quarta-feira, dezembro 07, 2016
Linguagem binária
Para visualizar a noção de que a quantidade de informações
está relacionada à multiplicidade de possibilidades de respostas (variedade),
imagine que os quadrados abaixo são caixas, uma das quais está cheia de
bombons. A outra, vazia. Você é desafiado a descobrir qual das duas está cheia
de guloseimas, e deve fazer perguntas cujas sejam sim ou não.
A
|
B
|
Vamos
imaginar que você pergunte: é a A? A resposta pode ser sim ou não.
Nesse
caso, a informação é dada entre duas respostas possíveis do tipo sim ou não. É
um bit. Trata-se do que ocorre, por exemplo, com o interruptor de luz, que só
permite duas possibilidades de mensagens: aceso/apagado.
A
descoberta da caixa premiada teria muito mais informação se as possibilidades
fossem quatro, pois a incerteza seria maior.
A
|
B
|
C
|
D
|
A
quantidade de informação dobraria no caso abaixo.
A
|
B
|
C
|
D
|
E
|
F
|
G
|
H
|
Agora a
resposta correta seria uma entre oito possibilidades.
Para descobrir qual é a caixa premiada, o
concorrente poderia fazer perguntas do tipo sim/não (bit). Como atacar o
problema?
Uma
possibilidade seria ir perguntando em seqüência:
É o A?
É o B?
É o C?
Esse
método, no entanto, se revelaria desgastante se a resposta correta fosse o H.
Seriam necessárias sete perguntas para descobrir a solução.
Imaginemos,
no entanto, que só sejam permitidas três perguntas. A Teoria da Informação
propôs uma fórmula otimizada para se chegar à solução. Bastaria dividir o
conjunto em dois grupos: A-D e E-F.
Assim,
a primeira pergunta seria:
A caixa
premiada está no conjunto A-D?
Resposta:
Não.
Conclui-se
que a caixa está no conjunto E-H. A segunda pergunta dividiria o conjunto em
dois grupos (bits):
A caixa
está no conjunto E-F?
Resposta:
Sim.
A
pergunta seguinte seria simples. Afinal, a caixa só pode ser E ou F.
Basta
indagar:
É o F?
Se a
resposta for sim, F é a premiada. Se for não, será a E.
Foram
necessárias três perguntas para se chegar à solução, portanto a resposta teria
três bits.
Utilizando-se
desse método, a teoria da informação conseguiu calcular a quantidade de
informação em cada mensagem. A linguagem binária tornou possível os
computadores.
Para
transmitir uma mensagem ao computador, devemos codifica-la em conjuntos do tipo
sim ou não em que 1 seria sim e 0 seria não.
O
número 9 em código binário fica: 1001.
Para
transmitir ao computador a imagem de um círculo basta montar uma tabela com
diversos quadrados. O sim representa o quadrado preenchido e o não o vazio.
Quanto maior a quantidade de quadrados, maior a resolução e maior a quantidade
de bits.
Marketing, que bicho é esse?
Philiph Kotler, o papa do marketing
e o principal autor dessa área, escreveu certa vez: “Marketing é a atividade
humana voltada para a satisfação das necessidades e desejos do consumidor
através de um processo de troca”.
Vamos analisar essa definição.
Kotler fala em necessidades e
desejos. Todo mundo tem necessidades. Todo mundo precisa comer, beber,
dormir... e todo mundo tem necessidade de coisas um pouco mais abstratas, como
proteção, reconhecimento, status, autorrealização.
Essas
necessidades não foram criadas pelo marketing, mas são usadas por ele para
vender produtos. Quando um fabricante vende um colchão, ele não está vendendo
uma armação de pano e algodão. Ele está vendendo a satisfação da necessidade de
sono. Da mesma forma, quem vende grades não está vendendo um amontoado de
metal, está vendendo segurança.
Todo
produto de sucesso está associado a uma necessidade. Por exemplo: um time de
futebol. Qual a necessidade que ele satisfaz? Você consegue imaginar? Para
começar, o esporte trabalha a necessidade de relacionamento, pois as pessoas
vão para o clube e acabam conhecendo outras pessoas. Muitas amizades começam
com a pergunta: “Para que time você torce?”
