sábado, novembro 24, 2018

Alunos sem professor

Alunos de escola pública de Santana estão sem professor de português há 5 meses


Escola Estadual Almirante Barroso, em Santana — Foto: Reprodução/Rede AmazônicaEscola Estadual Almirante Barroso, em Santana — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
Escola Estadual Almirante Barroso, em Santana — Foto: Reprodução/Rede Amazônica
A falta de professor da disciplina de língua portuguesa para os estudantes do 9º ano da Escola Estadual Almirante Barroso, há pelo menos cinco meses, está afetando a educação de dezenas de alunos em Santana, cidade a 17 quilômetros de Macapá. A pedagoga Ana Alberto, mãe de um aluno da instituição, usou o Tô Na Rede para fazer a reclamação. Leia mais

sexta-feira, novembro 23, 2018

Feliz Natal!!


Em Osasco, médico que batia ponto em dois locais ao mesmo tempo é processado pelo MP

Durante a sessão na Câmara de Osasco nesta quinta, 30, o promotor de Justiça Gustavo Albano disse que um médico da cidade está sendo processado por improbidade administrativa.
Segundo Albano, o médico assinava ponto em Osasco e, no mesmo dia e horário, em outro município. O profissional pode ter que devolver o triplo do salário que recebia.
De acordo com Gustavo Albano, “além disso existem mais três investigações de médicos por dupla jornada em cidades diferentes, que podem ter que devolver o dinheiro recebido e pagar uma multa”, disse Albano. Leia mais

Quando realidade e ficção se misturam



Vivemos em um mundo em que cada vez mais se torna difícil distinguir realidade de ficção. Um exemplo disso ocorreu em 2014, quando a personagem Valdirene, vivida pela atriz Tatá Werneck, da novela Amor à vida, tornou-se participante do Big Brother Brasil 14.
A atriz permaneceu 12 horas dentro da casa, imersa em sua personagem, convivendo com os outros brothers como se fosse um deles.
Sem acreditar que estava realizando seu sonho antigo, a personagem Valdirene cruzou a porta amarela em êxtase e soltou sua primeira pérola: "Esqueci minha escova de dentes".
Ao som de “Piradinha”, sua trilha sonora, ela rodou pela festa, instigando os concorrentes. A cada grupo disse para alguém: "Você é o mais forte da casa". Perguntou a Clara se queria combinar voto e se esta jogava na "dança da pélvis" com os Brothers bonitões.
Enquanto isso, os personagens da novela assistiam ao programa, comentando os acontecimentos.
Por outro lado, no “mundo real” ela se tornava assunto nas redes sociais com internautas comentando sua participação no programa. A hashtag #ValdireneNoBBB14, que ficou entre os tópicos mais populares no Twitter.
O episódio testou os limites entre a realidade e a ficção em programas como o BBB. Uma personagem ficcional se tornou a grande estrela de um programa que tem como base a ideia de mostrar a vida real (há de se perguntar o que ocorreria se ela tivesse continuado no programa – teria ganhado a simpatia do público e sobrevivido até a final?) e levanta uma questão: os Brothers também não estariam atuando? Até que ponto o programa não é uma ficção? O BBB não seria ele também uma simulação da vida real?

Um exemplo de como o mundo se tornou uma construção hiper-real é o projeto acadêmico da designer holandesa Zilla van den Born realizado em 2014. Como o objetivo de provar o quanto é fácil forjar situações em redes sociais, ela arrumou as malas, despediu-se de seus pais no aeroporto Schiphol e, ao perdê-los de vista, pegou o trem de volta para sua casa em Amsterdã, onde mora sozinha.
Nas semanas seguintes ela produziu, através de programas de computador, fotos que a mostravam nas praias da Tailândia, saboreando comidas exóticas e até meditando em um templo budista.

