quarta-feira, outubro 31, 2012

Livro sobre a Grafipar é destaque no site Omelete

Na matéria para o site Omelete sobre a Gibicon o jornalista Érico Assis deu destaque para o lançamento do meu livro Grafipar, a editora que saiu do eixo. O jornalista diz, inclusive, que o evento já é um dos maiores do país, rivalizando apenas com o FIQ, Festival Internacional de Quadrinhos, que acontece em Curitiba.
Ele escreveu:
"O segundo grande assunto da convenção foi a Grafipar, editora dos anos 70 e 80 muito conhecida pelos quadrinhos de terror e de sexo, e que funcionava em Curitiba com artistas que na imensa maioria moravam na cidade. O jornalista Gian Danton lançou Grafipar: a editora que saiu do eixo (editora Kalaco) após uma pesquisa de mais de dez anos (que incluiu até um artigo no Omelete de mesmo nome), o quadrinista José Aguiar organizou a exposição Tesouros da Grafipar e, num momento histórico, todos os artistas remanescentes da editora reencontraram-se após 30 anos para a abertura da exposição. A lembrança da Grafipar ajudou a marcar a base histórica que existe para um evento como a Gibicon em Curitiba".
Para ler o artigo completo, clique aqui.

PS: Conheci pessoalmente o Érico na abertura da exposição Tesouros da Grafipar. Como se diz, gente boa. Conversamos muito sobre o livro Superdeuses, que ele traduziu para o português e eu resenhei aqui.

A eleição em Curitiba e Macapá

Passei o último final de semana em Curitiba, participando da Gibicon, e fiquei impressionado com a diferença da campanha eleitoral lá e aqui em Macapá. Para começar, não se via multidões de pessoas nos cruzamentos, brandindo bandeiras e muitas vezes dificultando a visão da pista. Era aqui e ali, uma pessoa só. Em todo o tempo em que estive lá só vi um carro de som, do Ratinho, o candidato que perdeu de lavada. Aliás, vi pouca propaganda do Fruet, que ganhou a eleição com 60% dos votos. Vi barraquinhas dele na rua XV de novembro, em que cabos eleitorais explicavam os projetos dele para a cidade.
Da parte dos eleitores, duas coisas me surpreenderam: 1) uma rejeição grande ao Ratinho, inclusive por ele estar usando poluição sonora e visual e 2) as pessoas discutiam as propostas dos candidatos. Pelo que entendi, o Fruet tinha uma proposta para melhoria do transporte público que os eleitores consideram mais interessante. Aqui, quantas pessoas estavam de fato discutindo as propostas dos candidatos?
Enquanto isso, Curitiba é a melhor capital do Brasil e um das melhores para se morar na América Latina. E Macapá é "uma das 50 melhores capitais do Brasil", como disse aquele jornal.
É para se refletir.

terça-feira, outubro 30, 2012

Exploradores do Desconhecido

Tem capítulo novo no blog dos Exploradores do Desconhecido. Para ler, clique aqui.

O metrô paulistano é o tema da história em quadrinhos Ida e Volta

Gibi em formato de passe de metrô tem duas histórias narradas nos trilhos de São Paulo.
 

Com a capa inspirada em um bilhete de metrô, a revista independente “Ida e Volta” traz duas histórias em quadrinhos roteirizadas por Raphael Fernandes (“Ditadura No Ar”, “MAD”): “Uma Viagem ao Paraíso” e “O Tempo Não Espera”. A primeira foi baseada em fatos reais e tem desenhos da dupla Doug Lira (“MAD”, “Mundo Estranho”) e Rafa Louzada (“Essa tal ortografia”); a outra é uma ficção científica desenhada por Pedro Pedrada (“Moinho”, “Caros Amigos”).

Ambientada no metrô de São Paulo, a publicação usa o conceito dos antigos bilhetes de duas viagens: o leitor lê a primeira HQ de um lado e vira a revista de ponta cabeça para ler a outra história. Gerando o efeito de ida e volta do metrô.

Em “Uma Viagem ao Paraíso”, o roteirista Raphael Fernandes narra uma história verídica sobre um misterioso acidente no metrô e a surpreendente reação das pessoas diante dele. Já em “O Tempo não Espera” somos apresentados para um típico casal suburbano que cai em uma estranho vórtex temporal protagonizado pelos vagões desse importante transporte público paulistano.

Esta é a terceira publicação do selo independente Contraversão Gibis e parte do coletivo de quadrinistas Café Nanquim.



Lançamento
Monkix Livraria - 10 de novembro - 16h (São Paulo)
Galeria Le Village
Rua Augusta, 1492 - Loja 21

Autores

Raphael Fernandes
 Editor da revista “MAD”, do blog de contracultura pop Contraversão e dos quadrinhos da Editora Draco, Raphael Fernandes estreou como roteirista de quadrinhos na série policial “Ditadura No Ar”, que lhe rendeu uma indicação ao Troféu HQMix de Roteirista Novo Talento. Publicou HQs introdutórias para os livros de RPG “Abismo Infinito” e “Space Dragon”, além de uma história curta para a “Café Espacial” N°11.

Pedro “Pedrada” Henrique
Pedro Pedrada estuda Artes Visuais e é quadrinista e ilustrador. Tem trabalhos publicados na revista Caros Amigos e produz camisetas customizadas. Lançou em novembro de 2011, a HQ digital “Moinho”, com roteiro de Felipe Lisboa Castro.

Doug Lira
Doug Lira trabalha como caricaturista em eventos e é colaborador das revistas “MAD” e “Mundo Estranho”. Atualmente, ele faz storyboard, concepts de personagens e outras peças para a agência de publicidade Neogama BBH.

Rafael Louzada
Designer de Moda por formação e especialista em História da Arte, Louzada produziu estampas para diversas marcas. Nos últimos tempos, ele tem trabalhado como ilustrador, como as que fez para o livro infantil “Essa tal ortografia” (Editoral Ilelis) da autora Rose Lee.

