Hoje é o Dia do quadrinho nacional. A data foi criada em homenagem ao desenhista italo-brasileiro Ângelo Agostini que, no dia 30 de janeiro de 1869, publicou a primeira tira de seu personagem Nhô Quim no Jornal Vida Fluminense. Foi um dos primeiros quadrinhos do mundo.
Em Macapá a data será comemorada sábado, dia 1, na Biblioteca Elcy Lacerda, a partir das 14 horas. Confira a programação:
Documentário O Samurai de Curitiba, de José Padilha
Curta-metragem O ogro, de Márcio Júnior e Márcia Deretti (baseado na HQ de Júlio Shimamoto)
Debate sobre quadrinhos e cinema, com Cássia Lima e Andy Maciel (programa Rádio Pop)
Documentário Dossiê Rê Bordosa, direção César Cabral
Filme O gralha – o ovo ou a galinha – direção Tako X Edson Takeuti
Palestra sobre o processo de produção de uma história em quadrinhos, com Gian Danton
Coquetel de lançamento da Turma da Tribo
quinta-feira, janeiro 30, 2014
segunda-feira, janeiro 27, 2014
Quadrinhos à brasileira
Nhô Quim, de Ângelo Agostini |
Um caipira se perde na cidade grande, da metade para o fim do século XIX no Brasil: "As Aventuras de Nhô Quim" marca o nascimento oficial dos quadrinhos brasileiros. A publicação da primeira história na revista Vida Fluminense data de 30 de janeiro de 1869, dia em que a Associação dos Quadrinhistas e Cartunistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP) instituiu, a partir de 1984, como o Dia do Quadrinho Nacional.
Os traços do italiano naturalizado brasileiro Ângelo Agostini (1843 - 1910) foram considerados pioneiros, ainda que outras obras utilizando a linguagem já tivessem sido veiculadas anteriormente, por terem sido os primeiros a reunir um conjunto de elementos definidores dos quadrinhos (pelo menos a princípio): publicação em sequência, com personagem fixo, com textos e imagens. Apesar disso, o ilustrador ainda não se utilizava de balões ou onomatopeias. "As Aventuras de Nhô Quim", seguidas por "As Aventuras de Zé Caipora", do mesmo autor, publicadas de 1883 até 1886 na Revista Ilustrada, assinalam o início de uma arte por se consolidar no Brasil.
Por todo o País, o Dia do Quadrinho Nacional é celebrado por produtores e leitores. Leia mais
Turma da tribo - o ciberpajé recomenda
A Turma da Tribo mal foi lançada e já é uma das histórias em quadrinhos mais comentadas do ano. Vários sites estão publicando resenhas e muita gente está dando sua opinião no Facebook. Entre elas o quadrinista Edgar Franco, professor do programa de pós-graduação em Artes da UFG e um dos artistas mais importantes do Brasil. Confira o que ele escreveu:
Um belíssimo gibi, mostrando que existe vida inteligente na
HQ infanto-juvenil brasileira, muito além dos títulos hegemônicos nacionais
requentados milhares de vezes, que entopem nossas bancas, e agora até copiam
mangás para manterem-se firmes no mercado. O premiado roteirista Gian Danton
mostra toda sua versatilidade nessa obra. Conhecido por suas HQs de inclinação
autoral e adulta, Danton supera todas as expectativas ao criar um roteiro leve,
cheio de reviravoltas inesperadas e com um humor sutil e fluido. A mensagem
ecológica que permeia o gibi colorido de 24 páginas não soa pretensiosa, nem
espalhafatosa. Em certos momentos a HQ lembrou-me grandes clássicos dos
quadrinhos europeus como Asterix e Os Strunfs . O desenho de Manhaes não tem o
brilhantismo do roteiro de Gian Danton, mas também não compromete, é apenas
efetivo. Mais um trabalho que ganhou vida devido à uma lei de incentivo
estadual. Dessa vez do governo do Amapá, uma iniciativa louvável. O Ciberpajé
recomenda!
domingo, janeiro 26, 2014
Turma da tribo na Calçada da Leitura
Neste último sábado as crianças da Calçada da Leitura literalmente vestiram a camisa da Turma da Tribo. Não conhece o projeto Calçada da Leitura? Clique aqui para conhecer.
