Massagem, sala de jogos, comida à vontade. Esse é o escritório do Google em São Paulo.
sexta-feira, janeiro 29, 2010
Reuniões, reuniões
Quem nunca participou de uma reunião interminável, na qual ninguém resolve nada? Pesquisas mostram que os executivos passam de 35 a 40% do tempo em reuniões. O restante do tempo eles trabalham. Abaixo, uma tira de Dilbert sobre o assunto.
Tarzã
Todo mundo que nasceu depois do surgimento da TV teve a sua infância marcada pelos desenhos animados. Um dos desenhos que me marcaram foi o do Tarzã feito pela Filmation na década de 1980. Embora os roteiros fossem simples e às vezes cheios de falhas, havia toda uma sensação de maravilhamento com tramas que pareciam ter limites e muitas, muitas civilizações perdidas. Eu simplesmente odiei a versão da Disney e não gosto das versões mais realistas. Para mim, o Tarzã sempre será esse da Filmation. A abertura dá uma boa ideia das qualidades do desenho: o exótico, o maravilhamento e a abertura para a imaginação estão ali presentes. Sem falar na ótima trilha sonora. Vale lembrar também das antológicas cenas em rotoscopia, um luxo para desenhos animados televisivos da época, e que eram repetidas à exaustão.
quinta-feira, janeiro 28, 2010
Camiño di rato 3

Alberto Pessoa, com a HQ …Porrada!;
Gazy Andraus, com Dinomen;
Edgar Franco e O Ideal Transumano;
Vinícius Posteraro, com Erros;
Al Greco, Navalha;
Bira Dantas & Gonçalo Jr, com Dia de Pedir Demissão;
Gian Danton & Guilherme Silveira, em Caninos Brancos; e,
Beto Martins, com Cine Inferno.
Confira mais informações no blog da revista.
quarta-feira, janeiro 27, 2010
Dia do quadrinho nacional em Pernambuco
Comemorando o Dia do Quadrinho Nacional nesta próxima sexta-feira, 29 de Janeiro de 2010, a partir das 13h, no Auditório Capiba da Faculdade Maurício de Nassau [Graças], uma série de palestras sobre a História em Quadrinhos em Pernambuco.
A programação se inicia com uma conferência sobre a Pré-História das Histórias em Quadrinhos, apresentada pelo sociólogo e professor universitário Amaro Braga, organizador do evento, e segue com palestras sobre a utilização dos quadrinhos na Escola, o resgate dos movimentos de produção dos quadrinhos no Estado como a PADA com a revista Prismarte e o Festival Internacional de Humor [FIHQPE] e a produção de Jornalismo sobre Quadrinhos.
Entre os participantes do evento destaque para o cartunista Laílson de Holanda e o Professor da UFPB Henrique Magalhães. Também consta do evento um workshop do desenhista Pedro Ponzo sobre a Produção de Quadrinhos para o Mercado Americano e da professora Danielle Jaimes sobre a produção de quadrinhos educacionais.
Durante o evento ficará disponível para visitação a Exposição “Por uma Pré-história das Histórias em Quadrinhos” retratando o surgimento das Histórias em Quadrinhos, idealizada especialmente para professores, educadores e fãs da nona arte conhecerem um pouco mais do surgimento das Histórias em Quadrinhos. Ricamente ilustrada os banners da exposição retratam as ligações estéticas das HQ´s com as Artes Plásticas, mostrando como os a arte rupestre, os hieróglifos e papiros egípcios, os vasos gregos e os códices Maias contribuíram para o surgimento da chamada Artes Seqüencial [HQ]. A exposição termina com as primeiras produções no Brasil. Também compõe a mostra uma exposição comemorando os 50 anos de Maurício de Souza e sua Turma da Mônica.
O Dia do Quadrinho Nacional é festejado em 30 de janeiro e marca o início da produção de HQ´s no Brasil. Nesta mesma data em 1869, foi publicada nas páginas do jornal carioca “O Cabrião”, as “As Aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte,” uma história em quadrinhos criada por Angelo Agostini, um ítalo-brasileiro que produzia muitas caricaturas e desenhos na época do Império, mas que colocou o Brasil na história Universal com um dos pioneiros na produção desta Arte, principalmente por inaugurar o estilo realista na produção de Hq´s, predominantemente caricaturesco.