IDA E VOLTA
Roteiro: Raphael Fernandes
Arte: Doug Lira, Rafael Louzada e Pedro Pedrada



Formato: 12 x 20,5 cm

48 páginas em preto e branco
Capa cartonada
Independente
Preço: R$ 10,00
Contraversão Gibis

Já disponível (distribuição em lojas de quadrinhos)
Informações: raphaelcassady@gmail.com
Site: http://www.contraversao.com

Ps: Eu li e gostei muito. É ótima fantasia urbana, mesmo a história que, teoricamente, é baseada em fatos reais. Raphael Fernandes está despontando como um dos grandes roteiristas da nova geração.

segunda-feira, outubro 29, 2012

8 fotos de Curitiba e uma de Macapá

Como a maioria dos leitores do blog sabe, passei os últimos dias  em Curitiba, participando da Gibicon. Depois de tanto tempo em Macapá, a gente se surpreende com o asfalto sem buracos e as calçadas padronizadas, feitas pela prefeitura. Abaixo, 8 fotos de Curitiba e uma de Macapá.







 E, para não dizerem que esqueci de Macapá:
Espero que essa  realidade mude nessa próxima gestão.

Astronauta - magnetar

Acabei de ler Astronatua Magnetar, de Danilo Beyruth, editado por Sidney Gusman com cores de Cris Peter. A história, uma trama de FC, mas principalmente psicoógica, mostra como o personagem de Maurício de Sousa pode ser profundo e complexo, qualidades que já existem em potencial nas histórias  infantis, mas que foram extrapoladas com muita propriedade nessa história adulta. O autor trabalha muito bem com a linguagem de quadrinhos, em especial as elipses e sua arte, com cores de Cris Peter é deslumbrante.
Um aspecto interessante também é o fato de que a história toda ter um único personagem, o protagonista. Fazer uma graphic novel com um único personagem não é para qualquer um.
Também há de se destacar que texto e desenho se juntam formando uma verdadeira poesia visual. 
Quem diz que o Brasil não tem bons quadrinhos para o público adulto devia ler essa graphic.

domingo, outubro 28, 2012

Shiroma, matadora ciborgue

Em paralelo à série de aventuras de space opera protagonizadas pelo herói espacial brasileiro, Jonas Peregrino, “As Lições do Matador”, Roberto de Sousa Causo desenvolve a série “Shiroma, Matadora Ciborgue”.
Agora no final de outubro, é divulgado o selo destinado às narrativas da série “Shiroma, Matadora Ciborgue”, em arte original de Vagner Vargas, o mais experiente ilustrador brasileiro de ficção científica.
“Shiroma, Matadora Ciborgue” é fruto do “Projeto Portal”, uma série de seis revistas semestrais de contos de ficção científica editada por Nelson de Oliveira entre 2008 e 2010. A trans-humana Shiroma é uma assassina hesitante, raptada da Terra ainda criança e levada por um casal de mercenários, Tera e Tiago, para ser treinada como matadora de aluguel.
A série partilha do mesmo universo ficcional das aventuras de Jonas Peregrino, um herói de space opera militar que estreou com a noveleta “Descida no Maelström”, publicada em 2009 na antologia Futuro Presente, organizada por Nelson de Oliveira para a Editora Record, do Rio de Janeiro. Outras aventuras de Peregrino apareceram nas antologias Assembléia Estelar (Devir), editada por Marcello Simão Branco, e Space Opera: Jornadas Inimagináveis em uma Galáxia Não Muito Distante (Draco), editada por Hugo Vera & Larissa Caruso.

Nesse projeto, os dois personagens principais, Shiroma e Peregrino, irão se encontrar mais adiante, as duas séries se entroncando em uma única narrativa — uma vasta e complexa space opera.

Para maiores informações, visite o site do escritor.

sábado, outubro 27, 2012

Algumas fotos da Gibicon Curitiba

Joe Bennett, eu, Bira e Franco de Rosa.

Will (desenhista da adaptação de 20 mil léguas submarinas para os quadrinhos), eu e Gonçalo Júnior (autor de Guerra dos gibis).

Eu e Watson Portela.

Exposição Tesouros da Grafipar.

Exposição Tesouros da Grafipar.

Exposição Tesouros da Grafipar.

Exposição Tesouros da Grafipar.

Exposição Tesouros da Grafipar.

Eu, Faruk (dono da Grafipar) e Gonçalo Jr.

Meu livro à venda na Comix.

Minha oficina de roteiro. 

Eu e dois malcuos: Fábio Turbay e Raphael Fernandes, editor da MAD.

quarta-feira, outubro 24, 2012

Antologia Tomos

A editora 9Bravos está abrindo inscrições para a antologia  Tomos Fantasticos. A proposta do trabalho é reunir quadrinhos e contos cuja tematica seja: Fantasia Heróica Medieval. Os textos deverão ter de 5 a 9 mil palavras e o prazo final de envio é 10 de janeiro de 2013. A antologia também aceitará histórias em quadrinhos sobre o mesmo tema. Para ler as regras, clique aqui.

Exposição Tesouros da Grafipar

Para quem não está em Curitiba, dá para curtir um pouco da exposição no site do evento.

