domingo, agosto 31, 2008
Desembargadora cita HQ 'Watchmen' em decisão contra milícias no Rio
sexta-feira, agosto 29, 2008
Sim, existe cultura no Amapá
quinta-feira, agosto 28, 2008
007 conta por que Spielberg nunca dirigiu um longa da série
quarta-feira, agosto 27, 2008
Eu sou o leitor de Macapá
terça-feira, agosto 26, 2008
História dos quadrinhos
Na década de 70 Brasil era uma ditadura. O conservadorismo tomava conta do pais e até mesmo a Playboy era proibida de circular nas bancas (depois, quando foi liberada, não podia mostrar nus). Nessa época a única forma de se ter acesso ao tema sexo era através de revistinhas clandestinas, surgindas na década de 1950. Essas publicações eram chamadas de “catecismos” por que eram feitas no tamanho certo para serem colocadas dentro destes, já que a maioria dos garotos as comprava quando saía da missa.
Os catecismos eram assinados por Carlos Zéfiro. Não era um nome verdadeiro e ninguém sabia quem desenhava as histórias responsáveis pela educação sexual de toda uma geração. Também, pudera.
Desde sua produção até a distribuição, os catecismos tinham todos os elementos de filmes de espionagem. Eles eram vendidos nas bancas dentro de outras revistas e com muito cuidado, porque podia dar cana. Certa vez um general de Brasília se indignou com as revistinhas e mandou investigar. Chegou até Hélio Brandão, o responsável pela edição das revistas. Hélio jamais revelou que Carlos Zéfiro era o pacato funcionário do serviço de imigração do Ministério do Trabalho, Alcides Caminha.
Zéfiro reinou como o rei da sacanagem nas décadas de 1960 e 1970, em plena ditadura militar. Embora seu desenho fosse primitivo e ele copiasse descaradamente das mais diversas fontes, seus roteiros eram uma verdadeira investigação antropológica e sociológica sobre a sexualidade do brasileiro. Tanto que suas histórias acabaram chamando atenção de cientistas famosos, como o antropólogo Roberto da Matta, que chegou a escrever textos analisando seus quadrinhos e já se declarou fã do quadrinista.
Renegado durante décadas, Zéfiro só ganhou notoriedade muito recentemente ao ser homenageado na capa do disco Barulhinho Bom, de Marisa Monte.
domingo, agosto 24, 2008
Ações de guerrilha
BAR NORTE DAS ÁGUAS - o bar Norte das águas, na orla do Araxá, é conhecido pela ótima comida, pelo banheiro perfumado e pela excelente comida, com ênfase em MPB e Jazz. Como uma das atrações estão sendo apresentações de Jazz, a equipe Letter contratou um saxofonista para tocar enquanto distribuíam panfletos na orla do Araxá e num evento de Jazz.
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sexta-feira, agosto 22, 2008
Menos é mais: grupos anti-consumismo ganham espaço com a internet
por Andrea Vialli
(Acima, uma das campanhas da canadense Adbusters)
Para eles, menos é mais. Para além do 'consumo verde' , cresce a força de grupos sociais que estão simplesmente reduzindo o ritmo das compras. Na esteira de movimentos ambientalistas, anti-globalização e pró-direitos dos animais, entre outros, os grupos anti-consumismo ganham força a partir do fortalecimento das ONGs e da profusão das redes sociais na internet.