Além
disso, quando o time ganha, o torcedor se sente também um vitorioso. Está sendo
satisfeita aí a necessidade de ser um ganhador. Não é à toa que, quando o time
perde, o torcedor sente-se frustrado: afinal, a necessidade de vitória não foi
satisfeita...
Kotler
também fala de consumidor. Saber quem é o seu cliente é essencial, caso queira
vender algo a ele. Na verdade, no marketing esse é o personagem principal. Tudo
gira ao redor dele, tudo é feito para satisfazê-lo.
Portanto,
produto é tudo aquilo que satisfaz uma necessidade. Uma pedra não é um produto,
mas se ela for usada para satisfazer uma necessidade, ela se torna um produto.
Finalmente,
Kotler explica que o marketing se dá por meio de um processo de troca. Só a
necessidade e o produto não definem o marketing. Uma pessoa diante de uma
necessidade (vamos dizer que ela esteja com fome) pode optar pelas seguintes
alternativas:
Autoprodução
– ela pode produzir a própria comida, seja pescando, colhendo frutas, seja
caçando. Não há interação, já que a pessoa satisfaz a própria necessidade.
Coerção
– essa é uma palavra bonita para roubo. A pessoa simplesmente se apropria da
comida de outro. Isso não é marketing, pois só uma das partes é beneficiada.
Súplica
– essa é uma opção mais civilizada que o roubo, mas ainda assim não é marketing.
Não há nenhuma troca real envolvida e só o que o produtor recebe é a gratidão
de quem recebeu a comida.
Finalmente,
há a troca. Nesse caso, o produtor tem algo que o consumidor precisa (no caso,
comida) e o consumidor tem algo que o produtor quer (dinheiro, provavelmente).
A
maioria das necessidades pode ser encaixada numa escala, a chamada hierarquia
das necessidades de Maslow. Para esse psicólogo
norte-americano, existem necessidades básicas, que devem ser satisfeitas antes
de se passar às necessidades mais elaboradas. Uma pessoa com fome, por exemplo,
não pensa em status.
Quanto mais sobe na pirâmide das necessidades mais valor tem
esse produto.
Uma
colher, por exemplo, satisfaz a necessidade fisiológica de fome, pois ajuda a
pessoa a comer. Mas uma colher de ouro satisfaz a necessidade de status. Um
copo d’água é barato porque satisfaz apenas a sede, mas um copo d’água Perrier satisfaz a necessidade de status, por isso é
caríssimo.
terça-feira, dezembro 06, 2016
Neste natal, dê livros de presente
Informamos ao nosso distinto público que se encontra à venda o livro Francisco Iwerten - A Biografia de uma Lenda ao preço promocional de 15 reais apenas até o início do ano. Aproveite o clima natalino para presentear seus amigos com essa maravilhosa biografia. Interessados, favor contatar o senhor Gian Danton através do e-mail profivancarlo@gmail.com e mencionar este anúncio.
Algumas Considerações sobre Mario Bava
Em 1961, eu era gerente e programador do Cine Centenário, um dos cinemas da elite de Ribeirão Preto, na época já uma das cidades mais importantes do interior do estado de São Paulo.
Certo dia, chegou às minhas mãos o cartaz e algumas fotos em tamanho gigante do filme La Maschera del Demonio.
Uma das coisas que me chamaram a atenção foi que se tratava de um filme de Horror italiano. Isso não era nada comum, na época. Até então, a Itália só tinha produzido uma única película de Horror: Os Vampiros, que aqui no Brasil não teve repercussão alguma. No que se refere ao cinema italiano, o que predominava eram as fitas dirigidas por Antonioni, Fellini, Pietro Germi, Vittorio De Sica, Giuseppe De Santis, Alesandro Blasetti, Mario Monicelli, Dino Risi, Alberto Lattuada, Mario Soldati, Roberto Rossellini e, entre outros, Luchino Visconti (ele dirigiu um clássico do Cinema: Noites Brancas, estrelado por Marcello Mastroianni e Maria Schell. É um poema cinematográfico, com cenas que tocam no fundo de nossa alma). Leia mais
Chocolate Wonka
Wonka é uma marca de chocolate inspirada no filme “A Fantástica Fábrica de Chocolate”, (dirigido por Mel Stuart, com Gene Wilder no papel principal), de 1971.