A foto em que ela aparece mergulhando, por exemplo, foi tirada na piscina de sua casa e adornada com peixes falsos, mas hiper-reais adicionados via Photoshop.
Durante cinco semanas ela publicou as fotos e recebeu diversas curtidas e comentários elogiosos por parte de seus parentes e amigos. Ninguém desconfiou que a viagem fosse falsa.

O caso levantou uma questão: até que ponto o que vemos nas redes sociais é forjado, uma simulação (dos sorrisos forçados às fotos em locais paradisíacos) para impressionar seus seguidores? 

quinta-feira, novembro 22, 2018

Para que serve a metodologia científica?

Uma pergunta comum de meus alunos é: “Para que serve a metodologia científica?”. A resposta mais simples, e também a mais reducionista é que a metodologia serve para que o aluno possa fazer o trabalho de conclusão de curso, o famoso TCC.
         Mas reecuso-me a acreditar que a metodologia científica sirva só para isso. Na verdade, espero que a disciplina desperte nos alunos o espírito científico. Não quero dizer com isso que pretenda transformá-los em cientistas (embora alguns provavelmente sigam essa carreira), mas que utilizem os critérios científicos no seu dia-a-dia.
         Segundo Humberto Maturana, a ciência é uma forma de explicar o mundo. É através dela que compreendemos a realidade em que vivemos. Existem outras formas de explicações, algumas das quais são até superiores à ciência em determinados recortes da realidade. Mas a ciência se destaca por seguir uma metodologia que foi construída ao longo de séculos, e critérios específicos para distinguir o que é uma boa explicação e o que não é.
         Quando tinha oito anos, meu filho se viu em dúvida sobre qual é o animal mais rápido do mundo. Alguns diziam que era guepardo; já para outros, era o falcão.
         Quem estava com a razão? Eu o orientei a verificar a fonte de cada informação. Nesse assunto, por exemplo, a opinião de um zoólogo tem muito mais validade que a opinião de um leigo. Ao se deparar com duas informações controversas, o ideal é verificar qual das fontes tem mais credibilidade. A revista Superinteressante é mais confiável que a Recreio. Por sua vez, a Scientific American é mais confiável que a Super. Por outro lado, uma revista científica, editada por uma sociedade de pesquisa, é mais confiável que a Scientific American.
         Diante de informações contraditórias sobre fontes igualmente confiáveis (digamos que a Galileu diga uma coisa e a Super outra), o ideal é procurar uma terceira fonte.
         Isso vale até para informações que recebemos oralmente. Se um amigo me diz que o supermercado foi assaltado e outro afirma que a vítima foi a padaria, e se estou interessado no assunto, devo procurar uma terceira pessoa, de preferência alguém  que estivesse presente ao acontecimento (uma fonte, portanto, mais confiável).
         Esse princípio básico, que jornalistas, administradores e profissionais em geral, usam em seu dia-a-dia é um critério científico que remonta ao filósofo René Descartes, segundo o qual nunca devemos aceitar como verdade, algo que não conhecemos evidentemente como tal e, antes de chegar a uma conclusão sobre um assunto, fazer todas as revisões e verificações necessárias.
         Um aspecto que costuma assustar os estudantes que se deparam com a metodologia científica é o projeto de pesquisa. Talvez porque ele seja ensinado como um modelo rígido que deve ser seguido sem que seja necessário compreender muita coisa.
         Acontece que cotidianamente fazemos, informalmente, projetos de pesquisa.
         Um exemplo corriqueiro: quero fazer uma receita de bolo. Eu tenho consciência de que um bolo é uma junção sólida de uma série de ingredientes, tais como ovos, farinha de trigo e leite, mas percebo que sou incapaz de fazer algo comível sem uma receita. Então me lembro que minha avó me conseguiu uma receita de um delicioso bolo de milho com queijo.
         Surge um problema: onde está a receita? O problema é uma pergunta, que deve ser respondida através de uma pesquisa. É um ponto básico de qualquer projeto científico.
         Mas não basta ter um problema, também é necessário ter uma hipótese, uma resposta provisória, que irá orientar minha pesquisa. Senão corro risco de passar anos procurando pela receita.
         Minha hipótese é: a receita está dentro de um dos livros de minha biblioteca. Quando mais específica for minha hipótese, melhor. A hipótese “A receita do bolo está dentro do livro O nome da rosa” é melhor que a anterior, pois é mais específica.
         Bem, resta pesquisar, mas para isso é necessário ter um método. Posso decidir, por exemplo, que o melhor método para encontrar a receita é abrir o livro e folheá-lo.
         Em seguida, faço a pesquisa, que pode confirmar ou falsear a hipótese.
         Estão aí os elementos básicos de um projeto: o tema (o bolo); um problema (Onde está a receita de bolo?); uma hipótese (a receita de bolo está dentro do livro O nome da rosa) e uma metodologia. Poderíamos acrescentar o objetivo (encontrar a receita de bolo).
         O exemplo, espero, demonstra que a metodologia não é uma coisa misteriosa, que deve ser decorada para passar de ano e depois esquecida. Ao contrário, o espírito científico e sua forma de agir (a metodologia) são essenciais para lidarmos com boa parte das questões com as quais nos deparamos no nosso cotidiano, seja a indagação sobre onde está a receita de bolo ou a decisão, por parte de um administrador, se acredita ou não em determinada informação.
         Os grandes autores aos quais a metodologia científica é devedora (René Descartes, Karl Popper, Thomas S. Kuhn, Humberto Maturana, Edgar Morin) não estavam pensando em criar um método que deveria ser seguido apenas por cientistas, mas uma forma de pensar que ajudasse as pessoas, em geral, a compreenderem o mundo em que vivem. 

