quinta-feira, outubro 29, 2020
Mistérios no espaço: a revista de Fc da DC Comics
quarta-feira, outubro 28, 2020
A arte fantástica de Keith Parkinson
Homem-aranha – a saga original do clone
Saco de ossos, de Stephen King
Tentou comentar no blog e não conseguiu?
Patrícia Swzen, a pet humana
Roteiro para quadrinhos: finalizando a história
O final de uma história em quadrinhos é um dos momentos mais importantes da trama. Quantas vezes já não ficamos com vontade de jogar o gibi no lixo depois de ler o final de uma história?
Apresento aqui algumas estratégias de finalizar
a história.
Uma das possibilidades é terminar com uma
ironia do destino.
É um final típico do seriado Além da
imaginação, que tornou esse recurso célebre.
Nos quadrinhos, o mais célebre exemplo de final
irônico é, provavelmente, Watchmen. Todo o plano ousado de Ozymandias pode ser
cair por terra por causa da escolha de um idiota.
Já o final surpresa é típico das histórias de
terror. Nesse tipo de estratégia o leitor descobre no final da história que
tudo que ele imaginava até ali sobre a trama e até sobre os personagens estava
errado. O final surpresa pode ser um verdadeiro desastre, mas, se bem feito,
pode se tornar célebre e até levar o leitor a refletir sobre o mundo à sua
volta.
Nos quadrinhos da EC Comics o final surpresa
chegou a pontos realmente antológicos. Em uma história, por exemplo, uma garota
é estuprada em uma pequena cidade do interior. Um forasteiro é preso. O xerife
finge facilitar sua fuga, mas é só uma estratégia para entregá-lo para uma
multidão enfurecida. No final descobrimos aquilo que já deveríamos saber se
estivéssemos prestando atenção aos detalhes: o xerife era o verdadeiro
estuprador.
Outra maneira engenhosa de terminar uma
história é com a elipse: a história começa como terminou.
Essa é uma estratégia particularmente útil em
histórias humorísticas. Por exemplo, a história podem mostrar uma família
embarcando numa viagem absolutamente desastrosa. Depois, todos dizem: Nunca
mais! No final, vemos essa mesma família, um ano depois embarcando numa viagem
que pelas pistas visuais será outra roubada.
Em uma das minhas histórias para a série de
álbuns Clássicos revisitados eu mostrava uma dupla de garotos extraterrestres
provocando, inadvertidamente, a extinção dos dinossauros. No final, após descobrir
o que tinham feito, eles resolvem voltar para a terra, na França de 1789 e tudo
leva a crer que eles irão provocar a revolução francesa.
O final em elipse pode se dar em termos
visuais: Piada Mortal começa com a chuva e depois Batman e Coringa conversando.
E termina com Batman e Coringa conversando e depois a chuva.
Aliás, Piada Mortal é exemplo de um outro tipo
de final: quando a história trata de um tema, ela deve terminar retornando ao
tema. O tema de piada mortal é a relação doentia entre Batman e Coringa e é
isso que vemos no início (Batman tentando estabelecer algum diálogo para que
não aconteça o final previsível dos dois se matarem) e no final de significado
aberto (que alguns interpertam como o Batman matando o vilão).
Finalmente, uma outra maneira de terminar a
história pode ser com uma reflexão do protagonista ou mesmo do narrador. Essa
reflexão pode ser sobre o impacto dos acontecimentos daquela HQ sobre a vida do
personagem, ou pode ser sobre o próprio protagonista.
Praticamente todas as histórias do Homem-aranha
da fase de Stan Lee e Joh Romita terminavam assim. No número 46 de The Amazing
Spiderman, por exemplo, vemos Peter Parker refletindo: “Naquele dia fatídico em
que me tornei o Homem-Aranha talvez tenha havido mais do que uma mudança física.
Talvez, ao receber outra identidade, eu tenha me tornado incapaz de ser
feliz!”.
Final encadeado é um tipo de final que só pode
ser usado em histórias curtas e cujo roteirista tem controle do processo de
edição.
Nele, uma história só termina de fato na
história seguinte. A primeira tem um final fraco, que deixa no leitor uma
impressão ruim, de algo mal acabado. Mas na história seguinte as duas histórias
se interligam no mesmo final, deixando o leitor surpreso e maravilhado.
