico Buarque e todas as obras censuradas são hoje conhecidas e muitas reverenciadas como obras-de-arte.
            É o tipo de pensamento que nos ajuda a dormir à noite.

domingo, junho 13, 2010

Psicopatas: um cérebro perverso 1


         Estudos recentes demonstram que psicopatas têm mentes com características especiais.
         Uma das pistas pode estar no lobo frontal.
         O auto-controle, o planejamento, o equilíbrio das necessidades dos indivíduos versus as necessidades sociais são mediadas pela parte frontal do cérebro. O córtex frontal está associado também ao medo condicionado. Quando um rato é punido toda vez que acende uma luz em uma gaiola, ele associa a luz à punição e é essa área do cérebro que é acionada.
         Antônio e Hama Damasio, dois neurologistas da Universidade de Iowa investigaram as bases neurológicas da psicopatia. Eles demonstraram que indivíduos que haviam tido danos no córtex frontal ventromedial desenvolveram conduta social anormal. Eles tomavam decisões inadequadas e tinham pouca habilidade de planejamento a longo prazo.
         Os dois pesquisadores reconstituiram neurologicamente o primeiro caso conhecido de alteração de personalidade em decorrência de um dano cerebral.
         No século XIX, na Inglaterra, Phineas Cage, um supervisor de obras ferroviárias, perdeu uma parte do cérebro quando uma barra de ferro atravessou seu crânio após uma explosão. Ele sobreviveu muitos anos, mas se tornou abusivo e agressivo, irresponsável e mentiroso. Um conterrâneo disso dele: "Phineas não é mais o Phineas".
         Os psicopatas parecem ter dificuldade também de acionar a área do cérebro responsável pela emoção. Eles só teriam as chamadas proto-emoções - sensações de prazer, fúria e dor menos intensas que o normal, o que os leva a sempre buscar novos estímulos, seja matando uma pessoa ou arriscando tudo num golpe.
         Um psicopata entrevistado pelo psicólogo Hare disse: "Quando assaltei um banco, notei que uma caixa começou a tremer e a outra vomitou em cima do dinheiro, mas não consigo entender por quê. Na verdade, não entendo o que as pessoas querem dizer com a palavra medo".
         Em 2001, o psiquiatra Antônio Serafim colocou presos de São Paulo para assistir cenas de corpos decapitados, crianças esquálidas com moscas nos olhos, torturas com eletrochoque e gemidos desesperados. Os criminosos tiveram reações físicas de medo, como aumento das batidas do coração, intensificação da atividade cerebral e enrijecimento dos músculos. Os psicopatas não tiveram sequer variação de batimentos cardíacos.

sábado, junho 12, 2010

As melhores HQs de super-heróis

A partir de hoje, este blog começa uma série de listas com melhores em várias categorias. E vamos começar com uma lista que interessa aos fãs de quadrinhos: os melhores quadrinhos de super-heróis. Concorda? Discorda? Deixe sua opinião na caixa de comentários.


Quarteto Fantástico, de Jack Kirby e Stan Lee
O gibi que reformatou no gênero dos super-heróis, criando o chamado "método Marvel", com heróis humanos. Destaque para a saga de Galactus, um dos momentos mais emocionamentes dos quadrinhos, em que as sagas cósmicas de Kirby se uniram perfeitamente ao texto humano de Lee. O melhor momento de uma dupla que só criou obras-primas.

Homem-aranha, de Gerry Conway e Ross Andru/Gil Kane/John Romita
A morte de Gwen Stacy, namorada do herói, foi um dos momentos mais dramáticos dos quadrinhos. Mas toda a fase de Conway no título é boa, com histórias que aproveitavam muito bem o clima psicodélico dos anos 1970 e vilões bizarros, como O Gibão. Diversão garantida. 


A última caçada de Kraven 
J.M.De Matteis se juntou ao desenhista Mike Zeck para fazer uma das poucas histórias realmente muito boas da fase do uniforme negro do personagem. O texto de De Matteis é poético e profundo e a arte de Zeck elegante.

Watchmen
Como seria o mundo se os super-heróis realmente existissem? Alan Moore e Dave Gibbons respondem a essa pergunta em uma HQ que revolucionou o mercado. Watchmen tem tantas camadas que pode ser analisada do ponto de vista científico, político, social, filosófico, etc.
 

Marvels
Depois de obras como Watchmen, parece impossível criar uma história com um enfoque novo no gênero super-heróis. Mas Kurt Buziek e Alex Ross conseguiram com uma HQ que mostra o ponto de vista das pessoas normais, que convivem com os heróis. A grande obra-prima dos anos 1990.

Piada Mortal 
A história do Batman em que o Coringa é o astro e o conflito é psicólogico. Uma obra tão boa que influenciou diretamente duas versões para o cinema. 

Cavaleiro das Trevas
A obra-prima de Frank Miller ecoou em quase todos os trabalhos posteriores. Miller mostrou um Bruce Wayne velho voltando a ser herói para tentar dar um jeito na cidade, que se tornou extramente violenta. Uma HQ revolucionária em quase todos os sentidos.