Os quadrinhos underground


A década de 60 abalou o mundo. Foi a época dos Beatles, dos hippies, da chegada do homem à lua e do movimento underground. Subterrâneo, aquilo que está fora do sistema, esse movimento representou uma ruptura total com o que se fazia na mídia.
       Os artistas ­passaram a participar de todo o processo, desde a criação da obra até a sua distribuição. Nas histórias em quadrinhos isso foi uma verdadeira revolução. As revistas das grandes editoras estavam sob­ a censura do código de ética, que restringia completamente a liberdade do artista, mas nessas novas revistas, que não passavam pelo crivo das editoras, imperava a total liberdade. Falava-se sexo, drogas, rock e política. Isso chamou a atenção especialmente do público jovem, cansado dos quadrinhos pasteurizado das grandes editoras.
       O grande astro desse novo ti­po de HQ foi um rapaz baixinho, narigudo e extremamente tímido. Chamava-se Robert Crumb e escrevia, desenhava, publicava e vendia suas histórias. Influenciado pelos quadrinhos Disney, Crumb tinha um traço que oscilava entre o infantil e o burlesco, que serviu muito bem ao tipo de sátira social que ele pretendia fazer. Seu primeiro personagem foi Mr. Natural, uma sátira aos gurus que fizeram a cabeça da geração hippie.
       Muitos já tentaram, mas não conseguiram definir o personagem. Ele seria um charlatão que se aproveita da credulidade alheia ou um verdadeiro sábio, que atingiu uma compreensão profunda do mundo?
       A biografia inventada por Crumb para ele não esclarece muito. Ele teria se envolvido com o tráfico de bebidas durante a leia seca, passando um tempo na cadeia e reaparecendo com o mágico Mr. Natural, o Magnífico. Depois tornou-se músico e montou a big band Mr. Natural e seus libertinos líricos. Ficou rico com a vida artística, mas abandonou tudo para andar pela América como vagabundo. Foi encontrado depois na Califórnia, cercado de discípulos. Já na década de 1970, foi internado por ex-discípulos num manicômio, o que mostrava a decepção da geração anos hippie com seus gurus.
       Outro personagem de sucesso de Crumb foi Fritz, the cat, um gato sem vergonha, que adora transar, tomar drogas e curtir a vida. Em suas aventuras ele se envolvia com todo tipo de gente, incluindo terroristas. O sucesso do personagem foi tão grande que Crumb resolveu matá-lo, para evitar que ele se tornasse mais um produto, apropriado pela Indústria cultural. Como se vê, Crumb em si já era um personagem interessante. Quando a revista Village Voice o convidou para fazer tiras pagas, ele topou, mas depois fez uma história em que satirizava os editores e ainda pedia demissão ¨ao vivo¨, na história. Ele também se recusava a dar autógrafos e costumava fica nervoso quando encontrava com um fã.
       Por fim, Crumb percebeu que ele mesmo era o melhor personagem que já criara e passou a fazer histórias auto-biográficas. Numa série dessas histórias, intitulada ¨Minha Mulheres¨ ele conta que era desprezado pelas garotas e só beijou uma aos 19 anos. Quando se tornou famoso com os quadrinhos, dezenas de mulheres disputavam sua atenção e ele se vingava humilhando-as.
       Crumb abriu caminho para todo uma nova visão dos quadrinhos, mostrando que não havia limites de temas a serem trabalhados, inclusive os auto-biográficos. Muitos quadrinistas foram fortemente influenciados por ele. No Brasil, o quadrinista Angeli é o mais famoso seguidor do mestre underground.

