O Neorama dos Quadrinhos traz o link para uma série de informações sobre a adaptação de Watchmen para a tela grande. Uma das novidade é que O Contos do cargueiro negro, uma história dentro de Watchmen, será filmada e virá como brinde no DVD do filme. Mais novidades aqui.
sexta-feira, novembro 30, 2007
quarta-feira, novembro 28, 2007
Palestra Marketing de guerrilha
A promoção de vendas é uma ferramenta de marketing formidável. Pode criar uma boa imagem da empresa e do produto, pode neutralizar a propaganda do concorrente, pode aumentar o consumo, pode deixar mais satisfeitos os consumidores, fidelizando-os. Eu disse pode. Uma promoção mal-feita, ou mal-intencionada tem consequeências opostas.
É famoso o caso da loja que anuncia desconto de 60%, apenas para o consumidor descobrir que apenas um item está com 60%, geralmente com defeito. O cliente normalmente sai da loja revoltado.
Outro exemplo lamentável é de uma panificadora que dava cinzeiros de brinde para seus clientes.
A promoção poupançudos da CAIXA poderia ser um bom exemplo de promoção. Foram criados personagens simpáticos para divulgar a poupança da CAIXA e esses personagens foram transformados em cofrinhos para quem fizesse depósitos.
Pois bem, sou cliente da CAIXA há bastante tempo e nunca consegui ganhar esse brinde. A única resposta que recebo do caixa, quando vou fazer depósitos, é: está em falta.
Aparantemente, a CAIXA se preocupou em gastar uma fortuna divulgando a promoção, mas não se preocupou em abastecer as agências com o brinde. Ou então, foram distribuídos brindes apenas para a agências da região sul e sudeste.
O consumidor amapaense, que faz seus depósitos fica com a impressão de que foi iludido. Para um banco, que tem como principal capital a credibilidade, isso é fatal.
terça-feira, novembro 27, 2007
"Persépolis" é festejado na Alemanha
A animação da novela gráfica "Persépolis", de autoria da iraniana Marjane Satrapi, é celebrada na Alemanha após estréia nos cinemas do país.
Para boa parte da mídia internacional, Marjane Satrapi acaba de inaugurar um gênero cinematográfico: a "autobiografia animada". A artista gráfica transformou sua própria história em quatro volumes de HQs, agora adaptados por ela e por Vincent Paronnaud para as telas do cinema num filme de animação. Uma obra documental, porém, Persépolis não é.
"O filme não é um depoimento autobiográfico, nem psicológico, nem tampouco político. Não se trata de um documentário. A realidade, em si, não me interessa, mas sim as impressões que ela deixa. É daí que surge minha história", diz Satrapi em entrevista ao semanário alemão Die Zeit. Leia mais
Para boa parte da mídia internacional, Marjane Satrapi acaba de inaugurar um gênero cinematográfico: a "autobiografia animada". A artista gráfica transformou sua própria história em quatro volumes de HQs, agora adaptados por ela e por Vincent Paronnaud para as telas do cinema num filme de animação. Uma obra documental, porém, Persépolis não é.
"O filme não é um depoimento autobiográfico, nem psicológico, nem tampouco político. Não se trata de um documentário. A realidade, em si, não me interessa, mas sim as impressões que ela deixa. É daí que surge minha história", diz Satrapi em entrevista ao semanário alemão Die Zeit. Leia mais
segunda-feira, novembro 26, 2007
Deu a louca no trânsito
O trânsito de Macapá tem umas coisas estranhas. Talvez pelo fato de MUITA gente ter comprado ou ganhado carteira de motorista, as regras de trânsito começaram a ficar estranhas. Por exemplo, todo mundo faz conversão pela contramão. Num cruzamento, se alguém se aventura a fazer a conversão de maneira correta, é xingado pelos outros motoristas.
Outro detalhe é que a via rápida passou a ser a da direita. Todo mundo que está lento, vai pela esquerda, e quem quiser ultrapassar é obrigado a passar pela direita. Dia desses me deparei com um carro no meio da pista e fiz sinal, pedindo passagem. Ele, claro, muito educado (mas sem noção nenhum de trânsito) foi para a esquerda, para me deixar passar pela direita...
Isso já é tão institucionalizado que dia desses vi um cortejo fúnebre avançando por uma das principais ruas da cidade... e lá iam eles... à esquerda da pista!
Outro detalhe é que a via rápida passou a ser a da direita. Todo mundo que está lento, vai pela esquerda, e quem quiser ultrapassar é obrigado a passar pela direita. Dia desses me deparei com um carro no meio da pista e fiz sinal, pedindo passagem. Ele, claro, muito educado (mas sem noção nenhum de trânsito) foi para a esquerda, para me deixar passar pela direita...
Isso já é tão institucionalizado que dia desses vi um cortejo fúnebre avançando por uma das principais ruas da cidade... e lá iam eles... à esquerda da pista!
domingo, novembro 25, 2007
HISTÓRIA DOS QUADRINHOS 13
O Super-homem
Na década de 1930 dois jovens judeus, Jerry Siegel e Joe Shuster andaram por quase todas as editoras e sindicates da época tentando vender um personagem que haviam criado. Todo mundo achava que o personagem era irreal demais e dificilmente venderia bem. O nome desse personagem era Super-homem, um dos maiores sucessos dos quadrinhos de todos os tempos.
O personagem havia surgido em um fanzine de ficção-científica editado por Siegel, o Science Fiction. Era um homem pobre, escolhido na fila para sopa e submetido a uma experiência científica que lhe dava poderes de ouvir o pensamento das pessoas e comandar seu comportamento. Graças a esses poderes, ele se transforma no governante despótico do mundo. Ou seja, inicialmente, o Super-homem era um vilão.
Com o surgimento das revistas em quadrinhos baratas (que no Brasil foram chamadas de gibis), Siegel percebeu ali um mercado e decidiu transformar seu personagem em um herói, aos moldes de Doc Savage, herói da literatura pulp.
O super-homem unia todos os elementos da cultura pop norte-americana: o valentão bonzinho batendo nos malfeitores (como nos pulp fiction), a malha colante dos fisiculturistas da época e a dupla identidade.
Conta a lenda que numa noite abafada de verão, Siegel não conseguia dormir e passou insone, pensando em seu personagem. De quando em quando ele se levantava, tomava água e fazia anotações. Quando amanheceu, ele já tinha o personagem estruturado, com sete semanas de história.
A história não é bem assim. Na verdade, o Super-homem foi sendo estruturado com o tempo, de acordo com as diversas recusas dos editores. Os dois quadrinistas chegaram até a fazer uma versão mais hard, para uma revista masculina.
Os sindicatos de distribuição, editoras e até estúdios (como o de Will Eisner, que posteriormente iria criar o ótimo Spirit) recusavam a tira com observações do tipo “Trabalho imaturo” ou “Prestem mais atenção ao desenho”.
Quando a National precisou de uma história pronta para colocar em uma nova revista que estavam lançando e que precisava estar nas bancas o quanto antes, Sheldon Mayer se lembrou do Super-homem que estava na pilha de materiais rejeitados. Não se sabe se foi uma antecipação do sucesso ou se era simplesmente a coisa que estava mais à mão, mas o fato é que a editora mandou uma carta com os originais para os dois rapazes dizendo que se eles conseguissem transformar aquelas tiras em uma história de 13 páginas o quanto antes, eles a comprariam.
Assim, Action Comics estreou no dia 1 de junho de 1938, tendo o Super-homem na capa, na sua pose clássica, segurando um carro acima dos ombros, para espanto de bandidos que fogem desesperados. Era um trabalho grosseiro, como se diversas histórias estivessem coladas sem muito nexo, mas mesmo assim provocou uma revolução no mercado. Não era só o heroísmo, mas também o humor. Em uma seqüência, o Super-homem corre por fio de alta tensão, levando um bandido consigo. “Não se preocupe. Os passarinhos ficam nos cabos telefônicos e não são eletrocutados – desde que não toquem num poste telefônico! Opa! Quase bati naquele ali!”. Era algo novo: um herói fazendo piada. Isso conquistou os garotos.
A revista começou a vender horrores. Os donos da editora National mandaram algumas pessoas perguntarem nas bancas o que estava provocando o sucesso do gibi e o que ouviram foi: “As crianças querem mais desse herói”.
Conforme aumentava a popularidade do herói, aumentavam também seus poderes. No começo, ele apenas dava saltos enormes, mas logo estava voando. No começo ele era imune a balas (famosa a cena em que bandido atiram e as balas ricocheteiam em seu peito), mas logo ele já era capaz de agüentar até uma bala de canhão. Em uma história o herói foi obrigado a entrar telhado a dentro porque suspeitava que numa casa se escondia um bandido. Para evitar que novos telhados fossem danificados, foi inventada a visão de raio x.
Se por um lado ele era o herói mais poderoso da Terra, por outro lado, em sua identidade secreta, ele era Clark Kent, um repórter bobalhão que era sempre passado para trás pela colega Lois Lane. A diferença entre eles era de apenas um óculos, mas mesmo assim Kent conseguia enganar a todos. Alguns roteiristas acreditaram que o alter-ego de Super-homem fosse mesmo um bobalhão, mas trabalhos mais recentes, como de Grant Morrison em All Star Superman mostram que na verdade, ele apenas se faz passar por bobalhão.
Essa falsa dualidade Super-homem x Clark Kent permite um processo de identificação e projeção. O leitor se identifica com Clark Kent, mas se projeta no super-herói e suas realizações.
Com o tempo foram adicionados novos elementos à mitologia do personagem. Surgiu a kriptonita para contrabalancear os poderes cada vez maiores do personagem. A kriptonita verde pode até matar o herói. Já a vermelha tem efeitos imprevisíveis, podendo transformar o herói até mesmo em um monstro. Foi criada uma fortaleza da solidão, no pólo Ártico, um local em que o personagem guarda recordações de seu mundo e de suas aventuras.
Com o tempo, ficou claro também que um personagem tão poderoso não poderia combater reles marginais e surgiram os super-vilões, como Lex Luthor, Bizarro e Brainiac.
O Super-homem
Na década de 1930 dois jovens judeus, Jerry Siegel e Joe Shuster andaram por quase todas as editoras e sindicates da época tentando vender um personagem que haviam criado. Todo mundo achava que o personagem era irreal demais e dificilmente venderia bem. O nome desse personagem era Super-homem, um dos maiores sucessos dos quadrinhos de todos os tempos.
O personagem havia surgido em um fanzine de ficção-científica editado por Siegel, o Science Fiction. Era um homem pobre, escolhido na fila para sopa e submetido a uma experiência científica que lhe dava poderes de ouvir o pensamento das pessoas e comandar seu comportamento. Graças a esses poderes, ele se transforma no governante despótico do mundo. Ou seja, inicialmente, o Super-homem era um vilão.
Com o surgimento das revistas em quadrinhos baratas (que no Brasil foram chamadas de gibis), Siegel percebeu ali um mercado e decidiu transformar seu personagem em um herói, aos moldes de Doc Savage, herói da literatura pulp.
O super-homem unia todos os elementos da cultura pop norte-americana: o valentão bonzinho batendo nos malfeitores (como nos pulp fiction), a malha colante dos fisiculturistas da época e a dupla identidade.
Conta a lenda que numa noite abafada de verão, Siegel não conseguia dormir e passou insone, pensando em seu personagem. De quando em quando ele se levantava, tomava água e fazia anotações. Quando amanheceu, ele já tinha o personagem estruturado, com sete semanas de história.