Um exemplo interessante é o grupo canadense Adbusters (literalmente caçadores de anúncios), fundado em 1989. O grupo, que hoje mantém um website e edita uma revista com tiragem de 120 mil exemplares, ficou conhecido por parodiar anúncios publicitários com uma mensagem anti-consumismo. Em 1992, idealizou o Buy Nothing Day (Dia sem Compras), onde as pessoas são convidadas a passar ao menos um dia sem comprar nada - a idéia é promover uma reflexão sobre o peso que o consumo tem no estilo de vida contemporâneo. Leia mais
A campanha 4 anos, do TSE, tem dado um show de criatividade. A primeira fase, com os comerciais ¨Carro¨e ¨Cometa¨ mostrava pessoas perdendo grandes oportunidades. Era uma analogia bem-humorada para mostrar que, quando se perde a oportunidade de votar em bons candidatos, toda a cidade perde. Na segunda fase, eles mostram pessoas com problemas há quatro anos, para mostrar que quatro anos duram muito tempo. Há o anúncio da moça que anda em círculos quando está com pressa, do homem que convive com uma abelha dentro da cabeça, do homem que chora quando ouve a musiquinha do celular... mas a minha predileta é a do rapaz que começa a sapatear quando está nervoso. Lembra a campanha viral dos chocolates Twist. Para quem se espantou com esse arroubo de criatividade, uma explicação: os comerciais foram criados pela W Brasil, agência de Washington Olliveto. A campanha tem criação de Marcelo Conde e Eiji Kozaka e direção de criação de Rui Branquinho.
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quinta-feira, agosto 21, 2008
As duas luas
Fenômeno de duas luas está previsto para 2018
Fenômeno de duas luas no dia 27 deste mês, como tem circulado pela internet, deverá ocorrer apenas em 2018. Segundo o Núcleo Interactivo de Astronomia (NUCLIO), mesmo nos momentos de maior aproximação Marte nunca deixa de ser somente um ponto brilhante no céu, estando muito longe de igualar a dimensão da lua aos olhos de observadores. Segundo os especialistas, este tipo de mensagem começou a circular em 2003 quando ocorreu uma oposição de Marte (a altura em que Marte e a Terra mais se aproximam) particularmente próxima, uns meros 56 milhões de quilômetros.Essa oposição ocorreu no dia 27 de agosto de 2003 e foi amplamente noticiada por todo o mundo. Desde então, a história volta a circular por esta altura do ano, mencionando o dia 27 de agosto, apesar de as oposições não ocorrerem nas mesmas datas.Segundo o NUCLIO, neste ano irá registrar-se uma aproximação máxima, mas no dia 24 de dezembro, e terá 88 milhões de quilômetros, o que fica muito longe dos 56 registrados em 2003. Espe-cialistas garantem que algo similar ao que sucedeu em 2003 só acontecerá em 31 de julho de 2018, altura em que Marte vai estar a 57,59 milhões de quilômetros de distância da Terra.
Fonte: http://www.jornaldeuberaba.com.br/?MENU=CadernoA&SUBMENU=Cidade&CODIGO=24503
quarta-feira, agosto 20, 2008
Correspondentes da TV Globo são seqüestrados pelo Hezbollah
O escritor Alexandre Lobão estará autografando o livro "O Nome da Águia", na Bienal do Livro de SP, no stand da Novo Século, avenida 5, entre as ruas F e G, no dia 23 de agosto, às 18 horas.
O romance tem uma trama de ação e mistério baseada em muitas pesquisas históricas, com leitura ágil e instigante. É um livro com o ritmo típico dos livros de Dan Brown, mas escrito por um brasileiro. A história tem um certo "quê" de fantástico que lembra quadrinhos, além de ser escrita por um roteirista de quadrinhos nacional.
E veja o trailer em alta resolução, além de fotos, curiosidades e capítulos para download no hotsite do livro: http://www.onomedaaguia.com/ .
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terça-feira, agosto 19, 2008
Aprender a Aprender
Esse paradigma privilegia a atividade prática, que deve ser realizada em grupo e não individualmente, pois a integração ao grupo é visto como essencial para o desenvolvimento social. Assim, ao aluno é apresentado um problema que deve ser resolvido. Ao professor cabe prover o aluno das informações e instruções que lhe permitam descobrir soluções. Ao contrário da pedagogia tradicional, o professor não demonstra a situação para o aluno. Ele apenas o orienta para que ele chegue às suas próprias soluções.