quarta-feira, novembro 21, 2018

Desprestígio afasta jovens da profissão de professor

Os alunos que cursam licenciatura em física e em matemática na USP, quando comparados a outros graduandos dessa mesma universidade, estão entre os que acertam menos pontos no exame da Fuvest.
Eles são mais velhos, estão nas faixas de nível socioeconômico mais baixas, são trabalhadores. A situação é similar à dos outros cursos de licenciatura no país.
Para os alunos da USP, a licenciatura é uma das poucas alternativas possíveis para ingresso nessa universidade (e ter um diploma diferenciado) ou acessar a pós-graduação. Ser professor não é por eles apontado como a principal razão para escolha do curso. Leia mais

Feliz Natal!!!!!


terça-feira, novembro 20, 2018

Heróis politizados


           
No início da década de 1970 a juventude achava que podia mudar o mundo. Nos EUA, os jovens lutavam contra a guerra do Vietnã, contra o preconceito racional e a favor da natureza. Era uma geração politizada, que desprezava os velhotes que mandavam no país. Essa geração adorava os quadrinhos. A perseguição que os gibis haviam sofrido por parte dos setores mais conservadores da sociedade fizeram com que os jovens rebeldes simpatizassem com eles. Além disso, as histórias em quadrinhos da Marvel, com heróis realistas, ídolos com pés de barro, mostravam que os gibis não eram simplesmente uma questão da luta do bem contra o mal.
            Foi nesse contexto que surgiu um dos trabalhos mais revolucionários do gênero super-heróis: a série do Lanterna e do Arqueiro Verde.
            A idéia começou com um pedido do editor Julius Shwartz ao roteirista Dennis O´Neil para que ele reformulasse a revista do lanterna Verde. O gibi não estava vendendo bem, mas a DC Comics não queria cancelar o título. O´Neil era um desses jovens rebeldes do final dos anos 1960. Além escrever quadrinhos, ele trabalhava como jornalista e já havia publicado um livro sobre as eleições presidenciais. Ele admirava profundamente o novo jornalismo e se perguntava se seria possível fazer algo semelhante nos quadrinhos. Além disso, ele participava de passeatas contra a guerra, assinava abaixo assinados, era fã de Martin Luther King. O convite para reformular o Laterna pareceu-lhe uma oportunidade de colocar essa atuação política no gênero superheroiesco.
            Seu princípio básico foi: o que aconteceria se um super-herói fosse colocado num contexto real, para lidar com problemas reais? O Laterna era um policial, um militar, assim como aqueles que batiam em estudantes ou matavam pessoas no Vietnã. Tudo porque nunca haviam questionado as ordens que recebiam. E se o Lanterna começasse a questionar suas ações?