O público ainda poderá conferir as ultimas publicações em quadrinhos do Estado e da região em exibição durante o evento, que é gratuito e se encerra às 16h.
“Dia do Quadrinho Nacional em PE”
Palestrantes: Amaro Braga, André Dib, Danielle Jaimes, Henrique Magalhães, Laílson de Holanda, Pedro Ponzo, Arnaldo Luis e Milson Marins.
Quando: 29/01/2010 – 13h – Auditório Capiba – Faculdade Maurício de Nassau – Bloco C. Rua Joaquim Nabuco, 778, Graças.
EVENTO GRATUITO
segunda-feira, janeiro 25, 2010
Banco imobiliário da Liga da Justiça
A promoção que vai presentear um leitor com um Banco Imobiliário da Liga da Justiça termina nesta sexta-feira, dia 29.
Para participar, basta responder a pergunta “Se você pudesse comprar a Batcaverna, o que faria com ela?” no perfil da Brinquedos Estrela no Twitter (www.twitter.com/estrelaoficial).
REGULAMENTO
1. Siga o @estrelaoficial no Twitter.
2. Poste a sua resposta da seguinte forma: “@estrelaoficial Promoção Banco Imobiliário” seguido da resposta à pergunta “Se você pudesse comprar a Batcaverna, o que faria com ela?”;
3. O prazo para envio é dia 29 de janeiro. Os vencedores serão escolhidos por uma comissão da Estrela e do Papo de Quadrinho e anunciados no blog e no Twitter em até 15 dias;
4. Cada participante concorre com quantas respostas quiser;
5. Qualquer pessoa pode participar desde que possua endereço de remessa dentro do território nacional;
6. O vencedor será contatado via Twitter para informar os dados pessoais e receberá um jogo Banco Imobiliário Liga da Justiça em sua residência sem qualquer despesa;
7. Casos omissos serão resolvidos pela Comissão Organizadora.
Para participar, basta responder a pergunta “Se você pudesse comprar a Batcaverna, o que faria com ela?” no perfil da Brinquedos Estrela no Twitter (www.twitter.com/estrelaoficial).
REGULAMENTO
1. Siga o @estrelaoficial no Twitter.
2. Poste a sua resposta da seguinte forma: “@estrelaoficial Promoção Banco Imobiliário” seguido da resposta à pergunta “Se você pudesse comprar a Batcaverna, o que faria com ela?”;
3. O prazo para envio é dia 29 de janeiro. Os vencedores serão escolhidos por uma comissão da Estrela e do Papo de Quadrinho e anunciados no blog e no Twitter em até 15 dias;
4. Cada participante concorre com quantas respostas quiser;
5. Qualquer pessoa pode participar desde que possua endereço de remessa dentro do território nacional;
6. O vencedor será contatado via Twitter para informar os dados pessoais e receberá um jogo Banco Imobiliário Liga da Justiça em sua residência sem qualquer despesa;
7. Casos omissos serão resolvidos pela Comissão Organizadora.
Projeto Teia Cultural abre inscrições para oficinas de audiovisual

Obs: O curso de roteiro será ministrado por mim e acontecerá segunda, quarta e sexta, de 9 às 12 horas, a partir do dia 8 de fevereiro.
Superbrinquedos duram o verão todo
Eu sou real?
Imagine um garotinho de cinco anos tendo a percepção de que não é um ser humano de verdade. Esse é o princípio base do conto “Superbrinquedos duram o verão todo”, de Brian Aldiss, publicado no livro homônimo pela Companhia das Letras.“Superbrinquedos”já mereceria uma lida apenas por suas qualidades literárias. Mas há um motivo a mais. O conto inspirou Stanley Kubrick e Steven Spielberg a criarem Inteligência Artificial, um dos melhores filmes do ano e desde já um dos clássicos da ficção científica.
O conto narra a história de um garotinho, David, que tenta ser amado pela mãe. O final, que deve ter sido surpreendente na época, perde muito do impacto para quem assistiu ao filme: David não é um menino de verdade, mas um robô criado para entreter uma mulher que não pode ter filho em decorrência do controle de natalidade (os casais para terem filhos são sorteados como numa loteria).A história chamou a atenção de Kubrick. Aldiss passa todo o Prefácio explicando sua relação com o genioso cineasta.
