Minha ausência é justificável. Além do Garatujas Aleatórias, estou me dedicando a um projeto autoral e inédito para mim: escrever um roteiro para quadrinhos. Uma coisa é usar a língua para transmitir a mensagem; outra é unir texto e imagens para esse mesmo fim. Por isso reuni algumas indicações de livros para beber da melhor fonte. Não li todos ainda, mas qualquer um que queira se meter a roteirista de HQs precisa ler pelo menos dois ou três livros dessa lista abaixo.
Desvendando os quadrinhos, Scott McCloud
Scott McCloud é um dos principais defensores, atualmente, da ideia de que os quadrinhos são uma forma literária. Claro que isso não é novidade, Watchmen, publicado na década de 80, é um exemplo clássico da sofisticação literária da banda desenhada. Em 1993, McCloud destruiu de vez qualquer estigma de 'entretenimento barato' que os quadrinhos ainda poderiam carregar. Desvendando os quadrinhos é o primeiro título de uma trilogia que pode ser considerada um bastião dessa arte. O livro analisa a forma artística e a funcionalidade do formato, define elementos básicos e revela a maneira como a mente processa a linguagem. Além disso, aspectos menos gerais, como a influência do tempo nas histórias, as interações entre quadros e palavras e narrativas também fazem parte do escopo do livro. Como bônus, McCloud faz uma análise do processo criativo. Leia mais
quarta-feira, dezembro 28, 2016
Relacionamento é isso aí
Antigamente,
bastava ter um bom produto a um bom preço para vender bem. Hoje, com a grande
concorrência, é necessário segurar o consumidor, até porque o preço para manter
um cliente é cinco vezes menor que o custo para conquistar clientes novos. Para
isso, é necessário criar um bom relacionamento não só com quem compra seu
produto, mas também com a comunidade a sociedade de modo geral. Não é à toa que
a responsabilidade social tem sido a palavra da moda.
Um
reflexo disso é o Festival Internacional de Publicidade de
Cannes, que premia as melhores campanhas publicitárias do mundo. No ano de
2009, todas as campanhas premiadas tinham alguma preocupação social.
O
fotógrafo e publicitário Olivero Toscani, responsável pelas campanhas da Benetton,
defende que o marketing deve expressar uma mensagem social. Sua campanha contra
o racismo foi proibida na África do Sul na época do Apartheid e chamou atenção
para a situação dos negros nesse país. Ao mesmo tempo em que essa campanha
gerou um buzz marketing para a marca Benetton, ela também chamou atenção da
comunidade internacional para a questão do racismo. Em 2008, trabalhando para a
No-l-ita, ele fez uma campanha para alertar contra os perigos da anorexia. Dois
outdoors com fotos de uma modelo anoréxica foram colocados em várias cidades
italianas, gerando uma grande polêmica e chamando atenção da imprensa. A modelo
deu várias entrevistas falando sobre como a indústria da moda acaba provocando
essa doença em muitas meninas que sonham em ser como as modelos.
O
sucesso de tais ações mostram que, hoje, relacionamento é tão ou mais
importante que o produto que está sendo vendido.
Vender não é empurrar o produto para o consumidor
Durante muito tempo acreditou-se que
vendedor bom era aquele capaz de vender qualquer coisa, mesmo que o cliente não
estivesse precisando. Dizer que alguém vendia até “geladeira para esquimó” era
um elogio à capacidade de argumentação e convencimento do vendedor. Mas será
que vender o que o consumidor não precisa é, de fato, uma boa venda?
Tentar vender algo que o consumidor
não precisa acaba por reforçar a imagem negativa que as pessoas em geral têm a
respeito do trabalho dos profissionais de vendas. E essa imagem o mercado não
quer mais.
Não existem fórmulas mágicas, mas algumas dicas são essenciais para vendedores:
1. Por
mais desesperado que o vendedor seja, não deve pressionar o cliente. Frases
como: “Me ajuda, leva aí, vai!” ou “É o último do estoque, mais tarde pode ser
que eu já tenha vendido!” podem destruir uma venda. Forçar a venda não dá
resultados. Um caso curioso foi um e-mail que recebi de uma pessoa tentando me vender um livro. Depois de muitos pontos de exclamação e muitos auto-elogios, a pérola: "Compre logo. Só restam quatro exemplares na loja tal. E estão vendendo tantos que a loja já pediu um caminhão cheio de livros!". Além da óbvia bobagem, demonstrada pela contradição (para que vou me apressar a comprar o livro, se vai chegar mais um caminhão repleto desses mesmos livros?), o tom apelativo e nitidamente mentiroso, só faz com que o consumidor desconfie,
2. Não
grude. Consumidores precisam de espaço para se sentir confortáveis. Fique por
perto, coloque-se à disposição, mas não vire a sombra de ninguém. É
desagradável e pode dar a entender que você está desconfiando do cliente.
3. Tenha
uma boa higiene. Nunca é demais lembrar o quanto é desagradável aquele cheiro
de camisa mal-lavada, desodorante vencido ou, pior, mau hálito.
4. Atenha-se
às necessidades do cliente. Tudo bem tentar aumentar o valor do cheque, mas
oferecer coisas que ele notadamente não precisa é exagero e não é uma atitude
profissional.
5. Preste
atenção ao que o consumidor não diz. As pessoas emitem vários sinais corporais
para manifestar os sentimentos. Se o seu cliente cruzou os braços no meio da
sua argumentação de vendas é porque está na hora de mudar de estratégia.
Características de vendedores
CARACTERÍSTICAS
POSITIVAS
Escuta mais do que
fala.
Demonstra como o
produto satisfaz as necessidades.
Mantém uma boa
relação com o cliente.
Sabe responder a
objeções e perguntas dos clientes.
Resume os benefícios
antes do fechamento.
CARACTERÍSTICAS
NEGATIVAS
Fala mais do que
ouve.
Não faz perguntas ao
cliente.
Não relaciona o
produto com as necessidades.
Não lida bem com
objeções.
Conta vantagens
Para vender seu produto, fala mal dos produtos concorrentes
Demonstra muita
intimidade.
Francisco Iwerten, Orson Welles e o filme do Batman
Welles foi recepcionado com festa no Rio de Janeiro. |
Qual a relação entre Orson Welles, diretor de Cidadão kane e o quadrinista curitibano Francisco Iwerten?