A história não é bem assim. Na verdade, o Super-homem foi sendo estruturado com o tempo, de acordo com as diversas recusas dos editores. Os dois quadrinistas chegaram até a fazer uma versão mais hard, para uma revista masculina.
Os sindicatos de distribuição, editoras e até estúdios (como o de Will Eisner, que posteriormente iria criar o ótimo Spirit) recusavam a tira com observações do tipo “Trabalho imaturo” ou “Prestem mais atenção ao desenho”.
Quando a National precisou de uma história pronta para colocar em uma nova revista que estavam lançando e que precisava estar nas bancas o quanto antes, Sheldon Mayer se lembrou do Super-homem que estava na pilha de materiais rejeitados. Não se sabe se foi uma antecipação do sucesso ou se era simplesmente a coisa que estava mais à mão, mas o fato é que a editora mandou uma carta com os originais para os dois rapazes dizendo que se eles conseguissem transformar aquelas tiras em uma história de 13 páginas o quanto antes, eles a comprariam.
Assim, Action Comics estreou no dia 1 de junho de 1938, tendo o Super-homem na capa, na sua pose clássica, segurando um carro acima dos ombros, para espanto de bandidos que fogem desesperados. Era um trabalho grosseiro, como se diversas histórias estivessem coladas sem muito nexo, mas mesmo assim provocou uma revolução no mercado. Não era só o heroísmo, mas também o humor. Em uma seqüência, o Super-homem corre por fio de alta tensão, levando um bandido consigo. “Não se preocupe. Os passarinhos ficam nos cabos telefônicos e não são eletrocutados – desde que não toquem num poste telefônico! Opa! Quase bati naquele ali!”. Era algo novo: um herói fazendo piada. Isso conquistou os garotos.
A revista começou a vender horrores. Os donos da editora National mandaram algumas pessoas perguntarem nas bancas o que estava provocando o sucesso do gibi e o que ouviram foi: “As crianças querem mais desse herói”.
Conforme aumentava a popularidade do herói, aumentavam também seus poderes. No começo, ele apenas dava saltos enormes, mas logo estava voando. No começo ele era imune a balas (famosa a cena em que bandido atiram e as balas ricocheteiam em seu peito), mas logo ele já era capaz de agüentar até uma bala de canhão. Em uma história o herói foi obrigado a entrar telhado a dentro porque suspeitava que numa casa se escondia um bandido. Para evitar que novos telhados fossem danificados, foi inventada a visão de raio x.
Se por um lado ele era o herói mais poderoso da Terra, por outro lado, em sua identidade secreta, ele era Clark Kent, um repórter bobalhão que era sempre passado para trás pela colega Lois Lane. A diferença entre eles era de apenas um óculos, mas mesmo assim Kent conseguia enganar a todos. Alguns roteiristas acreditaram que o alter-ego de Super-homem fosse mesmo um bobalhão, mas trabalhos mais recentes, como de Grant Morrison em All Star Superman mostram que na verdade, ele apenas se faz passar por bobalhão.
Essa falsa dualidade Super-homem x Clark Kent permite um processo de identificação e projeção. O leitor se identifica com Clark Kent, mas se projeta no super-herói e suas realizações.
Com o tempo foram adicionados novos elementos à mitologia do personagem. Surgiu a kriptonita para contrabalancear os poderes cada vez maiores do personagem. A kriptonita verde pode até matar o herói. Já a vermelha tem efeitos imprevisíveis, podendo transformar o herói até mesmo em um monstro. Foi criada uma fortaleza da solidão, no pólo Ártico, um local em que o personagem guarda recordações de seu mundo e de suas aventuras.
Com o tempo, ficou claro também que um personagem tão poderoso não poderia combater reles marginais e surgiram os super-vilões, como Lex Luthor, Bizarro e Brainiac.
Comprei A Saga do Tio Patinhas, sem dúvida uma das melhores HQs Disney de todos os tempos. A história e os desenhos são de Don Rosa, o quadrinista que revitalizou o personagem Tio Patinhas, mas não há, na revista lançada pela Abril, uma única referência a ele. O motivo: recentemente Don Rosa ameaçou processar a Abril por usar seu nome para vender revistas Disney. Como desforra, a Abril decidiu não colocar os créditos dessa história (acompanhe todo o caso aqui).
Existem dois nomes essenciais quando se fala em quadrinhos Disney. O primeiro é Carl Barks. O segundo é Don Rosa. Carl Barks foi o autor da maioria daquelas histórias do Tio Patinhas e do Professor Pardal que você leu quando criança e gostou. Don Rosa é um seguidor à altura. Embora não seja tão criativo quanto o mestre, ele é um ótimo desenhista e faz de suas HQs homenagens ao bom Barks. A Saga do Tio Patinhas contou com a participação dois, já que Barks foi uma espécie de consultor do projeto, ajudando a definir a biografia do pato mais pão duro do mundo.
sábado, novembro 24, 2007
Do blog do Raul Mareco:
BIÓGRAFO DE CHE GUEVARA ESCURRAÇA MAU JORNALISMO DE VEJA
*Foto: John Lee Anderson, Vi o Mundo.
A tendenciosa Revista Veja publicou semanas atrás uma extensa reportagem sobre a "verdadeira" história do mito Che Guevara, literalmente metralhando toda uma história que nos foi apresentada sobre a trajetória de Che. Eu tinha afirmado, ao ler alguns trechos, que Diogo Schelp, repórter que escreveu o texto, o fez com raiva, muita raiva. Se deu
Foi amplamente criticado por diversos meios de comunicação, jornalistas, críticos por ter feito um péssimo jornalismo, tentando fazer com que a opinião de quem lesse, se tornasse como ele, raivosa. Li hoje no excelente blog Vi o Mundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha, a surra que o biógrafo de Che, John Lee Anderson, americano, e que também foi espancado pelo "jornalista" de Veja, escreveu uma bela resposta, que você pode ler na íntegra aqui.
Leia um trecho:
"Infelizmente, a maior parte do que você escreveu é mera propaganda, um requentado de coisas que vêm sendo ditas e reditas, sem muitas provas, pela turma de oposição a Fidel em Miami nos últimos quarenta e tantos anos. Minha questão não é política. Escrevi um livro, como você mesmo disse, que é 'a mais completa biografia' de Che.
Sua reportagem, no fim das contas, é simplesmente ruim e me choca vê-la nas páginas de uma revista louvável como Veja. Seus leitores merecem mais do que isso e, se aparecerei ou não novamente nas páginas da revista enquanto você estiver por aí, não me preocupa. O que PREOCUPA é que, com tantos jornalistas brilhantes como há no Brasil, foi a você que Veja escolheu para ser 'editor de internacional".
BIÓGRAFO DE CHE GUEVARA ESCURRAÇA MAU JORNALISMO DE VEJA
*Foto: John Lee Anderson, Vi o Mundo.
A tendenciosa Revista Veja publicou semanas atrás uma extensa reportagem sobre a "verdadeira" história do mito Che Guevara, literalmente metralhando toda uma história que nos foi apresentada sobre a trajetória de Che. Eu tinha afirmado, ao ler alguns trechos, que Diogo Schelp, repórter que escreveu o texto, o fez com raiva, muita raiva. Se deu
Foi amplamente criticado por diversos meios de comunicação, jornalistas, críticos por ter feito um péssimo jornalismo, tentando fazer com que a opinião de quem lesse, se tornasse como ele, raivosa. Li hoje no excelente blog Vi o Mundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha, a surra que o biógrafo de Che, John Lee Anderson, americano, e que também foi espancado pelo "jornalista" de Veja, escreveu uma bela resposta, que você pode ler na íntegra aqui.
Leia um trecho:
"Infelizmente, a maior parte do que você escreveu é mera propaganda, um requentado de coisas que vêm sendo ditas e reditas, sem muitas provas, pela turma de oposição a Fidel em Miami nos últimos quarenta e tantos anos. Minha questão não é política. Escrevi um livro, como você mesmo disse, que é 'a mais completa biografia' de Che.
Sua reportagem, no fim das contas, é simplesmente ruim e me choca vê-la nas páginas de uma revista louvável como Veja. Seus leitores merecem mais do que isso e, se aparecerei ou não novamente nas páginas da revista enquanto você estiver por aí, não me preocupa. O que PREOCUPA é que, com tantos jornalistas brilhantes como há no Brasil, foi a você que Veja escolheu para ser 'editor de internacional".
sexta-feira, novembro 23, 2007
Casamento
Américo só percebeu que se metera numa enrascada quando já estava casado. A esposa era uma megera. Tratava-o por palerma, idiota, desengonçado... Certo dia, como ele encontrasse dificuldade em consertar um chuveiro, a mulher acrescentou um novo adjetivo á coleção:
- Nem pra isso você serve, seu imprestável!?!
Imprestável. Parece que gostou do termo, pois passou a usá-lo em todas as frases dirigidas ao marido:
- Venha jantar, seu imprestável.... faça a barba, imprestável...
Com o tempo, Américo foi abandonando todos os seus prazeres. Deixou de comprar livros (ela sempre reclamava dos gastos com esse tipo de bobagem...), deixou de visitar os amigos e, por fim, desistiu até de assistir seus programas prediletos na TV. Isso porque, sempre que estava assistindo algo, ela o chamava com o pretexto de trocar uma lâmpada, enxugar a louça do jantar ou fazer qualquer outros desses serviços domésticos.
- Você lavou a louça e não enxugou, seu imprestável! - arrematava ela, como agradecimento.
À medida em que o humor da esposa ia piorando, também ia aumentando seu sedentarismo. Até o ponto em que os vizinhos só tomavam conhecimento dela através dos gritos histéricos com que ela recebia o marido todas as noites...
Depois de muitos anos trabalhando sempre no mesmo serviço burocrático, chegando em casa sempre à mesma hora, Américo teve, finalmente, uma atitude que se poderia chamar de autônoma. Chegou em casa com um belo aparelho de som. A esposa que já o esperava pronta para reclamar do atraso, não se conteve:
- Para que isso, seu imprestável? Não sabe que eu não gosto de música?!?
E desatou a reclamar por duas horas inteiras. Américo gravou tudo. E gravou também a reprimenda do dia seguinte, e do outro. Quando achou que já tinha o suficiente, esganou a esposa e enterrou o corpo no porão.
A partir de então chegava em casa toda a noite e ligava o toca-fitas. Depois ligava a TV, ou pegava um livro, e se divertia pelo resto da noite. Os vizinhos, acostumados a só saberem da mulher pelos seus tremendos gritos, nunca desconfiaram de nada. Pelo contrário. De vez em quando algum vizinho pensava consigo:
- Coitado do Seu Américo. Agüenta poucas e boas da sua mulher. Se fosse eu, já a tinha matado...
Compre o livro O melhor da comédia da vida privada no Submarino.
- Nem pra isso você serve, seu imprestável!?!
Imprestável. Parece que gostou do termo, pois passou a usá-lo em todas as frases dirigidas ao marido:
- Venha jantar, seu imprestável.... faça a barba, imprestável...
Com o tempo, Américo foi abandonando todos os seus prazeres. Deixou de comprar livros (ela sempre reclamava dos gastos com esse tipo de bobagem...), deixou de visitar os amigos e, por fim, desistiu até de assistir seus programas prediletos na TV. Isso porque, sempre que estava assistindo algo, ela o chamava com o pretexto de trocar uma lâmpada, enxugar a louça do jantar ou fazer qualquer outros desses serviços domésticos.