Aldiss mencionou os três filmes de ficção cientifica de Kubrick (Doutor Fantástico, 2001 e Laranja Mecânica) em seu livro Billion Year Spree (Orgia do Ano Bilhão) no qual considera o cineasta o grande escritor de ficção científica de sua época.Kubrick, que adorava elogios, telefonou para Aldiss. Depois se encontraram em um restaurante.
Aldiss conta que Kubrick era um perfeito Che Guevara: botas pesadas, traje verde-oliva, boinas enterradas na cabeça e barba.
Em 1982 os dois estavam conversando sobre Guerra nas Estrelas e sobre como histórias bobas podem ser tornar uma forma de arte quando surgiu a idéia de fazer um filme de ficção científica. A idéia era produzir um filme capaz de arrecadar tanto quanto Guerra nas Estrelas, mas, ao mesmo tempo, permitir ao diretor manter sua reputação de homem com consciência social.
Kubrick tinha na cabeça a idéia de que “Superbrinquedos” daria um ótimo filme. Aldiss não concordava, mas, em dificuldades financeiras, acabou vendendo os direitos sobre a história e foi trabalhar com o cineasta no roteiro. Todos os dias uma limosine aparecia na sua porta e ele era levado ao castelo Kubrick. Este aparecia todo amarfanhado, dizendo: “Vamos tomar um pouco de ar, Brian”.
E saíam para o quintal. Mal haviam dado alguns passos, Kubrick já estava resfolegando e eles voltavam para dentro.Aldiss considera um indício funesto o fato de ter recebido de Kubrick um exemplar ricamente ilustrado da história de pinóquio. “Nunca, jamais, em sã consciência, reescreva contos de fada”, escreve o autor.

Se Aldiss estava certo ou não, é uma questão para o leitor decidir. Mas a leitura dos três contos que deram origem ao filme é, sem dúvida, saborosa.
O mesmo pode-se dizer dos outros contos que compõe a coletânea. Reduzir o interesse do livro a “Superbrinquedos” é uma injustiça ao autor (embora, obviamente a Companhia das Letras tenha tido o a idéia de lançar esse livro em decorrência do suceso do filme).
As histórias revelam um humor ácido e, às vezes, negro. É o que acontece, por exemplo, em “Sem Cabeça”. Nesse conto um homem decide fazer uma autodegolação em público para arrecadar dinheiro para as crianças famintas da Turcomênia. O fato vira assunto de discussão e de exploração da mídia, com uma audiência estimada em quase dois bilhões de pessoas e certamente muitos lucros para as emissoras.
Em “I.I.I” lemos o anúncio publicitário de uma empresa de exploração espacial e o extermínio de espécies inteligentes é mostrada como mérito financeiro: “Inteligentes ou não, os flabbers com certeza eram bastante saborosos e muito ajudaram a humanidade – graças à poderosa subsidiária da I.I.I., a Latador”.
Num campo que tem grandes expoentes, Aldiss encontrou um caminho próprio. Se Assimov é o rei das tramas bem elaboradas e da divulgação científica, se Bradbury é o mestre da ficção científica poética, Aldiss é um especialista em transformar a F.C. em crítica social.
sábado, janeiro 23, 2010
Rádio universitária da Unifap
Já está funcionando, em caráter experimental, a Rádio Universitária da UNIFAP, Canal 245 E, freqüência 96,9 FM, a princípio com programação somente de músicas regionais e nacionais. A inauguração oficial do prédio da rádio está prevista para o dia 19 de fevereiro em cerimônia presidida pelo Magnífico Reitor, Profº. Dr. José Carlos Tavares Carvalho. Fonte: release.
sexta-feira, janeiro 22, 2010
História dos quadrinhos
Novos titãs
Durante décadas, todo super-herói deveria ter um parceiro mirim. Batman tinha Robin, o Arqueiro Verde tinha o Ricardito. Aquaman tinha o Aqualad. A Mulher Maravilha tinha a Moça Maravilha. Acreditava-se que os parceiros mirins eram o chamativo para a garotada por serem alguém com quem as crianças poderiam se identificar. Em 1964, a DC Comics teve a ideia de reunir os principais heróis juvenis em um grupo chamdo Turma Titã. Mas, surpreendentemente, o gibi não se saiu bem nas bancas. Na verdade, o grupo só viria a fazer sucesso na década de 1980, quando começou a ser escrito por um roteirista que odiava parceiros juvenis.