Ambos fizeram parte do programa de boa-vizinhança, criado pelos EUA para aproximar a América Latina dos americanos e evitar que países como o Brasil entrassem na guerra ao lado do Eixo.
Iwerten foi para os EUA, Orson Welles veio ao Brasil. Aqui ele filmou "È tudo verdade", nunca lançado.
Posteriormente Welles veio a fazer sua própria versão do Batman, igualmente nunca lançada (mas trechos podem ser encontrados no Youtube).
Há quem diga que foi Iwerten quem sugeriu ao amigo Bob Kane convidar Welles a fazer uma versão sombria do Homem-morcego.
O Fantasma
Lee Falk foi o primeiro roteirista importante dos
quadrinhos. Antes dele já existiam outros como Dan Moore e Dashiel Hammett
que, no entanto, não assinavam seus trabalhos. Já Lee Falk era um pai coruja:
Fazia questão não só de assinar suas criações, como exigia controle total
sobre elas. Uma das poucas vezes em que ele perdeu esse controle foi quando o
Fantasma passou a ser publicado no Brasil com a cor vermelha substituindo o
azul original — isso aconteceu porque a história chegou ao Brasil sem referência
de cor e o vermelho possibilitava uma melhor reprodução para as obsoletas
máquinas tupiniquins (aliás, essa mudança de cor aconteceu em diversos países
justamente pela falta de referência de cores).
O primeiro personagem de Lee FaIk foi o mágico Mandrake, em 1934.
Desenhado por Phil Davis, Mandrake era um mágico racional, inspirado
fisicamente no próprio Falk. O personagem, sempre envolvido em aventuras
detetivescas, conquistou o público e é publicado até hoje. O grande sucesso de
Falk, entretanto, seria o personagem Fantasma, criado em 1936 e desenhado por
Ray Moore.
O que diferencia o Fantasma de outros personagens é o seu caráter de
mito. Sua história parece uma daquelas remotas lendas passadas de pai para
filho: no ano de 1525 o único sobrevivente de um ataque pirata faz um
jruamento: "Juro que dedicarei toda minha vida à tarefa de destruir
a pirataria, a ganância, a crueldade e a injustiça. E meus filhos e os filhos
de meus filhos me perpetuarão". Ele passa a usar, então, uma máscara e
roupa colante e a perseguir malfeitores. Como o
juramento valia também para seus descendentes, o povo da selva começou a
pensar que o herói era imortal. Esse aspecto da tira deu um significado maior à
história, tornando-a mitológica por excelência.
“O espírito que anda” teve o mérito de ser o primeiro herói
de quadrinhos a usar máscara e malha colada ao corpo. Nesse sentido, todos os
super-heróis devem a ele o seu visual. Na primeira história o personagem usava
também uma luva, que abandonou devido à inconveniência de ter de tirá-la toda
vez que quisesse deixar a marca do Fantasma em um malfeitor.
O primeiro desenhista a ilustrar o
personagem foi Ray Moore. Seu traço sombrio ajudou a criar o clima de mistério
que envolve até hoje o herói mascarado.
Fantasma de
Ray Moore era atlético e sensual, com um forte toque “noir” realçado pelo sombreado
pesado. Nenhum outro artista conseguiu manter o nível de Moore, que desenhou o
personagem de 1936 a 1942.
A partir de 1942, seu assistente
Wilson McCoy pegou o personagem. A princípio, McCoy seguiu a linha de Moore,
tentando manter o nível de qualidade, mas com o tempo começou a caricaturar os
personagens dando a impressão de que as tiras eram feitas às pressas. Com a
morte de McCoy, em 61, o Fantasma passou a ser desenhado por Sy Barry, de
traço bastante impessoal. Isso deve ter ajudado para que ele tivesse uma
multidão de assistentes - que muitas vezes faziam tudo na história, tendo Sy
Barry só o trabalho de assinar, quando muito.
Em 1977 o Fantasma se casou. A história,
embora seja assinada por Sy Barry, foi desenhada pelo brasileiro André LeBlanc,
que no Brasil foi um dos principais ilustradores dos livros de Monteiro Lobato,
mas foi para os EUA, onde se tornou assistente de Will Eisner no Spirit antes
de se juntar à equipe que ilustrava o Espírito que anda.
Lee Falk sabia que os detalhes fariam
com que seu personagem ganhasse um aspecto de mito e não economizou neles, a
começar pelos apelidos que o povo da floresta dão ao personagem, tais O
Espírito-que-anda, o Homem que nunca morre, o Guardião das Trevas Orientais e
outros. Os ditados referentes ao personagem também ficaram famoso: “O Fantasma
é violento com os violentos”, “Dá medo ver o Fantasma enfurecido”, “O Fantasma
atira mais rápido que o olhar”. Os símbolos também ajudam a compor a aura do
personagem, como a caverna da caveira (local de sua moradia) e os anéis. O anel
da caveira, usado na mão direita, marca os malfeitores, enquanto na mão
esquerda fica um anel com a marca de proteção. Aqueles que têm essa marca serão
sempre protegidos pelo personagem. Outros destaques são os companheiros animais
do personagem, o lobo Capeto e cavalo branco Herói.
No Brasil o personagem fez muito sucesso nas década de 1940 e 1950,
contribuindo para que seu editor, Roberto Marinho, ficasse rico o suficiente
para montar uma emissora de TV, a Rede Globo. Atualmente, no Brasil, ele tem um
público pequeno, mas fiel. Entretanto, em outros países, como a Austrália e a
Escandinávia, ainda é o herói de quadrinhos de maior sucesso. Recentemente a
revista do personagem alcançou o número 1.500, um recorde mundial.
Promoção de vendas: programas de fidelidade
Os programas de fidelidade têm como objetivo, por meio da oferta de
incentivos, conseguir que o consumidor permaneça fiel à marca durante um longo
tempo. É uma estratégia muito usada, especialmente em mercados muito
concorridos, e tem a vantagem de dar algo para o cliente, sem, no entanto,
tirar o foco da fidelidade à marca.
Existem empresas que se firmaram no mercado graças
aos programas de fidelidade, como a TAM, que premia com milhas seus clientes fiéis.
Essas milhas depois dão direito a passagens aéreas.
Mas não é necessário ser uma grande empresa para
implementar um programa de fidelidade. A mercearia de bairro pode, por exemplo,
cadastrar seus clientes e dar prêmios de acordo com a quantidade comprada. Com
isso, o dono garante que seus clientes farão de tudo para comprar só ali, pois
sabem que serão recompensados por isso.