Espiritismo e ciência


Apesar do espiritismo ser relativamente conhecido na sociedade brasileira, um aspecto seu é pouco dilvugado: a relação da doutrina espírita com a ciência. Ao contrário de outras religiões, que negam as descobertas científicas, o espiritismo sempre se valeu tanto das descobertas quanto de sua metodologia.
O fundador do espiritismo, Allan Kardec, era um educador famoso na época e influenciado por toda uma herança intelectual que vinha do iluminismo, em especial o filósofo francês Jean Jacques Rousseau, e tinha encontrado seu auge no positivismo de Augusto Conte.
Curioso, Kardec teve sua atenção despertada para o fenômeno das mesas girantes, sensação na época, em que mesas se elevavam no ar e respondiam às perguntas dos presentes com batidas no chão. Kardec analisou o fenômeno e percebeu que as respostas demonstravam inteligência e concluiu: “Se todo efeito tem uma causa, o efeito inteligente tem uma causa inteligente”. Portanto, as mesas girantes agiam sob orientação de espíritos inteligentes. A forma como demonstrou sua conclusão revela suas origens científicas. Desde os primeiros pesquisadores, a ciência tem procurado observar variáveis, identificando relações de causa e conseqüência.
Descartes dizia que a origem do conhecimento está na dúvida e Kardec vai aplicar essa máxima ao seu estudo e na estruturação da nova religião. Durante séculos, o conhecimento religioso foi visto como intocado, mas a ciência, segundo Kardec, havia saltado com pés juntos sobre os erros e preconceitos. “Neste século de emancipação intelectual e de liberdade de consciência, o direito e exame pertence a todo mundo, e as Escrituras não são mais a arca santa na qual ninguém ousa tocar os dedos sem o risco de ser fulminado”, escreveu ele no livro A Gênese.
Em sua análise, Kardec usou o que pregavam os cientistas da época, o método indutivo: “Não (se) colocou como hipótese nem a existência e intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a reencarnação, nem nenhum dos princípios da Doutrina; concluiu(se) dos Espíritos quando essa existência se deduziu, com evidência, da observação dos fatos; e assim os outros princípios. Não foram os fatos que vieram confirmar a a teoria, mas a teoria que veio, subseqüentemente, explicar e resumir os fatos”, afirmou ele em A Gênese.
O método indutivo, em que se estuda vários casos singulares, para só então chegar a uma conclusão universal, foi posteriormente criticado por Karl Popper, mas na época de Kardec era o que havia de mais avançado no método científico. Tivesse vivido algumas décadas mais tarde, o criador do espiritismo provavelmente teoria usado o método hipotético-dedutivo de Popper, em que o cientista cria uma teoria e depois a testa em confronto com os fatos, procurando não confirmá-la, mas falseá-la.
Com o desenvolvimento da mediunidade, passou-se a estudar não só o fenômeno das mesas girantes, mas também a psicografia e os médiuns que incoporavam espíritos. Kardec levava, então, para as sessões, perguntas metodologicamente preparadas, com um encadeamento de assuntos. O resultado ele analisava, comparava, destacava as incoerências, e não simplesmente acreditava no que era dito. Nesse sentido, sua técnica lembra muito o primeiro princípio de Descartes segundo o qual não se deve aceitar como verdadeira uma coisa que não se conhecesse evidentemente como tal.
 
À indagação sobre o porquê da existência de encarnações sucessivas, a obra kardecista responde que o objetivo é a evolução espiritual. Depois de sucessivas encarnações, a alma iria avançando como uma criança que passa de uma série a outra na escola. A resposta tem sinais claros de influência da teoria da evolução de Charles Darwin. Enquanto a maioria das religiões da época combatiam ferozmente Darwin, Kardec o usava como referência para explicar sua doutrina.
A importância das descobertas e métodos científicos para a nova doutrina ficam expostos no livro O Céu e o Inferno:“O que falta (à religião) neste século de positivismo, em que se procura compreender antes de crer é, sem dúvida, a sanção de suas doutrinas por fatos positivos, assim como a concordância das mesmas com os dados positivos da Ciência. Dizendo ela ser branco o que os fatos dizem ser negro, é preciso optar entre a evidência e a fé cega”.
Em oposição à fé cega, Kardec propõe aos adeptos do espiritismo a fé raciocinada, em que se deve sempre questionar, comparando a doutrina com os fatos e a lógica.
Se, no seu surgimento, o espiritismo bebe nas fontes do racionalismo cartesiano, do física newtoniana, do positivismo de Conte, nada impede que hoje ele beba em outras fontes, igualmente científicas, como a teoria do caos, a física quântica e a teoria da complexidade.

terça-feira, outubro 23, 2012

segunda-feira, outubro 22, 2012

Space Opera 3

A editora Draco está abrindo inscrições para o terceiro volume da antologia Space Opera. O tema é a aventura espacial com seus heróis, heroínas, vilões, naves, estações espaciais, criaturas bizarras, robôs, máquinas maravilhosas, tecnologias fantásticas, planetas, luas, impérios galácticos, repúblicas planetárias, federações e/ou organizações industriais, comerciais, filantrópicas, e demais características típicas do subgênero.
Alguns exemplos de Space Opera são Jornada nas Estrelas, Guerra nas Estrelas e Perry Rhodan, além da minha série Exploradores do Desconhecido.
As noveletas deverão ter entre 35 e 75 mil caracteres e o prazo para envio de textos é 31 de março de 2013. Para maiores informações, clique aqui.

domingo, outubro 21, 2012

O sucesso da Graphic MSP

Graphic MSP  é um projeto de Maurício de Sousa Produções voltado para o público adulto. São trabalhos autorais, publicados em edições de luxo. O primeiro deles foi Astronauta - Magnetar, de Danilo Beyrut. Pelas prévias que o coordenador editorial Sidney Gusman vinha soltando, dava para perceber que o material seria de ótima qualidade. Somado à marca Maurício de Sousa, o sucesso era certo, mas o próprio Sidão espantou-se com a aceitação do álbum, lançado este final de semana na Fest Comix: "Indescritível a sensação de ver a pilha de Astronauta - Magnetar, a primeira Graphic MSP, baixar várias vezes e ser resposta e continuar diminuindo! Só hoje foram mais de 400 exemplares", escreveu ele, ontem.
Em um único dia, em um único evento, o álbum vendeu 400 exemplares. Imagine o que não irá vender quando for distribuído para bancas e livrarias! Pelo jeito, com tanto sucesso, novas Graphic MSP virão por aí. 
Maurício de Sousa parece o rei Midas: o que ele toca vira ouro.
Quanto a mim, devo comprar meu exemplar autografado na Gibicon Curitiba. Mal posso esperar.