            Para ter um contraponto, O´Neil resgatou um personagem menor, que nunca tivera popularidade suficiente para estrelar uma revista: o Arqueiro Verde. Ninguém parecia estar muito preocupado com Arqueiro, do modo que o roteirista teve total liberdade para transformá-lo de Playboy em um anarquista vigoroso, de pavio curto. Era ele que colocaria o lanterna contra a parede, apresentando-o ao mundo real das pessoas que passavam fome, sofriam abusos e eram exploradas.
            Para desenhar a história foi chamado Neal Adams. Adams e O´Neil já tinham trabalhado juntos no Batman e feito um ótimo trabalho, tornando-o mais adulto e sombrio. Mas seria nessa série do Lanterna e do Arqueiro que eles fariam sua obra-prima. Os dois artistas não tinham nada em comum. Ao viajarem juntos para uma excursão promocional, descobriam que não conseguiam concordar nem mesmo sobre que canal assistir na televisão. Mas quando produziam quadrinhos, eram perfeitos. 
     Logo na primeira história, ¨O mal sucumbirá ante à minha presença¨, O Lanterna Verde é confrontado com o fato de que até então ele estivera defendendo capitalistas exploradores contra trabalhadores. Essa primeira história deu o tom da série, que iria abordar alguns dos maiores problemas do mundo, da fome à destruição da natureza.
     O gibi foi um sucesso de crítica, sendo mencionada em dezenas de jornais e revistas. Os autores eram convidados para falar em programas de TV e em universidades. Além disso, todo mês chegavam centenas de cartas elogiosas. Apesar disso, a revista foi cancelada no número 13. Os editores alegaram vendas baixas, mas, como essa série é republicada até hoje, sempre com sucesso, o mais provável é que a editora estivesse assustada com o tom crítico que o gibi estava tomando e temesse uma reação conservadora contra os seus quadrinhos.
     De certa forma, o fim da revista foi positiva, pois sua continuação levaria O´Neil a vasculhar os jornais, em busca de novas causas: ¨No fim, iríamos degenerar a série até a autoparódia, um gibi de ´causa do mês´¨. 

O uivo da Górgona no Wattpad

Gosta de terror? Gosta de ler no Wattpad? Que tal conhecer minha história O uivo da górgona? Clique aqui para ler.

Caso Adrielly: médico faltava aos plantões há cinco anos

Ao contrário do que disse à polícia, o neurocirurgião Adão Crespo faltava aos plantões no Hospital Salgado Filho, Zona Norte do Rio, há pelo menos cinco anos, confirmou nesta sexta-feira a Delegacia Fazendária (Delfaz), que investiga o caso. Em depoimento, o médico admitiu a ausência mas disse que não cumpria a escala havia somente um mês, por discordar das políticas da unidade de saúde.
A ausência de Crespo no plantão da noite de Natal obrigou a menina Adrielly Vieira, de 10 anos, a esperar oito horas para ser submetida a uma cirurgia. Ela havia sido atingida por uma bala perdida na cabeça na noite de Natal, enquanto brincava em casa. Três dias depois de ser internada, Adrielly foi transferida ao Hospital Souza Aguiar, no Centro, onde morreu no último dia 4. Leia mais