- Você lavou a louça e não enxugou, seu imprestável! - arrematava ela, como agradecimento.
À medida em que o humor da esposa ia piorando, também ia aumentando seu sedentarismo. Até o ponto em que os vizinhos só tomavam conhecimento dela através dos gritos histéricos com que ela recebia o marido todas as noites...
Depois de muitos anos trabalhando sempre no mesmo serviço burocrático, chegando em casa sempre à mesma hora, Américo teve, finalmente, uma atitude que se poderia chamar de autônoma. Chegou em casa com um belo aparelho de som. A esposa que já o esperava pronta para reclamar do atraso, não se conteve:
- Para que isso, seu imprestável? Não sabe que eu não gosto de música?!?
E desatou a reclamar por duas horas inteiras. Américo gravou tudo. E gravou também a reprimenda do dia seguinte, e do outro. Quando achou que já tinha o suficiente, esganou a esposa e enterrou o corpo no porão.
A partir de então chegava em casa toda a noite e ligava o toca-fitas. Depois ligava a TV, ou pegava um livro, e se divertia pelo resto da noite. Os vizinhos, acostumados a só saberem da mulher pelos seus tremendos gritos, nunca desconfiaram de nada. Pelo contrário. De vez em quando algum vizinho pensava consigo:
- Coitado do Seu Américo. Agüenta poucas e boas da sua mulher. Se fosse eu, já a tinha matado...
Compre o livro O melhor da comédia da vida privada no Submarino.
quarta-feira, novembro 21, 2007
Eu costumo sonhar com roteiros de filmes e quadrinhos, mas essa foi a primeira vez que sonhei com uma propaganda. Seria para um portal de informação que se posicionasse como o primeiro a dar as notícias. Vejam abaixo o resultado:
PROPAGANDA PORTAL INFORMAÇÃO
Um homem de meia idade sentado em um sofá. Ele não é bonito, e parece meio bobo. Chama-se Afrânio. A cena começa como se nós o tivéssemos pegado no meio de uma frase.
AFRÂNIO: E eu disse: Mas o John Lennon já morreu? E a minha mulher: Pô, Afrânio, você é sempre o último a saber! Papo vai, papo vem, falamos em futebol, e eu: Mas o Pelé já parou de jogar. E a minha mulher: Pô, Afrânio, você é sempre o último a saber! Aí falaram de política e eu: Mas o Getúlio Vargas não é mais presidente do Brasil? E a minha mulher: Pô, Afrânio, você é sempre o último a saber!
A mulher de Afrânio (uma loira estonteante) se aproxima, pega no ombro do Afrânio e pisca maliciosamente para o telespectador.
LETREIRO: Logomarca e slogan do portal.
LOCUTOR (OFF): Portal Informação. Não seja o último a saber.
Volta para o Afrânio. Ele olha inebriado para a mulher e fala com o telespectador.
AFRÂNIO: Ele é apaixonada por mim...
PROPAGANDA PORTAL INFORMAÇÃO
Um homem de meia idade sentado em um sofá. Ele não é bonito, e parece meio bobo. Chama-se Afrânio. A cena começa como se nós o tivéssemos pegado no meio de uma frase.
AFRÂNIO: E eu disse: Mas o John Lennon já morreu? E a minha mulher: Pô, Afrânio, você é sempre o último a saber! Papo vai, papo vem, falamos em futebol, e eu: Mas o Pelé já parou de jogar. E a minha mulher: Pô, Afrânio, você é sempre o último a saber! Aí falaram de política e eu: Mas o Getúlio Vargas não é mais presidente do Brasil? E a minha mulher: Pô, Afrânio, você é sempre o último a saber!
A mulher de Afrânio (uma loira estonteante) se aproxima, pega no ombro do Afrânio e pisca maliciosamente para o telespectador.
LETREIRO: Logomarca e slogan do portal.
LOCUTOR (OFF): Portal Informação. Não seja o último a saber.
Volta para o Afrânio. Ele olha inebriado para a mulher e fala com o telespectador.
AFRÂNIO: Ele é apaixonada por mim...
terça-feira, novembro 20, 2007
Marketing de Guerrilha será tema de palestra na Feira do Empreendedor
A palestra será ministrada às 19h do dia 1º de dezembro durante a 44ª Expofeira do Amapá e 2ª Feira do Empreendedor.
Da assessoria de comunicação do Sebrae/AP
A guerra pelo consumidor é acirrada entre as grandes empresas. Diante dessa realidade, as micro e pequenas empresas estão em busca de novos meios para atrair clientes, pois, como trata-se de empreendimentos de pequeno porte, os recursos disponíveis para propaganda são limitados. Impossibilitados de competir financeiramente com os “gigantes” do mercado internacional, as pequenas empresas começaram a aderir o que se chamou de “Marketing de Guerrilha”.
Segundo o professor de Marketing do Centro de Ensino Superior do Amapá (Ceap) e da Faculdade de Macapá (FAMA), Ivan Carlo, a guerrilha na propaganda vai surgir em contraposição “a guerra das grandes empresas” que gastam milhões de dólares todos os anos com propaganda. Então, como um pequeno empreendimento poderia concorrer com esses gigantes do mercado?
Uma saída seria começar a desenvolver campanhas nas mídias não convencionais (Blogs, orkut, e-mails, youtube) direcionadas inteiramente para o segmento do mercado consumidor que se pretende atingir. Não seria viável, por exemplo, gastar 10 mil reais em uma propaganda de TV que atingirá milhares de pessoas que não têm interesse algum no produto que se deseja vender.
O Marketing de Guerrilha, como foi escrito por Jay Conrad Levinson no seu livro Guerrilla Marketing de 1982, utiliza-se de maneiras alternativas para executar suas atividades de marketing e com orçamentos “apertados”. Levinson afirma que pequenas empresas empreendedoras são diferentes de empresas grandes. Ele lembra um artigo da Harvard Business Review de Welsh e White que diz que pequenos negócios não são versões menores de um negócio grande. Por causa da falta de recursos dos pequenos negócios, estes precisam utilizar diferentes tipos de estratégias de marketing e táticas.
Segundo Ivan Carlo, é justamente essa a principal vantagem desse tipo de marketing: baixos custos com propaganda e um total conhecimento da fatia de mercado que o empresário busca. “Em geral, táticas de guerrilha são usadas por uma parte mais fraca contra uma mais forte. O conhecimento do terreno de combate também é uma arma bastante usada nas guerras de guerrilhas”, disse o professor.
Outra grande característica do marketing de guerrilha é a chamada mídia espontânea. Ou seja, fazer com que o consumidor faça a propaganda do empreendimento, da marca ou produto. Segundo Ivan, apesar de parecer um pouco estranho convencer o consumidor a “vestir a camisa”, isso é possível quando se desenvolve a interatividade, construção da relação com o público.
A princípio, as ferramentas de Marketing de Guerrilha são utilizadas por empresas pequenas com o objetivo de brigar com grandes concorrentes ou simplesmente sobreviverem. Mas, explica Ivan, “na atual sociedade saturada de comunicação, grandes empresas começam a utilizar essa possibilidade de propaganda em seu mix de martketing para atingirem os corações e mentes de seus públicos-alvo”.
Da assessoria de comunicação do Sebrae/AP
A guerra pelo consumidor é acirrada entre as grandes empresas. Diante dessa realidade, as micro e pequenas empresas estão em busca de novos meios para atrair clientes, pois, como trata-se de empreendimentos de pequeno porte, os recursos disponíveis para propaganda são limitados. Impossibilitados de competir financeiramente com os “gigantes” do mercado internacional, as pequenas empresas começaram a aderir o que se chamou de “Marketing de Guerrilha”.
Segundo o professor de Marketing do Centro de Ensino Superior do Amapá (Ceap) e da Faculdade de Macapá (FAMA), Ivan Carlo, a guerrilha na propaganda vai surgir em contraposição “a guerra das grandes empresas” que gastam milhões de dólares todos os anos com propaganda. Então, como um pequeno empreendimento poderia concorrer com esses gigantes do mercado?
Uma saída seria começar a desenvolver campanhas nas mídias não convencionais (Blogs, orkut, e-mails, youtube) direcionadas inteiramente para o segmento do mercado consumidor que se pretende atingir. Não seria viável, por exemplo, gastar 10 mil reais em uma propaganda de TV que atingirá milhares de pessoas que não têm interesse algum no produto que se deseja vender.
O Marketing de Guerrilha, como foi escrito por Jay Conrad Levinson no seu livro Guerrilla Marketing de 1982, utiliza-se de maneiras alternativas para executar suas atividades de marketing e com orçamentos “apertados”. Levinson afirma que pequenas empresas empreendedoras são diferentes de empresas grandes. Ele lembra um artigo da Harvard Business Review de Welsh e White que diz que pequenos negócios não são versões menores de um negócio grande. Por causa da falta de recursos dos pequenos negócios, estes precisam utilizar diferentes tipos de estratégias de marketing e táticas.
Segundo Ivan Carlo, é justamente essa a principal vantagem desse tipo de marketing: baixos custos com propaganda e um total conhecimento da fatia de mercado que o empresário busca. “Em geral, táticas de guerrilha são usadas por uma parte mais fraca contra uma mais forte. O conhecimento do terreno de combate também é uma arma bastante usada nas guerras de guerrilhas”, disse o professor.
Outra grande característica do marketing de guerrilha é a chamada mídia espontânea. Ou seja, fazer com que o consumidor faça a propaganda do empreendimento, da marca ou produto. Segundo Ivan, apesar de parecer um pouco estranho convencer o consumidor a “vestir a camisa”, isso é possível quando se desenvolve a interatividade, construção da relação com o público.
A princípio, as ferramentas de Marketing de Guerrilha são utilizadas por empresas pequenas com o objetivo de brigar com grandes concorrentes ou simplesmente sobreviverem. Mas, explica Ivan, “na atual sociedade saturada de comunicação, grandes empresas começam a utilizar essa possibilidade de propaganda em seu mix de martketing para atingirem os corações e mentes de seus públicos-alvo”.
segunda-feira, novembro 19, 2007
Essa polêmica sobre a matéria a respeito de Che Guevara só revela algo que qualquer um com um mínimo de miolo sabe: a Veja está ilegível. A revista toda é tendenciosa e seu principal colunista é o Diogo Mainardi. Dia desses, em uma matéria sobre o novo livro desse rapaz, a revista relembrou a primeira vez que Mainardi apareceu na Veja. Na década de 1970, lá ia ele andando pelo centro de São Paulo com seu rolex e sapato importado quando viu um grupo de grevistas quebrando a fachada de um banco. Embora não simpatizasse com os grevistas ou tivesse qualquer relação com eles, ele entrou na brincadeira e lá foi quebrar bancos. Ou seja, o principal colunista, da principal revista do país, é um moleque vândalo...
Nada é impossível, exceto compreender propagandas em inglês
Após anos usando anglicismos, anunciantes da Alemanha têm redescoberto sua própria língua. Se a publicidade é um termômetro dos tempos, o que isso pode dizer sobre o estado atual da sociedade alemã? Leia mais
Comentário: olha o grande dilema do marketing internacional: padronizar a comunicação e a marca mundialmente ou adaptar a cada local?
domingo, novembro 18, 2007
A Veja é um dos melhores exemplos daquilo que o gonzo jornalismo critica: o discurso da objetivida a serviço de interesses ideológicos (e usado para esconder a parcialidade). Uma matéria de capa sobre Che Guevara mostrou isso e provocou um grande debate, que pode ser acompanhado no blog do amigo Daniel Lopes. Para se ter uma idéia, até o autor do livro que serviu de base para a reportagem achou-a tendenciosa.