Mas cuidado: os prêmios devem ser atrativos. Não
faça o cliente comprar durantes meses para ganhar uma escova de dente.
terça-feira, dezembro 27, 2016
Morre Carrie Fisher, a Princesa Leia de Star Wars
Carrie Fisher no traço de João Ovitzke, artista responsável pela capa do meu livro O uivo da górgona. O ilustrador postou a homenagem hoje em seu perfil no Facebook. |
Carrie Fisher, atriz que interpretou a Princesa Leia na saga "Star Wars", morreu aos 60 anos. A notícia foi confirmada à revista "People" por um representante da família, Simon Halls. "É com grande pesar que Billie Lourd [filha de Carrie] confirma que sua amada mãe, Carrie Fisher, morreu às 8h55 desta manhã. Ela era amada pelo mundo e sua ausência será profundamente sentida. Nossa família agradece pelos pensamentos e orações". Leia mais
Concursos e sorteios
Os concursos e sorteios se diferenciam pelo fato de que, no concurso, o
consumidor precisa realizar uma atividade para ganhar. No sorteio, ele conta
apenas com a sorte.
Os concursos são muito
mais difíceis de operacionalizar do que os sorteios, mas, se bem feitos,
costumam virar uma febre. Todo mundo se lembra, por exemplo, do Show do Milhão,
em que consumidores de produtos (Nestlé, cartões Bradesco) tinham que responder
perguntas para poder concorrer a até um milhão de reais.
Há algum tempo a rádio
Joven Pan promoveu o concurso “Faça uma loucura pela Joven Pan”, o que levou a
diversas ações de divulgação de sua marca, gerando uma bela mídia espontânea.
Atualmente, em tempos
de internet e de marketing viral, muitas empresas estão fazendo concursos em
que os consumidores são estimulados a fazer vídeos sobre o produto. Os vídeos
mais criativos ganham os prêmios e tornam-se virais.
Um aspecto importante
tanto nos concursos quanto nos sorteios é que o consumidor deve visualizar o
prêmio. Colocar o prêmio na frente do ponto de venda já virou praticamente
padrão nesse tipo de promoção, mas uma empresa de Belém (PA) inovou, colocando
os vários carros que seriam prêmios para seus clientes pendurados por um
guindaste na área. Isso gerou grande interesse por parte da clientela e até
mesmo um buzz marketing. Afinal, todo mundo queria ir lá ver os tais carros
pendurados por um guindaste.
Um detalhe importante
tanto sobre concurso como sobre sorteios: eles devem ser registrados na Receita
Federal, até para que seja providenciado o pagamento de impostos dos prêmios.
Príncipe Valente
O Príncipe
Valente surgiu no domingo de 13 de fevereiro de 1937. O seu criador, Hall
Foster, entretanto, o havia imaginado desde 1934, quando fazia as historias de
Tarzan para a United Features Syndicate. Em 1936 ele ofereceu à distribuidora
seu personagem medieval. Mas United queria que ele fizesse uma tira diária e,
caso tivesse sucesso, passaria a uma página dominical colorida. Foster, de
traço muito detalhado para tiras diárias, preferiu apresentar seu personagem à
concorrente King Features Syndicate , a mesma que publicava o Flash Gordon de
Raymond.
A KFS aceitou
na hora e, fevereiro de 1937 saia a primeira prancha de Príncipe Valente. O
personagem deveria se chamar Arn, mas a distribuidora achou que Valente teria
um maior impacto nas vendas. Foster aceitou, mas posteriormente deu o nome de
Arn ao filho do protagonista.
Príncipe
Valente se passava numa Idade Média romântica, dos tempos do Rei Arthur. Assim,
o jovem príncipe, descendente de um trono que foi tomado pelos bárbaros, vive
várias aventuras até chegar a Camelot, tornando-se um dos membros da Távola
Redonda. A pesquisa histórica é impressionante. Foster comprava livros e
percorria museus, coletando informações sobre as roupas, costumes e arquitetura
da época. Apesar de, visualmente, a história ser uma reprodução fiel do período
histórico, Foster não se prendia à cronologia. Cavaleiros medievais conviviam
com soldados romanos e até com dinossauros.
Para não
perder nada de seus desenhos detalhistas, Foster não usava balões. A narrativa
e os diálogos eram acomodados abaixo dos quadros. Apesar disso, o autor
explorou bem a linguagem dos quadrinhos, com seqüências dinâmicas poucas vezes
vistas. Se o desenho está entre os melhores já surgidos nas histórias em
quadrinhos, o texto não ficava atrás. Sem cair na redundância, eles
complementavam perfeitamente as imagens.
A qualidade da historieta era tão notória (tanto em
termos de desenho, quanto de texto) que Príncipe Valente foi uma das poucas
HQs poupadas pela caça aos quadrinhos da década de 50.
Príncipe Valente foi o primeiro
personagem de quadrinhos a envelhecer, na proporção de um ano para cada dois
anos dos leitores. Ele se casou, teve filhos e o príncipe Arn já é, hoje, mais
velho do que seu pai era quando começaram as aventuras.
As pranchas de Príncipe Valente
foram publicadas em álbuns luxuosos pela Editora Brasil-América – Ebal – com
grande sucesso e essa coleção está sendo relançada pela Opera Graphica. Não existe
colecionar sério de quadrinhos que não tenha pelo menos um livro dessa
obra-prima em sua estante.
Dr. Estranho - Shamballa
Promoção de vendas: brindes
Os brindes são uma estratégia promocional de grande
valor para o público-alvo. Bem escolhido, o brinde encanta e faz o consumidor
comprar mais. Afinal, a palavra “grátis” tem um grande apelo. Todo mundo gosta
de ganhar coisas, nem que seja uma lembrancinha.
O fascínio dos brindes não é algo racional, afinal
eles muitas vezes representam financeiramente uma parcela muito pequena do que
está sendo pago pelo produto. Uma concessionária de automóveis, por exemplo,
deu carrinhos de seus modelos clássicos para seus clientes e conseguiu aumentar
as vendas. Se formos comparar o preço dos carrinhos com o do carro, o valor
financeiro do brinde é mínimo, mas ainda assim o impacto sobre as vendas foi
grande.