Como escrever quadrinhos - humor de repetição

Dylan Dog – delírio de morte


Delírio de Morte é o quarto volume da série Dylan Dog nessa nova edição da Mythos.
A HQ conta a história de um ser deformado que sequestra uma garota, mata seus pais e, depois, passa a matar garotas. E um ponto liga todos os casos: todas as moças mortas participaram de um concurso de beleza. O roteiro é de Claudio Chiaverotti e os desenhos de Giovanni Freghieri.
O desenho é, certamente, o ponto alto da revista, a começar pela sequência inicial, com o monstro entrando na casa em vários planos fechados que aumentam o suspense. Além dsso, Freghieri sabe desenhar mulheres, algo essencial para a trama.
Já o roteiro... Dylan Dog parece exercer a função de Grouxo e, por conta disso, Grouxo pouco aparece. A forma como o detetive chega ao monstro é o que se poderia chamar de uma solução fácil, um quase deux ex machina. E dois plot twist no final forçam a barra. Lembra a época posterior ao sucesso do filme Carrie, quando todo filme precisava ter uma sequência adicional de susto.
Para completar, a edição da Mythos não ajuda. Capa e papel em baixa gramatura. Se compararmos com a edição de Mister No da editora 85 a diferença é fragrante.

Superdotados e educação


Os alunos superdotados nem sempre são fáceis de se trabalhar. Para começar, é comum que, sobre alguns assuntos, eles tenham mais informações que o professor. Se a orientação pedagógica é tradicional (em que o professor é visto como depositário de conhecimentos que devem ser repassados aos alunos), pode haver problemas sérios, com o professor vendo o aluno como um concorrente.
Além disso, a capacidade de aprender antes dos outros pode tornar a aula tediosa. Quando o professor diz A, o aluno já deduziu o B e o C, de modo que o restante da aula se torna apenas tediosa repetição.
Pesquisadores da área têm identificado que 20% do período de aula é desperdiçado por um aluno com QI de 130. Ou seja, em uma aula de 50 minutos, 10 minutos é pura redundância. A obrigatoriedade de permanecer na sala durante os 50 minutos torna o restante do tempo um suplício para os superdotados. Além disso, os desafios propostos pela escola costumam estar muito abaixo da capacidade desses alunos, que se torna desestimulado. Sem estímulos cognitivos, tal alunos procurará realizar os deveres escolares no menor tempo possível, desperdiçando o restante do tempo em simples recreação inconseqüente. É o caso de alunos que terminam de fazer as atividades antes do tempo e, a partir daí, começam a “fazer bagunça”, atrapalhando os outros.
Curiosamente, é mais fácil encontrar superdotados no “fundão” que na frente. Ao contrário do que imagina a maioria dos professores, o aluno que se senta na frente, escreve tudo que o mestre diz e tem um caderno bem organizado, dificilmente é superdotado. Muitos superdotados nem mesmo fazem apontamentos em seus cadernos, pela simples razão de que não precisam disso. Conheço casos de alunos que passaram pela faculdade sem ter caderno.
O professor só conseguirá o respeito do superdotado se este perceber que tem algo a aprender com ele. A autoridade, para um superdotado, não é fruto da tradição, ou da força, mas do conhecimento de cada um. Certa vez entrei em uma turma de primeiro ano do ensino médio e visualizei um aluno com enorme livro do Stephen King (em inglês) aberto sobre a carteira. Ele passou a aula inteira lendo o livro. Na sala dos professores, muitos dos meus colegas me informaram que ele era o terror da escola, um aluno problemático e indisciplinado. Na aula seguinte levei a ele um fanzine (publicação alternativa) que eu havia feito no qual havia uma matéria sobre King. Na aula seguinte lhe apresentei Edgar Alan Poe. Resultado: ele se tornou um dos meus melhores alunos. Seus textos, que antes eram só medianos, revelaram-se de grande qualidade literária. Antes ele não escrevia melhor porque simplesmente achava que o exercício não exigia dele toda a sua capacidade.

