Confesso que não tinha expectativa nenhuma com relação ao filme Indiana Jones e a relíquia do destino, quinto episódio da franquia. O reino do cristal tinha sido um filme tão decepcionante na sua loucura de cenas de ação com excesso de CGI e roteiro fraco que parecia que as histórias só poderiam ir ladeira abaixo. Entretanto, o diretor e roteirista James Mangold consegue construir um filme que resgata os melhores elementos de Indiana, num filme com muitos efeitos práticos, humor e personagens carismáticos como não víamos há tempos.
A trama começa no final da II Guerra Mundial. Nazistas estão roubando obras de arte e artefatos históricos, entre eles a lança que feriu Jesus enquanto ele estava na cruz, supostamente capaz de incríveis poderes. Indiana Jones e um colega de faculdade tentam impedi-los, mas logo descobrem que a tal lança é uma falsificação criada há pouco mais de 50 anos. Mas um cientista alemão tem uma solução melhor: um artefato criado por Arquimedes que permitiria viajar no tempo.
Essa primeira fase do filme é empolgante por unir muita ação com humor e Indiana passando por situações incrivelmente difíceis, como a cena em que ele é enforcado. O CGI usado para rejuvenescer Harrison Ford curiosamenete funciona de forma verossímil, ao contrário de outras produções que tentaram fazer o mesmo (alguém lembra do filme da Capitão Marvel?).
A trama pula para a década de 1960, quando os americanos chegaram à Lua com a ajuda de um cientista, que é ninguém menos que o nazista da primeira parte (cientistas nazistas de fato foram fundamentais para o programa espacial norte-americano e a citação disso no filme é sem dúvida uma crítica). Indiana novamente se vê no olho do furacão, tendo que impedir que os nazistas alcancem seus objetivos. Para isso ele conta com a a ajuda de uma nova personagem, a carismática de Helena Shaw, interpretada por Phoebe Waller-Bridge, uma atriz até então mais ligada à comédia, mas que consegue surpreender. A química entre ela e Ford é visível.
Em suma: se você gosta de bons filmes de aventura, com bom roteiro, bons personagens e efeitos especiais que estão a serviço da história, Indiana Jones e a relíquia do tempo certamente vai agradar.
Em tempo: como é bom ver, de novo, nazistas se ferrando.
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