Os brindes apresentam um fascínio emocional,
motivando ações que poderiam ser consideradas infantis, como de colecionar
coisas (por essa razão é muito comum os brindes serem colecionáveis, com uma
variedade grande de modelos).
Além do apelo ao consumidor, o brinde é um tipo de
promoção de vendas que agrega valor à marca. Isso porque os melhores brindes
são aqueles que exibem a marca da empresa para diversas pessoas. A Coca-Cola
foi uma das primeiras empresas a perceber isso. Dessa forma, ela sempre dava
como brindes coisas que as pessoas olhavam: calendários, espelhos, bandejas.
Não é à toa que a marca Coca-Cola é a mais valiosa do mundo.
Embora os brindes sejam uma ótima forma de agradar
o consumidor e, ao mesmo tempo, divulgar a marca da empresa, um brinde
mal-escolhido pode provocar estragos irreversíveis, arranhando, inclusive, o
posicionamento da empresa.
Ficou famoso um episódio do programa de TV O Aprendiz em que os grupos precisavam fazer uma
promoção de vendas para o iogurte Activia. Um dos grupos escolheu dar um chapéu
de cowboy e um ingresso para o touro mecânico. Um verdadeiro mico, já que o
público-alvo do Activia são mulheres acima de 25 anos, a maioria das quais não
se interessa por rodeios. Além disso, e se uma das consumidoras se machucasse
no touro mecânico? O dano para a marca seria monstruoso.
Outros exemplos: uma panificadora deu como presente
de final de ano um cinzeiro para seus clientes (vamos analisar: cigarro e pão
não combinam, certo?); um dentista deu cigarros para seus clientes (incentivando-os
a fumarem e, portanto, ficarem com os dentes amarelos).
Já exemplos positivos existem aos montes nas mais
variadas áreas de atuação. Uma lavadora de carros pode, por exemplo, dar um
cheirinho com a logo da empresa. Toda vez que o cliente sentir o cheiro
agradável lembrará da empresa. Um pediatra dava para suas pacientes um livrinho
com informações úteis para mães de primeira viagem. Uma faculdade dava agendas
para os alunos que pagavam a mensalidade em dia.
A Coca-Cola talvez
tenha os melhores exemplos de brindes que viraram febre, como o ioiô ou as garrafinhas.
Outro produto que tem se destacado pelos brindes é o Nescau Cereal, que se
tornou o mais vendido da atualidade, transformando-se numa verdadeira febre
entre jovens e crianças. Na época do lançamento do filme Speed Racer, em 2008, as embalagens traziam miniaturas
dos carrinhos dos filmes. Muitos pais tiveram que comprar várias caixas para
completar a coleção.
segunda-feira, dezembro 26, 2016
Promoção de vendas: redução de preços
A redução de preços é o tipo mais famoso de
promoção de vendas e também o mais perigoso. Mais de um mercado já foi
estragado porque as empresas começaram uma guerra de preços, diminuindo suas
margens de lucro até o ponto em que não havia mais como permanecer no mercado.
Além disso, o consumidor tem mais resistência a uma
alta de preço do que é favorável a uma redução. Ao terminar a promoção, o
consumidor pode achar que está havendo um aumento de preço. Para evitar que
isso aconteça, duas medidas são aconselhadas: a primeira delas é criar uma
perspectiva de preço. Assim, coloca-se o preço normal, geralmente cortado por
um X e o preço promocional, em destaque. Outra opção é usar as expressões “De” e
“Por”. Por exemplo: “De R$20,00 por R$ 15,00” . Essa estratégia tem a vantagem de criar
uma perspectiva de qualidade. Se 20 reais for um preço alto, típico de produtos
de boa qualidade, o consumidor acredita que está ganhando cinco reais.
Outra atitude importante é deixar bem claro até
quando vai a promoção, dando ou uma data ou usando a expressão “Até quando
acabar o estoque”.
Dez dicas para roteiristas de quadrinhos
1 - Não leia só quadrinhos. Um bom roteirista de quadrinhos lê de tudo: livros, revistas, jornais etc.
2 - Não leia só quadrinho americano ou japonês. Argentina, Inglaterra, França, Itália e Brasil são países que produzem ótimas HQs, que você deve conhecer.
3 - Sempre pesquise. Se sua história é sobre um advogado, pesquise livros jurídicos, pesquise sobre como funciona a justiça. Se for sobre o Egito, procure livros de história.
4 - Não tente contar a história do universo. Comece com histórias curtas.
5 - Faça com que seu roteiro seja agradável para o desenhista. Se for necessário contar uma piada para que a leitura do roteiro seja mais agradável, conte.
6 - Imagine a cena visualmente antes de escrevê-la. Se houver mais de uma ação, divida em mais de um quadrinho.
7 - Produza. Seu texto só vai melhorar se você produzir continuamente.
8 - Use como referência grandes roteiristas, mas aos poucos busque estabelecer um estilo próprio.
9 - Não seja um colonizado. Esqueça Nova York. Faça histórias sobre sua realidade. Se o leitor viver a mesma realidade que você, a identificação será mais fácil.
10 - Seja obetivo. Não encha os balões de texto desnecessário. Nunca diga com o texto algo que o desenho já está dizendo.
Revista 2000 AD
Revista 2000 AD, publicada na década de 1970. Foi nessa revista que surgiu o famoso anti-herói Judd Dreed. Mas nessa primeira versão o astro era o personagem clássico de FC Dan Dare (que cheguei a escrever em uma versão mais recente).
Promoção de vendas: amostras
Existem muitos tipos de promoções. Na verdade, a
quantidade e a variedade de promoções é limitada apenas pela imaginação do
varejista, fabricante ou fornecedor de serviços. Mas existem algumas
ferramentas básicas.
Uma delas é a amostra. Nesse caso, o cliente é
estimulado a experimentar o produto. É o caso, por exemplo, da simpática moça
que distribui biscoitos para os clientes do supermercado. Mas a amostra não
precisa ser apenas de produtos alimentícios. O teste drive de um carro é uma amostra. Afinal, o consumidor está
utilizando o produto e percebendo suas qualidades.
A amostra é especialmente aconselhada no caso
daqueles produtos cujas qualidades são difíceis de ser expressas com palavras
ou imagens. Como explicar para um consumidor o gosto inovador de um salgadinho?
Como mostrar para ele o quanto um xampu deixa os cabelos sedosos?
Quando o produto é desconhecido pela maior parte do
público, um bom caminho é dar uma amostra para o público-alvo.