Marv Wolfman vinha de uma vitoriosa carreira na Marvel, onde escrevera alguns dos principais heróis da editora. Ao passar para a DC, fizera uma exigência: nada de histórias fechadas ou de parceiros.
Wolfman não gostava de histórias fechadas porque o que lhe dava prazer era justamente a possibilidade de desenvolver personagens. O ódio pelos parceiros tinha origem nas suas lembranças de infância: “Eles nãos e comportavam como eu e minha turma. Usavam uma gíria antiquada que nenhum garoto real usaria. Caramba! A maioria dos meus amigos nem usava gíria! Os parceiros também eram muito respeitosos com os mais velhos”. Além disso, eles eram desenhados muito, muito pequenos, só um pouco mais altos do que a cintura do herói. Difícil para um pré-adolescente se identificar com um personagem tão subserviente.
Curiosamente, Wolfman acabou propondo escrever exatamente a Turma Titã para mostrar como de fato deveriam ser esses heróis. Os fracassos anteriores haviam sido tão retumbantes que a diretoria da DC Comics disse não. Wolfman explicou que seria uma versão totalmente nova, com novos personagens e versões atualizadas dos parceiros clássicos. Criou até um novo nome: Novos Titãs. Acabou convencendo.
O roteirista acreditava que todos os bons heróis são nascidos na tragédia e que isso influencia em suas ações. Assim, a origem de cada um dos heróis acabaria influenciando seu jeito de ser. E a maioria dos Titãs tinha origens dramáticas. Estelar era uma princesa alienígena cujo pai a vendeu como escrava para salvar o seu mundo. Ravena era uma terrestre cuja mãe engravidara de um demônio interdimensional. Ciborgue odiava o pai, que o transformara para salvá-lo da morte. “O mote dos Titãs começou e continuou como o novo em oposição ao velho e filhos em contraste com os genitores”, escreveu Wolfman sobre o assunto.
Além do conflito com os pais, os Titãs tinham conflitos entre si. Ravena, por exemplo, era tímida e pacifista. Estelar, uma guerreira nata, era extrovertida.
Para desenhar a revista foi chamado George Pérez, que havia se especializado em desenhar grupos e seria chamado sempre que se precisava mostrar vários heróis ao mesmo tempo. Seu traço realista encaixava perfeitamente com a proposta da revista de mostrar os heróis juvenis numa abordagem mais séria. A dupla acreditava que a revista não duraria mais do que seis edições, mas o primeiro número vendeu muito, até por conta de uma boa campanha de marketing da DC Comics. Mas as vendas começaram a cair a partir do número 2. Isso até o sexto número, que bateu recordes de vendas. A partir daí, Os Novos Titãs se tornaram uma das revistas mais populares da década de 1980.
O número 6 mostrava o início da saga de Trigon, o demônio que dominara toda uma dimensão e era pai de Ravena, que reunira os Titãs justamente para combater sua ameaça. A história unia os principais elementos que fariam o sucesso dos Titãs, especialmente o embate pais-filhos. Além disso, Trigon era um vilão de verdade. Não era um simples palhaço, como o Coringa, mas uma ameaça real para toda a humanidade.
Novos Titãs uniam boas tramas, vilões realmente terríveis e heróis adolescentes que realmente pareciam adolescentes. Tudo isso contribuiu para transformar o gibi em um sucesso.
quinta-feira, janeiro 21, 2010
Mantendo a atenção...
Eu tenho uma dificuldade imensa em manter a atenção em alguma coisa por mais de uma hora, uma hora e meia, especialmente em reuniões ou aulas (como aluno). Talvez seja por causa do DDA. Depois de um tempo, eu ainda estou ouvindo as pessoas, compreendendo as palavras, mas permaneço incapaz de decodificar o que estão dizendo.
Na época do mestrado, com aulas que duravam até 4 horas, eu aproveitava apenas a primeira hora. Felizmente, sempre li muito e era o que compensava. Por essa razão que, hoje, eu só faria um curso a distância. Na EAD, você faz o seu horário e o seu ritmo. No meu caso, se estiver estudando e perceber que já cheguei ao limite, posso ir fazer outra coisa coisa e só depois voltar, o que permite uma compreensão muito maior.
Além disso, muitas vezes em meia hora de estudo, tenho um aproveitamento muito maior do que em 4 horas.
Acho curioso que isso não funciona com todo mundo. Muitos alunos simplesmente não têm a auto-disciplina necessária para a modalidade, ou precisam de horas de aula expositiva. Como dizem, cada um é cada um...