Programação com Gian Danton na Curitiba Gibicon


A programação da Curitiba Gibicon é muito extensa (para ver, clique aqui). Para facilitar quem quiser me assistir a uma palestra minha, pegar uma autógrafo ou simplesmente conversar, coloco abaixo a programação comigo.

25/10/2012 – quinta-feira - 14 h - Palestra “A história da Grafipar” - Teatro Londrina
26/10/2012 - sexta-feira - 10:00 h - Debate “Terror, Ficção e Erotismo” com Watson Portela,  Nelson Padrella, Eros Maichrowicz, Fernando Ikoma, Franco de Rosa. Mediador: Gian Danton - Teatro Londrina
26/10/2012 - sexta-feira - 13:30 h - Oficina de roteiro - Gibiteca
26/10/2012 - sexta-feira - 15:00 h - Debate “A herança da Grafipar”, Faruk El-Khatib, Gonçalo Junior, Gustavo Machado, Franco de Rosa, Watson Portela, Gian Danton, Mediador: Franco de Rosa - Teatro Londrina
28/10/2012 - domingo - 15:30 h - Sessão de autógrafos dos livros Grafipar, a editora que saiu do eixo (Kalaco) e O roteiro nas histórias em quadrinhos (Marca de Fantasia). 

sábado, outubro 20, 2012

Antologia Vírus Z - Apocalipse Zumbi

Parece que os zumbis estão na moda. Mais uma antologia está aberta para aceitação de contos com essa temática, da editora Crescente. O prazo é até 15/04/2013 e o limite dos textos é de 20 mil caracteres. Para maiores informações, clique aqui.

Grafipar, a editora que saiu do eixo

Em Grafipar - A editora que saiu do eixo (formato 16 x 23 cm, 168 páginas, R$ 39,90), o autor Gian Danton volta ao ano de 1977, quando o Brasil vivia os últimos dias do regime ditatorial. O assunto sexo era um tabu total. Nas bancas, revistas como Status, Homem, Ele & Ela e Fiesta exibiam tímidas pinups censuradas, com, no máximo, um seio à mostra.

Surgiu, então, uma editora especializada em erotismo, a Grafipar, que logo se destacou com seus quadrinhos nacionais, sempre misturando erotismo com gêneros como terror, ficção científica, folclore e policial.

Em pouco tempo, a editora transformou Curitiba em um ponto de referência para os quadrinhos nacionais, para onde convergiram importantes desenhistas e roteiristas, como Mozart Couto, Rodval Mathias, Watson Portela, Gustavo Machado, Vilachã, Sebastião Seabra, Fernando Bonini, Itamar Gonçalves, Franco de Rosa, dentre outros.

O livro, resultado de mais de 20 anos de pesquisas, conta a história dessa editora e de seu líder, o descendente de japoneses e ativista cultural da colônia nipônica, Cláudio Seto, também introdutor da linguagem do mangá no Brasil.

A obra analisa as revistas da Grafipar, suas histórias e, ainda, trata dos bastidores da "vila de quadrinhistas" que existiu em Curitiba no início dos anos 1980.

sexta-feira, outubro 19, 2012

1a Feira de Livros do Amapá

A 1ª Feira de Livros do Amapá – FLAP, que vem com o subtítulo nesta primeira edição de Rio acima Mar abaixo, oferecerá intensa programação cultural desenvolvida para despertar o gosto pela leitura nos visitantes, entre crianças, jovens e adultos.
Já é possível ver toda a programação no site do evento.

Haverá três programações comigo:
No dia 4, às 16 horas, palestra sobre roteiro para quadrinhos, na Tapaina das palavras (Biblioteca Pública). Logo em seguida, às 18 horas, será o lançamento do meu livro O roteiro nas histórias em quadrinhos.
No dia 5, também na Biblioteca Pública, estarei autografando meu livro Introdução à metodologia científica, às 18 horas.
Espero vocês lá.  

Álcool, porta de entrada para drogas

A questão das drogas tem dominado boa parte da discussão para a eleição de prefeito de Macapá, em especial nas propagandas do candidato Roberto Goes. Acho bastante louvável a preocupação do atual prefeito e as propostas para enfrentar esse problema cada vez mais grave, mas estranhei a falta de referências ao álcool.
O álcool é a porta de entrada para outras drogas. Quem diz isso é o presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead), Carlos Salgado. Segudo o psicólogo, essa é a droga que mais afeta a juventude: "Quanto mais disponíveis estão as drogas, mais são utilizadas. Disponibilidade tem a ver com preço e aceitação social. O álcool e tabaco são drogas que, apesar de todas as resistências, têm elevada aceitação social. Por isso, acabam sendo muito usadas".
O álcool é também a droga que mais afeta a sociedade. É, por exemplo, a principal causa de violência doméstica. O consumo de álcool está associado também a acidentes de trânsito e homicídios.
O interessante aí é que a prefeitura pode interferir diretamente nesse quadro, fiscalizando os bares. Um estudo mostrou que fechar bares uma hora mais  cedo diminui em 16% a criminalidade.
A cidade de Diadema, em São Paulo, considerada a mais violenta do Brasil, diminuiu em 80% os homicídios com uma medida simples: impondo um horário de 23 horas para fechamento dos bares.  Os poucos bares que têm autorização para funcionar além desse horário deve cumprir uma rigorosa legislação, que inclui isolamento acústico, proibição de venda de bebidas para menores, etc.
Em Macapá não existe legislação limitando o funcionamento de bares, ou, se existe, ela não é respeitada. No dia da eleição, por exemplo, os bares funcionaram normalmente, mesmo com a Lei Seca. Moro ao lado de um bar e vejo que ele funciona até a hora em que o proprietário decide. Pior: vejo muitos pais trazerem seus filhos para o bar, inclusive bebês, que ficam no carrinho enquanto os pais enchem a cara. Em Macapá não há qualquer fiscalização, nem com relação ao horário e funcionamento, nem com relação à presença de criançças.
Pode até ser que os pais não consumam drogas pesadas, mas essas crianças, ensinadas desde cedo que é normal consumir substâncias químicas em grande quantidade, têm grande chance de se tornarem usuários de crack, cocaina e outras drogas.
É mais fácil evitar que os jovens entrem no mundo das drogas do que tirá-los delas. 