Turma da Tribo - resenha do Chamando Superamigos
Ricardo Quartim
Imagine um álbum europeu nos moldes de Asterix, Tintim, Spirou ou outros do mesmo estilo. Agora transporte a história para o Brasil nos tempos atuais. Troque a aldeia gaulesa de Asterix por uma tribo indígena com personagens tipicamente nacionais. Acrescente uma trama ecológica com cunho educativo porém sem ser chata e cansativa.
Pronto! Está criada a Turma da Tribo.
Com roteiros de Gian Danton (pseudônimo de Ivan Carlo Andrade de Oliveira) e arte de Ricardo Manhães, Turma da Tribo é uma HQ selecionada no edital de literatura Simãzinho Sonhador, da Secult Amapá. Leia mais no site Chamando Superamigos.
Uma piada de mau-gosto
Existe alguma piada maior do que a Polícia Ambiental do Amapá? Tenho visto vizinhos passarem dias e noites com o som alto ligado o tempo todo. Você liga, liga, e não vem ninguém (até porque só existe uma equipe para toda Macapá). Quando finalmente aparecem, parecem estar envergonhados. Pedem educadamente apenas para os barulhentos abaixarem o som. Quando entram no carro, os barulhetos riem deles e voltam a aumentar o volume (certa vez um vizinho não abaixou o som nem mesmo enquanto falava com a ambiental). Enquanto em outras cidades a Ambiental multa, apreende sons e até manda pra cadeia quem se nega a abaixar o som ou volta a aumentá-lo, aqui a ambiental é motivo de riso. É por essa razão que Macapá é a cidade mais barulhenta do Brasil.
sábado, janeiro 25, 2014
Turma da tribo - resenha por Octávio Aragão
Muitas pessoas que receberam a Turma da Tribo têm elogiado o gibi, mas a primeira resenha veio do escritor e professor Octávio Aragão, um dos grandes nomes da ficção-científica nacional.
Confira abaixo a resenha, publicada na página do Facebook do escritor:
Recebida e degustada a bela homenagem que Gian Danton e Ricardo Manhaesfizeram às BD franco-belgas, Turma da Tribo. Apesar do formatinho (14,7 cm por 21 com) e da encadernação em canoa (dobrada e grampeada), as 28 páginas coloridas cumprem muito bem a função de apresentar a cultura indígena brasileira a um público infantil, com uma história rica em detalhes gráficos (é uma diversão detectar os desenhos polvilhados pelo ilustrador aqui e ali, tanto como composição de cenários, quanto em elementos sígnicos, como penas que funcionam como pontos de exclamação ou motivos indígenas que decoram o título). Apresentando personagens carismáticos e facilmente memorizáveis, Danton apresenta a mesma capacidade em criar situações cheias de ação e, ao mesmo tempo, didáticas, mas sem cansar o leitor, que demonstrou em na série de ficção científica Os Exploradores do Desconhecido, mas sem a seriedade. O humor em Turma da Tribo é efetivo e inteligente, explorando as possibilidades narrativas das HQ e o traço de Manhães, claramente depositário do estilo de Uderzo, Morris e Ibañez. O único senão talvez seja a trama resolvida de maneira muito rápida. Claramente a história merecia mais páginas, e por isso, fico na torcida para que vire uma série, pois tem tudo para agradar.
Confira abaixo a resenha, publicada na página do Facebook do escritor:
Recebida e degustada a bela homenagem que Gian Danton e Ricardo Manhaesfizeram às BD franco-belgas, Turma da Tribo. Apesar do formatinho (14,7 cm por 21 com) e da encadernação em canoa (dobrada e grampeada), as 28 páginas coloridas cumprem muito bem a função de apresentar a cultura indígena brasileira a um público infantil, com uma história rica em detalhes gráficos (é uma diversão detectar os desenhos polvilhados pelo ilustrador aqui e ali, tanto como composição de cenários, quanto em elementos sígnicos, como penas que funcionam como pontos de exclamação ou motivos indígenas que decoram o título). Apresentando personagens carismáticos e facilmente memorizáveis, Danton apresenta a mesma capacidade em criar situações cheias de ação e, ao mesmo tempo, didáticas, mas sem cansar o leitor, que demonstrou em na série de ficção científica Os Exploradores do Desconhecido, mas sem a seriedade. O humor em Turma da Tribo é efetivo e inteligente, explorando as possibilidades narrativas das HQ e o traço de Manhães, claramente depositário do estilo de Uderzo, Morris e Ibañez. O único senão talvez seja a trama resolvida de maneira muito rápida. Claramente a história merecia mais páginas, e por isso, fico na torcida para que vire uma série, pois tem tudo para agradar.