A vivência democrática é a base dessa postura. Os alunos devem ser capazes de atuarem em uma democracia e para isso é necessário não a disciplina, mas a auto-disciplina. Aluno disciplinado é aquele que é solidário, participante, respeitador das regras do grupo. Segundo Dewey, “o aprendizado se dá quando compartilhamos experiências e isso só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de idéias”.
Esse paradigma é essencialmente empirista, pois acredita que o conhecimento surge da experiências vivenciadas. O método Montessori, por exemplo, privilegia os sentidos, dando às crianças materiais que lhes permitam experiências com o uso dos sentidos: o tato, a visão, a audição, o olfato. Até mesmo aprender a ler e escrever é decorrência da experiência dos sentidos (como as letras em relevo para que as crianças pudessem acompanhar as formas com os dedos).
Além do enfoque no aluno, os professores da nova escola têm a crença de que as crianças querem aprender, ao contrário da pedagogia tradicional, segundo a qual a criança não tinha interesse nenhum pelo conhecimento e, se não estivesse sob uma disciplina rígida, de castigos e punições, não aprenderia nada.
A relação professor-aluno também diferia muito da escola tradicional. Na escola tradicional, os professores raramente sorriam, pareciam não gostar dos alunos e os castigavam pelos mínimos motivos. A relação era fria e distante, pois qualquer envolvimento emocional poderia comprometer o resultado do trabalho pedagógico. Na nova escola, ao contrário, o professor tem uma relação afetiva com seus alunos e o aprendizado só pode se realizar num ambiente de companheirismo e democracia.
Infelizmente são poucas as escolas que se propõe a ensinar o aluno a aprender a aprender. Muitas escolas apenas utilizaram a escola nova como desculpa para diminuir a importância dos professores. Na maioria das instituições de ensino, o que vale ainda é a pedagogia tradicional.
domingo, agosto 17, 2008
Eugênio Colonnese
Eugênio Colonnese, um dos mais importantes desenhistas de quadrinhos do Brasil, morreu recentemente. Italiano radicado no país há mais de quatro décadas, ele faleceu na madrugada do dia 8 de agosto.
Colonnese começou sua carreira na Argentina, em 1949. Passou vários anos naquele país, trabalhando em revistas de sucesso, mas em 1964 veio para o Brasil, onde ajudou a fundar o estúdio D´Arte em parceria com o argentino Rodolfo Zalla. Juntos, produziram histórias em quadrinhos dos mais diversos gêneros, indo dos quadrinhos de guerra aos de super-heróis. Mas foi o terror que tornou Colonnesse uma celebridade, especialmente por causa da criação de Mirza, provavelmente a primeira heroína vampira dos quadrinhos.
Também criou o Morto do Pântano, um personagem de nome muito parecido com o Monstro do Pântano, que faria sucesso anos depois na DC Comics.
Na década de 1970, ele abandonou os quadrinhos para se dedicar à ilustração de livros didáticos para editoras como Ática e FTD. Acabou se tornando um paradigma do gênero, trazendo a linguagem dos quadrinhos para os livros escolares. Seu traço elegante era facilmente reconhecível pelos fãs, muitos dos quais ainda guardam esses livros apenas por causa das ilustrações.
Na década de 1980, quando o amigo Zalla transformou a D´arte em editora e começou a publicar as revistas Calafrio e Mestres do Terror, Colonnese voltou aos quadrinhos, fazendo antológicas histórias de terror.
Também ficaram célebres as histórias em quadrinhos institucionais que ele fez para o Instituto Universal Brasileiro, nos anos 1980.
Em todos os trabalhos, Colonnese sempre se revelou um exímio artista, com um traço detalhista, anatomicamente perfeito, e uma habilidade fora do comum para desenhar mulheres.