O próximo prefeito, assim como os vereadores eleitos, em conjunto com polícia e MP, poderiam ter um compromisso com esse grave problema que assola Macapá: o das  drogas, que começa pelo álcool.
Fica como sugestão para os dois candidatos. 

quinta-feira, outubro 18, 2012

Assediada na internet, jovem canadense se mata após ter fotos nua divulgadas

WASHINGTON - Um mês antes de se matar, na semana passada em sua casa, a canadense Amanda Todd postou um vídeo no YouTube pedindo por ajuda. Em cartazes, sem dizer uma única palavra, a adolescente de 15 anos contou sua trágica história, que começou aos 12 anos, quando um estranho na internet lhe pediu que mostrasse os seios para a webcam. Depois de um ano, as fotos foram enviadas a seus familiares e amigos.
"Não tenho ninguém. Preciso de ajuda. Meu nome é Amanda Todd", dizia um dos cartazes.
Um ano depois de o estranho pedir sua foto nua na internet, ele voltou a assediá-la, desta vez no Facebook. Em uma mensagem, disse que se a jovem não fizesse um strip-tease para ele teria suas fotos nua espalhadas pela internet. A ameaça foi cumprida, e uma noite a polícia bateu na porta da casa de sua família às quatro da manhã: as imagens de Amanda estavam nos computadores de todos seus amigos, parentes e professores. Leia mais aqui

quarta-feira, outubro 17, 2012

Bibliotecas

Recentemente consegui pela Internet uma verdadeira tonelada de livros virtuais, alguns dos quais totalmente raros, outros que nunca foram lançados no Brasil e que boas almas resolveram traduzir e disponibilizar na rede. Entre eles, um livro Intitulado A Biblioteca, de Umberto Eco.
O livro começa com uma afirmação interessante: “Um dos mal-entendidos que dominam a noção de biblioteca é o fato de se pensar que se vai à biblioteca pedir um livro cujo título se conhece. Na verdade acontece muitas vezes ir-se à biblioteca porque se quer um livro cujo título se conhece, mas a principal função da biblioteca, pelo menos a função da biblioteca da minha casa ou da de qualquer amigo que possamos ir visitar, é de descobrir livros de cuja existência não se suspeitava e que, todavia, se revelam extremamente importantes para nós. A função ideal de uma biblioteca é de ser um pouco como a loja de um alfarrabista, algo onde se podem fazer verdadeiros achados, e esta função só pode ser permitida por meio do livre acesso aos corredores das estantes”.
Infelizmente, o modelo de biblioteca que prolifera é exatamente o oposto: nele, os livros devem ficar escondidos, enclausurados, muitas vezes inacessíveis, especialmente nas situações em que os bibliotecários consideram que o leitor é um inimigo dos livros. Nesses casos, antes que seja entregue a obra, o requisitante é bombardeado por mil perguntas, como se fosse um suspeito sendo interrogado pela polícia.
Ainda assim, deve-se entregar um livro de cada vez, pois é imaginável que o leitor que faz várias leituras cruzadas ao mesmo tempo, como se o curso dos pensamentos ou a criação de idéias fosse uma via de mão única.
Além disso, os horários das bibliotecas públicas devem ser pensados para impedir que a pessoa que trabalhe a freqüente.
É comum ouvir professores reclamando que seus alunos não freqüentam a biblioteca. Um dizia que perguntou quantos haviam visitado a biblioteca durante o semestre, e o resultado foi pífio.
No entanto, que incentivo os alunos têm de freqüentar a biblioteca? Na maioria das vezes, parece predominar o paradigma de que um aluno só deve ir à biblioteca se o professor mandar e já com um livro específico na cabeça, livro esse sugerido pelo professor.
O prazer de freqüentar os livros pela simples fruição, pela beleza de percorrer corredores e encontrar um mundo que não se imaginava, em dialogar com autores que nem se pensava existir, mas que são mágicos, nada disso é estimulado nos alunos. Desde a tenra idade, os estudantes vêem a biblioteca como um local intocável e venerável no qual eles só podem entrar se tiverem uma ordem expressa de um assunto a pesquisar.
A biblioteca deveria ser o local mais visitado da escola na hora do intervalo, ou mesmo depois das aulas, mas não é isso que acontece.
Rememorando minha trajetória intelectual, lembro o quanto as bibliotecas foram importantes para mim. Mas lembro também que como elas eram inatingíveis na escola, com funcionários sempre dispostos a perguntar quem era o professor que pedira a pesquisa e para qual disciplina era... e livros distante, separados de nós por um balcão, de modo que tínhamos que espichar o pescoço para tentar escolher um livro qualquer. Quando descobríamos um bom livro, ao alcance dos olhos, nós o devorávamos até as migalhas.
Posteriormente encontrei na Biblioteca Pública funcionários cientes de suas responsabilidades, que me incentivavam a não só escolher o que queria ler, como faziam sugestões e até me pediam resenhas, que eram disponibilizadas para outros leitores, de modo que já naquela época eu não só aprendia a ler e gostar de ler, como ainda aprendia a analisar criticamente o que estava lendo. Infelizmente iniciativas como essas são raras e há grande desconfiança por parte dos funcionários das bibliotecas com relação aos leitores, vistos ou como vagabundos ou como ladrões. Acrescenta-se a isso a visão de que a leitura é leitura apenas de letras, de palavras (na época em que eu freqüentava a biblioteca, um diretor mandou fechar o acervo de músicas, pois dizia que eram apenas perda de tempo) e temos a receita certa para a ojeriza aos livros e às bibliotecas e uma piora cada vez maior da educação como um todo.

terça-feira, outubro 16, 2012

Terceira temporada de The Walking Dead estreia com recordes

Por Samir Naliato 

O canal AMC exibiu o primeiro episódio da terceira temporada de The Walking Dead no último domingo, dia 14 de outubro, e conseguiu um feito expressivo ao quebrar o recorde de audiência para série de drama exibida por uma emissora de televisão por assinatura nos Estados Unidos.

