Os quadrinhos não precisam mais que uma ideia espirituosa para encantar, para mexer com a sensibilidade de seu público. Essa é uma das chaves para entender como as tirinhas são tão prestigiadas nos jornais que ainda as publicam. De mero entretenimento, é possível e desejável trabalhar o humor em seu sentido mais transgressor, o que provoca a reflexão, que instiga o leitor a jogar com as releituras que perpassam suas mensagens.
Samuel de Gois trabalha com essa premissa ao criar as pequenas pérolas que publica em blogs e edições independentes. A série de tiras e cartuns que constitui este álbum nos mostra sua capacidade criativa, abordando com sutil ironia as aparentemente banais situações do quotidiano. Mitos, tradições, lugares-comuns são um bom motivo para a desconstrução provocada pelo humor de Samuel, que não poupa nem mesmo as opiniões consensuais.
O título do álbum – Filosofia de banheiro – já demonstra a irreverência do autor, que minimiza a importância de suas tiradas filosóficas, mas que ao fim e ao cabo serve para valorar a despretensão com que é construída sua obra. Sim, se trata de filosofia, ao se considerar a filosofia como um olhar pessoal para as questões que nos cercam. Leia mais
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