Nos anos 1990 ele continuou na ativa, produzindo obras como A Arte exuberante de desenhar mulheres (Opera Graphica), Curso Completo de Desenho (Escala), ilustrou duas aventuras de Mister No, para a editora italiana Bonelli e criou novas personagens, como Bruuna. Um de seus últimos trabalhos foi o álbum War – histórias de guerra (Opera Graphica), com roteiro de Gian Danton.
Poucos meses antes de morrer, Colonnese finalizou a graphic novel A Vida de Chico Xavier, sobre o mais importante médium brasileiro.
sexta-feira, agosto 15, 2008
“Simãozinho Sonhador” vence o concurso DOCTV IV
Simãozinho será o personagem narrador de sua própria história, numa narrativa direta, cheia dos detalhes fantásticos, "impregnadas das cores e sons próprios de sua arte, seguindo o roteiro de vida que o fez tripa de teatro de bonecos, palhaço e trapezista de circo, de como escapou da morte que quase o leva do meio do picadeiro, num acidente do qual seu parceiro de número não escapou. De como ele trocou o circo por um trabalho mais maneiro: peão de touro bravo até compor seu livro mais famoso: o ABC da Mulher, e de como ele conseguiu vender 15 mil exemplares", diz um trecho do projeto, de Manoel Ribeiro do Vale Junior.
O documentário terá 52 minutos de duração, com orçamento total de R$ 110 mil reais através de assinatura de contrato de co-produção com o Governo do Estado do Amapá por meio da Secretaria de Estado da Cultura do Amapá e a Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais. “Simãozinho Sonhador” será exibido em cadeia nacional através da programação da Rede Pública de Televisão, e em programações regionais da SECULT/AP no período de maio de 2009 a janeiro de 2010.
Dos 110 mil reais a serem investidos na produção do filme, 80 mil reais serão repassados através do convênio firmado entre a Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais e a Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura e o restante, 30 mil reais, serão aportados pelo Governo do Estado do Amapá através da SECULT.
Nesta edição do Programa DOCTV foram selecionados ainda os seguintes projetos: As Benzedeiras do Amapá: Profissão, Missão e Fé de autoria de Rosenilda Sandra Fernandes da Rocha; 7 Janelas de autoria de Clive Gavin Andrews; Maracá e Cunani “Civilizações Guerreiras” de autoria de Ana Vidigal e Escola da Prisão de autoria Eliane Leal Vasquez.
História dos quadrinhos
A paisagem no início da década de 70 era desoladora. As bancas de revistas que chegaram a ter dezenas revistas de terror nacional para oferecer, a seus leitores estavam sendo dominadas por revistas estrangeiras, especialmente da Marvel. O Brasil era uma ditadura que, em nome do patriotismo, censurava as edições nacionais e abria caminho para um domínio estrangeiro na área de quadrinhos que vai muito bem, obrigado.
“Brasil. Ame-o, ou deixe-o”, o lema da ditadura, parece ter sido feito especialmente para os quadrinhistas nacionais. Para quem queria ficar ou não tinha o dinheiro da passagem, a solução foi apelar para uma solução americana: o movimento underground, apelidado no Brasil de undigrudi. Esse movimento tinha sido inaugurado nos quadrinhos por Robert Crumb (Gato Fritz) que produzia e publicava suas revistas, fugindo, assim, do esquema das grandes editoras. No Brasil surgiram revistas como Grilo e Balão, que publicavam material altamente influenciado por Robert Crumb e tinham pequena tiragem.
O retorno financeiro era pequeno e essas revistas serviam muito mais para mostrar que o Brasil ainda tinha quadrinhos e talentos promissores, como Laerte, Luiz Gê, Angeli e Paulo Caruzo. Esse último desenhou. uma história que representava muito bem a luta desses heróis. Começava com um homem (o próprio Paulo) desenhando um “X” na calçada e subindo num prédio. A medida em que p elevador avançava na direção do topo, começava a acumular gente ao redor do “X’, Quando o rapaz chegava ao telhado do prédio, já havia uma multidão lá em-baixo, esperando. De repente ele se joga, e grita “Viva o quadrínho nacional!” e cai, fora do “X”. Desapontados, os populares vão embora, comentando entre si: “Esse pessoal’ do quadrinho nacional não dá mesmo uma dentro...”