Saudita estuprada por gangue é condenada a 200 chibatadas
Frances HarrisonBBC News
As mulheres sauditas são sujeitas a leis de segregação de sexo rigorosas.
Uma corte de apelação na Arábia Saudita condenou uma mulher estuprada por uma gangue a 200 chibatadas e seis meses de prisão por infringir as leis de segregação por sexo do país. Leia mais
Comentário: logo se vê como Bush está levando a civilização para o Oriente Médio...
As mulheres sauditas são sujeitas a leis de segregação de sexo rigorosas.
Uma corte de apelação na Arábia Saudita condenou uma mulher estuprada por uma gangue a 200 chibatadas e seis meses de prisão por infringir as leis de segregação por sexo do país. Leia mais
Comentário: logo se vê como Bush está levando a civilização para o Oriente Médio...
HISTÓRIA DOS QUADRINHOS 12
O Tico-tico
O Tico-tico foi a primeira revista em quadrinhos do Brasil. Conta a lenda, impressa na capa do primeiro número, que um grupo de pirralhos foi até a revista O Malho exigir que fosse criada uma publicação específica para eles.
Na verdade, o dono de O Malho, estava de olho nesse novo e crescente mercado representado pelas crianças. Um mercado, aliás, que durante anos não teria qualquer concorrência.
O primeiro número saiu em 11 de outubro de 1905 e seguia o modelo da revista francesa La Semaine de Suzette. Tinha quatro páginas coloridas. As outras usavam uma combinação de branco com vermelho, verde ou azul.
Custava 200 reis, preço que manteve até 1920.
Embora a inspiração fosse francesa, o personagem principal, Chiquinho, era um decalque de Buster Brown, do norte-americano Richard Outcault, publicado no jornal The New York Herald. O personagem era um garoto travesso que fazia as maiores traquinagens e acabava muitas vezes apanhando. Seu inseparável companheiro era o cão Tige. No Brasil, o desenhista Luís Gomes Loureiro adaptou o personagem, renomeando-o de Chiquinho. O cão virou Jagunço, e logo a série ganhou um coadjuvante, o negrinho Benjamin, retratado com a visão que se tinha do negro na época: descalço, lábios grossos, roupas simples e subserviente. Embora fosse um decalque, a adaptação ficou tão boa que durante muito tempo acreditou-se que Chiquinho era um típico personagem brasileiro.
A descoberta da origem do personagem se deu na década de 1950, quando um grupo de desenhistas novatos comparou Chiquinho com Buster Brown. Entretanto, Chiquinho tem sido reabilitado por ter conseguido se adaptar à realidade brasileira. Além disso, os decalques pareciam ser moda na época. Na Holanda, o garoto virou Sjors, do clube dos rebeldes, uma série reverenciada até hoje e de grande influência nos quadrinhos locais.
Alguns dos mais importantes artistas gráficos do Brasil colaboraram com O Tico-Tico. Entre eles, J. Carlos, um cartunista que conseguiu criar um traço único, tão diferente e simples que seus trabalhos constam no Museu das Caricaturas, na Basiléia. Segundo estudiosos, um desenho seu de um papagaio serviu de inspiração para que Walt Disney criasse o Zé Carioca. Na revista O Tico-tico ele ficou famoso pela personagem Lamparina, uma negrinha do morro que vivia pregando peças nos adultos.
Outro que se destacou foi Luiz Sá. Com seus personagens redondos, ele foi o pioneiro da arte da animação no Brasil, tendo feito um desenho em sequência com mais de cem metros, que nunca foi exibido por falta de patrocínio. Para a publicação, ele criou Reco-reco, Bolão e Azeitona, um trio de garotos que apareceram de 1931 até o fechamento da revista na década de 1960.
Finalmente, Max Yanton foi outra estrela da revista. Ele era especializado em tipos pitorescos, vagabundos e sem família. Sua criação mais famosa foi Kaximbown, de 1908, um aventureiro que nunca pagou seu empregado Pipoca e vivia se dando mal a cada episódio. O personagem ficou tão famoso que Rui Barbosa só chamava o desenhista de Kaxibown.
O Tico-tico
O Tico-tico foi a primeira revista em quadrinhos do Brasil. Conta a lenda, impressa na capa do primeiro número, que um grupo de pirralhos foi até a revista O Malho exigir que fosse criada uma publicação específica para eles.
Na verdade, o dono de O Malho, estava de olho nesse novo e crescente mercado representado pelas crianças. Um mercado, aliás, que durante anos não teria qualquer concorrência.
O primeiro número saiu em 11 de outubro de 1905 e seguia o modelo da revista francesa La Semaine de Suzette. Tinha quatro páginas coloridas. As outras usavam uma combinação de branco com vermelho, verde ou azul.
Custava 200 reis, preço que manteve até 1920.
Embora a inspiração fosse francesa, o personagem principal, Chiquinho, era um decalque de Buster Brown, do norte-americano Richard Outcault, publicado no jornal The New York Herald. O personagem era um garoto travesso que fazia as maiores traquinagens e acabava muitas vezes apanhando. Seu inseparável companheiro era o cão Tige. No Brasil, o desenhista Luís Gomes Loureiro adaptou o personagem, renomeando-o de Chiquinho. O cão virou Jagunço, e logo a série ganhou um coadjuvante, o negrinho Benjamin, retratado com a visão que se tinha do negro na época: descalço, lábios grossos, roupas simples e subserviente. Embora fosse um decalque, a adaptação ficou tão boa que durante muito tempo acreditou-se que Chiquinho era um típico personagem brasileiro.
A descoberta da origem do personagem se deu na década de 1950, quando um grupo de desenhistas novatos comparou Chiquinho com Buster Brown. Entretanto, Chiquinho tem sido reabilitado por ter conseguido se adaptar à realidade brasileira. Além disso, os decalques pareciam ser moda na época. Na Holanda, o garoto virou Sjors, do clube dos rebeldes, uma série reverenciada até hoje e de grande influência nos quadrinhos locais.
Alguns dos mais importantes artistas gráficos do Brasil colaboraram com O Tico-Tico. Entre eles, J. Carlos, um cartunista que conseguiu criar um traço único, tão diferente e simples que seus trabalhos constam no Museu das Caricaturas, na Basiléia. Segundo estudiosos, um desenho seu de um papagaio serviu de inspiração para que Walt Disney criasse o Zé Carioca. Na revista O Tico-tico ele ficou famoso pela personagem Lamparina, uma negrinha do morro que vivia pregando peças nos adultos.
Outro que se destacou foi Luiz Sá. Com seus personagens redondos, ele foi o pioneiro da arte da animação no Brasil, tendo feito um desenho em sequência com mais de cem metros, que nunca foi exibido por falta de patrocínio. Para a publicação, ele criou Reco-reco, Bolão e Azeitona, um trio de garotos que apareceram de 1931 até o fechamento da revista na década de 1960.
Finalmente, Max Yanton foi outra estrela da revista. Ele era especializado em tipos pitorescos, vagabundos e sem família. Sua criação mais famosa foi Kaximbown, de 1908, um aventureiro que nunca pagou seu empregado Pipoca e vivia se dando mal a cada episódio. O personagem ficou tão famoso que Rui Barbosa só chamava o desenhista de Kaxibown.
sábado, novembro 17, 2007
Para quem não sabe, o Bar da Boa, da Antartica, começou com um viral. Os publicitários fizeram uma festa de lançamento e, além da grande imprensa, convidaram blogueiros, que entravam com o compromisso de fazerem ao menos uma postagem sobre o evento. Confira os detalhes aqui.
quinta-feira, novembro 15, 2007
Ainda agora uma carro passou disparado na frente da minha casa. como tem uma vala atravessando a rua e a velocidade era muito alta, o carro bateu e quase capotou. detalhe: minha rua não é preferencial, então ele iria bater qualquer carro que viesse na preferencial. Sexta-feira passada, a irmã do senador Gilva Borges morreu num acidente assim. Alguém avançou o sinal fechado e bateu no carro dela. Dia desses eu conversava com um ex-aluno que faz fisioterapia comigo. Um carro avançou a preferencial e bateu no carro dele. A coluna dele quebrou ao meio. Os ocupantes do outro carro não tiveram um único ferimento e estão dirigindo até hoje. Detalhe: eles estavam bêbados e, provavelmente, participando de um racha. Há uns dois anos, eu vi uma tentativa de assassinato: um caminhão perseguiu um carro e o arrastou por uma quadra inteira. Todos se lembram do caso do filho do Zé Miguel. O rapaz foi atropelado por um carro a uma velocidade tão grande que o corpo chegou a ser desmembrado.
Em todos esses casos, algo em comum: quem provocou o acidente está impune. Na maioria das vezes não perde nem mesmo a carteira de motorista e pode continuar matando à vontade.
Quando são julgados, o são como homícidio culposo (sem intenção de matar), e não como homício doloso. Ora, uma pessoa que participa de um racha ou que sai para dirigir bêbado, a alta velocidade pode não ter a intenção de matar, mas está assumindo um risco e, portanto, a responsabilidade.
Vai aqui um apelo aos nossos representantes (em especial ao senador Gilvan Borges, que está sofrendo com o problema): lutem para leis mais severas para quem comete crimes no trânsito.
Felizmente, a justiça está fazendo a sua parte. Recentemente o Supremo Tribunal de Justiça mandou a juri popular o acusado de um crime de trânsito.
Compre livros no Submarino e ajude este blog.
quarta-feira, novembro 14, 2007
O site Melhores do Mundo fez uma relação das melhores (ou seriam piores?) músicas infantis da década de 1980. Algém aí lembra da Xuxa cantando She ra? Como diz o Zeca Baleiro, meu presente agora é cool, meu passado é que foi trash.
terça-feira, novembro 13, 2007
Música de hoje
"Um Messias Indeciso"
Raul Seixas
Certa vez houve um homem Comum,
como um homem qualquer
Jogou pelada descalço
Cresceu e formou-se em ter fé
Mas nele havia algo estranho
Lembrava ter vivido outra vez
Em outros mundos distantes
e assim acreditando se fez
E acreditanto em si mesmo
Tornou-se o mais sábio entre os seus
E o povo pedindo milagres
Chamava esse homem de Deus
E enquanto ele trabalhava
Na sua tarefa escolhida
A multidão se aglomerava
Perguntando o segredo da vida
E ele falou simplesmente
Destino é a gente que faz
Quem faz o destino é a gente
Na mente de quem for capaz
E vendo o povo confuso
Que terrível, cada vez mais lhe seguia
Fugiu pra floresta sozinho
Pra Deus perguntar pra onde ia
Ahh quantas ilusões
Nas luzes do arredor
Quantos segredos terá
Mas foi sua própria voz que falou
Seja feita a sua vontade
Siga o seu próprio caminho
Pra ser feliz de verdade
E aquela voz foi ouvida
Por sobre morros e vales
Ante ao messias de fato
Que jamais quis ser adorado
A verdade está lá fora
Pilotos militares e civis, que afirmam ter visto objetos voadores não identificados (OVNIs), e cientistas reunidos em Washington fizeram um apelo nesta segunda-feira para que as pesquisas sobre o fenômeno, abandonadas há cerca de 40 anos, sejam oficialmente retomadas. Leia mais
segunda-feira, novembro 12, 2007
Batman guerrilheiro
A agência Saatchi & Saatchi da Nova Zelândia espalhou "batsinais" pelas ruas de Auckland, para promover a estréia do filme "Batman Begins" no canal TV2. Eles pregaram adesivos com o símbolo do morcego em lâmpadas já existentes no calçamento do centro da cidade, criando um efeito parecido com batsinal dos quadrinhos. Mais uma iniciativa interessante de marketing de guerilha.
