Promethea é uma série em quadrinhos, criada por Alan Moore, J. H. Williams III e
Mick Gray e publicada pelo selo ABC (America's Best Comics), da editora WildStorm
entre 1999 e 2005, num total de 32 edições.
A revista mostra um
universo alternativo retro-futurista em que Nova York é defendida por heróis
científicos e o gibi do Gorila Chorão
é um fenômeno de vendas (a metalinguagem é um dos elementos básicos da série,
já que mais de uma Promethea será uma
personagem de quadrinhos).
A história inicia em
Alexandria, no ano 411 DC. Um grupo de fanáticos cristãos se aproxima para
matar um mago. A história se passa pouco depois da morte da filósofa Hipátia
por hordas igualmente fanáticas. Sabendo que irá morrer, o mago envia sua filha
para o deserto. Depois de muito andar, a
menina encontra uma figura composta pelos deuses Hermes e Toth. Hermes
segura o Caduceu, o cetro com duas
cobras que se tornará símbolo da heroína. Eles oferecem à menina a chance de
sobreviver na Imatéria, onde ela
viverá como uma história.
Embora
a HQ inicie no Egito, nos primeiros anos da era cristã, sua trama se desenvolve
no ano de 1999.
Sophie
Bangs é uma jovem estudante realizando uma pesquisa sobre Promethea e procura Bárbara Shelley, esposa de um quadrinista
responsável pela última encarnação ficcional de Promethea. Ao ter a entrevista
recusada, ela acaba sendo atacada por uma criatura das trevas, um Smee e é salva pela antiga Promethea, agora já gorda e fora de
forma e que acaba sendo ferida no confronto.
Escondidas
e fugindo da criatura, Sophia precisa usar sua imaginação para se transformar
em Promethea e a salvar as duas.
Isso
se relaciona às ideias de Moore a respeito da magia. Segundo ele, a magia, nas
suas versões mais antigas, era chamada de “a arte”. Assim, a arte é, como a
magia, uma forma de manipular símbolos para operar mudanças na consciência. Ao
retratá-la dessa forma, Moore quebra com a imagem comum da magia nos quadrinhos.
Moore cria toda
uma mitologia para a personagem, dotando-a de uma história que remonta a
séculos.
Assim,
o primeiro registro moderno da personagem seria o poema Um romance de fadas, de Charlton Sennet (1751-1803). Nesta obra,
Promethea era uma serviçal de Titânia, de Sonhos de uma noite de verão.
Como
consequência do poema, Sennet transforma sua criada em Promethea e se relaciona com ela, deixando-a grávida. Mas essa
união de um humano com uma história é fatal para a moça, que morre no
parto.
Em
seguida a heroína aparece como personagem secundária na tira Pequena Magie na misteriosa terra encantada
no início do século XX.
A
partir da popularidade das revistas pulps surge a nova versão da personagem,
com histórias produzidas por escritores fantasmas e capas chamativas de Grace
Brannagh.
A
editora detentora da personagem é comprada por uma editora de quadrinhos e em
1946 a personagem ganha seu próprio gibi, escrito e desenhado pelo ex-professor
de literatura clássica William Woolcott, que acaba sendo assassinado por um
agente da FBI (descobre-se depois que Woolcott, através da força da imaginação,
transformava-se em Promethea, tendo
um caso com o tal agente).
A
encarnação seguinte, surgida na década de 1970 é a de Steven Shelley, cuja
esposa Bárbara, Sophie conhece no início da série.
Alan
Moore usa o que parecia ser uma simples história de super-heróis em um tratado
sobre política, magia, psicologia, filosofia... é uma das séries mais complexas
e interessantes já produzidas nos quadrinhos.
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