Turma da Tribo Será Destaque no Dia do Quadrinho Nacional em Macapá
A história em quadrinhos Turma da Tribo, criação de Gian
Danton com desenhos de Ricardo Manhães será lançado dia 01 de fevereiro, a
partir das 14 horas, na Biblioteca Pública Elcy Lacerda, como parte das
comemorações do dia do quadrinho nacional em Macapá. O gibi foi um dos projetos
contemplados com o edital de literatura Simãozinho Sonhador, da Secult-AP.
Turma
da Tribo é uma história em quadrinho infantil voltada para temas amazônicos,
como a preservação da floresta. Nela a realidade local, como um jantar à base
de açaí e camarão, se mistura ao traço europeu de Manhães. Repleta de
trocadilhos e palavras regionais, a série também se destaca pelo humor gráfico.
Na
história, os índios Poti, Apoema e Toró encontram uma área de floresta
devastada, com árvores caídas para todos os lados. Logo descobrem que se trata
do plano de um vilão e seus desastrados ajudantes, que pretendem se apoderar de
toda a madeira de lei da reserva. Para impedi-los, o trio contará com a ajuda
de Baquara, o inventor da tribo. Mas a grande ajuda mesmo acaba vindo de um ser
da floresta, o Caipora.
Gian
Danton (pseudônimo do professor universitário Ivan Carlo Andrade de Oliveira) é
roteirista de quadrinhos desde 1989, já tendo trabalhado para diversas editoras
e revistas, entre elas a MAD. Durante anos foi o roteirista de Joe Bennett, com
o qual criou a cultuada HQ Família Titã.
Seu trabalho mais conhecido na área foi o texto da graphic novel em duas
partes Manticore, ganhadora dos prêmios Ângelo Agostini, HQ Mix e Nova. Foi um dos selecionados para o álbum
MSP+50 em homenagem aos 50 anos de carreira
de Maurício de Sousa, para o qual produziu uma versão vintage do
Astronauta, com desenhos de JJ Marreiro. Seu livro Grafipar, a editora que saiu
do eixo, foi indicado este ano para o prêmio HQ Mix na categoria melhor livro
teórico.
Ricardo
manhães é ilustrador e autor de história em quadrinhos. Trabalhando há mais de
14 anos para o mercado europeu de HQ , conta com participações em coleções
importantes do mercado Francês e Belga como “Les Guides en BD” e “Les Foot Furieux”, e também várias
publicações traduzidas para o Holandês. Todos os álbuns publicados, seja solo ou em participações,
somam mais de 160.000 exemplares vendidos na Europa. Em 2010 foi convidado a
fazer sua versão da Turma da Mônica, em estilo Franco-Belga de humor, para o
álbum MSP+50 em homenagem aos 50 anos de carreira de Mauricio de Sousa.
O dia do
quadrinho nacional foi instituído em 1985 para homenagear o desenhista Ângelo
Agostini, que em 30 de janeiro de 1969 publicou a primeira tira do personagem
Nhô Quim, sendo um dos pioneiros mundiais. Desde 1985, 30 de janeiro é o dia do
quadrinho nacional. Em Macapá a data será comemorada só no dia 1 de fevereiro e
incluirá, além do lançamento do gibi Turma da Tribo, palestras e filmes.
sexta-feira, janeiro 24, 2014
quinta-feira, janeiro 23, 2014
Meus livros na Livraria Didática
Olha aí vários trabalhos meus que estão à venda na Livraria Didática (Presidente Vargas, próximo à UEAP).
Cidade sorriso dos mortos-vivos
Cássia Lima
Há muitas maneiras de se aprender com um livro. Uns livros
nos orientam, outros nos confundem. Ainda existem aqueles que nos fazem sorrir
e conhecer lugares no abrir e fechar de páginas. E é assim que termino de ler o
livro Cidade Sorriso dos Mortos-Vivos.
Imagina Curitiba sendo tomada por uma horda de zumbis.
Ninguém sabe ao certo como começou, mas se alastrou muito rapidamente.
Mortos-vivos sedentos por cérebros. A cidade sorriso ficou tomada pela massa
que outrora descansava adormecida. Desde a mais inocente criança esperando o
pai, o salvador nerd, a dançarina da boate, a prostituta, o detetive, um por
um, os que estão dentro e fora de casa se tornam massa. Acontece que os que
descansavam em paz não queriam mais sossego, eles despertaram. Agora os
curitibanos já tem destino traçado ou não...