Foram 10,9 milhões de telespectadores entre 18 e 49 anos, superando marcas de programas como Hatfields & McCoys, Jersey Shore, Modern Family, The Big Bang Theory e The Voice. Esse número é também o maior da própria série desde que ela estreou, em 2010. Leia mais

segunda-feira, outubro 15, 2012

O roteiro nas histórias em quadrinhos

Gian Danton oferece, neste livro, sua experiência de mais de duas décadas lidando com as Histórias em Quadrinhos, seja produzindo roteiros, seja ministrando cursos sobre o assunto. 
Nas palavras do autor, em O roteiro nas Histórias em Quadrinhos “o neófito pode encontrar todas as dicas para se tornar um roteirista de qualidade. Mas vale lembrar que nenhum livro ou curso, por melhor que seja, é capaz de realizar milagres. Escrever quadrinhos, ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, exige muito esforço, dedicação e perseverança. E exige também muita leitura”. 
Alguns temas tratados no livro: 
Como criar personagens
Como criar a ambientação 
Tramas
Diálogos 
Texto 
Como fazer um projeto

domingo, outubro 14, 2012

A ciência dos signos

Charles Pierce, criador da Semiótica.
Certa vez fui a uma livraria procurar o livro O Signo, de Isaac Epstein. A moça da loja se espantou: “Você é o segundo professor que vem procurar esse livro. Por que vocês estão tão interessados em astrologia?”. O caso demonstra a compreensão que a maioria das pessoas tem da palavra signo. Na verdade, em nossa sociedade, quase tudo é signo de algo. Certas roupas são sinais de que a pessoa está na moda, certos carros são símbolos de status... é impossível realizar a maior parte de nossas atividade diárias sem o auxílio de símbolos. Até para ir ao banheiro precisamos interpretar símbolos (caso não, corremos o risco de entrarmos no banheiro errado).

Na verdade, os signos foram uma das mais importantes e mais geniais invenções do ser humano. Antes dos signos, para nos referirmos a uma pedra, precisávamos mostrar a pedra. Imagine como seria incômodo levar várias pedras consigo para poder mostra-las toda vez que fosse necessário se referir a elas. É mais prático dizer o palavra pedra, não é mesmo. Os signos são isso mesmo: um substituto para as coisas. Eles estão no lugar das coisas, as representam. Claro que, além de falar pedra, eu também posso desenhar uma pedra. Essa é uma outra forma de representar a coisa pedra.
Os signos sempre fascinaram os pensadores e são estudados desde a Grécia antiga, passando pela Idade Média e pelos filósofos iluministas. Mas uma ciência dos signos só foi se firmar no final do século XIX e início do século XX. Foi nessa época que Charles Sanders Pierce nos EUA e Ferdinand de Saussure na Europa começaram a produzir uma ciência dos signos. Os partidários de Pierce chamaram essa ciência de semiótica. Os adeptos de Saussure a chamaram de semiologia. A corrente saussureana se notabilizou pela análise dos signos lingüísticos, enquanto os pierceanos abriram sua análise também para outras formas de representação.
 Pierce diz que signo é aquilo que está no lugar de outra coisa. A palavra pedra está no lugar da coisa pedra. Podemos dizer também que signo é tudo aquilo uma coisa que não seja ele mesmo. Uma pedra é apenas uma pedra, mas se uma empresa de construção convencionar que a pedra é seu símbolo, ela passa a ser um signo.
Mas afinal, como funciona um signo? Como podemos nos referir a uma coisa sem a termos por perto? Muitos pensadores se debruçaram sobre essa questão e a maioria concluiu que um signo tem uma característica triádica, ou seja, é dividido em três partes. É o chamado triângulo semiótico.