Um exemplo desse tipo foi publicado pela EC
Comics e republicado no Brasil na revista Cripta do Terror 1.
Na primeira história, intitulada “Um é
pouco...”, uma femme fatale vive de enganar homens e tirar-lhes todo o
dinheiro, deixando-os na miséria. Depois de arruinar sua mais recente vítima,
ela conhece uma velhinha endinheirada num bar, que lhe propõe morar com ela
para lhe fazer companhia. A golpista percebe ali uma chance de se dar bem
novamente, mas quando chega na casa da velhinha descobre que ela tem um filho
enlouquecido depois de ter sido abandonado por uma mulher que só estava interessada
em seu dinheiro. A história termina com o rapaz matando a moça.
Um final fraco, não? Espere a próxima história
intitulada “...dois é demais”. Nela um homem de meia idade mata a esposa, a
enterra no porão e diz para a polícia que ela fugiu. Mas um detetive resolve
investigar e logo voltará com um mandato para revistar a casa. O marido então
corta todo o corpo, coloca-o num baú e viaja para outra cidade. Sua ideia é
esquecer o baú com o corpo no trem. Mas quando vê o detetive seguindo-o,
percebe que ele irá revistar o baú e troca a etiqueta do baú com o corpo de sua
esposa por um outro baú igual, que acha no compartimento de cargas. Quando o
detetive abre o baú...há um corpo lá dentro! Então vemos um último quadro no
qual o rapaz enlouquecido da primeira história pergunta à mãe o que ela fez com
o cadáver da garota que ele havia matado. E ela responde que o havia despachado
dentro de um baú num trem! O final fecha as duas histórias com uma reviravolta
realmente genial.
Essas são algumas possibilidades de finais para
histórias. É bom lembrar, no entanto, que o único limite para as possibilidades
de finais é a imaginação do roteirista.
terça-feira, outubro 27, 2020
A incrível história do garoto que tinha pelos nas mãos
Essa é realmente do fundo do baú. A incrível história do garoto que tinha pelos nas mãos foi provavelmente a minha primeira colaboração com o Antonio Eder. Deve ter sido feita ali pelo ano de 1994, logo que me mudei para Curitiba. Pelo que lembro, o Antonio me mostrou um rafe de uma história sobre um garoto que tinha pelos nas mãos, mas não sabia como terminar. Eu dei a ideia do final e escrevi o texto. Essa história fez sucesso na época, tendo sido publicada por pelo menos uma dezena de fanzines.
O Antonio não só guardou a HQ, como guardou também o roteiro. Na época eu escrevia em lauda jornalística (o Franco de Rosa havia me dado uma quantidade enorme de laudas de uma revista de Rock da Nova Sampa. É possível observar no roteiro que eu só coloquei o texto, numa espécie de Marvel Way. A razão disso é que o Antonio já tinha feito todo o rafe da história, então não era necessário colocar as descrições dos quadros. Uma curiosidade aí também é que o texto datilografado está riscado e corrigido a mão. Coisas da época pré-informática.
A propaganda nazista
Curta-metragem produzido no Amapá conquista prêmios no 43º Festival Guarnicê de Cinema (MA)
Lançado em fevereiro de 2020, o curta-metragem Açaí, da produtora de audiovisual amapaense Grafite Comunicação, participou do 43º Festival Guarnicê de Cinema e conquistou dois prêmios durante o evento, o de Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Curta-metragem Nacional Júri Popular. A trilha premiada é uma obra do músico Manoel Cordeiro e da banda O Sósia.
A produção local concorreu com mais 22 obras de outros estados na Mostra Nacional de Curtas, sendo a única produção amapaense durante o festival. O prêmio dado pelo júri popular é um dos maiores do festival, que este ano recebeu votos via aplicativo próprio da organização. Já o título de Melhor Trilha Sonora Original é dado por uma comissão técnica que avalia a qualidade das músicas e a composição com a parte visual da produção.
Segundo André Cantuária, diretor do filme, a trilha é fortemente influenciada pelos ritmos brega e melody, típicos do estado. "A ideia era resgatar a identidade do Norte também nas músicas, então escolhemos O Sósia, que é uma banda de brega rock de Macapá, e depois o Manoel Cordeiro, amapaense e nacionalmente conhecido como Mestre da Guitarrada, para fechar uma trilha envolvente e dançante", pontuou o diretor.