No final dos anos 1990, a maioria da
população brasileira não tinha nem ideia do que era internet. Para eles, tanto
fazia ter internet ou não ter, já que não conheciam seus benefícios. Nessa
época, a UOL começou a distribuir seus CDs
promocionais, que davam um mês de internet grátis. Ao final de um mês a grande
maioria dos consumidores já estava tão impressionada com o novo mundo oferecido
pela net que simplesmente continuavam como assinantes. O resultado disso: o UOL
se tornou o maior provedor do país.
São necessários alguns cuidados na distribuição de amostras. O primeiro deles: o
consumidor não deve ser pressionado. Ele não deve sentir que está recebendo
alguma coisa, mas em troca terá que comprar algo a seguir. Frases do tipo: “Vai
só comer de graça e não vai levar?” deveriam ser riscadas do vocabulário dos
promotores de vendas. A ideia é exatamente oposta. O consumidor deve ficar tão
encantado com a qualidade do produto, que decide comprar por livre e espontânea
vontade.
Aliás, a simpatia dos
promotores é um item essencial no sucesso desse tipo de promoção. Alguns são tão
simpáticos, tão cordiais que agregavam valor ao produto, incentivando o cliente
a comprar.
Outro item importante é a qualidade do produto.
Distribuir amostras de um produto ruim é um suicídio comercial. Se durante o
mês de uso gratuito da internet a pessoa tivesse problemas de conexão, ela
nunca se tornaria assinante do UOL.
Também se deve atentar para a forma de distribuir
amostras. Pode-se contratar uma promotora ou uma empresa especializada, que já
tem diversas promotoras em sua folha de pagamento. Pode-se encartar a amostra
na publicidade de jornais e revistas (como fazia o UOL) ou encartá-lo num
produto de sucesso da empresa. Por exemplo, a empresa já tem um macarrão
campeão de vendas, então pode encartar um sachê de molho de tomate nas
embalagens desse macarrão. O consumidor vai adorar e, se o molho for bom, irá
se tornar cliente.
Uma forma pouco aconselhada de distribuir as
amostras é entregá-las aos varejistas. Muitos deles simplesmente vendem as
amostras, acabando com todo o esforço promocional.
Pancada
Pancada foi uma revista da editora Abril lançada no rastro do sucesso da MAD, da Vechhi, que era editada pelo Ota.
Flash Gordon
Buck Rogers, Dick Tracy e Tarzan
causaram uma verdadeira revolução nas histórias em quadrinhos. O clima de
aventura, o desenho realista e os cenários grandiosos conquistaram os
leitores.
Já não havia mais lugar para as tiras
cômicas e um dos maiores syndicates da época, o King Features Syndicate entrou
em desespero: Fazia-se urgente encontrar alguém que trabalhasse tão bem com a
aventura quanto a concorrência.
Para isso foi instituído um concurso
interno. Quem acabou ganhando foi um ex-oficce-boy da empresa. Seu nome era
Alex Raymond e seu personagem era Flash Gordon, um dos maiores sucessos da
época.
A história estreou num domingo, 7 de janeiro de 1934.
Os leitores americanos abriram seus jornais e tiveram um grande impacto. Lá estava
um herói novo, diferente de todos os outros que o haviam antecedido. Era a
primeira história de Flash Gordon, de Alex Raymond. De lambuja, vinha como
complemento o personagem Jim das Selvas - também com desenhos de Raymond.
Flash Gordon veio para revolucionar o conceito de
aventura. Nela predominava a imaginação: moças bonitas, homens-leão, povos
submarinos, princesas estelares, vilões insanos e um herói ariano (exemplo
perfeito de conduta e boas intenções) conviviam numa mesma pagina.
Flash Gordon não parava. Mal conseguia se livrar de
monstros pré-históricos e caia nas mãos de um imperador tirânico. Era como se
estivesse passando por um eterno teste de provas.
A historieta - que tinha roteiros
anônimos de Don Moore - tornou-se um sucesso absoluto de vendas. O traço forte
e elegante de Raymond conquistou os leitores e conseguiu dar ao personagem uma
imponência que ninguém nunca mais conseguiu.
Flash Gordon surgiu para concorrer com o grande
campeão de vendas da época, Buck Rogers, mas com o tempo, Flash ultrapassou
de longe o seu concorrente do século XXV. Praticamente junto com Flash Gordon,
Raymond desenhou dois outros personagens nos moldes dos que já faziam sucesso
na época: Jim das Selvas (baseado em Tarzan) e Agente Secreto X-9 (para
concorrer com Dick Tracy).
“Agente Secreto X-9” era de autoria do famoso
escritor policial Dashiel Hammet e transmitia o clima de tensão que os
gángsters imprimiam aos anos 30. Detalhe: esse trabalho de Hammet geralmente
não aparece nas biografias do escritor.
Já Jim das Selvas era, a principio, uma
espécie de aventureiro, um caçador intrépido enfrentando todos os perigos da
selva. Com o tempo, Jim começou a se envolver em tramas internacionais, mas
nem por isso perdeu sua força.
Alex Raymond foi um dos maiores
desenhistas dos quadrinhos. O seu traço elegante influenciou toda uma
geração. Os seus personagens, entretanto, não tiveram muita sorte.
Depois da morte de Raymond, no final
dos anos 40, Flash Gordon ainda passou por um bom momento no início da década
seguinte nas mãos de Dan Barry (desenhos) e Harvey Kurtzman (roteiro). Mas,
assim que Kurtzman saiu do roteiro a história perdeu muito do caráter onírico
que tinha no início.
O grande seguidor autêntico de Raymond
a ilustrar seus personagens foi All Williamson,
que desenhou três números da revista do Flash Gordon e a tira do Agente Secreto
X-9 durante 13 anos.
Além do ótimo desenho e das tramas de
matinê, terminando sempre em suspense, Flash Gordon é lembrado também pelas
antecipações. Foi nessa história em quadrinhos que apareceu pela primeira vez a
mini-saia, o raio laser e o forno microondas. Em um de seus boletins oficiais,
a NASA admitiu que os quadrinhos do personagem foram usados para solucionar
problemas de aerodinâmica dos primeiros foguetes espaciais norte-americanos.
Flash Gordon
também foi a grande fonte de inspiração para outra grande saga moderna: os
filmes da série Star Wars. Como não conseguiu autorização para filmar o
personagem, George Lucas criou a série Guerra nas Estrelas baseada em Flash
Gordon.