Pierce chamou os três pontos da pirâmide de signo (a palavra pedra), imagem mental (a imagem da pedra que se forma em nossa mente) e objeto (a coisa pedra).
Outros autores têm utilizado as expressões significante (a palavra pedra), significado (a imagem da pedra que se forma em nossa mente) e referente ( a coisa pedra).
O significante é o aspecto sensível do signo. Se estamos falando, são os sons que formam a palavra pedra. Se estamos escrevendo, é o conjunto de sinais gráficos que formam a palavra pedra.
O significado é a compreensão que temos da mensagem.
O referente é aquilo ao qual estamos nos referindo. Se dizemos a palavra pedra, o referente é a coisa pedra. Se dizemos praia, o referente é a coisa praia.
Há situações em que um significante tem mais de um significado. É o que acontece com as palavras que têm dupla interpretação. Por exemplo, a palavra bala pode ser de revólver ou de comer. Manga pode ser fruta ou pode ser manga de camisa.
A poesia é essencialmente polissêmica. Quando o poeta diz “Tinha uma pedra no meio do caminho, no meio do caminho tinha uma pedra”, cada um de nós vê um significado na palavra pedra. Para uns podem ser as dificuldades da vida. Para outros pode ser uma pedra mesmo...
A polissemia é que permite os trocadilhos, um recurso muito usado pelos humoristas. Quando digo que a Rússia invadiu a Chechênia, essa frase pode ter tanto um significado político quanto sexual.
Por outro lado, pode haver erros de interpretação: o emissor está pensando em um referente, mas o receptor interpreta a frase com outro significado. É o caso de dizermos pedra e a pessoa entender Pedro. Esse fenômeno é chamado de ruído e é estudado pela teoria da informação.
Um aspecto importante da semiótica é a necessidade de intérprete. Só temos signos quando há pessoas para interpretá-los. Qual o significado de uma árvore caindo em uma floresta deserta? Nenhum, pois não há ninguém ali para interpretar esse fato.
Por outro lado, os signos podem ser primários ou secundários. Signos primários são criados pelos homens para serem signos: palavras, desenhos, símbolos, sinais de trânsito...
Signos secundários são coisas que foram transformadas em signos. O arroz, por exemplo, é só um alimento. Mas no casamento, quando é jogado sobre o casal, ele representa a fertilidade. O automóvel é apenas um meio de transporte. Mas uma BMW é um símbolo de status, de que seu ocupante é uma pessoa rica e poderosa. Um pombo é apenas uma ave, mas nas manifestações pacifistas ele se torna um símbolo da paz e da liberdade.
Um dos signos mais famosos de nossa sociedade é um signo secundário. Trata-se da cruz. A cruz, originalmente, era só um instrumento de tortura. Com o tempo, ele tornou-se o símbolo da religião e da fé cristã. Esse processe de transformação de coisas em símbolos é cultural e arbitrário. De repente alguém decide que algo vai representar tal coisa. Se pegar, aquilo passa a representar algo além dele mesmo. No início do cristianismo, por exemplo, o símbolo da fé cristã era um peixe. Foi um símbolo que acabou não pegando e os cristãos acabaram ficando com a cruz.
Segundo Pierce, se considerarmos a relação do signo com o referente, existem três tipos de signos: os ícones, os índices e os símbolos.
Os índices, talvez os primeiros signos utilizados pelo homem, têm uma relação com contigüidade com a coisa representada. Ou seja, como sempre vemos um e outro juntos, passamos a associar uma coisa a outra. Por exemplo, como vemos sempre fogo e fumaça, logo associamos que onde há fumaça, há fogo. A fumaça virou índice do fogo.
Os detetives trabalham essencialmente com índices: a pegada no barro e a impressão são índices de que o ladrão fugiu por um determinado local. A pegada também pode ser um índice do tamanho do ladrão (uma pegada grande é índice de um homem alto, uma pegada pequena é índice de um homem baixo).
A seguir, temos os ícones.
Os ícones são signos que guardam uma relação de semelhança com a coisa representada. São o tipo de signo mais fácil de ser reconhecido. Não é necessário qualquer tipo de treinamento para identificar uma foto de um cachorro. Basta ter já visto um cachorro antes. Exemplos de ícones são fotos, desenhos, estátuas, filmes, imagens de TV. Um tipo especial de palavras também é considerada ícone: as onomatopéias, que representam os sons das coisas e dos animais.
Os símbolos são signos muito mais complexos. Imagina-se que eles só tenham surgido em uma fase mais avançada da civilização humana. Os símbolos não guardam qualquer relação de semelhança ou de contigüidade com a coisa representada. A relação é puramente cultural e arbitrárias. Para compreender um símbolo, é necessário aprender o que ele significa. As palavras, por exemplo. Para compreender que o conjunto de sinais PEDRA significa a coisa pedra, preciso ter sido alfabetizado, ou seja, passado por um treinamento.
Conta-se a história de um monge budista que, ao entrar em uma igreja católica, ficou chocado com aquela imagem de um homem sendo torturado. Ele codificou a cruz como um instrumento de tortura, e não como símbolo da fé cristã.
São exemplos de símbolos as palavras, os símbolos matemáticos, os símbolos químicos, as bandeiras de países e clubes. Já se falou de coisas que podem ganhar o status de símbolo. É o caso do Tucano, que representa o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), ou a estrela, que simboliza o Partido dos Trabalhadores (PT).
Os símbolos são criados no momento da criação do código. É o código que diz os sinais que são válidos e os que não são. É também o código que nos diz como os símbolos devem se relacionar entre si.
Às vezes um signo pode ter mais de uma classificação. É o caso da cruz. Ela é um ícone (de um homem sendo torturado), um símbolo (da fé cristã) e pode ser um índice (quando chegamos em uma cidade e queremos saber onde fica a igreja).
Por outro lado, é possível que um símbolo tenha características de ícone. É o caso de uma poesia sobre a chuva em que as letras vão caindo como gotas de chuva.
As logomarcas das empresas normalmente são símbolos que apresentam características de ícones. Isso é feito para que a compreensão da mensagem seja mais rápida e funciona tão bem que até mesmo crianças que ainda não foram alfabetizadas conseguem ler logomarcas. Elas lêm visualmente.
As letras da Coca-cola, por exemplo, procuram reproduzir as curvas da garrafinha. A rede Globo tem, na sua logomarca, o famoso símbolo visual que é um globo no formato de TV com um globo dentro. Ou seja, o planeta dentro da TV.
Também acontece de um signo contaminar o outro e passar suas características para ele. Essa contaminação pode ocorrer por similaridade ou contigüidade. Dois signos semelhantes podem transferir seu significado um para o outro. Ao ver uma foto de um tigre, uma criança pode achar que se trata de um gato, devido à semelhança dos dois.
A contigüidade ocorre quando colocamos dois signos próximos um do outro. A foto de um político encimada pela palavra LADRÃO dará a entender que o político é desonesto. Fotos de pessoas junto à palavra FELICIDADE darão a entender que essas pessoas são felizes.

