Dennis O´Neil é um dos poucos roteiristas da era de bronze dos quadrinhos mais ligado à DC que à Marvel. Ele escreveu diversos personagens da editora, com uma passagem memorável pelo título do Lanterna-Aqueiro Verde e outra passagem igualmente memorável pelo Batman. Mas poucos se lembram que ele escreveu também o Homem de aço, com desenhos da dupla Curt Swan-Murphy Anderson.
O´Neil cria um novo antagonista para o herói: um misterioso ser feito de areia que suga os poderes do Superman.
Para quem foi totalmente revolucionário em Batman, o roteirista parece tímido e temeroso ao trabalhar com o primeiro super-herói. As primeiras histórias emulam os roteiros da era de prata. Em uma delas um pianista sem talento descobre uma arpa mágica, veste uma roupa de Pan e desafia o Super-homem. Em outra, o herói enfrenta anjos e demônios que na verdade se revelam serem extraterrestres. São as histórias mais fracas dessa série.
Mas mesmo nas primeiras histórias, O´Neil mostra seu lado revolucionário. Na primeira história, o homem de aço enfrenta um empresário ganancioso que se recusa a deixar os trabalhadores saírem de uma ilha com um vulcão em erupção. Na história sobre anjos e demônios, os anjos se revelam criminosos estelares.
Mas a história pega fôlego quando O´Neil imprime seu estilo, focando a história no antagonista de areia. Além de dar profundidade psicológia ao herói (ele se sente magoado quando é criticado por não salvar um prédio), o roteirista introduz até mesmo os mitos lovecraftianos na explicação sobre a origem do ser de areia.
Enfim, uma fase obrigatória, não só pelo roteiro, mas também pela arte da dupla Swanderson, a mais clássica do personagem.
No Brasil a publicação mais recente dessa fase foi no volume Lendas do homem de aço dedicado a Curt Swan.
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