Tudo em promoção
A promoção é a parte do mix promocional que cria
incentivos para que o consumidor compre. A propaganda também faz isso, mas ela
costuma levar muito tempo para fazer efeito. A promoção, ao contrário, tem
resultados imediatos. Uma promoção bem feita enche a loja.
Mas antes de sair por aí fazendo promoções, é bom
saber que elas também têm seu lado negativo. O primeiro deles: os resultados
duram pouco tempo. Além disso, podem diminuir as vendas dos meses seguintes.
Alguns analistas acreditam que a ênfase nas
promoções, que ocorreu no Brasil no final dos anos 1990, ensinou o consumidor a
procurar sempre o preço mais baixo ou o produto em promoção, tirando o foco da
fidelidade à marca.
As promoções de vendas também não são uma fórmula
mágica para o sucesso. Elas só funcionam se o restante do mix de marketing
estiver ok. Não adianta, por exemplo, fazer uma promoção de um produto de
qualidade inferior, cujas vendas estão em queda justamente por isso. A promoção
só vai fazer com que mais e mais pessoas descubram o quanto o produto é ruim. A
promoção também não compensa uma equipe de vendas maltreinada, pouco simpática,
que não conhece o produto. Se com a loja vazia os seus vendedores já são um
desastre, imagine com a loja cheia por causa de uma promoção!
Por outro lado, as promoções de vendas podem fazer
muitas coisas:
- Estimular o entusiasmo
da equipe de vendas para um produto novo ou melhorado;
- Revigorar as vendas de
um produto já estabelecido no mercado;
- Facilitar o lançamento
de novos produtos no mercado;
- Conseguir mais espaço
para o produto no ponto de venda, aumentando a chance de o consumidor
visualizá-lo;
- Neutralizar a
publicidade e a promoção de venda da concorrência;
- Levar o consumidor a
provar um produto novo no mercado;
- Estimular compras
repetidas;
- Aumentar a
comercialização do produto, estimulando o consumidor a estocar;
- Reforçar a
publicidade.
As promoções de vendas não precisam ser
direcionadas apenas para o consumidor final. Muitas empresas fazem promoções
para vários tipos de públicos ao mesmo tempo: o varejista, os funcionários e o
consumidor. Com isso, consegue-se o empenho e o interesse de todas as partes
envolvidas, obtendo sucesso.
Em alguns casos, isso se torna extremamente
necessário. É o caso dos concursos. Por regra, os funcionários e seus parentes
não podem participar e isso pode causar desestímulo entre os funcionários, que
se sentem discriminados. Para evitar isso, a empresa pode lançar um concurso
apenas para eles.
domingo, dezembro 25, 2016
Catálogo dos super-heróis brasileiros
O Catálogo dos Super-heróis brasileiros é uma publicação seriada de Lancellot Martins que, ao final, irá se tornar uma verdade enciclopédia de personagens brasileiros. No primeiro número um dos destaques da capa é o Capitão Gralha. Criado por mim e por mais oito quadrinistas curitibanos na década de 1990, o Capitão Gralha é, provavelmente, o mais longevo caso de fake nos quadrinhos (um exemplo mais recente e bem menos duradouro foi o personagem Sentry - O Sentinela, da Marvel). Para os que quiserem adquirir, pedidos podem ser feitos através do e-mail: scanscomics@gmail.com.
Slogan
O
slogan é uma frase curta que identifica e apresenta as qualidades de um
determinado produto ou empresa. É extremamente útil como propaganda. Alguns
tornaram-se tão poderosos que entraram para a linguagem popular. É o caso do
“Não é uma Brastemp”, usado normalmente para designar coisas e até pessoas com
pouca qualidade. Outro exemplo é o slogan “Mil e uma utilidades” do Bombril,
que caiu no gosto popular.
Uma
dica para fazer o slogan é usar o mínimo de palavras – um ótimo slogan deve ser
sintético. Prova disso é o “Sempre Coca-Cola”. A rima ajuda a fixar a frase na
mente do consumidor (“Se a marca é Cica, bons produtos indica”), mas tem sido
substituída pela aliteração, que consiste na repetição de fonemas, geralmente
no início das palavras. É um ótimo recurso de memorização. Exemplo: “Viaje bem,
viaje Vasp”. A aliteração está na letra V. O anúncio da Caixa Econômica
Federal, usando aliteração, ficou muito famoso e é lembrado até hoje: “Vem pra
Caixa você também... vem!”.
Além
do slogan, podem ser usados outros elementos, como jingles e mascotes.
Como Fazer um Anúncio
A regra número 1 na
hora de fazer o anúncio é: use ideias simples. Em vez de “este sabão em pó é o
único que tem na fórmula nitrato de petacomboreno”, use “Este sabão deixa as
roupas mais brancas”. Em vez de “o atual
governante não está mantendo em equilíbrio o orçamento do estado, prejudicando
o desenvolvimento da região”, use “O atual governante não sabe
administrar” ou “O atual governante está desviando o dinheiro que deveria ser
usado para melhorar a sua vida”.
Use uma ideia de cada vez. Se um
produto traz vários benefícios, não se deve mostrá-los todos ao mesmo tempo, o
que confundiria a cabeça do eleitor. A regra é: cada anúncio deve passar apenas
uma mensagem, da maneira mais simples possível. Monte o anúncio a partir de uma
ideia-chave relacionada ao benefício oferecido com o uso do produto. Por
exemplo: durante muito tempo, o Omo era mostrado como um produto que limpava
mais com menor quantidade de produto. A calça US TOP era vendida como sendo a
mais durável. Mesmo quando a empresa não existia mais, as pessoas continuaram
associando a marca à durabilidade.
Use a emoção. A campanha bichinhos
Parmalat fez tanto sucesso porque apelava para o instinto materno das mulheres.
A campanha Dove pela real beleza apelava para a autoestima das mulheres ao
dizer que deixava bonitas mulheres reais, e não supermodelos.
Outra estratégia muito usada é
mostrar como funciona. São famosos os anúncios de xampus que mostram o produto
entrando na raiz do cabelo e rejuvenescendo-o. Em seguida, é mostrada uma
mulher com cabelo absolutamente lindo.
sábado, dezembro 24, 2016
O Homem que inventou o Natal
A imagem que se tem hoje do Natal é nitidamente influenciada pelas histórias de Charles Dickens, em especial nos contos Os carrilhões e Canção de Natal.