Na época do mestrado, com aulas que duravam até 4 horas, eu aproveitava apenas a primeira hora. Felizmente, sempre li muito e era o que compensava. Por essa razão que, hoje, eu só faria um curso a distância. Na EAD, você faz o seu horário e o seu ritmo. No meu caso, se estiver estudando e perceber que já cheguei ao limite, posso ir fazer outra coisa coisa e só depois voltar, o que permite uma compreensão muito maior.
Além disso, muitas vezes em meia hora de estudo, tenho um aproveitamento muito maior do que em 4 horas.
Acho curioso que isso não funciona com todo mundo. Muitos alunos simplesmente não têm a auto-disciplina necessária para a modalidade, ou precisam de horas de aula expositiva. Como dizem, cada um é cada um...
quarta-feira, janeiro 20, 2010
Renascer - a novela que revolucionou a teledramaturgia brasileira
Renascer foi uma novela que revolucionou o gênero no Brasil. O texto, de Benedito Rui Barbosa era forte e a ação lembrava quadrinhos. Além disso, foi a primeira novela a usar película (apenas nos primeiros capítulos) e uma das primeiras a usar gruas, stad câmeras. Lembro que na época, eu e o compadre Bené Nascimetno (Joe Bennett) conversávamos muito sobre as inovações tecnológicas e de narrativa. A experimentação era tão grande que certa vez fizeram um bloco só em plano sequência. O diretor era Luis Fernando Carvalho, que hoje faz séries como Capitu (muito bons visualmente, mas carecem de um roteiro mais consistente). Abaixo, a primeira cena da novela, com um ótimo monólogo do protagonista. Reparem nos ângulos e enquadramentos inusitados.
terça-feira, janeiro 19, 2010
As piores coisas de 2009

segunda-feira, janeiro 18, 2010
2009: intolerância e arte
2009 foi um ano de retrocessos e censuras e intolerâncias, mas também foi um bom ano, com bons filmes, bons quadrinhos e bons livros. No final,arte parece ter vencido as hordas da irracionalidade.
Uma das primeiras boas novidade de 2009 foi UP, a nova animação da Pixar. Atualmente, o nível das animações melhorou muito. A maioria dos estúdios faz filmes bons. Mas só a Pixar faz obras-primas: Toy Story, Wall-E e, agora, UP.
UP, como Wall-E, é uma aula de como escrever um bom roteiro. O primeiro ato (que tem como objetivo mostrar quem são os personagens e o ambiente em que eles vivem, e que costuma ser chato) acaba sendo um dos melhores momentos do filme. A fórmula é a mesma de Wall-E: apelar para o lirismo. Assim, conhecemos um garoto apaixonado por aventuras, que conhece uma menina que compartilha da mesma paixão. E, numa bela sequência sem falas, vemos os dois crescendo, casando, envelhecendo, e sempre adiando os planos de sair em uma aventura. As cenas da gravata acabam sendo ótimas metáforas tanto da vida do casal quanto da evolução do tempo.
Uma das primeiras boas novidade de 2009 foi UP, a nova animação da Pixar. Atualmente, o nível das animações melhorou muito. A maioria dos estúdios faz filmes bons. Mas só a Pixar faz obras-primas: Toy Story, Wall-E e, agora, UP.

Já velho, viúvo, nosso protagonista acaba embarcando nessa aventura ao fazer sua casa voar com balões coloridos.
Não é necessário esperar a trama começar, no final do primeiro ato, para perceber que estamos diante de uma obra acima da maioria das animações produzidas por Hollywood. O restante não decepciona: o filme tem lirismo, emoção e muita ação. Todos os personagens são muito bem construídos, o velhinho, com voz de Chico Anísio, certamente é uma tração à parte.
Também no cinema, tivemos o polêmico Watchmen. Não houve meio-termo: alguns odiaram, outros amaram.
Watchmen é a história em quadrinhos mais reverenciada de todos os tempos. Escrita por Alan Moore e desenhada por Dave Gibbons, ela revolucionou o modo como se via os heróis, introduzindo o realismo no gênero. Existiram várias tentativas de transformar a série em um filme, algumas das quais pretendiam reformular completamente a história, atualizando o contexto da guerra fria para os dias atuais, em que o inimigo é o terrorismo.