A queda de Matt Murdock
Um dos mais profundos trabalhos já feitos nos quadrinhos de super-heróis. O Rei do Crime descobre a identidiade do Demolidor e resolve destruir sua vida aos poucos, fazendo-o perder tudo que tem. Transformado em mendigo, Matt Murdock precisa dar a volta por cima e proteger a Cozinha do Inferno, bairro onde nasceu. Também merece destaque a arte de David Mazzuchelli.

Batman ano 1
Depois de Cavaleiro das Trevas, qualquer HQ do Batman seria apenas mais do mesmo. Mas Miller e Mazzuchelli mostraram que ainda era possível surpreender. Numa cidade dominada pelo crime, o herói surge com sede de vingança. Acompanhamos passo a passo sua transformação no herói mascarado numa história que amarra muito bem a origem do personagem.

Starman 
James Robinson criou uma narrativa poética e bem elaborada para revonar esse personagem clássico da DC em uma história empolgante.


Super-homem - Para o homem que tem tudo e O que aconteceu com o homem de aço?
O principal personagem da DC iria ser reformulado e Alan Moore implorou para fazer pelo menos uma história com a mitologia do personagem, que seria apagada na reformulação. O resultado foram duas histórias, "Para o homem que tem tudo" (arte de Dave Gibbons) e "O que aconteceu com o homem de aço?" (arte de Curt Swan e Geoge Perez) que mostraram que nostalgia também podia ser revolucionária.

Os supremos 
A obra de Mark Millar e Brian Hitch balançou a Marvel. Era para ser só uma versão alternativa dos Vingadores, mas fez tanto sucesso que se tornou a versão oficial da Marvel no cinema. A sequência incial, do Capitão América na II Guerra é um dos momentos mais empolgantes dos quadrinhos de super-heróis.

1602
Quando Neil Gaiman foi convidado a fazer uma série com os heróis Marvel, todos sabiam que ele não faria algo convencional. De fato, o autor de Sadman bolou uma história muito interessante, com heróis como o Demolidor, Thor e Nick Fury na Inglaterra governada pela rainha Elizabeth.

X-men, de Chris Claremont e John Byrne
Essa dupla representou para a Marvel dos anos 1980 o que foi Jack Kirby e Stan Lee para os anos 1960. A saga da Fênix em especial fez com que os mutantes se tornassem os personagens mais populares das décadas seguintes.

Miracleman, de Alan Moore e vários autores
Miracleman foi uma espécie de laboratório, em que Moore experimentou vários dos conceitos e estilos que viria a adotar em obras posteriores, como Watchmen. Foi também uma obra muito imitada. Sua visão extremamente realista dos super-heróis e, ao mesmo tempo, utópica, com um herói resolvendo, de fato, mudar o mundo, marcaram os quadrinhos.

quinta-feira, junho 10, 2010

Cuca Legal

Marcos Rey, um dos meus autores prediletos, foi um dos grandes roteiristas dos anos 1970. Escreveu do Sitio do Pica-Pau Amarelo às pornochanchadas. E também novelas. O vídeo abaixo é a abertura da novela Cuca Legal, escrita por ele em 1975.

segunda-feira, junho 07, 2010

O bocejo do Zeca Camargo

Normalmente não coloco esse tipo de vídeo aqui. Mas esse realmente é muito engraçado, principalmente pela expressão dele quando percebe que está no ar.

domingo, junho 06, 2010

Benício

Para quem não sabe quem é Benício (citado por mim no post anterior, sobre o Mini Box Lunar), ele é um dos mais importantes ilustradores brasileiros. Suas imagens marcaram o cinema brasileiro nos anos 1970. Também era muito comum ver livros de bolso com arte dele. Existe um livro, de Gonçalo Júnior, sobre ele, infelizmente já esgostado. Quem achar em sebo, compre. Vale a pena. 

MiniBox Lunar no Myspace

O MiniBox Lunar me fez refletir sobre algo que me preocupa muito: o fato dos amapaenses desconhecerem a cultura amapaense e seus artistas. Muita gente se espanta, por exemplo, com o fato de eu escrever para revistas como a MAD. Da mesma forma, o MiniBox é uma banda já famosa no circuito alternativo brasileiro e é desconhecida pela maioria das pessoas em Macapá, infelizmente. Para conhecer um pouco mais da banda, aconselho visitar a página deles no Myspace. Foi de lá que tirei esse belo cartaz de um show deles (lembra Benício, não lembra?).

E-book sobre jornalismo cultural

sábado, junho 05, 2010

Mini Box Lunar

Uma banda interessante amapaense, especialmente para quem curtia o som dos anos 1970. Com vocês, o Mini Box Lunar.