Nele, um excêntrico milionário dono de uma fábrica de chocolate promove um concurso, vencido por um grupo de crianças, que dava acesso à misteriosa, mágica e fantástica fábrica de chocolate, onde segredos bizarros da fabricação do produto estavam até então trancafiados a sete chaves.
A produção cinematográfica, que custou US$ 3 milhões, foi quase totalmente financiada pela empresa Quaker Oats, mais conhecida por sua aveia, que resolveu, como forma de promover o filme, lançar no mercado barras de chocolate ao leite com a marca WONKA. Devido a um erro na formulação, o chocolate derretia na prateleira, o que transformou o produto num fracasso.
Em
De carona no novo filme, a Nestlé americana lançou, em junho, uma campanha semelhante à promovida por Willy Wonka na literatura e no cinema. Cinco tíquetes de ouro, os Golden Tickets, foram distribuídos nas barras, com direito a prêmios em produtos estimados em US$ 10 mil.
Com o filme e a promoção, a marca foi reposicionada e lançada internacionalmente, com grande sucesso. Curiosamente, no Brasil, onde o chocolate é produzido, é quase impossível encontrá-lo.
Lobo Solitário - como será a capa
A editora Panini divulgou ontem como será a capa da nova edição do clássico Lobo Solitário.
A capa principal terá ilustrações dos artistas da Dark Horse
A quarta capa (Contra-capa) terá ilustrações originais de Goseki Kojima
Lobo Solitário 1
de Kazuo Koike e Goseki Kojima
Série bimestral. Finalizada no Japão com 28 volumes.
Formato 13,7x20 cm, 288 páginas, R$ 18,90.
A informação
Parte essencial da
cibernética, o estudo da informação foi consagrado pela Teoria da Informação
(T.I).
A T.I.
foi criada pelo matemático norte-americano Claude Shannon para resolver
problemas técnicos de transmissão de informação.
Os
engenheiros da época acreditavam que era apenas uma questão de tecnologia
conseguir transmitir uma maior quantidade de mensagens telegráficas com maior
rapidez. Shannon demonstrou que cada canal tem uma velocidade e uma quantidade
limite de informações transmitidas. A partir de um certo ponto, a mensagem
começa a ser dominada por ruídos que prejudicam a recepção.
Shannon
também tornou possível a construção de computadores digitais ao substituir o
sistema decimal pelo sistema binário. Ele foi, provavelmente, o primeiro
pesquisador a tentar uma definição científica do conceito de informação:
“Informação é uma redução da incerteza, oferecida quando se obtém resposta a
uma pergunta”. (apud Epstein, teoria da informação, 35)
Vamos
imaginar uma situação. Dois candidatos A e B estão disputando uma eleição.
O
eleitor não sabe quem é o vencedor e liga o rádio para obter essa informação.Se
o locutor dissesse: “O Vencedor foi A ou B”, a mensagem seria totalmente
redundante, pois o ouvinte já sabe que o vencedor foi um dos dois concorrentes.
A
mensagem “A venceu” seria informação, pois diminui a incerteza do receptor.
Entretanto,
só há informação quando ocorre variedade de possibilidades. Quanto maior a
quantidade de respostas possíveis, maior a quantidade de informação.
Se a
eleição tiver um único concorrente, digamos A, a mensagem “A venceu não teria
qualquer informação”.
Por
outro lado, se houvessem três candidatos com chance real de se eleger, a
mensagem “A venceu” seria mais informativa.
Quanto
maior a quantidade de possibilidades, maior a dúvida e, portanto, maior a
quantidade de informação da mensagem “A venceu”.
Imaginemos
que a mensagem seja “A, B e C empataram”. Essa notícia teria muito mais
informação do que “A venceu”, pois é muito improvável que três candidatos
tenham exatamente o mesmo número de votos.
Quanto
mais improvável um acontecimento, mais informação ele tem.
A
mensagem “Há um elefante nas florestas da Índia” tem pouquíssima informação,
pois há uma grande probabilidade de haver elefantes nas selvas indianas.
Entretanto,
a mensagem “Há um elefante solta na Avenida Paulista” tem alta carga de
informação, pois a chance de isso acontecer é mínima.
A idéia
de informação está sempre ligada a algo diferente, improvável, fora do normal.
O Homem-animal
Homem-animal foi um
super-herói secundário criado na década de 1960 na revista Strange Adventures.