segunda-feira, novembro 19, 2018

Em pouco tempo não teremos mais professores




Já há algum tempo se anuncia um apagão na educação brasileira. Uma pesquisa mostrou que apenas 2,4% dos jovens cogitam se tornar professores. Outra pesquisa mostrou que um em cada cinco professores brasileiros tem mais de 50 anos. Em outras palavras: os professores brasileiros são cada vez velhos, em vias de se aposentar, e não serão substituídos. É um problema que já se reflete em muitas escolas. É comum vermos notícias de alunos que passam três, quatro meses sem aulas de determinadas disciplinas simplesmente porque não há professor.
Os professores brasileiros estão entre os mais mal remunerados do mundo. Para complementar o salário, são obrigados a trabalhar em diversas escolas. Qualquer um que já tenha lecionado sabe o quanto é cansativa a sala de aula – e tem se tornado ainda mais cansativa com uma geração que contesta o professor o tempo todo baseada em qualquer coisa que tenha visto no zap zap. Algumas poucas horas de aula são extremamente exaustivas. Mas o trabalho do professor não termina aí. Em casa, deve preparar aulas, preparar provas, preencher diários, preencher relatórios. Isso fora as reuniões acadêmicas e de pais e mestres.
Essa rotina estressante aliada aos baixíssimos salários tem afastado cada vez mais pessoas da docência.
Mas, se a  situação é crítica atualmente, pode se tornar ainda pior graças a dois fatores.
O primeiro deles é a reforma da previdência. Até o momento, professores conseguem se aposentar antes da população em geral – é um dos poucos benefícios da profissão. Pelo que se desenha na reforma da previdência, professores passarão a se aposentar na mesma idade que a população geral (ao que tudo indica, apenas militares estarão fora da reforma). Um dos resultados é que os que são professores atualmente e já têm idade pelas regras atuais, vão correr para se aposentar. E não haverá novos para substituí-los.
Outro fator é o projeto escola sem partido. Qualquer um que já tenha tido a curiosidade de dar olhada no site do projeto sabe o que se desenha – uma realidade em que o professor pode ser denunciado por qualquer coisa. Qualquer coisa. O escola sem partido defende que o professor seja denunciado por falar em sala de aula qualquer coisa que vá contra as convicções de alunos ou pais de alunos. Os pais acreditam em terra plana? Podem denunciar professor que ensinar que a terra é redonda. Os pais acreditam em criacionismo? Podem denunciar professor que ensinar teoria da evolução. Os pais acreditam que as vacinas fazem parte de um plano mundial de extermínio da humanidade? Se o professor falar o contrário, pode ser denunciado. A notificação extra-judicial que se encontra no site do escola sem partido chega a ameaçar o professor com prisão e perda de bens.
O que temos visto é uma demonização do professor, que passou a ser considerado o inimigo público número um.
Vamos ser sinceros? Quem, em são consciência, vai querer ser professor em um cenário desses? Salários baixíssimos, rotina extressante dentro e fora de sala de aula, aposentadoria aos 65 anos e possibildade de ser preso e perder tudo que tem porque disse algo que um aluno ou um pai de aluno não gostou? Quem, em são consciência, vai querer ser professor em um país em que professores são considerados o inimigo público número um?
Isso irá provocar um apagão não só na educação. Pouca gente se lembra, mas engenheiros, médicos, programadores são formados por professores. Sem professor não existem outras profissões.
Uma conhecida, coordenadora de curso de medicina, me falava da dificuldade de conseguir docentes. Abria o edital e não aparecia ninguém interessado. Um médico em seu consultório ganha em uma tarde o equivalente ao salário mensal de um professor universitário. Um dos poucos argumentos favoráveis era a questão a aposentadoria, que não vai mais existir após a reforma da previdência. E que médico vai deixar de ganhar dinheiro em sua clínica para se aventurar numa profissão extremamente desvalorizada em que correntes de zap zap valem mais que o conhecimento científico estabelecido?
Cada vez mais, o cenário que se desenha é exatamente este: em poucos anos haverá um enorme apagão na educação brasileira. Milhões de alunos sem professor.