Garoto-Aranha brasileiro ganha destaque internacional
Por Marcus Ramone (12/11/07) Uma casa em chamas, um bebê em apuros e um heróico resgate realizado pelo Homem-Aranha. O que parece ser a descrição de uma cena já vista em qualquer gibi do personagem da Marvel, é uma história real que aconteceu na semana passada no Brasil, mais precisamente na cidade de Palmeira, em Santa Catarina. Na verdade, o "Homem-Aranha" em questão é Riquelme dos Santos, um garoto de apenas 5 anos de idade, que brincava na rua, fantasiado como seu ídolo dos gibis, quando avistou o fogo no quarto da pequena Andrieli, de quase dois anos. Leia mais
HISTÓRIA DOS QUADRINHOS 11
O Fantasma
Lee Falk foi o primeiro roteirista importante dos quadrinhos. Antes dele já existiam outros como Dan Moore e Dashiel Hammett que, no entanto, não assinavam seus trabalhos. Já Lee Falk era um pai coruja: Fazia questão não só de assinar suas criações, como exigia controle total sobre elas. Uma das poucas vezes em que ele perdeu esse controle foi quando o Fantasma passou a ser publicado no Brasil com a cor vermelha substituindo o azul original — isso aconteceu porque a história chegou ao Brasil sem referência de cor e o vermelho possibilitava uma melhor reprodução para as obsoletas máquinas tupiniquins
O primeiro personagem de Lee FaIk foi o mágico Mandrake, em 1934. Desenhado por Phil Davis, Mandrake era um mágico racional, inspirado fisicamente no próprio Falk. O personagem, sempre envolvido em aventuras detetivescas, conquistou o público e é publicado até hoje. O grande sucesso de Falk, entretanto, seria o personagem Fantasma, criado em 1936 e desenhado por Ray Moore.
O que diferencia o Fantasma de outros personagens é o seu caráter de mito. Sua história parece uma daquelas remotas lendas passadas de pai para filho: no ano de 1525 o único sobrevivente de um ataque pirata faz um jruamento: "Juro que dedicarei toda minha vida à tarefa de destruir a pirataria, a ganância, a crueldade e a injustiça. E meus filhos e os filhos de meus filhos me perpetuarão". Ele passa a usar, então, uma máscara e roupa colante e a perseguir malfeitores. Como o juramento valia também para seus descendentes, o povo da selva começou a pensar que o herói era imortal. Esse aspecto da tira deu um significado maior à história, tornando-a mitológica por excelência.
“O espírito que anda” teve o mérito de ser o primeiro herói de quadrinhos a usar máscara e malha colada ao corpo. Nesse sentido, todos os super-heróis devem a ele o seu visual. Na primeira história o personagem usava também uma luva, que abandonou devido à inconveniência de ter de tirá-la toda vez que quisesse deixar a marca do Fantasma em um malfeitor.
O primeiro desenhista a ilustrar o personagem foi Ray Moore. Seu traço sombrio ajudou a criar o clima de mistério que envolve até hoje o herói mascarado.
Fantasma de Ray Moore era atlético e sensual, com um forte toque “noir” realçado pelo sombreado pesado. Nenhum outro artista conseguiu manter o nível de Moore, que desenhou o personagem de 1936 a 1942.
A partir de 1942, seu assistente Wilson McCoy pegou o personagem. A princípio, McCoy seguiu a linha de Moore, tentando manter o nível de qualidade, mas com o tempo começou a caricaturar os personagens dando a impressão de que as tiras eram feitas às pressas. Com a morte de McCoy, em 61, o Fantasma passou a ser desenhado por Sy Barry, de traço bastante impessoal. Isso deve ter ajudado para que ele tivesse uma multidão de assistentes - que muitas vezes faziam tudo na história, tendo Sy Barry só o trabalho de assinar, quando muito.
Em 1977 o Fantasma se casou. A história, embora seja assinada por Sy Barry, foi desenhada pelo brasileiro André LeBlanc, que no Brasil foi um dos principais ilustradores dos livros de Monteiro Lobato, mas foi para os EUA, onde se tornou assistente de Will Eisner no Spirit antes de se juntar à equipe que ilustrava o Espírito que anda.
Lee Falk sabia que os detalhes fariam com que seu personagem ganhasse um aspecto de mito e não economizou neles, a começar pelos apelidos que o povo da floresta dão ao personagem, tais O Espírito-que-anda, o Homem que nunca morre, o Guardião das Trevas Orientais e outros. Os ditados referentes ao personagem também ficaram famoso: “O Fantasma é violento com os violentos”, “Dá medo ver o Fantasma enfurecido”, “O Fantasma atira mais rápido que o olhar”. Os símbolos também ajudam a compor a aura do personagem, como a caverna da caveira (local de sua moradia) e os anéis. O anel da caveira, usado na mão direita, marca os malfeitores, enquanto na mão esquerda fica um anel com a marca de proteção. Aqueles que têm essa marca serão sempre protegidos pelo personagem. Outros destaques são os companheiros animais do personagem, o lobo Capeto e cavalo branco Herói.
No Brasil o personagem fez muito sucesso nas década de 1940 e 1950, contribuindo para que seu editor, Roberto Marinho, ficasse rico o suficiente para montar uma emissora de TV, a Rede Globo. Atualmente, no Brasil, ele tem um público pequeno, mas fiel. Entretanto, em outros países, como a Austrália e a Escandinávia, ainda é o herói de quadrinhos de maior sucesso. Recentemente a revista do personagem alcançou o número 1.500, um recorde mundial.
O Fantasma
Lee Falk foi o primeiro roteirista importante dos quadrinhos. Antes dele já existiam outros como Dan Moore e Dashiel Hammett que, no entanto, não assinavam seus trabalhos. Já Lee Falk era um pai coruja: Fazia questão não só de assinar suas criações, como exigia controle total sobre elas. Uma das poucas vezes em que ele perdeu esse controle foi quando o Fantasma passou a ser publicado no Brasil com a cor vermelha substituindo o azul original — isso aconteceu porque a história chegou ao Brasil sem referência de cor e o vermelho possibilitava uma melhor reprodução para as obsoletas máquinas tupiniquins
O primeiro personagem de Lee FaIk foi o mágico Mandrake, em 1934. Desenhado por Phil Davis, Mandrake era um mágico racional, inspirado fisicamente no próprio Falk. O personagem, sempre envolvido em aventuras detetivescas, conquistou o público e é publicado até hoje. O grande sucesso de Falk, entretanto, seria o personagem Fantasma, criado em 1936 e desenhado por Ray Moore.
O que diferencia o Fantasma de outros personagens é o seu caráter de mito. Sua história parece uma daquelas remotas lendas passadas de pai para filho: no ano de 1525 o único sobrevivente de um ataque pirata faz um jruamento: "Juro que dedicarei toda minha vida à tarefa de destruir a pirataria, a ganância, a crueldade e a injustiça. E meus filhos e os filhos de meus filhos me perpetuarão". Ele passa a usar, então, uma máscara e roupa colante e a perseguir malfeitores. Como o juramento valia também para seus descendentes, o povo da selva começou a pensar que o herói era imortal. Esse aspecto da tira deu um significado maior à história, tornando-a mitológica por excelência.
“O espírito que anda” teve o mérito de ser o primeiro herói de quadrinhos a usar máscara e malha colada ao corpo. Nesse sentido, todos os super-heróis devem a ele o seu visual. Na primeira história o personagem usava também uma luva, que abandonou devido à inconveniência de ter de tirá-la toda vez que quisesse deixar a marca do Fantasma em um malfeitor.
O primeiro desenhista a ilustrar o personagem foi Ray Moore. Seu traço sombrio ajudou a criar o clima de mistério que envolve até hoje o herói mascarado.
Fantasma de Ray Moore era atlético e sensual, com um forte toque “noir” realçado pelo sombreado pesado. Nenhum outro artista conseguiu manter o nível de Moore, que desenhou o personagem de 1936 a 1942.
A partir de 1942, seu assistente Wilson McCoy pegou o personagem. A princípio, McCoy seguiu a linha de Moore, tentando manter o nível de qualidade, mas com o tempo começou a caricaturar os personagens dando a impressão de que as tiras eram feitas às pressas. Com a morte de McCoy, em 61, o Fantasma passou a ser desenhado por Sy Barry, de traço bastante impessoal. Isso deve ter ajudado para que ele tivesse uma multidão de assistentes - que muitas vezes faziam tudo na história, tendo Sy Barry só o trabalho de assinar, quando muito.
Em 1977 o Fantasma se casou. A história, embora seja assinada por Sy Barry, foi desenhada pelo brasileiro André LeBlanc, que no Brasil foi um dos principais ilustradores dos livros de Monteiro Lobato, mas foi para os EUA, onde se tornou assistente de Will Eisner no Spirit antes de se juntar à equipe que ilustrava o Espírito que anda.
Lee Falk sabia que os detalhes fariam com que seu personagem ganhasse um aspecto de mito e não economizou neles, a começar pelos apelidos que o povo da floresta dão ao personagem, tais O Espírito-que-anda, o Homem que nunca morre, o Guardião das Trevas Orientais e outros. Os ditados referentes ao personagem também ficaram famoso: “O Fantasma é violento com os violentos”, “Dá medo ver o Fantasma enfurecido”, “O Fantasma atira mais rápido que o olhar”. Os símbolos também ajudam a compor a aura do personagem, como a caverna da caveira (local de sua moradia) e os anéis. O anel da caveira, usado na mão direita, marca os malfeitores, enquanto na mão esquerda fica um anel com a marca de proteção. Aqueles que têm essa marca serão sempre protegidos pelo personagem. Outros destaques são os companheiros animais do personagem, o lobo Capeto e cavalo branco Herói.
No Brasil o personagem fez muito sucesso nas década de 1940 e 1950, contribuindo para que seu editor, Roberto Marinho, ficasse rico o suficiente para montar uma emissora de TV, a Rede Globo. Atualmente, no Brasil, ele tem um público pequeno, mas fiel. Entretanto, em outros países, como a Austrália e a Escandinávia, ainda é o herói de quadrinhos de maior sucesso. Recentemente a revista do personagem alcançou o número 1.500, um recorde mundial.
Fomos assistir Stardust, o mistério da estrela. Na verdade, eu não esperava muito. Fui porque é baseado em uma obra de Neil Gaiman. Mas, surpreendentemente, todo mundo gostou, inclusive as crianças. É o tipo de filme que só precisa de uma chance. Você começa a assistir e embarca na história. Neil Gaiman gostaria que fosse dirigido por Terry Gilliam, que não aceitou por estar cansado do gênero fantástico, depois de Os irmãos Grim. Na verdade, Stardust parece mais crível que Irmãos Grim. O destaque são para cenas de suspense que realmente deixam o expectador sem respirar. Robert De Niro está ótimo como um pirata dos céus e Michelle Pfeiffer , surpreendentemente, convence como uma bruxa que quer matar a estrela para pegar seu coração e voltar a ser jovem. Só achei estranha a escolha de Claire Danes para o papel de estrela. Alguém aí já viu um filme em que a bruxa é mais bonita que a heroina?
sábado, novembro 10, 2007
Propostas dicordantes no jornalismo
Na história do jornalismo percebemos que nem todos leram pela cartilha da objetividade e da pirâmide invertida.Alguns movimentos e publicações discordavam abertamente do atual modelo de reportagens e apresentavam propostas de mudanças.Uns se contentaram em mudar a pauta, realizando publicações sobre assuntos pouco enfocados pela imprensa estabelecida. É o caso da imprensa alternativa.