A linguagem leve nos envolve sem pedir licença. A crítica ao
cotidiano é representada com muito humor, criatividade e informação. Através da
invasão zumbi conhecemos o povo curitibano com toda sua diversidade e
identidade.
Cada história em quadrinho nos dá uma sensação diferente,
passamos pelo medo, dor, amor, heroísmo, ficamos curiosos e sorrimos...Como
sorrimos, Cidade Sorriso dos Mortos-vivos é um livro para decodificar com
descontração. Os 58 artistas que deram vida aos mortos-vivos criaram as mais
incríveis e pitorescas HQs.
O livro elucida de forma elaborada milhares de referências à
cidade curitibana, roteiros poéticos, irônicos, filosóficos, religiosos,
infantis e críticos retratam os piores e melhores pedaços da vida.
Os desenhos estão fantásticos. As mais de 60 HQs revelam
traços de muitos talentos. Podemos acompanhar os mortos-vivos desde linhas
retas até perspectivas e sombreados maravilhosos. Planos detalhes se destacam
ao retratar desde o mais intimo temperamento zumbi até a angústia de ser
devorado por um.
Há histórias para todos os gostos, idades, personalidades,
ideologias. A cidade morta está cheia de zumbis, sejam eles educados,
politicamente corretos, articulados, filosóficos ou agressivos. Mais ainda
restam sobreviventes, resta saber quem eles apoiam.
Neste álbum de HQs nada do fenômeno Zumbi é esquecido, seres
gigantes e bizarros dividem espaço com uma imaginação pra lá de fértil dos
roteiristas. O cotidiano e imprevisibilidade das manifestações de julho são
retratados perfeitamente com sátira e muito pinhão.
O apocalipse zumbi amedronta Curitiba. Movimenta o comércio
de cérebros e nos deixa grunhindo de tanta dica de como se proteger de uma
invasão de mortos-vivos.
Dica: fujam para as araucárias! Porque as colinas já estão
tomadas de Zumbis.
terça-feira, janeiro 21, 2014
Turma da Tribo - pontos de venda
Muita gente tem me perguntado onde comprar a Turma da Tribo. Para quem mora em Macapá, está à venda nas bancas do Dorimar, Civaldo e do Trem, além da Livraria Didática. O preço é R$ 5,00. Para quem não mora em Macapá, é possível comprar via Quadrinhópole, do roteirista Leonardo Melo (https://www.facebook.com/leonardo.melo.100?fref=ts).
segunda-feira, janeiro 20, 2014
Skreemer: a história de um gigante
Existem obras que, pela qualidade visual e literária, transformaram os quadrinhos na nona arte. Um exemplo disso é a minissérie Skreemer, de Peter Milligan (texto) e Brett Ewins (desenho). Os dois produziram uma obra que, embora tenha tido inspiração na literatura, não caberia num livro.
O tutor literário de Milligan é James
Joyce, autor de Ulisses. Foi no livro Finnegan´s Wake que o roteirista se
baseou para escrever sua HQ. Por sua vez, o livro de Joyce é uma referência a
uma canção popular irlandesa, na qual um homem volta do mundo dos mortos após
levar um banho de uísque.
Na história em quadrinhos, os EUA são
dominados por gangues, que governam o país. O maior dos chefões é Sreemer, um
homem frio, atormentado pelo destino.
Quando a história começa, a império de
Skreemer está desmoronando. As outras quadrilhas o cercam, preparando-se para
lançar o ataque final. Mas o gigante não pretende cair. Para isso, ele lançará
sobre a cidade balões com um novo tipo de doença, contra a qual apenas ele tem
a cura. Isso criará a instabilidade necessária para que a era da queda se
perpetue.
Toda a história (seis capítulos) se passa
na meia-hora, no máximo: enquanto espera a concretização de seu plano, Skreemer
se lembra de seu passado. É aí que entra o grande charme de Skreemer: os flash
backs. Fora a meia-hora de espera, todo o resto são lembranças do gangster.
Milligan ainda meteu pelo meio a história
da família Finnegan, cujo patriarca se orgulha de ter o nome ligado a um livro
de James Joyce que, como a vida, andava em círculos e era complicado demais
para se entender.
Essa trama é usada para discutir, entre
outros assunto, o destino, cuja mão implacável parece governar a todos.
Skreemer se torna um MacBeth moderno, um monarca atormentado pelo estigma da
traição e da queda, lutando para romper um futuro que parece inevitável.