Canção de Natal foi adaptado para todas as mídias possíveis, a exemplo do filme com Jim Carrey no papel principal. Era a história de um homem avaro que, visitado por três fantasmas na noite de natal, um do passado, outro do presente e um do futuro, acaba descobrindo que o sentido da vida não se limita ao dinheiro. A história de terror é um hino sobre o verdadeiro significado do natal.
A influência dessa história pode ser sentida até nos quadrinhos Disney: o Tio Patinhas é uma versão do personagem. Seu nome em inglês é McScrooge, uma referencia direta ao protagonista de Canção de Natal.
A influência dessa história pode ser sentida até nos quadrinhos Disney: o Tio Patinhas é uma versão do personagem. Seu nome em inglês é McScrooge, uma referencia direta ao protagonista de Canção de Natal.
Em Os carrilhões um pobre homem de recados é fascinado pelos sinos da igreja (os carrilhões do título) e sente como se eles o estimulassem a continuar vivendo apesar da pobreza e das dificuldades que ele e a filha enfrentam. No período de natal, ele deixa de acreditar nos sinos e se desespera. Mas serão os sinos que irão lhe mostrar como seria a vida de todos os outros caso ele morresse. Dickens, um cristão convicto, deixa sua mensagem: até o mais humilde dos homens é importante nesse mundo.
O conto, embora não seja creditado, nitidamente serviu de base para A felicidade não se compra, filme de Frank Capra que se tornou símbolo do Natal. Durante anos era uma das atrações obrigatórias na televisão na época das festas. Seu enredo: um homem afundado em dívidas pensa em se matar, mas um anjo lhe mostra que a vida de toda uma cidade estaria muito pior sem ele.
Só esses dois exemplos mostram o quanto a obra de Dickens povoou o imaginário ocidental.
Só esses dois exemplos mostram o quanto a obra de Dickens povoou o imaginário ocidental.
Antes de se tornar um dos maiores escritores ingleses de todos os tempos, Dickens teve uma infância pobre. Seu pai foi preso por dívidas e ele experimentou na pele todas as dificuldades do período da revolução industrial na Inglaterra, uma época em que poucas famílias faziam fortuna à custa da miséria de milhões de pessoas, que viviam em condições sub-humanas, trabalhando até 14 horas por dia em troca de um salário que mal dava para a alimentação.
O rapaz conseguiu sair da miséria graças a sua verve humorística. Depois de ser explorado num trabalho em que sua função era pregar adesivos em latas de graxa, Dickens tentou estudar, mas a péssima condição financeira de sua família o levou a abandonar a escola. Para tentar ganhar um pouco mais de dinheiro, o futuro escritor aprendeu estenografia e passou a trabalhar para o jornal True Sun anotando as reuniões parlamentares e campanhas eleitorais. Era um trabalho difícil, muitas vezes chato, e que o obrigava a viajar pelas cidades do interior e muitas vezes ficar sem comer. Mas Dickens compensava isso anotando casos pitorescos e divertidos.
Um dia ele tomou coragem e enviou uma crônica humorística anônima ao Monthly Magazine. O texto não só foi publicado, como foi lido com avidez e mostrou que o autor tinha talento. o sucesso fez com que ele escrevesse uma série de outras crônicas para o jornal londrino mais popular da época, o Morning Chronicle. Foi quando um famoso desenhista, , propôs realizar uma série de desenhos humorísticos satirizando a política local. Os editores lembraram de Dickens para escrever as legendas, mas este propôs que fosse feito o oposto: que os desenhos ilustrassem seus textos.
O resultado foi as aventuras de mister Pickwick, uma série que despertou pouco interesse no início, mas virou febre quando Dickens introduziu na história o criado de Picwick, Samuel Weller. O sucesso é total e representa uma virada na carreira profissional de Dickens.
Mas os anos de pobreza permearam quase todo o seu trabalho posterior. Oliver Twist, um dos seus primeiros sucessos, conta a história de um pobre órfão explorado e maltratado por aquelas pessoas que deveriam cuidar de sua proteção. Emblemática a cena em que ele, no asilo, é sorteado pelas crianças para pedir um pouco mais de comida. O cozinheiro toma o pedido como um desacato, uma insubordinação, pois significa que os cálculos das autoridades sobre quanto cada criança deveria comer estava errado. A ironia de Dickens faz do romance uma obra-prima universal.
Essa ironia, colocada a serviço da crítica social, vai permear quase toda a sua obra. Em David Coperfield são mostrados os maus tratos sofridos pelas crianças e o encarceramento por dívidas. O romance é considerado por muitos como uma espécie de autobiografia romanceada.
Publicados em folhetins em jornais londrinos, os textos de Dickens fizeram chorar e rir. Encantaram milhões de pessoas e moldaram o imaginário popular, em especial sobre o natal. Sua importância pode ser percebida não nos prêmios que recebeu ou nos livros que vendeu, mas numa história singela. Dizem que ao receber a notícia de que o escritor havia morrido, uma pobre menina, vendedora de flores na porta de um teatro indagou: “Papai Noel também morreu?”.
quinta-feira, dezembro 22, 2016
Mídias
Mídias
são os meios de comunicação de massa usados para
divulgar os anúncios. Cada mídia tem características e linguagens diferentes,
que devem ser respeitadas. É famoso o
caso de um candidato que aproveitou para o rádio uma propaganda de TV que
dizia: “Como se pode ver no gráfico...”. Seu esquecimento de que no rádio as
pessoas não podem ver gráficos fez com que ele se tornasse motivo de piada entre
os eleitores.
A
televisão é a extensão do ouvido e do olho. As informações são fragmentadas e
não há necessidade de linearidade. Em 1965, um operador de VT da rede americana
NBC trocou os rolos de um filme e a história ficou fora de sequência.
Surpreendentemente, ninguém percebeu. Se fosse em um cinema, todos perceberiam,
mas, quando se assiste à televisão, a maioria das pessoas está dispersa e
espera informações fragmentadas. Isso reforça o fato de que o telespectador é
desatento, pouco concentrado e quer diversão. Na TV a publicidade deve apelar
para a emoção, ser rápida e divertida. A televisão é a mídia mais cara e, por
isso, a mais perigosa. Um anúncio de televisão deve ser muito bem pensado,
inclusive em termos de segmentação, para evitar prejuízos.