Também na onda do underground (ou undigrudi, como queiram) Oscar Hern publica, em janeiro de 1970, o fanzine Historieta, inaugurando a onda zine no pais. Fanzines são os filhos mais pobres do movimento underground. Produzidos geralmente em xerox ou mimeógrafo, essas revistas já revelaram grandes talentos, como Mozart Couto, Jonas Schiaffino e Deodato Filho, muitos dos quais hoje trabalham para os EUA ou para a Europa. Praticamente não há quadrinhistas nacionais que nunca tenham publicado alguma coisa em fanzines. Existem fanzines dos mais variados tipos e qualidades, mas a maior parte são impregnados de um espírito de liberdade e experimentação que influencia até hoje a linguagem nacional de quadrinhos.
Todos os amapaenses são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros?
quinta-feira, agosto 14, 2008
quarta-feira, agosto 13, 2008
Sexo virtual em Age of Conan termina em confusão
O MMORPG (jogo online para multidões) da Funcom, como todos os demais games do gênero, tem uma legião de Game Masters, profissionais que controlam o que está acontecendo dentro da aventura a todo instante. Brigas, problemas técnicos, sugestões... os "GMs" estão ali pra manter o nível do entretenimento.
Um deles, porém, iniciou um diálogo um tanto ousado com uma jogadora. A conversa começou tranquila, com o bárbaro fortão que pediu a presença do Game Master revelando ser na verdade uma garota - "Uso esse personagem para que não fiquem me perturbando a todo instante", disse. Em minutos o funcionário da Funcom sugeriu um cantinho mais tranquilo, às margens de um belo lago, onde a máscula dupla tirou suas roupas (imagem ao lado). Leia mais
terça-feira, agosto 12, 2008
Coisas frágeis
A única coisa ruim em Coisas Frágeis, o novo livro de Neil Gaiman, é a rapidez com que ele acaba. Eu o havia levado a uma viagem a um sítio na Ilha do Marajó, um local a dezenas de quilômetros da livraria mais próxima. Devorei o livro em dois dias e fiquei sem ter o que ler.
O britânico Neil Gaiman ficou famoso por seus roteiros de quadrinhos, especialmente para o personagem Sandman, e ajudou a elevar os comics a um novo patamar artístico e literário. Foi sua geração que fez com que os roteiristas fossem finalmente respeitados no mercado americano. Depois do sucesso dos quadrinhos, Gaiman enveredou pela literatura fantástica com Stardust e Lugar Nenhum, entre outras obras. Lugar Nenhum, por exemplo, é um ótimo exemplo de como escrever uma história fantástica apreciável até mesmo por quem não é fã do gênero. Stardust fez tanto sucesso que acabou sendo transposto para o cinema. Mas, apesar de ser muito competente em romances, é nos contos que Gaiman se sente mais à vontade. Mesmo em Sandman, os melhores momentos sempre foram as histórias curtas, como em ¨Calliope¨, ¨Sonhos de uma noite de verão¨ e ¨Um sonho de mil gatos¨ .
Em Coisas Frágeis, portanto, Gaiman está em seu elemento. O livro é composto de nove contos, escritos com objetivos diversos. Em comum à maioria deles o tom de homenagem. A obra é dedicada a Ray Bradbury, Harlan Ellison e Robert Scheckley.