Mais que uma boa história em quadrinhos,
Skreemer é um exemplo de como os quadrinhos superam, em alguns sentidos, até
mesmo a literatura. A alternância entre cenas do presente e do passado é feita
através de mudanças de coloração (opaca nos flash backs). Texto e desenho se
unem para transmitir uma mensagem que permite várias leituras.
sexta-feira, janeiro 17, 2014
quarta-feira, janeiro 08, 2014
O breve verbo
Quando criança, o quadrinista Antonio Eder odiava as aulas de português. A solução para começar a gostar de nosso idioma veio na forma de curiosidades e jogos verbais. Com o tempo ele foi colecionando centenas de trocadilhos, jogos de palavras e piadas de duplo sentido, que foram reunidos no álbum O breve verbo, publicado pela editora Ocelote.
Como há um verdadeiro preconceito por parte do meio acadêmico com relação ao assunto, a bibliografia é ínfima (ele recolheu exemplos até em livros de piadas) e seu álbum se torna leitura obrigatória para qualquer um que se interesse pelo assunto. Entre as curiosidades, os palíndromos, palavras ou frases que podem ser lidos em mais de um sentido, como o famoso "Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos" (Aliás, quem possui fobia de palíndromos, sofre de aibofobia, e claro, deve evitar esse livro).
Também curiosos os casos em que a mudança de pontuação muda completamente o sentido da frase, como em "Executar não perdoar", que pode condenar alguém se a vírgula estiver antes do não, ou perdoá-la, se a vírgula estiver depois. Enfim, uma leitura divertida, que se torna ainda mais divertida graças ao traço cômico de Antonio Eder.
Como há um verdadeiro preconceito por parte do meio acadêmico com relação ao assunto, a bibliografia é ínfima (ele recolheu exemplos até em livros de piadas) e seu álbum se torna leitura obrigatória para qualquer um que se interesse pelo assunto. Entre as curiosidades, os palíndromos, palavras ou frases que podem ser lidos em mais de um sentido, como o famoso "Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos" (Aliás, quem possui fobia de palíndromos, sofre de aibofobia, e claro, deve evitar esse livro).
Também curiosos os casos em que a mudança de pontuação muda completamente o sentido da frase, como em "Executar não perdoar", que pode condenar alguém se a vírgula estiver antes do não, ou perdoá-la, se a vírgula estiver depois. Enfim, uma leitura divertida, que se torna ainda mais divertida graças ao traço cômico de Antonio Eder.
terça-feira, janeiro 07, 2014
Exploradores do Desconhecido
Já tem capítulo novo no blog dos Exploradores do Desconhecido. Para conferir, clique aqui.
Para quem não conhece, Exploradores do Desconhecido é uma webcomics com roteiro meu e desenhos de Jean Okada considerada uma das mais importantes histórias em quadrinhos de ficção científica do Brasil.
Segundo o site Contraversão, "A webcomic tem aquele cheirinho de nostalgia das antigas tiras de “Flash Gordon“ e dos episódios de “Jornada nas Estrelas“ que todo fã de sci-fi adora".
Para quem não conhece, Exploradores do Desconhecido é uma webcomics com roteiro meu e desenhos de Jean Okada considerada uma das mais importantes histórias em quadrinhos de ficção científica do Brasil.
Segundo o site Contraversão, "A webcomic tem aquele cheirinho de nostalgia das antigas tiras de “Flash Gordon“ e dos episódios de “Jornada nas Estrelas“ que todo fã de sci-fi adora".
A Jornada do Herói: os 12 passos de Campbell
Olá, leitor
assíduo desta coluna (já posso te chamar de assíduo? rs). Está pronto para
conhecer um pouco mais sobre a escrita de ficção fantástica, onde, não raro,
temos um protagonista que passa por diversos obstáculos?
Como
prometido na semana passada, o assunto de hoje será:
– A Jornada
do Herói: os 12 passos de Campbell.
A Jornada do Herói". Você já
conhecia essa expressão? É nada mais nada menos do que uma convenção, um
paradigma literário identificado em diversas narrativas e que, diga-se de
passagem, tem funcionado muito bem na ficção fantástica, pois auxilia muitos
escritores na construção de uma trama emocionalmente, envolvente e verossímil.
O conflito e o desafio do heroi
O motor de qualquer história em quadrinhos é o conflito. Os conflitos são as dificuldades encontradas pelo personagem principal para conseguir seus objetivos. Sem conflito, a história vira uma chatice só.