Depois de criado, passou anos no limbo até ser resgatado e se tornar um dos
quadrinhos mais importantes e revolucionários da década de 1980. O responsável
por isso foi um escritor escocês denominado Grant Morrison.
Morrison foi para a DC em
1987. Na época, Alan Moore havia transformado o Monstro do Pântano de uma
revista prestes a ser cancelada em um campeão de público e crítica. E a DC despachou
editores para a Grã-Bretanha em busca de outros talentos no que viria a ser
conhecida como invasão britânica dos comics americanos.
Morrisson, que já vinha se
destacando por alguns trabalhos inovadores, como Zenith, foi um dos convidados,
mas não tinha a menor ideia de que personagem pegar. A DC não pretendia colocar
suas galinhas dos ovos de ouro, como Super-homem e Batman nas mãos de
desconhecidos, então só restavam os secundários.
Morrison lembrou-se do
Homem-animal, um herói desconhecido e pouco explorado e percebeu que havia
potencial ali. E bolou a história de um super-herói de terceira, casado, com
filhos, desempregado, que se envolve na defesa dos direitos dos animais.
Na primeira saga, o herói é
chamado pelo diretor de um instituto de pesquisas para investigar uma invasão e
acaba descobrindo que no local são feitas experiências científicas cruéis com
animais.
O trabalho revolucionário de
Morrison na série já ficava óbvio no início do terceiro número quando o herói,
após perder o braço, consegue acessar uma minhoca e usar sua habilidade de
regeneração para fazer nascer um novo braço. Ali ficava claro que a abordagem
da série seria totalmente radical e original.
A ideia era fazer uma
minissérie em quatro capítulos, mas os editores gostaram do resultado e pediram
que a história fosse transformada em uma revista mensal.
Morrison não sabia o que
fazer e foi salvo por uma história singela, mas revolucionária, que marcou os
quadrinhos da época: O evangelho do Coiote.
A história mostrava o Coiote
das histórias do Papa-léguas caindo no deserto e sendo perseguido por um
caminhoneiro que acredita que ele é um demônio. Como nos desenhos animados,
nada é capaz de matá-lo, nem mesmo tiros, pedras imensas ou quedas. Mas ele
sofre cada pseudo-morte, cada dor.
No final, o Coiote entrega
ao herói um manuscrito, o “Evangelho segundo o Ardiloso” (ou o Evangelho do
Coiote). O que se segue é uma narrativa de fábula sobre um mundo de desenho
animado, em que animais matavam animais em mortes cruéis e sem sentido.
Cansado disso, o Coiote vai
até Deus, representado como um desenhista. “Deus” decide que manterá os animais
em paz, mas em punição o Coiote será transportado para nossa realidade, onde
deveria morrer de formas terríveis e dolorosas e sempre voltar. O final,
igualmente metalinguístico, mostrava uma mão pintando o último quadro.
A história foi
revolucionária ao mesclar o contexto realista comum na época (as mortes do
coiote são descritas de maneira extremamente detalhada) com a metalinguagem.
Isso, em conjunto com a
questão da defesa dos animais, deu o tom da série e transformou o antes
desconhecido Homem-animal em um dos heróis mais queridos da DC Comics
(contribuiu também as fantásticas capas de Brian Bolland para a revista).
segunda-feira, dezembro 05, 2016
Morre Van Williams, ator de ‘O Besouro Verde’
Van Williams faleceu no dia 28 de novembro, mas a informação somente foi divulgada hoje, dia 5 de dezembro. Williams tinha 82 anos de idade e morreu vítima de falha renal. Segundo sua esposa à imprensa americana, desde os 25 anos, Williams tinha apenas um rim. Leia mais
O anjo da morte e Black Mirror
O episódio San Junipero, da terceira temporada de Black Mirror, mostra uma realidade em que pessoas mortas transfem sua consciência para um mundo virtual (o tal San Junipero do título).
O episódio, um dos melhores da série, guarda muitas semelhanças com a minha noveleta O anjo da morte, escrito por mim e publicado em 2002 pela editora Hiperespaço.
Na história, antes de morrer pessoas transferem sua consciência para o ciberspaço. Mas há hackers, os anjos da morte, que entram nesses ambientes com o único objetivo de destruir esses avatares usando vírus.
Para quem ficou curioso, é possível baixar o PDF do livro clicando aqui.