O Festival foi realizado pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Universidade Federal do Maranhão e promovido pela Diretoria de Assuntos Culturais (DAC).
Filme Açaí
No ano de 2017, a produção foi selecionada no 1º Edital de Fomento ao Setor Audiovisual do Amapá, organizado pelo Governo do Estado para conteúdos inéditos. O curta conta a saga de Dionlenon, um homem de 30 anos que está acostumado com a vida que leva ao lado da mãe, com quem mora numa periferia de Macapá. Ele sai em busca de dois litros de açaí para almoçar, mas não conta com uma viagem tão distante assim.
A ideia do roteiro inicial veio de alunos da escola Estadual Professora Raimunda dos Passos, bairro Novo Horizonte, durante o ano de 2015, dentro do Festival “Curta o Curta”, iniciativa que busca desenvolver os talentos da comunidade escolar. A partir de 2017, a Grafite Comunicação iniciou o projeto “Cine Perifa” na instituição, por meio da parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ), oferecendo curso de formação em cinema na metodologia do “Inventar com a Diferença”, para professores e alunos da Escola sobre audiovisual.
Ficha Técnica
Direção: André Cantuária
Roteiro: Sandro Romero
Produção: Rafael Aleixo
Produção Executiva: Jhenni Quaresma
Direção de Fotografia: Nildo Costa
Direção de arte: Pedro Stkls
Edição/Montagem: Richard Monteiro e Ícaro Reis
Trilha Sonora: Manoel Cordeiro e O Sócia
Desenho de som: Hian Moreira
Preparador de elenco: Thomé Azevedo
Estrelando: Joca Monteiro
Elenco: Deize Pinheiro, Rute Xavier, Naldo Martins, Paulo Bastos, Lu d Oliveira, Adalberto Marques, Veerney Nunes, Murillo Mathiel, Dionizio Junior, Kaio Castillo, José Augusto, Neto Montalvão, Laura do Marabaixo, Danu Alcântara, Sarah Aranha, Lucas Souza, Silvana Eduvirgens, Maria Rosa, Mauricio Maciel, Nilton “Biro Biro”, Caique Sampaio, cadela Pantera.
Calafrio 68 traz história de Gian Danton sobre o psicopata Ted Bundy
Capitão América e o Cubo Cósmico
A volta do Capitão América na década de 1960
foi a oportunidade ideal para Stan Lee e Jack Kirby contarem histórias repletas
de grandiosidade e ação desenfreada.
Exemplo disso é a saga do Cubo Cósmico,
publicada em Tales of Suspense 80 e 81.
A história começa com uma splash page
grandiosa, um close do Capitão América, espantando com uma explosão nos céus de
Nova York. Vamos ser sinceros: só Jack Kirby conseguiria fazer com que um close
se tornasse grandioso.
O capitão segue a cápsula de fuga da nave que
explodiu e salva seu tripulante, um dos integrantes da I.M.A – ideias mecânicas
avançadas (é, na década de 60 eles adoravam essas siglas), que balbucia sobre
um grande perigo, o cubo cósmico, que foi roubado pelo Caveira Vermelha: “O
cubo cósmico... mortífero... é a arma definitiva! Foi a maior realização da
IMA... nas mãos erradas... pode causar o fim da humanidade”.
Como o Capitão América é o Capitão América, ele
pega um foguete da Shield para alcançar o avião, pula sobre ele, entra na
cabine e aciona o assento injetor.
Interessante aí como Kirby consegue encher a
sequência de suspense e tensão ao fazer as imagens apertadas nos quadros, como
se o leitor tivesse vendo as ação de dentro da pequena cabine, algo que contrasta
totalmente com os planos abertos e monumentais repletos de splahs a partir do
momento em que o Caveira se apodera do artefato e se torna extremamente
poderoso.
Aí o leitor se pergunta: como o capitão
américa, um homem forte e bem treinado, mas sem grandes podereses poderia
vencer a maior ameaça que o mundo já conheceu? Só para ter uma ideia, o cubo
cósmico é tão poderoso que depois vai se tornar uma das joias recolhidas por
Thanos para sua manopla.
Mas o herói não desiste e derrota o vilão
usando para isso a própria astúcia e coragem: “Não posso entrar em pânico! Não
me renderei ao desespero! Não importa a dificuldade... lutarei como vivi... sem
nunca perder a espença!”.
O Capitão América que era um herói de verdade.