Em 1990 o Príncipe Submarino, o mais clássico herói da Marvel, foi reformulado por John Byrne. As primeiras histórias dessa nova fase do personagem foram publicadas pela editora Abril em Grandes Heróis Marvel 42.
Byrne aproveitou que o personagem estava “morto” (nos quadrinhos de super-heróis ninguém fica morto muito tempo) para modificar completamente suas histórias. Para começar, tirou totalmente a ambientação atlante. Além disso, mudou a personalidade do herói. Um cientista que aparece convenientemente no mesmo local em que Namor surge descobre que o humor instável do herói se devia a um desequilíbrio sanguíneo provocado por sua origem dupla (humana e atlante) e o submete a uma máquina que corrige o problema.
Algumas situações são totalmente gratuitas. |
Como resultado, Namor se torna um herói de fato, ajuda o cientista a comprar um conglomerado de empresas e as coloca a serviço da preservação da natureza.
Namor vira um super-herói de fato. |
Byrne, que já foi um bom roteirista, parecia já ter perdido a mão nesse trabalho. Tudo é forçado ou mal-explicado. Quando Namor surge, descobre uma tribo que idolatra um avião – e isso não tem a menor explicação. A relação com o cientista é forçada, assim como a explicação para o humor instável do atlante.
Além disso, ao mudar a personalidade e Namor, Byrne tira dele sua característica mais interessante: o fato dele ser um anti-herói e tirar dele toda a mitologia atlante tornou o personagem ainda mais vazio.
De positivo o desenho, simples, mas expressivo, que se encaixava bem com o formatinho da Abril.
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