Quem acabou conseguindo a façanha foi Zack Snyder, diretor de 300. Fã da série, ele fez uma versão tão fiel que parece decalcada dos gibis. Incrivelmente, algumas pessoas reclamaram das mudanças, como se fosse possível adaptar uma história em quadrinhos tão grande e complexa sem que algo se perdesse. As críticas mais sensatas vieram daqueles que acusaram o diretor de ter usado a história em quadrinhos como story board para o filme.
De fato, alguns dos poucos momentos em que ele ousou inovar, como a sequência inicial, mostrando as mudanças no mundo a partir do surgimento dos heróis, ao som de Bob Dylan, se tornaram os melhores momentos da película. O final também, muito criticado pelos puristas, é, na verdade, mais crível que o final dos quadrinhos, inclusive do ponto de vista científico.
Independente de outras questões,foi uma experiência interessante ver personagens de quadrinhos se movimentando na tela.
Ainda na tela grande, uma boa surpresa foi o novo Jornada nas Estrelas, de JJ Abrams. É empolgante, respeita a série original, dá uma explicação convincente para um recomeço. Só faltou um pouquinho de filosofia, afinal a série original tinha muita filosofia e até filmes de sucesso conseguem ser filosóficos, como Matrix. Mesmo assim, é um belo filme, que não fez feio nos cinemas e acabou salvando uma franquia já quase morta.
O filme conseguiu até o que parecia impossível: colocar outros autores para fazerem os papéis de Spock e o Kirk e ainda assim agradar os fãs.
Bastardos Inglórios foi, sem dúvida, um dos filmes do ano. Tarantino parece ter chegado à maturidade narrativa num filme que junta o que tem de melhor em toda a sua cinematografia e ainda acrescenta um fundo histórico interessante.
A sequência mais memorável do filme é a primeira, em que uma calma conversa de um fazendeiro francês com um oficial nazista termina em um banho de sangue. Nessa cena, duas coisas se destacam: a ótima direção de Tarantino (quando a câmera começa a se movimentar em círculo ao redor dos dois homens, sabemos que algo vai acontecer) e o talento do ator Christoph Waltz, que faz o Coronel da SS Hans Landa. O charme desse personagem é um dos atrativos do filme. Onde Hans Landa aparece, ele rouba a cena. Para completar, um ótimo diálogo, imenso, mas que magnetiza os expectadores.
Na área de quadrinhos, tivemos alguns ótimos lançamentos nacionais, como 7 vidas (Conrad), de André Diniz e Antonio Eder e Flores Manchadas de sangue (Devir), do mestre Cláudio Seto, que morreu em 2008. Em 1968, Seto começou a publicar a revista O Samurai. Pela semelhança de temas, muitos hoje acham que se tratava de uma imitação do Lobo Solitário, de Kazuo Koike e Goseki Kojima, mas a maioria dos historiadores concorda que o trabalho de Seto é dois anos mais velho. Mesmo que não fosse pelo pioneirismo, Flores manchadas de sangue, álbum que reúne as melhores histórias do personagem, já valeria pela qualidade das histórias, belos e muitas vezes apavorantes estudos sobre a natureza humana.
Mas nenhum ano é feito apenas de coisas boas. Se este ano não teve tsunamis, teve muita polêmica provocada por aqueles que acham que quadrinhos são feitos para crianças e não podem falar de assuntos mais sérios.
A polêmica começou com a escolha do álbum 10 na área, um na banheira e ninguém no gol, para ser distribuído para bibliotecas de escolas públicas de ensino fundamental de São Paulo. O álbum não é destinado ao público infantil e a escolha foi infeliz, mas o governador José Serra preferiu jogar a culpa nos quadrinhos, dizendo que o álbum era de “mau-gosto”.
Motivados pela polêmica ou por motivos políticos, começaram a pipocar supostas denúncias sobre quadrinhos impróprios que teriam sido comprados pelo MEC para escolas públicas de ensino médio (portanto obras voltadas para adolescentes, não crianças). O principal alvo foi o quadrinista Will Eisner, cuja obra toda foi retirada das bibliotecas por causa de uma única sequência, em que uma garota levanta a saia para enganar um vigia.
Posteriormente, o álbum O sonhador foi banido das escolas por causa de uma cena em que uma mulher aparece semi-nua. Eisner é um dos mais importantes artistas do século XX e sua obra é séria e profundamente humana. Mas os críticos só conseguiam ver a mulher com as costas de fora. Seria mais ou menos como banir a Bíblia das escolas por causa da sequência de Sodoma...