Mãe morre em hospital sem atendimento e filho registra o descaso

A primeira reportagem desta quarta-feira (1º) é sobre o atendimento dispensado a uma cidadã na rede pública de saúde no Rio de Janeiro. O filho dela, desesperado pra conseguir socorro, ligou a câmera do celular e registrou tudo.
O afago nas costas de Irene marca o início de uma triste sequência. 54 anos, mãe de sete filhos. A mulher, diabética, se contorce em dores e espera. Na parede, a palavra “Acolhimento” não faz sentido. O filho toma uma atitude desesperada contra o descaso.
Filho da paciente: Cadê o responsável aí?
Funcionário: Pois não, pode falar. É o quê?
Filho da paciente: É que minha mãe está torcendo de dor ali em cima, ali. Queria saber se dá para socorrer ela ali.
Funcionário: Não, o médico já está ali em cima. 
Filho da paciente: Não está, não. Que eu estava lá já.
Na sala do Hospital Getúlio Vargas, na Zona Norte do Rio, ninguém reage ao ser questionado pelo filho de Irene.
Filho da paciente: Médico, cara? Ninguém vai atender, não, cara? A senhora que é a médica aqui? Desse setor aqui? Aqui, ó, a médica está aqui, ó, no celular. E a pessoa lá quase morrendo. O que está acontecendo, cara? 
Funcionária: É porque tem que fazer a ficha.
Filho da paciente: A paciente já fez, está lá quase morrendo na cadeira lá, cara!
Médica: Eu aguardo o paciente chegar, a ficha aqui para ser atendido.
Filho da paciente: Aguarda a ficha chegar?
Médica: Tem que ter para poder escrever.
Filho da paciente: Olha ali na cadeira ali, cara. A mulher quase morrendo, a minha mãe ali, cara.
Funcionária: Eu estou aqui, meu senhor.
Filho da paciente: Está desde ontem com o rosto todo inchado, que apareceu um negócio lá, ninguém sabe o que é. Aí o médico está aqui no zap zap. Leia mais

O que caracteriza a ciência?

Para Karl Popper, a ciência é caracterizada pelo falseamento. Ou seja, uma teoria só é científica se for possível provar que ela está errada.
Assim, seria não-científico afirmar que vai chover amanhã. É certo que amanhã vai chover em algum lugar do planeta, em algum horário.
É científico dizer que vai chover amanhã às 17 horas em Macapá, pois essa afirmação é passível de falseamento.
A ciência não aceita formulações vagas, que não podem ser falseadas, características dos videntes e cartomantes: “Você vai viver um grande amor”; “Um grande reino vai cair”. É impossível provar que essas afirmações são falsas. Em algum momento a pessoa vai viver um grande amor e em uma guerra, inevitavelmente um reino irá ser derrotado.
Para Popper, O cientista não deveria procurar fatos que comprovassem sua tese, mas fatos que o falseassem, que provassem que ela é falsa.
Imaginemos que estejamos estudando as galinhas. Pesquiso uma e descubro que ela bota ovos. Encontro outra galinha e observo o mesmo comportamento. Por indução, chego à conclusão de que todas as galinhas botam ovos. Para Popper isso não é científico, pois se eu encontrar uma única galinha que não bote ovos, minha tese cai por terra.
Para Popper, a indução é falha e a única maneira de sermos científicos é usarmos a dedução.
Assim, eu crio uma lei geral: todas as galinhas botam ovos. Então pego uma galinha ao acaso e verifico se ela bota ovos. Se isso ocorrer, a tese está correta, por ora. Se um dia aparecer uma galinha que não bote ovos, a tese será falseada.
Popper nos ensinou que as verdades científicas são provisórias. São apenas hipóteses esperando pelo falseamento.

Médico é condenado a 10 anos por estuprar pacientes durante consultas em GO

A justiça de Goiás condenou um médico por ter estuprado diversas mulheres. Os estupros aconteciam durante as consultas ginecológicas. O médico trabalhou durante 10 anos em um grande hospital público de Goiânia. Leia mais aqui