sábado, outubro 13, 2012

Concurso "HQ e homossexualidade" apresenta os selecionados

Um grupo de pesquisadores ligados ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFPB avaliou as histórias em quadrinhos enviadas para o concurso “HQ e homossexualidade” e selecionou, no dia 9 de outubro de 2012, as que entrarão no álbum a ser editado ainda este ano pela Marca de Fantasia. A comissão avaliadora foi composta por Alessandro Gonçalves, Marcelo Soares, Paloma Diniz e Thalita Vale, além de Henrique Magalhães, coordenador do grupo.
Todos os trabalhos trouxeram uma visão afirmativa da homossexualidade, alguns com crítica à homofobia, outros com lirismo ou tom didático. Os traços variaram do cartum, sobretudo nas tiras, ao realista, nas histórias mais longas, bem como o mangá. Um trouxe um traço estilizado e versos inspirados em literatura de cordel. Foram abordadas várias expressões da homossexualidade, como gays, ursos, lésbicas e transsexuais, além da metafórica homossexualidade entre animais. Leia mais

sexta-feira, outubro 12, 2012

Ted - o ursinho ID

Assistimos Ted, o polêmico filme de (do desenho Uma família da Pesada) que se tornou famoso depois que o deputado Protogenes assistir com seu filho de 12 anos e depois pedir a proibição do mesmo. Antes de mais nada: apesar do título e da premissa aparentemente infantil, Ted não é um filme para crianças. Mas também não há nada excessivamente pesado, tudo é muito mais sugerido do que realmente mostrado.
O filme conta a história de um garotinho solitário que, na noite de Natal, pede ao Papai Noel que seu ursinho de pelúcia ganhe vida. Já adulto,  John (Mark Wahlberg) precisa decidir entre manter a amizade de infância com um Ted que usa maconha, bebe  e vive com prostitutas, ou o namoro com Lori Collins (Mila Kunis).
É um filme sobre amizade, responsabilidade e desejos. Na analogia com a teoria freudiana, Ted é o ID, o instinto, a realização dos desejos do protagonista. Quando seu dono é criança isso se revela, por exemplo, em passar o tempo jogando video-game ou assistindo Flash Gordon. Quando este se torna um adulto, a realização passa a ser curtir a vida em baladas, com mulheres, bebidas, etc. Se Ted é o ID, a namorada Lori é o Superego. É ela que chama John às responsabilidades da vida, à preocupação com a carreira e com os deveres sociais. John deverá aprender a equilibar-se entre o Id e o Superego e é sobre essa premissa que o filme se sustenta.
A força de Ted está toda no roteiro. A direção é apenas competente, mas funcional. O humor consegue arrancar gargalhadas, especialmente dos expectadores mais antenados às referências à cultura pop, como a aparição de Flash Gordon no filme.
Vale lembrar que a película ganhou notoriedade e tem feito muito sucesso justamente por conta da polêmica causada pela possível proibição. O assunto chegou a ficar nos TTs do Twitter, com piadas do tipo: "Protogenes levou o filho na zona e reclamou que havia mulheres nuas lá" ou "Protogenes deu 50 tons de cinza para o filho colorir".
Se aumentou a audiência, a polêmica  serviu. Ted é um filme divertido, uma bela fábula, apesar de tudo.
Ted está passando no cinema Macapá às 16:40-19:00 e 21:20 horas.





Dia das crianças - desenhos antigos

Houve um tempo em que as manhãs das TVs brasileiras eram dominadas por desenhos animados. A variedade era realmente grande e se destacavam os da Hanna-Barbera. Entre eles eu sempre gostei mais daqueles que eram protagonizados por heróis. Um detalhe curioso é que a maioria deles tinha visual criado pelo lendário Alex Toth, um dos melhores quadrinistas de todos os tempos. Para comemorar o dia das crianças, coloco abaixo alguns desses desenhos.


Space Gost


Herculoides


Mightor


Thundar, o bárbaro


Galaxi trio, o meu predileto e influência direta dos Exploradores do Desconhecido.


Homem-pássaro.


O Jovem Sansão


quinta-feira, outubro 11, 2012

Grafipar, a editora que saiu do eixo - revelada a capa

Finalmente fechamos a capa do meu livro sobre a Grafipar. Leia abaixo o release:

GRAFIPAR, A EDITORA QUE SAIU DO EIXO, de Gian Danton (editora Kalaco) – A Grafipar foi uma das maiores editoras brasileiros e um dos seus pontos altos foi a extensa publicação de quadrinhos nacionais. Este livro conta a história do surgimento do movimento de quadrinhos da Grafipar e de seu líder: o descendente de japoneses Cláudio Seto, um dos introdutores da linguagem do mangá no Brasil. O livro também analisa revistas, histórias e conta os bastidores da vila de quadrinistas, que existiu em Curitiba no início dos anos 1980. Essa e a capa do Livro que será lançado na Gibicon Curitiba.

Sant’anna da feira, terra De Lucas

Após treze anos, divididos entre pesquisa, roteiro e desenhos, o autor Marcos Franco anuncia para o próximo mês de novembro o lançamento do álbum em quadrinhos Sant’Anna da Feira, Terra de Lucas. A publicação contará com um pré-lançamento no estado do Rio de Janeiro e três lançamentos na Bahia, nas cidades de Feira de Santana, Cachoeira e na capital Salvador.
Patrocinado pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult), através de recursos do Fundo de Cultura, o álbum narra em 180 páginas de quadrinhos a conturbada história de Lucas da Feira, escravo rebelde que se notabilizou como líder de um afamado bando de salteadores da Bahia provincial na primeira metade do século XIX.

Partindo das premissas de que a História é uma construção, uma visão do passado a partir do presente, uma possível trajetória de vida de Lucas da Feira é delineada na obra, embasada por uma acurada pesquisa em fontes documentais, memória oral, romances, cordéis e no estudo da cultura material dos locais onde o escravo, possivelmente, teria percorrido.

A trama valoriza toda a aura mítica em torno desse emblemático personagem do imaginário popular baiano, abordando as diversas facetas de suas ações “criminosas”, conflitos pessoais e todo o drama sofrido em seus derradeiros dias de vida.  Por meio de flashbacks, uma dramática narrativa revela ao leitor todas as glórias e desventuras do escravo rebelde que conquistou a liberdade, através da altivez e crueza dos seus atos.

A história tem pesquisa histórica, iconográfica e roteiro de Marcos Franco e ilustrações de Hélcio Rogério. Em 2010, a dupla já havia trabalhado junto em outro álbum de cunho histórico: Lucas da Vila de Sant’Anna da Feira, material que lhes rendeu o Prêmio Ângelo Agostini em três categorias e uma indicação ao Troféu HQMIX, considerado o “Oscar” do quadrinho nacional.