Garcia Lopez: o desenhista que marcou uma época

Na década de 1970 um desenhista fez a maioria das imagens promocionais da DC Comics. Como resultado, a maioria das pessoas na época quando pensava em Super-homem ou Mulher Maravilha, visualizava seus personagens elegantes de sorriso franco. O nome desse mestre era Garcia Lopez, que posteriormente faria o ótimo Esquadrão Atari. No início da década de 1980, a editora Abril lançou um álbum de figurinhas totalmente ilustrado por ele, com alguns cromos metálicos que magnetizaram a garotada. Abaixo, algumas imagens promocionais criadas por ele.

sexta-feira, junho 04, 2010

Psicopatas: Modus operandi e assinatura


         O modus operandi é a forma como o criminoso comete o crime. É dinâmico e maleável e melhora à medida em que o infrator ganha experiência e confiança.
         Um ladrão novato pode entrar em uma casa quebrando a vidraça. Esse é o seu modus operandi. Ele pode perceber que o método anterior é arriscado, pois chama atenção e torna o roubo arriscado e apressado. Numa próxima vez, ele pode levar equipamentos que tornem o arrombamento mais garantido e silencioso, mudando assim seu modus operandi.
         Ao contrário do modus operandi, a assinatura nunca muda, pois faz parte da fantasia do psicopata e é sua forma de dizer que aquele crime é de sua responsabilidade.
         Todo psicopata sente orgulho de suas ações e sente que fez uma espécie de obra de arte. Alessandro Marques Gonçalves, que se fazia passar por médico, não escondeu a cabeça quando foi preso. Ao contrário, deixou-se filmar à vontade.
         O promotor de eventos Michael Alig era querido por todos e foi o grande responsável por difundir a cultura clubber em Nova York, organizando festas itinerantes. Em 1996 ele matou um amigo em sua casa. Quando o corpo começou a feder, ele retalhou-o em pedaços e jogou os restos no rio Hudson. Dias depois num programa de TV, o promotor simplesmente contou o que tinha feito em detalhes, orgulhoso. Os jornalistas não acreditaram, mas pouco tempo depois a polícia achou os resto do corpo no rio.
         Quando Francisco das Chagas, responsável pela morte e esmaculação de vários meninos no Pará e Maranhão, foi preso, um outro preso pediu que ele assumisse o assassinato de uma criança que ele havia matado. Chagas ficou indignado: "Eu não mato desse jeito. Não vou assumir nunca o seu crime. Você paga o seu e eu pago os meus".
         A assinatura é a expressão do orgulho que os psicopatas têm de seus crimes. Em Macapá um assaltante costumava defecar na sala das casas das vítimas. Essa era sua assinatura.
         Alguns exemplos de assinaturas são:
         - Manter atividade sexual em uma ordem específica;
         - usar repetidamente um tipo de amarração em suas vítimas;
         - Infligir a diferentes vítimas o mesmo tipo de ferimento;
         - Dispor o corpo da vítima de uma maneira peculiar e chocante;
         - torturar ou mutilar suas vítimas através de um ritual.
         No filme Seven, a assinatura do psicopata eram as mensagens relacionadas aos sete pecados capitais. Em jogos mortais, a assinatura é o fato do psicopata colocar a vítima em situação em que ela tenha que lutar por sua vida.      

terça-feira, junho 01, 2010

Dança viral

História dos quadrinhos

Guerras secretas


Em 1980, Jim Shotter, editor-chefe da Marvel, queria revolucionar o universo dos quadrinhos de super-heróis com uma história grandiosa. Para isso, ele bolou uma série em 12 partes que mostraria os principais heróis e vilões da editora se enfrentando.
Em Guerras Secretas, uma entidade super-poderosa, denominada Beyonder, cria um planeta e transporta para lá os mais importantes personagens da editora. E avisa: destruam seus inimigos e todos os seus desejos serão realizados.
Os personagens dividem-se entre heróis e vilões e começam os conflitos. Entre os heróis, há estranhamento pela presença de Magneto, um notório vilão dos X-men. Entre os vilões, começam as brigas pela liderança.
Entre os heróis havia vários medalhões da editora, como o Homem-aranha, X-men, Vingadores, Hulk, Coisa. Do lado dos vilões, peso-pesados, como Doutor Destino, Lagarto, Ultron e Galactus. A presença de Galactus no time de vilões tem causado, até hoje, controvérsias. Criado por Jack Kirby e Stan Lee em uma aventura do Quarteto Fantástico da década de 1960, ele é uma entidade cósmica super-poderosa, capaz de devorar planetas inteiros. Sua presença no time de vilões desequilibraria qualquer disputa.
Para desenhar a história foi chamado Mike Zeck, que vinha se destacando nas histórias do Mestre do Kung Fu com seu traço elegante.
A história fez grande sucesso e remodelou a vida de vários personagens da editora. O mais afetado foi o Homem-aranha, que ganhou um uniforme preto, fruto de uma simbiose com um ser alienígena. Posteriormente esse uniforme se transformaria no vilão Venon.
No Brasil a história foi lançada em 1986 para servir de divulgação para a linha de bonecos da Gulliver. Mas os heróis estavam atrasados em relação à cronologia americana e, para adequar essa inconsistência, a série foi cortada e mutilada. Até mesmo personagens, como Vampira e Capitã Marvel, foram apagados e o final da saga foi totalmente modificado para se adequar ao momento que a Marvel vivia no Brasil.