Ray Bradbury notabilizou-se por trazer a poesia para a ficção-científica. ¨A vez de outubro¨, segundo conto da coletânea, tem influência óbvia desse autor norte-americano. O texto inicial parece ter sido tirado de um dos textos de Bradbury: ¨Era a vez de outubro, por isso fazia frio naquela noite, e as folhas estavam vermelhas e alaranjadas e caíam das árvores que circundavam a clareira¨. Na história, os meses do ano se reúnem ao redor de uma fogueira, comendo lingüiças assadas e bebendo sidra. A estrutura pessoas reunidas para contar histórias é um verdadeiro fetiche para Gaiman, que já a usou diversas vezes em Sandman.
¨A vez de outubro¨ foi escrito num encontro com Harlan Ellison em uma convenção. Os dois se trancaram num quarto de hotel, Gaiman com seu Laptop e Ellison com sua máquina de escrever, para produzir algo juntos. Como Ellison precisa terminar uma introdução, Gaiman iniciou esse conto. Ao mostrá-lo ao amigo, este respondeu: ¨Não, parece uma história de Neil Gaiman¨ e o texto, incompleto, foi arquivado. Anos depois, Peter Straub convidou Gaiman a participar da coletânea Conjunctions e ele se lembrou dessa história curta sobre um garoto morto e outro vivo. ¨Levei algum tempo para entender como realmente seria a história e, quando terminei, dediquei-a a Ray Bradbury, que a teria escrito muito melhor do que eu¨, escreveu o autor, na introdução do livro. Modéstia em excesso. O conto parece uma deliciosa mistura de Gaiman com Bradbury e é um dos pontos altos do livro.
¨Um Estudo em esmeralda¨ surgiu de um pedido de Michael Reaves, que estava editando uma coletânea intitulada Shadows over Baker Street. O organizador queria um texto que juntasse Sherlock Holmes com Lovecraft. Gaiman viu-se em apuros. Afinal, Lovecraft lidava com o irracional, a loucura, enquanto Conan Doyle apreciava a racionalidade em suas histórias. Apesar da incongruência de estilos, Gaiman fez um bom trabalho, tanto que acabou ganhando o prêmio Hugo, um dos mais prestigiados da Ficção-científica. Foi a partir desse conto que o autor se tornou membro do Baker Street Irregulars, um grupo de entusiastas de Sherlock Holmes fundado em 1934 por Christopher Morley e que já teve em seus quadros gente famosa, como Franklin D. Roosevelt e Isaac Assimov.
Gaiman se saiu bem imitando Conan Doyle. Em ¨Um estudo em esmeralda¨ aparecem todos os elementos que fizeram o sucesso de Sherlock Holmes, acrescidos de uma atmosfera steam punk e de pequenos textos que parodiam anúncios do século XIX ao mesmo tempo em que homanageiam obras famosas, como em: ¨O Doutor Henry Jekyll orgulhosamente anuncia o laçamento dos mundialmente renomados ¨pós de Jekyll¨para consumo popular. Não mais um privilégio de poucos. Liberte o seu eu interior!¨.
¨Lembranças e tesouros¨ destoa do restante da coletânea. No meio de tantos textos poéticos, a narrativa noir desse conto é quase como um soco no estômago. Ainda assim, é um bom conto. Escrito originalmente como história em quadrinhos para a coletânea ¨It´s dark in London¨, de Oscar Zarate, mas acabou virando um conto. Apesar da narrativa a la Dashiell Hammett, o conto remete a Jorge Luís Borges, uma outra grande influência de Gaiman. A história do povo cujos homens são o extremo da beleza poderia muito bem ter saído de um dos livros do autor argentino.
Um dos pontos altos de Coisas Frágeis é ¨Golias¨, um conto escrito para o site de Matrix, explorando o universo da série. Gaiman leu o roteiro do primeiro filme, antes que ele fosse lançado no cinema e escreveu essa narrativa. Nela, a terra está sendo atacada por uma forma de vida alienígena e a única forma de salvar o planeta é despertando um dos humanos escravizados pela Matrix. Gaiman brinca com a idéia de tempo psicológico, fazendo uma história que, surpreendentemente, tem final feliz. Ou de uma felicidade virtual. ¨Golias¨ tem o mesmo nível do primeiro filme e é superior aos outros dois da trilogia.