O mais surpreendente é que essa polêmica toda aconteceu justamente nas escolas, local de onde se esperava um pouco mais de inteligência ao julgar uma obra.
Claro que a polêmica não poderia deixar de respingar nos quadrinhos de banca e até Maurício de Sousa teve que vir a público se explicar. Primeiro por causa de uma tira do Chico Bento que foi adulterada (um palavrão foi colocado onde não existia) e colocada em um livro didático na Bahia.
Posteriormente, outra polêmica, agora por causa de um personagem supostamente gay, que apareceu numa revista da Tina (voltada para o púbico adolescente). A sequência era muito sutil, mas causou a ira dos moralistas, esquecidos de que Maurício prima pela diversidade em suas revistas, com personagens negros, cegos, cadeirtantes. "Uma posição vai se manter em todas as nossas produções: o respeito pelo ser humano, pela pessoa, e a elegância no trato de qualquer tema", declarou o quadrinista, num comunidade oficial.
Quem acompanhava o que acontecia com os quadrinhos já devia adivinhar que 2009 seria lembrado pelo caso da aluna da Uniban que foi hostilizada pelos alunos por causa de um vestido curto. Mais absurdo: o reitor, ao invés de punir os agressores resolveu expulsar a agredida. Isso numa faculdade, ambiente em que deveria prevalecer o bom-senso, a inteligência e a tolerância para com as diferenças.
No final, fica o desejo de que 2010 seja um ano um pouco mais tolerante.
Texto originalmente publicado no Digestivo Cultural.
Texto originalmente publicado no Digestivo Cultural.
domingo, janeiro 17, 2010
vergonha: Lixo na rua
Um leitor que não costuma gostar quando critico Macapá vai me mandar ir embora, mas não tem como não comentar. No teste do Fantástico para ver a capital em que as pessoas mais jogam lixo na rua, a diferença entre as cidades no norte e nordeste para as cidades do sul-sudeste é enorme. Em Salvador, em um quilômetro de rua, foram recolhidos 1,5 toneladas de lixo. Em Belém foram mais de 700 quilos. Em comparação, em Curitiba só foram recolhidos 33 quilos.
Já morei em Curitiba e uma coisa que percebi é que os curitibanos não jogam lixo na rua porque amam a cidade. Ou seja: os nortistas ainda não aprenderam a amar suas cidades.
Apesar de Macapá não ter entrado na pesquisa, creio que os resultados aqui seriam semelhantes aos de Belém. Vejo gente jogando lixo na rua e, principalmente, no rio. Faltam lixeiras, mas falta, principalmente consciência da população.
Já morei em Curitiba e uma coisa que percebi é que os curitibanos não jogam lixo na rua porque amam a cidade. Ou seja: os nortistas ainda não aprenderam a amar suas cidades.
Apesar de Macapá não ter entrado na pesquisa, creio que os resultados aqui seriam semelhantes aos de Belém. Vejo gente jogando lixo na rua e, principalmente, no rio. Faltam lixeiras, mas falta, principalmente consciência da população.
Música do dia
Monte Castelo
Legião Urbana
Composição: Renato Russo (recortes do Apóstolo Paulo e de Camões).
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja
Ou se envaidece...
O amor é o fogo
Que arde sem se ver
É ferida que dói
E não se sente
É um contentamento
Descontente
É dor que desatina sem doer...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
É um não querer
Mais que bem querer
É solitário andar
Por entre a gente
É um não contentar-se
De contente
É cuidar que se ganha
Em se perder...
É um estar-se preso
Por vontade
É servir a quem vence
O vencedor
É um ter com quem nos mata
A lealdade
Tão contrário a si
É o mesmo amor...
Estou acordado
E todos dormem, todos dormem
Todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade...
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor, eu nada seria...
sábado, janeiro 16, 2010
Sherlock Holmes

Robô gigante
Quem acha que ficção científica precisa ser cara, é porque nunca assistiu aos seriados japoneses. Baratos e criativos, eles conquistaram o mundo, especialmente a partir da década de 1970. Abaixo, um trecho de Robô gigante. Reparem como os efeitos especiais são bobos, calcados na maioria das vezes numa boa edição, mas funcionam.
sexta-feira, janeiro 15, 2010
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