segunda-feira, novembro 16, 2020

Conan - A cidadela dos condenados

 


Em mais de duas décadas de publicação interrupta, Conan teve uma variedade imensa de grandes histórias. Mas uma das HQs que deveria constar obrigatoriamente em qualquer lista de melhores é a Cidadela dos Condenados, de Roy Thomas e Barry Windson Smith publicada originalmente na revista Savage Tales 2 de 1973 e republicada no Brasil no primeiro número da coleção A espada selvagem de Conan, da Salvat.
Se compararmos essa HQ com as primeiras histórias de Conan desenhadas por BWS apenas três anos antes, a evolução é simplesmente impressionante, em especial na figura humana, quase como se estivéssemos vendo um outro desenhista.
Essa evolução pode ser percebida logo nas primeiras páginas, que mostram a pirata Valéria adentrando em uma floresta. Sua figura sensual e anatomicamente perfeita, o detalhe nos olhos e no cabelo, a folhagem mostrada nos mínimos detalhes... cada quadro é uma obra de arte.
Quando aparece o dragão, na página cinco, então, é deslumbrante. BWS já tinha mostrado que sabia desenhar dinossauros na história Os guardiões da tumba, publicada em Conan 8, mas aqui, o bicho (na verdade um estegossauro, que no mundo real era herbívoro) se torna um monstro assustador.

Se o desenho é digno de todos os elogios, a história, baseada em um conto de Robert E. Howard, não fica atrás.
Na história, Valeria está fugindo depois de esfaquear um oficial stygio e vai parar em um oásis no meio do deserto. É seguida por Conan. Mas o oásis é um falso paraíso. O local é guardado por um dragão, que devora todos que procuram abrigo ali.
A dupla, consegue matar o dragão – graças à engenhosidade do cimério - e se encaminha por uma cidade no meio do deserto. Ali eles se deparam com uma guerra fraticida entre dois grupos por causa de uma mulher. É uma cidade em que a traição pode estar atrás de cada porta e ninguém parece confiável. O roteiro consegue explorar  com perfeição a guerra entre os dois grupos e as várias reviravoltas da trama. É uma história longa, mas que quando termina, queremos mais. 

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