Outros propuseram uma mudança radical até mesmo no jeito de fazer jornalismo. Eu as chamei de “propostas discordantes”. Tais propostas colocaram em xeque nossa idéia de imprensa e nos fizeram perguntar o que realmente caracteriza o jornalismo.
New journalism
A proposta de aproximar o jornalismo da literatura não é nova. Muitos escritores transformaram reportagens em obras literárias. Exemplo disso é o livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, um verdadeiro marco tanto da imprensa quanto da literatura brasileira.Mas o grande mentor dessa relação foi o norte-americano Truman Capote. Ele acreditava que a reportagem poderia ser uma arte tão requintada quanto qualquer outra forma de prosa, tais como o ensaio, o conto e a novela.
Para provar sua tese, ele procurou o tipo mais baixo de matéria jornalística: a entrevista com astros.
Os brasileiros sabem o quanto é descartável esse jornalismo praticado por revistas como Contigo, Caras e Quem.
Capote queria transformar esse tipo de matéria em uma arte autêntica, provando que o jornalismo poderia ser um gênero literário.
Para isso ele procurou o ator Marlon Brando, então no auge da fama. Capote passou uma noite com Brando em um apartamento em Kioto, no Japão, onde o astro estava filmando Sayonara, de Joshua Logan.
Os dois conversaram a noite inteira, sem que Capote gravasse ou fizesse anotações. Ele acreditava que esses recursos criam um clima artificial e destrói a naturalidade por parte do entrevistado.O resultado foi publicado na revista New Yorker em 1956 com o título de “O Duque em seus domínios”.
Estava criado o New Journalism.
O texto mostrava o ator de maneira até então inédita e antecipava até mesmo a gordura de Brando (que chegou a pesar, nos anos seguintes, 120 quilos). O ator admitiu, entre outras coisas, que se sentia ofuscado pelo sucesso: “Um excesso de êxito pode arruinar um homem tão irremediavelmente quanto um excesso de fracasso”.
Brando aceitou seu perfil como fidedigno, mas disse que se sentiu traído: “Aquele pequeno canalha passou a metade da noite me contando seus problemas. Achei que o mínimo que poderia fazer era contar-lhe os meus”.
Em 1959, ao saber que quatro membros de uma família de fazendeiros haviam sido assassinados brutalmente (eles foram amarrados, amordaçados e receberam tiros na cabeça), Capote rumou para a cidade em que havia acontecido o crime, Garden City, decidido a chegar ao ápice de seu projeto de narrar a realidade como ficção.
Passou cinco anos pesquisando. Entrevistou, perguntou, levantou os menores pormenores do caso, tornou-se amigo dos policiais e até dos criminosos, dois assaltantes de nome Perry Smith e Dick Hickock.
Antes de publicar o relato, ele passou o texto para checadora da revista, Sandy Campbell, que verificou todas as informações. A história foi publicada em capítulos no New Yorker e depois reunida no livro A Sangue Frio, um marco do Novo Jornalismo.A idéia dessa proposta discordante era dar ao leitor algo mais do que os fatos: a vida subjetiva e emocional dos personagens. Isso fazia com que os autores incluíssem no texto até mesmo o pensamento dos personagens.
Outra técnica do new journalism era a composição: fundir a história de várias pessoas e apresentá-las em uma personagem só, fictício. Além disso, essa corrente defendia o jornalismo investigativo: as histórias deveriam ser exaustivamente pesquisadas e checadas nos mínimos detalhes.
No Brasil o auge do Novo Jornalismo foi a revista Realidade, da editora Abril, que dourou de meados da década de 60 a meados da década 70 e só acabou por causa da censura.
Embora raramente, alguns exemplos dessa proposta discordante pode ser encontra na revista Caros Amigos.
Jornalismo gonzo
O nome mais importante do gonzo jornalismo é o norte-americano Hunter S. Thompson.Na década de 70 ele foi mandado pela revista Rolling Stone para cobrir uma corrida de motos. Gastou todo o dinheiro que haviam lhe dado com drogas, carros, fez contas em hotéis e saiu sem pagar, arranjou problemas com a polícia e, para piorar, só chegou na corrida de motos quando esta já havia acabado. Ao invés de ser demitido, virou celebridade e acabou criando uma nova forma de fazer jornalismo: o gonzo. O batismo foi feito pelo repórter Bill Cardoso. Ao ver os textos de Hunter, ele comentou: “Não sei o que está fazendo, mas você mudou tudo. Isso está totalmente gonzo”.
Hunter continuou produzindo reportagens, sempre sob o lema: “Quando as coisas ficam bizarras, os bizarros viram profissionais”.O gonzo, por suas próprias características, não é uma fórmula que possa ser aplicada a um texto. É muito mais uma atitude diante do mundo e do jornalismo.É possível, no entanto, perceber algumas características no gonzo jornalismo.A primeira delas é um ataque radical à teoria da objetividade jornalística.Para os adeptos do gonzo, o discurso da objetividade quer criar confiança, convencer o leitor de que é isenta, livre de desejos, ideologias, medos e interesses de quem escreve.
Ou seja, a objetividade é um discurso de mascaramento da ideologia que permeia o jornalismo. Não interessa ao gonzo se essa ideologia é neo-liberal ou marxista. O importante é o princípio da objetividade serve para esconder o fato de que nenhuma linguagem é neutra.
O gonzo tira essa máscara e daí surge sua primeira característica formal: os textos são sempre escritos em primeira pessoa. O objetivo não é apenas narrar fatos, mas relatar a experiência de um determinado indivíduo com eles.
O fato de haver um mediador entre a experiência e o leitor é destacada, e não escondida.
O gonzo também quer ir contra a imagem que os jornalistas fazem de si mesmos, de sérios e respeitáveis (exemplo disso é o âncora da Record, Boris Casoy).Tal imagem contribui para transformar o jornalismo em “discurso autorizado”. O jornal é a expressão da verdade, e não de “uma verdade”.
Em contraste, os gonzo-jornalistas não pretendem ser nem sérios nem respeitáveis.A carta de princípios da irmandade Rauol Duke (pseudônimo utilizado por Hunter para evitar problemas com a polícia) nos diz que o repórter “deve se envolver na história e alterar ao máximo os acontecimentos dentro da media do Impossível, de forma a transformá-la não em um mero RELATO do evento, mas sim em uma história ENGRAÇADA e CÁUSTICA”.
Entretanto, a ficção pura e simples não serve ao gonzo. Ainda segundo a mesma carta, “o conteúdo dos textos deve ser JORNALÍSTICO, ou seja: um fato precisa estar acontecendo necessariamente”.
Para fazer jornalismo gonzo não é necessário procurar fatos bizarros. Aliás, o ideal é abordar fatos normais, banais, sob ponto de vista bizarro e pessoal.Exemplos de jornalismo gonzo estão se tornando cada vez mais freqüentes na imprensa brasileira. Arthur Veríssimo, da revista Trip, foi o primeiro a celebrizar esse estilo no Brasil. Em uma de suas matérias mais antológicas, ele passou um dia como animador de festas infantis.
A revista Zero, recentemente lançada pelas editora Pool e Lester, também traz características gonzo.O número de estréia trouxe uma matéria sobre as deusas-vivas do Nepal. O título e subtítulo deixam claro o distanciamento que a procura manter do jornalismo convencional: “É DURO SER DEUSA – No Nepal, o dom divino já nasce com data de expiração. Luiz Cesar Pimentel passou uma tarde na casa de uma ex-deusa viva e mostra a realidade casca-grossa das divindades locais”.
O texto é em primeira pessoa e não esconde o ponto de vista do repórter:Por mais que eu tenha me esforçado no parágrafo anterior para dar a real dimensão da discrepância de uma deusa dormir em um sofá-cama e possuir um vira-lata (que parece uma mistura de poodle com nada) como campainha, a cena para quem passa um período no país não é tão assombroso assim. No Nepal, todas as situações têm uma forte tendência ou a não funcionar ou a funcionar de um jeito totalmente estapafúrdio. E, como você deve imaginar, dá tudo certo no final. Ou quase.
Até mesmo a grande imprensa tem se rendido à bizarrice do jornalismo gonzo, embora de maneira mais comportada.É na, até pouco tempo sisuda, revista Superinteressante que encontramos um exemplo típico de jornalismo gonzo.Na matéria “Puro Rock’n’roll”, publicada na Superinteressante, número 8, ano 15 de agosto de 2001, o repórter Dagomir Marquezi se disfarçou de saxofonista do grupo Jota Quest e participou de show em Mogi das Cruzes, interior de São Paulo. Como uma típica matéria gonzo, o jornalista também é personagem e o texto é em primeira pessoa:Não bastava tocar: um trio de metais que se preze também dança. Lembrava-me dos muitos shows de James Brown que assistira. “Um passo para a direita, junta os pés. Um passo para a esquerda, junta os pés”. Eu operava a coreografia e meus colegas de metais não se agüentavam de vontade de rir da minha picaretagem artística. O baixista PJ e o tecladista Márcio Buzelin, entre risadas disfarçadas, também faziam sinais de que estava me saindo bem.
Para ir além
CLARENC,Claudio A.. . Truman Capote: A sangre fría. Disponível em: http://orbita.starmedia.com/~claudio157/Capote.htm
Truman Capote. In: Instituto Gutemberg. Disponível em: http://www.igutenberg.org/newjorna.html
Bizarrice profissional: Ainda não entendeu o que é jornalismo gonzo? Disponível em: http://www.eduf.com.br/gonzo.php?Tid=92
Desaforismos gonzológicos: Perguntas que você não teve a bobagem de fazer. Disponível em: http://www.eduf.com.br/gonzo.php?Tid=37.
Ensaios de gonzologia: A ilusão de escrever em primeira pessoa. Disponível em: http://www.eduf.com.br/gonzo.php?Tid=36Gonzologia: Gonzo pode dar mais ao mundo do que somente jornalismo? Disponível em: http://www.eduf.com.br/gonzo.php?Tid=35
O MANIFESTO GONZO. Disponível em: http://planeta.terra.com.br/arte/familiadacoisa/IRD/filo.html
sexta-feira, novembro 09, 2007
Karl Popper
Para Karl Popper, a ciência é caracterizada pelo falseamento. Ou seja, uma teoria só é científica se for possível provar que ela está errada.
Assim, seria não-científico afirmar que vai chover amanhã. É certo que amanhã vai chover em algum lugar do planeta, em algum horário.
É científico dizer que vai chover amanhã às 17 horas em Macapá, pois essa afirmação é passível de falseamento.
A ciência não aceita formulações vagas, que não podem ser falseadas, características dos videntes e cartomantes: “Você vai viver um grande amor”; “Um grande reino vai cair”. É impossível provar que essas afirmações são falsas. Em algum momento a pessoa vai viver um grande amor e em uma guerra, inevitavelmente um reino irá ser derrotado.
