Em mais de duas décadas de publicação interrupta, Conan teve uma variedade imensa de grandes histórias. Mas uma das HQs que deveria constar obrigatoriamente em qualquer lista de melhores é a Cidadela dos Condenados, de Roy Thomas e Barry Windson Smith publicada originalmente na revista Savage Tales 2 de 1973 e republicada no Brasil no primeiro número da coleção A espada selvagem de Conan, da Salvat.
Se compararmos essa HQ com as primeiras histórias de Conan desenhadas por BWS apenas três anos antes, a evolução é simplesmente impressionante, em especial na figura humana, quase como se estivéssemos vendo um outro desenhista.
Essa evolução pode ser percebida logo nas primeiras páginas, que mostram a pirata Valéria adentrando em uma floresta. Sua figura sensual e anatomicamente perfeita, o detalhe nos olhos e no cabelo, a folhagem mostrada nos mínimos detalhes... cada quadro é uma obra de arte.
Quando aparece o dragão, na página cinco, então, é deslumbrante. BWS já tinha mostrado que sabia desenhar dinossauros na história Os guardiões da tumba, publicada em Conan 8, mas aqui, o bicho (na verdade um estegossauro, que no mundo real era herbívoro) se torna um monstro assustador.
Se o desenho é digno de todos os elogios, a história, baseada em um conto de Robert E. Howard, não fica atrás.
Na história, Valeria está fugindo depois de esfaquear um oficial stygio e vai parar em um oásis no meio do deserto. É seguida por Conan. Mas o oásis é um falso paraíso. O local é guardado por um dragão, que devora todos que procuram abrigo ali.
A dupla, consegue matar o dragão – graças à engenhosidade do cimério - e se encaminha por uma cidade no meio do deserto. Ali eles se deparam com uma guerra fraticida entre dois grupos por causa de uma mulher. É uma cidade em que a traição pode estar atrás de cada porta e ninguém parece confiável. O roteiro consegue explorar com perfeição a guerra entre os dois grupos e as várias reviravoltas da trama. É uma história longa, mas que quando termina, queremos mais.
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