Já
o rádio usa o ouvido. Essa mídia permite uma maior participação do ouvinte e
uma maior interação deste com o locutor. O locutor é visto como um amigo
íntimo. Assim, muitas vezes, quando ele anuncia um produto, não parece
propaganda, mas o conselho de um amigo. O anúncio em rádio tem preço baixo e
permite selecionar o público-alvo. Por exemplo, quem trabalha com roupas para
jovens pode patrocinar um programa de rock.
Mas
atenção: há programas para escutar e ouvir. Programas para ouvir são como
músicas de fundo. As pessoas simplesmente ligam o rádio e fazem suas tarefas
diárias. Nesse tipo de programa, o ideal é veicular mensagens simples e breves,
jingles e slogans, por exemplo. Nos
programas para escutar, a figura muda um pouco. Eles são feitos para as pessoas
pararem seus afazeres e prestar atenção ao que está sendo passado, como os
programas jornalísticos. Permitem também campanhas mais elaboradas. A fala do
locutor, reforçando a publicidade, é fundamental, pela intimidade que ele tem
com o ouvinte.
Também
é importante distinguir rádio AM de FM. A rádio AM tem um estilo mais lento e é
mais ouvida no meio rural. As rádios FM costumam ter um ritmo mais rápido e são
geralmente ouvidas nas áreas urbanas e por jovens.
As revistas usam os olhos e o tato.
Destacam-se pela duração (uma revista pode ser colecionada ou repassada a
outras pessoas). Leitores de revistas costumam ser fiéis e isso é bem
representado pelas assinaturas. Nas revistas os anúncios concorrem não só com
outros anúncios, mas também com as matérias, por isso devem ser particularmente
atraentes e chamarem a atenção do leitor. Pelas características do meio, as
propagandas permitem um maior aprofundamento e mais textos (observe a diferença
entre as propagandas de carros na TV e nas revistas e veja que as de revistas
trazem muitos mais detalhes).
Os
jornais são considerados um meio mais efêmero que a revista, afinal, poucas
pessoas colecionam jornais. O anúncio deve ser atraente, mas geralmente tem
menos opções criativas que as revistas (como uso de cores e fotos). Funciona
bem em lançamentos de campanhas, pois os anúncios bem feitos confundem-se com a
notícia: a inauguração de um shopping, por exemplo, pode dar origem a um informe
publicitário, que apresenta características comuns com as matérias.
Ainda
não se sabe exatamente quais as características e qual o alcance da internet
como veículo de propaganda. No entanto, a internet é a mídia que mais cresce no
mundo. No Brasil, até há pouco tempo, o número de internautas dobrava a cada
ano.
Sabe-se
que os usuários entram na internet em busca de diversão e interatividade, razão
pela qual os chats estão sempre cheios. Propagandas criativas, que estimulem a
interação são bem-vindas. Além disso, produtos que patrocinam sites com os
quais o público se identifica também são uma boa opção. A internet permite ainda
o mailing list, possibilitando uma comunicação
direta e rápida com o consumidor. Mas evite o spam. Ele geralmente depõe contra
a empresa, já que são propagandas ou comunicações feitas sem muito critério. O
ideal é colocar no site da empresa um link para cadastro de pessoas que quiram
receber informações sobre a empresa e seus produtos.
Bons
sites de empresas devem oferecer serviços, e não ser um simples catálogo
de produtos. Assim, um site de uma livraria pode trazer artigos e crônicas de
seus autores, sites de cereais podem trazer informações nutricionais ou de
esportes, sites de vendas de carros podem trazer curiosidades sobre os carros,
informações para colecionadores etc. Na internet, quanto mais interatividade
com o usuário e informações melhor.
Os
blogs são uma forma rápida de comunicação com o público-alvo. Em 2009, o blog
da Petrobras chamou muita atenção, virando inclusive notícia na mídia. Muitas
empresas e profissionais estão usando também o Twitter
para vender seus produtos, com bons resultados. Também é interessante
incentivar e monitorar a mídia espontânea, ou seja, a situação em que o próprio
internauta divulga a empresa ou seus produtos. Além disso, as redes sociais –
como Orkut e Twitter – podem ser usados para diagnosticar a opinião dos
internautas sobre produtos e empresas.
Os
impressos, como cartazes, panfletos e folders, são a mídia mais efêmera e mais
facilmente descartada. Cartazes funcionam bem e são vistos por várias pessoas.
A percepção das informações é mais importante em um cartaz que a estética.
Geralmente as pessoas visualizam um cartaz à distância de dois metros ou mais.
Assim, ao fazer um, afaste-se alguns passos e tente identificar as informações.
Se houver informações demais ou elas não estiverem claras a tal distância, o
ideal é refazer. Panfletos têm pouca durabilidade e são facilmente jogados
fora, mas são muito baratos e funcionam bem como apoio de campanhas.
Os
folders permitem o aprofundamento do assunto, com exposição detalhada das
características do produto. Quem pega o folder está interessado no produto. A
capa é elemento essencial: ela deve ser chamativa, deve apresentar uma
proposição ao consumidor que o leve a abrir e ler o folder. Alguns exemplos de
textos de capas de folder: “A sorte vai sorrir para você” (título de capitalização
Banespa); “Seu telefone acaba de ser promovido” (Telemar); “Nem Nostradamus
previu. Como você poderia?” (Folder do Banespa sobre as precauções que o banco
estava tomando para evitar o bug do milênio);
“Se por mais leve que seja a comida, parece que você comeu um boi inteiro...
conheça algumas dicas que vão ajudar você a viver melhor” (folder de orientação
sobre dispepsia funcional); “Dona Marta começou a aplicar no novo OuroCap para
reformar a lanchonete da filha” (OuroCap Banco do Brasil); “Descubra as vantagens
que mais de 500.000 assinantes já descobriram” (SKY). Como se percebe pelos
exemplos anteriores, o texto da capa, ou mesmo a ilustração, deve deixar o
leitor curioso para ler o restante.
O outdoor é barato e tem ampla
visibilidade, mas faz parte da paisagem e pode se perder no meio de outros
outdoors. Lembre-se também de que ninguém estaciona para ler um outdoor. O
tempo de visualização é de alguns segundos e nesse tempo a informação deve ser
passada corretamente e integralmente. Um bom outdoor deve ter fácil
visualização, ter poucas informações e ter texto e imagens chamativos.
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