Para Popper, O cientista não deveria procurar fatos que comprovassem sua tese, mas fatos que o falseassem, que provassem que ela é falsa.
Imaginemos que estejamos estudando as galinhas. Pesquiso uma e descubro que ela bota ovos. Encontro outra galinha e observo o mesmo comportamento. Por indução, chego à conclusão de que todas as galinhas botam ovos. Para Popper isso não é científico, pois se eu encontrar uma única galinha que não bote ovos, minha tese cai por terra.
Para Popper, a indução é falha e a única maneira de sermos científicos é usarmos a dedução.
Assim, eu crio uma lei geral: todas as galinhas botam ovos. Então pego uma galinha ao acaso e verifico se ela bota ovos. Se isso ocorrer, a tese está correta, por ora. Se um dia aparecer uma galinha que não bote ovos, a tese será falseada.
Popper nos ensinou que as verdades científicas são provisórias. São apenas hipóteses esperando pelo falseamento.
Assim, seria não-científico afirmar que vai chover amanhã. É certo que amanhã vai chover em algum lugar do planeta, em algum horário.
É científico dizer que vai chover amanhã às 17 horas em Macapá, pois essa afirmação é passível de falseamento.
A ciência não aceita formulações vagas, que não podem ser falseadas, características dos videntes e cartomantes: “Você vai viver um grande amor”; “Um grande reino vai cair”. É impossível provar que essas afirmações são falsas. Em algum momento a pessoa vai viver um grande amor e em uma guerra, inevitavelmente um reino irá ser derrotado.
Para Popper, O cientista não deveria procurar fatos que comprovassem sua tese, mas fatos que o falseassem, que provassem que ela é falsa.
Imaginemos que estejamos estudando as galinhas. Pesquiso uma e descubro que ela bota ovos. Encontro outra galinha e observo o mesmo comportamento. Por indução, chego à conclusão de que todas as galinhas botam ovos. Para Popper isso não é científico, pois se eu encontrar uma única galinha que não bote ovos, minha tese cai por terra.
Para Popper, a indução é falha e a única maneira de sermos científicos é usarmos a dedução.
Assim, eu crio uma lei geral: todas as galinhas botam ovos. Então pego uma galinha ao acaso e verifico se ela bota ovos. Se isso ocorrer, a tese está correta, por ora. Se um dia aparecer uma galinha que não bote ovos, a tese será falseada.
Popper nos ensinou que as verdades científicas são provisórias. São apenas hipóteses esperando pelo falseamento.
Meu filho me perguntou porque no século XX houve mais descobertas e invenções do que em toda a história da humanidade. Realmente, essa é uma pergunta interessante. Antes o avanço da tecnologia e da ciência se dava em ritmo aritmético (1,2,3,4...). No século XX esse avanço se deu em ritmo geométrico (1,2,4,8...). Se eu pudesse creditar isso a uma única invenção, que teria alavancado todas as outras, essa seria a metodologia científica. Foi a metodologia científica que permitiu tantas descobertas e tantas invenções. Até mesmo a administração só avançou quando incorporou elementos de metodologia científica. É a chamada ¨administração científica¨, de Taylor, Fayol e Ford. O método hipotético-dedutivo, de Popper, teve um papel fundamental nesse avanço.
quinta-feira, novembro 08, 2007
O amigo Sandro Souza inaugurou seu site, com portfolio de seus trabalhos na área de desenho. Sandro ficou conhecido por desenhar Os Cabuçus, mas também tem trabalhos em outras áreas. Confira.
quarta-feira, novembro 07, 2007
Cola não cola
Existe uma espécie de guerra não declarada entre professores e alunos: os alunos estão sempre procurando maneiras mais eficientes de colar e os professores estão sempre bolando uma forma de acabar com a graça dos estudantes.
Quando eu era mais jovem, tinha um colega de cabelo black power que era particularmente útil nos dias de avaliação. Ele transformava o assunto em pequenos rolinhos de papel e enfiava na cabeleira. Na hora da prova, era só tirar o papel e fazer uma breve consulta. Como os rolinhos sempre voltavam para a cabeleira e ele nunca lavava a cabeça, o cabelo daquele rapaz era uma verdadeira enciclopédia de assuntos escolares.
Uma forma óbvia de colar é colocar as anotações debaixo da prova. Mas é também a mais perigosa. Uma vez percebi que uma aluna estava usando esse estratagema e me postei ao lado dela, esperando o descuido. O descuido não veio, mas também ela não fez mais nada. Ficou suando e olhando o tempo todo por cima dos ombros, coitada. Tive vontade de dizer: “Ei, pode usar essa cola!”, mas o instinto sádico falou mais alto.
Tem aquela de colocar a cola no meio das pernas, uma situação particularmente constrangedora. Dois professores estavam passando uma prova quando um perguntou ao outro: “Você viu a cola no meio das pernas daquela aluna?”. E o outro: “Mudou de nome?”.
Mas a minha lembrança predileta de colas aconteceu quando passei uma prova em uma turma particularmente famosa por usar colas. Elaborei quatro tipos de provas, mas fiz marcação cerrada, andando entre os alunos, para que eles não desconfiassem. No final, quando só havia uma aluna na sala, os outros acharam que todos já tinham terminado e entraram perguntando: “Professor, tinha mais um tipo de prova?”. A outra levou as mãos à cabeça e gritou: “Mais de um tipo? Ai meu Deus, estou ferrada!”.
Quando eu era mais jovem, tinha um colega de cabelo black power que era particularmente útil nos dias de avaliação. Ele transformava o assunto em pequenos rolinhos de papel e enfiava na cabeleira. Na hora da prova, era só tirar o papel e fazer uma breve consulta. Como os rolinhos sempre voltavam para a cabeleira e ele nunca lavava a cabeça, o cabelo daquele rapaz era uma verdadeira enciclopédia de assuntos escolares.
Uma forma óbvia de colar é colocar as anotações debaixo da prova. Mas é também a mais perigosa. Uma vez percebi que uma aluna estava usando esse estratagema e me postei ao lado dela, esperando o descuido. O descuido não veio, mas também ela não fez mais nada. Ficou suando e olhando o tempo todo por cima dos ombros, coitada. Tive vontade de dizer: “Ei, pode usar essa cola!”, mas o instinto sádico falou mais alto.
Tem aquela de colocar a cola no meio das pernas, uma situação particularmente constrangedora. Dois professores estavam passando uma prova quando um perguntou ao outro: “Você viu a cola no meio das pernas daquela aluna?”. E o outro: “Mudou de nome?”.
Mas a minha lembrança predileta de colas aconteceu quando passei uma prova em uma turma particularmente famosa por usar colas. Elaborei quatro tipos de provas, mas fiz marcação cerrada, andando entre os alunos, para que eles não desconfiassem. No final, quando só havia uma aluna na sala, os outros acharam que todos já tinham terminado e entraram perguntando: “Professor, tinha mais um tipo de prova?”. A outra levou as mãos à cabeça e gritou: “Mais de um tipo? Ai meu Deus, estou ferrada!”.
terça-feira, novembro 06, 2007
Um apaixonado pela humanidade
Em sua primeira visita ao Brasil, Giancarlo Berardi, o criador de Ken Parker e Júlia, fala com exclusividade ao Universo HQ e mostra por que é um dos melhores roteiristas de quadrinhos do planeta. Leia mais
O Jean Okada, que eu considero um dos melhores desenhistas brasileiros está com um site próprio, o http://www.jeanokada.com/. Confiram.
domingo, novembro 04, 2007
Recebi da amiga Cláudia Chelala a informação de que a UNIFAP está com tendo dificuldades para conseguir R$ 8.900.000,00 de seu orçamento por falta de uma Emenda da Bancada amapaense. ¨Em todas as campanhas eleitorais, os políticos anunciam a intenção de apoiar a UNIFAP. É chegada a hora. Pedimos apoio também à população amapaense, à Assembléia Legislativa, às Câmaras de Vereadores para que se amplie a luta em defesa da Universidade pública e nos ajude a sensibilizar nossos representantes na Câmara Federal e no Senado da República¨, diz o texto da Cláudia.
HISTÓRIA DOS QUADRINHOS 10
Príncipe Valente
O Príncipe Valente surgiu no domingo de 13 de fevereiro de 1937. O seu criador, Hall Foster, entretanto, o havia imaginado desde 1934, quando fazia as historias de Tarzan para a United Features Syndicate. Em 1936 ele ofereceu à distribuidora seu personagem medieval. Mas United queria que ele fizesse uma tira diária e, caso tivesse sucesso, passaria a uma página dominical colorida. Foster, de traço muito detalhado para tiras diárias, preferiu apresentar seu personagem à concorrente King Features Syndicate , a mesma que publicava o Flash Gordon de Raymond.
A KFS aceitou na hora e, fevereiro de 1937 saia a primeira prancha de Príncipe Valente. O personagem deveria se chamar Arn, mas a distribuidora achou que Valente teria um maior impacto nas vendas. Foster aceitou, mas posteriormente deu o nome de Arn ao filho do protagonista.
Príncipe Valente se passava numa Idade Média romântica, dos tempos do Rei Arthur. Assim, o jovem príncipe, descendente de um trono que foi tomado pelos bárbaros, vive várias aventuras até chegar a Camelot, tornando-se um dos membros da Távola Redonda. A pesquisa histórica é impressionante. Foster comprava livros e percorria museus, coletando informações sobre as roupas, costumes e arquitetura da época. Apesar de, visualmente, a história ser uma reprodução fiel do período histórico, Foster não se prendia à cronologia. Cavaleiros medievais conviviam com soldados romanos e até com dinossauros.
Para não perder nada de seus desenhos detalhistas, Foster não usava balões. A narrativa e os diálogos eram acomodados abaixo dos quadros. Apesar disso, o autor explorou bem a linguagem dos quadrinhos, com seqüências dinâmicas poucas vezes vistas. Se o desenho está entre os melhores já surgidos nas histórias em quadrinhos, o texto não ficava atrás. Sem cair na redundância, eles complementavam perfeitamente as imagens.
A qualidade da historieta era tão notória (tanto em termos de desenho, quanto de texto) que Príncipe Valente foi uma das poucas HQs poupadas pela caça aos quadrinhos da década de 50.
Príncipe Valente foi o primeiro personagem de quadrinhos a envelhecer, na proporção de um ano para cada dois anos dos leitores. Ele se casou, teve filhos e o príncipe Arn já é, hoje, mais velho do que seu pai era quando começaram as aventuras.
As pranchas de Príncipe Valente foram publicadas em álbuns luxuosos pela Editora Brasil-América – Ebal – com grande sucesso e essa coleção está sendo relançada pela Opera Graphica. Não existe colecionar sério de quadrinhos que não tenha pelo menos um livro dessa obra-prima em sua estante.
Príncipe Valente
O Príncipe Valente surgiu no domingo de 13 de fevereiro de 1937. O seu criador, Hall Foster, entretanto, o havia imaginado desde 1934, quando fazia as historias de Tarzan para a United Features Syndicate. Em 1936 ele ofereceu à distribuidora seu personagem medieval. Mas United queria que ele fizesse uma tira diária e, caso tivesse sucesso, passaria a uma página dominical colorida. Foster, de traço muito detalhado para tiras diárias, preferiu apresentar seu personagem à concorrente King Features Syndicate , a mesma que publicava o Flash Gordon de Raymond.