¨O pássaro do sol¨ tem jeito de deliciosa sobremesa. É um conto sobre um grupo de pessoas, o Clube Epicuriano, que dedica sua vida a experimentar pratos inusitados. Foi escrito como presente de aniversário para a filha de Gaiman, quando ela fazia 18 anos. Ele pretendia imitar o estilo de R. A. Lafferty. ¨Suas histórias eram incríveis, estranhas e inimitáveis – logo na primeira frase, você já sabia que estava lendo um conto de Lafferty¨. O resultado foi um conto saboroso e diferente. Seria perfeito para fechar o livro.
Infelizmente, essa honra coube ao texto mais fraco da coletânea. ¨O Monarca do vale¨ foi escrito no espírito de Beowulf, filme que Gaiman roteirizou em conjunto com Roger Avary. O resultado, apesar da boa influência é um conto arrastado e previsível que nem de longe mantém a mesma poesia dos outros da coletânea. Ainda assim, é um bom texto, o que garante a leitura até o final.
Coisas frágeis mostra bem porque Neil Gaiman está se tornando um autor cada vez mais conhecido, mesmo por aqueles que não leram seus quadrinhos na década de 1990. A Conrad fez um bom trabalho de edição. Só não leve apenas ele para ler nas férias. Vai acabar nos primeiros dias.
Preço e marketing
Assim, em marketing, o preço nunca é visto isoladamente e vai muito além da fórmula custos de produção mais lucro. O lucro, aliás, pode ser até dez vezes maior que o custo de produção e ainda assim o produto pode vender horrores. A percepção de que baixar preços aumenta as vendas também é equivocada. As sandálias Havaianas e o chocolate Garoto aumentaram suas vendas depois de aumentar seus preços.
Um elemento importante nessa relação é o chamado elo de valor. Ele significa que quanto mais satisfeito o consumidor estiver com um produto, mais ele estará disposto a pagar por ele. Mesmo que essa satisfação seja puramente subjetiva, ou social, como status, ou auto-realização.
Em vista disso, as estratégias de preço sempre relacionam-no com a qualidade do produto. Eis as estratégias mais usadas:
Premium (alta qualidade, alto preço) – é usada pelos produtos notoriamente bons, que dominam o mercado. O sabão em pó Omo e o leite em pó Ninho são exemplos dessa estratégia.
Penetração (alta qualidade, preço médio) – é usada geralmente por produtos que estão entrando num mercado onde já há um forte concorrente estabelecido. O sabão em pó Ariel, ao entrar no mercado brasileiro, o fez com um preço inferior ao do Omo, como tentativa de convencer o consumidor a experimentar o produto.
Superbarganha (alta qualidade, preço baixo) - é uma estratégia arriscada. O consumidor pode entender que o preço está baixo por causa da qualidade ruim. Normalmente essa estratégia é adotada apenas ocasionalmente, como a famosa loja Tiffany´s, que vende produtos muito caros, mas, uma vez ao ano, faz uma promoção de ponta de estoque que leva pessoas a ficarem na fila durante a noite inteira. Esse dia de preço baixo reforça o aspecto de preço alto dos dias normais.
Preço alto (qualidade média, preço alto) – essa estratégia é usada por empresas que queiram valorizar seus produtos. Como o preço interfere na percepção de qualidade, um preço alto dá a impressão de que o produto tem alta qualidade.
Qualidade média (qualidade média, preço médio) – é a estratégia comum. O preço corresponde à qualidade do produto.
Barganha (qualidade média, preço baixo) – essa estratégia é usada por aquelas empresas que querem abocanhar o mercado de pessoas com baixa renda, que se preocupam com preço, mas afasta as pessoas que estão preocupada com qualidade.