Imagine a seguinte situação: um grupo de jovens vai fazer um passeio pelo shopping. Saem de casa, divertem-se, voltam para casa em segurança. Pode ser um final feliz, mas não é uma boa trama. O que era para ser uma aventura virou um simples passeio pela ausência de conflito.
O ideal é que o desafio seja tão grande que o leitor acredite piamente que o protagonista não irá conseguir superá-lo. Exemplo disso é a história de Davi e Golias. Quem poderia imaginar que o franzino Davi poderia vencer o gigante Golias? Mas o heroi consegue superar o desafio por maior que ele seja, graças à sua inteligência ou força de vontade.
O desafio costuma ser tão difícil, tão assustador, que, na jornada do herói (esquema criado por Joseph Campbell no livro O heroi de mil faces), o terceiro passo costuma ser a recusa ao chamado. O herói hesita, diante do desafio gigantesco. Ou amigos e familiares tentam convencê-lo a desistir. Por essa razão, quase sempre o protagonista entra na história contra a vontade. Peter Parker, a princípio, pensa em usar seus poderes para ganhar dinheiro. Luke é forçado a entrar na jornada contra o império. Tony Stark só se torna o Homem de Ferro para salvar sua vida.
Quanto maior o desafio, quanto maior a dificuldade encontrada pelo protagonista, maior será o seu triunfo no final, e, portanto, maior a catarse, pois o triunfo do heroi é também o triunfo do leitor.
Exemplo perfeito disso é a história do Homem-aranha publicada na revista Spiderman 33, a obra-prima da dupla Stan Lee e Steve Ditko. Nela, tia May está no hospital e o heroi precisa levar um preparado químico que irá salvá-la. Mas ele acaba preso no meio de um monte de escombros e ferragens.
Em uma sequência fenomenal de três páginas, o aracnídeo tenta se livrar das ferragens. Ele tenta, desiste, tenta de novo. Os escombros são muitos e o desafio parece estar muito além de suas forças. Mas no final, motivado pela necessidade de salvar a tia, ele triunfa. O texto diz algo como "Qualquer um pode vencer um desafio menor. O valor está em superar grandes provocações".
Ou seja: uma aula de roteiro.
Imagine a seguinte situação: um grupo de jovens vai fazer um passeio pelo shopping. Saem de casa, divertem-se, voltam para casa em segurança. Pode ser um final feliz, mas não é uma boa trama. O que era para ser uma aventura virou um simples passeio pela ausência de conflito.
O ideal é que o desafio seja tão grande que o leitor acredite piamente que o protagonista não irá conseguir superá-lo. Exemplo disso é a história de Davi e Golias. Quem poderia imaginar que o franzino Davi poderia vencer o gigante Golias? Mas o heroi consegue superar o desafio por maior que ele seja, graças à sua inteligência ou força de vontade.
O desafio costuma ser tão difícil, tão assustador, que, na jornada do herói (esquema criado por Joseph Campbell no livro O heroi de mil faces), o terceiro passo costuma ser a recusa ao chamado. O herói hesita, diante do desafio gigantesco. Ou amigos e familiares tentam convencê-lo a desistir. Por essa razão, quase sempre o protagonista entra na história contra a vontade. Peter Parker, a princípio, pensa em usar seus poderes para ganhar dinheiro. Luke é forçado a entrar na jornada contra o império. Tony Stark só se torna o Homem de Ferro para salvar sua vida.
Quanto maior o desafio, quanto maior a dificuldade encontrada pelo protagonista, maior será o seu triunfo no final, e, portanto, maior a catarse, pois o triunfo do heroi é também o triunfo do leitor.
Exemplo perfeito disso é a história do Homem-aranha publicada na revista Spiderman 33, a obra-prima da dupla Stan Lee e Steve Ditko. Nela, tia May está no hospital e o heroi precisa levar um preparado químico que irá salvá-la. Mas ele acaba preso no meio de um monte de escombros e ferragens.
Em uma sequência fenomenal de três páginas, o aracnídeo tenta se livrar das ferragens. Ele tenta, desiste, tenta de novo. Os escombros são muitos e o desafio parece estar muito além de suas forças. Mas no final, motivado pela necessidade de salvar a tia, ele triunfa. O texto diz algo como "Qualquer um pode vencer um desafio menor. O valor está em superar grandes provocações".
Ou seja: uma aula de roteiro.
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