A KFS aceitou na hora e, fevereiro de 1937 saia a primeira prancha de Príncipe Valente. O personagem deveria se chamar Arn, mas a distribuidora achou que Valente teria um maior impacto nas vendas. Foster aceitou, mas posteriormente deu o nome de Arn ao filho do protagonista.
Príncipe Valente se passava numa Idade Média romântica, dos tempos do Rei Arthur. Assim, o jovem príncipe, descendente de um trono que foi tomado pelos bárbaros, vive várias aventuras até chegar a Camelot, tornando-se um dos membros da Távola Redonda. A pesquisa histórica é impressionante. Foster comprava livros e percorria museus, coletando informações sobre as roupas, costumes e arquitetura da época. Apesar de, visualmente, a história ser uma reprodução fiel do período histórico, Foster não se prendia à cronologia. Cavaleiros medievais conviviam com soldados romanos e até com dinossauros.
Para não perder nada de seus desenhos detalhistas, Foster não usava balões. A narrativa e os diálogos eram acomodados abaixo dos quadros. Apesar disso, o autor explorou bem a linguagem dos quadrinhos, com seqüências dinâmicas poucas vezes vistas. Se o desenho está entre os melhores já surgidos nas histórias em quadrinhos, o texto não ficava atrás. Sem cair na redundância, eles complementavam perfeitamente as imagens.
A qualidade da historieta era tão notória (tanto em termos de desenho, quanto de texto) que Príncipe Valente foi uma das poucas HQs poupadas pela caça aos quadrinhos da década de 50.
Príncipe Valente foi o primeiro personagem de quadrinhos a envelhecer, na proporção de um ano para cada dois anos dos leitores. Ele se casou, teve filhos e o príncipe Arn já é, hoje, mais velho do que seu pai era quando começaram as aventuras.
As pranchas de Príncipe Valente foram publicadas em álbuns luxuosos pela Editora Brasil-América – Ebal – com grande sucesso e essa coleção está sendo relançada pela Opera Graphica. Não existe colecionar sério de quadrinhos que não tenha pelo menos um livro dessa obra-prima em sua estante.
sábado, novembro 03, 2007
O que a editora Brasiliense estava fazendo com a obra de Monteiro Lobato era um verdadeiro crime contra a cultura brasileira. Os livros adultos praticamente só podiam ser encontrados em sebos e os livros infantis continuavam com o mesmo visual da década de 1970. Agora os herdeiros de Lobato conseguiram transferir os direitos de publicação para a editora Globo, que já começou a relançar a obra, com um novo visual e mais cuidado editorial. Confira aqui os primeiros lançamentos.
sexta-feira, novembro 02, 2007
O herói do momento
Durante muito tempo, o herói nacional foi Macunaíma. Malandro, sua principal virtude era o jeitinho brasileiro. Filmes, livros e até histórias em quadrinhos tinham como personagem principal o malandro, o fora da lei, e muitas vezes até o bandido. O anti-herói era justamente quem fazia sucesso.
Essa abordagem, provavelmente, tem origem na ditadura militar. Nesse período negro de nossa história, a autoridade foi associada à repressão política e a interesses escusos. A figura do policial e do militar foi associada a isso. Para contrapor, o imaginário popular elegeu o malandro.
O sucesso do filme Tropa de Elite mostra que, provavelmente, isso está mudando. Num país em que a violência e a corrupção campeiam, as pessoas começam a se mostrar cansadas do estereótipo Macunaíma e querem um novo modelo. E esse o novo modelo apareceu com o Capitão Nascimento, intepretado no filme pelo ator Wagner Moura.
Suas máximas são repetidas à exaustão por jovens e até já viraram objeto de anedotas. Um e-mail que está circulando na net imagina como seria a atuação do Capitão em Brasília. Aos deputados e senadores acusados de corrupção, ele gritaria: ¨Pede para sair! Pede para sair!¨. Se um parlamentar fosse renunciar para não perder o mandato, ele teria que subir na tribuna e gritar bem alto: ¨Eu desisto!¨, para todo mundo saber que ele é um fraco.
Em uma anedota, o Capitão Nascimento se vê numa disputa com McGyver e Jack Bauer. Enquanto os outros passam dias para encontrar um coelho no meio de uma floresta, o Capitão Nascimento simplesmente grita: ¨Pede pra sair!!! Pede pra sair cambada!!!¨e, em menos de cinco segundos saem da floresta não só o coelho, como também jacarés, Shrek, o monstro de Lost e até o Bin Laden.
Quando um personagem entra para o anedotário popular, é porque ele captou um anseio nacional e é isso que o filme Tropa de Elite fez. O herói Nascimento cutuca a ferida ao mostrar a corrupção na polícia e na política, ao falar da inutidade das passeatas pela paz, ao apontar o dedo para os usuários de drogas, responsabilizando-os pelas mortes de crianças nos morros.
Para a maioria dos brasileiros, a violência do capitão Nascimento é um mal menor diante de sua grande qualidade: ele é incorruptível. Em determinada cena do filme, ele diz que, no Rio de Janeiro, policial ou se corrompe, ou é omisso, ou vai para a guerra. Ele vai para a guerra e quando faz isso cria uma catarse para os brasileiros. Vivemos num país em que casos de corrupção terminam em pizza, em que políticos usam e abusam dos bens públicos. Vivemos num país em que as pessoas de bem vivem enclausuradas dentro de casa, com medo, numa época em que o direito do assassino conta mais que a vida da vítima e de sua família. Quando o Capitão Nascimento sobe o morro, é como se estivesse lavando a alma dos brasileiros.
Em uníssono com as questões levantadas pelo filme Tropa de Elite, circula uma mensagem, em e-mails e blogs, com uma carta de uma mãe de um rapaz assassinado endereçada à mãe do rapaz que o matou, e termina com o lema: ¨Chega de inversão de valores!Direitos humanos são para humanos direitos!!¨, Essas palavras parecem ter saído da boca do Capitão Nascimento.
Essa abordagem, provavelmente, tem origem na ditadura militar. Nesse período negro de nossa história, a autoridade foi associada à repressão política e a interesses escusos. A figura do policial e do militar foi associada a isso. Para contrapor, o imaginário popular elegeu o malandro.
O sucesso do filme Tropa de Elite mostra que, provavelmente, isso está mudando. Num país em que a violência e a corrupção campeiam, as pessoas começam a se mostrar cansadas do estereótipo Macunaíma e querem um novo modelo. E esse o novo modelo apareceu com o Capitão Nascimento, intepretado no filme pelo ator Wagner Moura.
Suas máximas são repetidas à exaustão por jovens e até já viraram objeto de anedotas. Um e-mail que está circulando na net imagina como seria a atuação do Capitão em Brasília. Aos deputados e senadores acusados de corrupção, ele gritaria: ¨Pede para sair! Pede para sair!¨. Se um parlamentar fosse renunciar para não perder o mandato, ele teria que subir na tribuna e gritar bem alto: ¨Eu desisto!¨, para todo mundo saber que ele é um fraco.
Em uma anedota, o Capitão Nascimento se vê numa disputa com McGyver e Jack Bauer. Enquanto os outros passam dias para encontrar um coelho no meio de uma floresta, o Capitão Nascimento simplesmente grita: ¨Pede pra sair!!! Pede pra sair cambada!!!¨e, em menos de cinco segundos saem da floresta não só o coelho, como também jacarés, Shrek, o monstro de Lost e até o Bin Laden.
Quando um personagem entra para o anedotário popular, é porque ele captou um anseio nacional e é isso que o filme Tropa de Elite fez. O herói Nascimento cutuca a ferida ao mostrar a corrupção na polícia e na política, ao falar da inutidade das passeatas pela paz, ao apontar o dedo para os usuários de drogas, responsabilizando-os pelas mortes de crianças nos morros.
Para a maioria dos brasileiros, a violência do capitão Nascimento é um mal menor diante de sua grande qualidade: ele é incorruptível. Em determinada cena do filme, ele diz que, no Rio de Janeiro, policial ou se corrompe, ou é omisso, ou vai para a guerra. Ele vai para a guerra e quando faz isso cria uma catarse para os brasileiros. Vivemos num país em que casos de corrupção terminam em pizza, em que políticos usam e abusam dos bens públicos. Vivemos num país em que as pessoas de bem vivem enclausuradas dentro de casa, com medo, numa época em que o direito do assassino conta mais que a vida da vítima e de sua família. Quando o Capitão Nascimento sobe o morro, é como se estivesse lavando a alma dos brasileiros.
Em uníssono com as questões levantadas pelo filme Tropa de Elite, circula uma mensagem, em e-mails e blogs, com uma carta de uma mãe de um rapaz assassinado endereçada à mãe do rapaz que o matou, e termina com o lema: ¨Chega de inversão de valores!Direitos humanos são para humanos direitos!!¨, Essas palavras parecem ter saído da boca do Capitão Nascimento.
Existe uma moda de criar versões regionais de super-heróis americanos. O Homem-aranha já ganhou, por exemplo, uma versão japonesa e, mais recentemente, uma versão indiana, feita por artistas locais. Agora Maurício de Souza decidiu fazer uma versão brasileira do aracnídeo. O projeto ainda está em negociação, mas se existe alguém com profissionalismo e qualidade para realizar isso é o Maurício de Souza (ainda mais agora, que ele tem em sua equipe o famoso jornalista e especialista em quadrinhos Sidney Gusman). Ficamos na torcida. Leia a matéria completa no Universo HQ.
A Ciência Ri - O Melhor de Sidney Harris, nas livrarias
Por Guilherme Kroll Domingues, sobre o press release (01/11/07)Sidney Harris é um cartunista norte-americano que, embora não seja especializado em assuntos científicos, toca em pontos essenciais da ciência em seus cartuns, como paradigmas das ciências naturais, a forma como cientistas escolhem seus dados, os limites da argumentação e retórica científicas. Leia mais
quinta-feira, novembro 01, 2007
Música de hoje
Velho Demais (placa luminosa)
Toda vez que eu olho o espelho
Vejo um rosto magro e feio
É que estou ficando velho demais
Velho Demais
Já não vejo quem eu via
Já não corro atrás do dia
É que estou ficando velho demais
Velho Demais
a memória é fraca
A gravata aberta
Sapato aperta no meu pé
É que estou ficando velho demais
Velho Demais
Já não ouço cantar os passarinhos
cadê meu ninho?
É que estou ficando velho demais
Toda vez que eu olho o espelho
Vejo um rosto magro e feio
É que estou ficando velho demais
Velho Demais
Já não vejo quem eu via
Já não corro atrás do dia
É que estou ficando velho demais
Velho Demais
a memória é fraca
A gravata aberta
Sapato aperta no meu pé
É que estou ficando velho demais
Velho Demais
Já não ouço cantar os passarinhos
cadê meu ninho?
É que estou ficando velho demais
Assisti O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, de Jean-Pierre Jeunet, com Audrey Tautou (Amélie Poulain) no papel principal. É um filme bonito, com a direção característica de Jeunet, que fez outras obras-primas, como Delicatessen e algumas bombas, como Alien ressurreição. Aundrey Tautou, embora seja muito magra, tem um rosto lindo, com olhos bonitos, de pupilas imensas e um belo sorriso e o diretor usa isso muito bem como trunfo ao criar uma inocente história de amor. Amelie é uma espécie de anjo da guarda, cuidando para que todos à sua volta se sejam mais felizes, mas a timidez faz com que ela tenha dificuldade de cuidar de sua própria felicidade. Quem for assistir, repare na ótima narração em off. Só isso já me conquistou.
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