Bater-correr (baixa qualidade, preço alto) – é uma estratégia de enganação. Chama-se bater-correr porque só pode ser usada uma vez. Um exemplo disso são os vendedores ambulantes, que passam na casa da pessoa, vendem um produto de qualidade inferior por preço alto e depois nunca mais se aproximam daquele local.
Qualidade inferior (baixa qualidade, preço médio) – usado por empresas voltadas para o público de baixa renda, mas que tentam simular uma qualidade maior através do preço.
Preço baixo (baixa qualidade, preço baixo) – é a estratégia adotada pelos famosos varejões. O preço baixo chama atenção dos segmentos de baixíssima renda, que não podem pagar por produtos de boa qualidade.
Cidade irlandesa bate recorde de reunião de Smurfs
segunda-feira, agosto 11, 2008
Dica de blog
domingo, agosto 10, 2008
Mundo dos quadrinhos perde Eugênio Colonnese
O universo das histórias em quadrinhos está mais pobre desde ontem, com a morte do mestre Eugênio Colonnese, 78 anos, italiano radicado em Santo André desde 1967.
Collonese não resistiu a complicações decorrentes de um acidente vascular cerebral e morreu ontem, às 5h, no hospital Itacolomy, em São Bernardo. Ele estava internado há semanas. Um quadro de trombose evoluiu para gangrena e resultou em amputação da perna direita. Leia mais
sexta-feira, agosto 08, 2008
Música de hoje
( Quando Eu Estiver Com Sessenta e Quatro )
Quando eu ficar mais velho, perdendo meus cabelos
Muitos anos adiante
Você ainda irá me mandar presentes no dia dos namorados
Saudações no aniversário, garrafa de vinho?
Se eu estiver fora até quinze pras três
Irá trancar a porta?
Você ainda irá precisar de mim, ainda irá me alimentar
Quando eu estiver com sessenta e quatro?
Você estará mais velha também
E se você disser a palavra
Eu poderia ficar com você
Eu posso ser útil, consertando um fusível
Quando suas luzes apagarem
Você poderia me tricotar um suéter perto da lareira
Nas manhãs de domingo iremos dar uma volta
Fazendo o jardim, cavando a erva daninha
Quem poderia pedir por mais?
Você ainda irá precisar de mim, ainda irá me alimentar
Quando eu estiver com sessenta e quatro?
Todo verão poderiamos alugar uma cabana
Na Ilha de Wight, se não for caro demais querida
Iríamos pechinchar e economizar
Bisnetos no joelho
Vera, Chuck & Dave
Mande-me um cartão postal, me manda um telegrafama
Informando o ponto de vista
Indique precisamente o que quer dizer
Estás sinceramente, se desperdiçando
Me dê uma resposta, preencha um formulário
Minha para todo o sempre
Você ainda irá precisar de mim, ainda irá me alimentar
Quando eu estiver com sessenta e quatro?
Organização de repórteres invade Pequim com rádio pirata
A organização RSF (Repórteres Sem Fronteiras) pirateou na manhã desta sexta-feira uma freqüência de rádio FM em Pequim para fazer campanha pela liberdade de expressão na China, horas antes do início oficial dos Jogos Olímpicos.
Às 8h08 local, uma voz falando em francês e dublada em inglês enviou uma mensagem dirigida às autoridades chinesas: "Pouco importam as medidas tomadas, vocês nunca poderão abolir a liberdade de expressão".
As freqüências de rádio são controladas com rigor na China, mas segundo a RSF, a FM pirata de Pequim foi ao ar "graças a pequenos transmissores e antenas móveis". Leia mais
quinta-feira, agosto 07, 2008
quarta-feira, agosto 06, 2008
Música de hoje
Raul Seixas
Ele ia andando pela rua meio apressado