O episódio, um dos melhores da série, guarda muitas semelhanças com a minha noveleta O anjo da morte, escrito por mim e publicado em 2002 pela editora Hiperespaço.
Na história, antes de morrer pessoas transferem sua consciência para o ciberspaço. Mas há hackers, os anjos da morte, que entram nesses ambientes com o único objetivo de destruir esses avatares usando vírus.
Para quem ficou curioso, é possível baixar o PDF do livro clicando aqui.
Gian Danton comenta A Insólita Família Titã, álbum da Opera Graphica
No inicio da década de 1990, o desenhista Joe Bennett ainda não tinha iniciado sua vasta produção para o mercado norte-americano de super-heróis, no qual atuaria com personagens como Batman, Homem-Aranha, Thor e tantos outros. Ele ainda assinava seus trabalhos como Bené Nascimento.
Na época, um segmento que andava em alta era o de quadrinhos eróticos, e Bené tinha total liberdade de criação para realizar seus trabalhos para a Editora Sampa. Foi nessa fase que ele, em parceria com o escritor Gian Danton, produziu diversas HQs focadas no horror e na fantasia.
A Insólita Família Titã (128 páginas, preço não divulgado) foi publicada nessa época, e ganhou muitos fãs, além de ter conquistado novos adeptos a partir do ano 2000, quando foi difundida na Internet. Leia mais
Ps: Ainda tenho exemplares pessoais para venda. Se tiver interesse, mande e-mail para: profivancarlo@gmail.com. Preço promocional até o início do ano.
Elektra Assassina e O Evangelho Segundo Lobo são mais dois relançamentos da Panini neste final de ano
O Universo HQ noticiou recentemente o lançamento de Ronin – Edição Definitiva, pela Panini Comics. Mas essa não é a única novidade da editora para este final de ano. Outros destaques foram preparados para a Comic Con Experience, evento que acontece entre os dias 1 e 4 de dezembro, na São Paulo Expo.
Elektra Assassina (formato 17 x 26 cm, 264 páginas, capa dura, R$ 68,00), clássica história da personagem que, assim como Ronin, foi escrita por Frank Miller. A obra conta ainda com arte de Bill Sienkiewicz, outro artista com presença confirmada na CCXP. Leia mais
domingo, dezembro 04, 2016
Suicídio de garota vítima de ciberbullying comove Canadá
O suicídio de uma jovem canadense de 15 anos vítima de bullying online comoveu o país e motivou homenagens em várias partes do mundo. Amanda Todd foi encontrada morta em sua casa na quarta-feira passada um mês depois de postar um vídeo no Youtube em que contava sua história e pedia ajuda. Leia mais
Pseudônimo e falsidade ideológica
Por usar pseudônimo é muito comum que haters me acusem de falsidade ideológicas. Segundo eles, por usar pseudônimo eu estaria cometendo um crime.
Ocorre que pseudônimo não tem relação nenhuma com falsidade ideológica.
Falsidade ideológica é tipificada como crime no Código Penal:
“Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”.
Rodrigo Picon, em artigo no site Jus Navegandi, explica que a falsidade ideológica só se caracteriza na adulteração de documento oficial, com objetivo de prejudicar outrem ou conseguir vantagens: “Para se configurar o crime do art. 299 não basta tão somente o agente alegar fato diverso da realidade ou omiti-lo. É necessário que isso ocorra em um documento, seja público ou particular. E tem que haver o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Não é necessário que ocorra esse fim, bastando o seu ensejo – por se tratar, o crime em comento, de crime transcendental. Na ausência de qualquer destes requisitos, não poderá o agente incorrer nas iras do preceito secundário do art. 299 supramencionado”.
Portanto, pseudônimo não é falsidade ideológica. É um recurso muito usado em literatura e quadrinhos. Só para citar dois exemplos, Stan Lee e Jack Kirby são pseudônimos.
Aliás, um dos maiores escritores do século XX usava pseudônimo. Sim, George Orwell era o pseudônimo do inglês Eric Blair.
Black mirror e o ódio nas redes sociais
O episódio "Odiados pela nação", último da terceira temporada de Black Mirror é um dos mais impactantes da série.
Outros episódios já haviam discutido comportamentos das pessoas nas redes sociais, como o fetiche por fotografar e filmar pessoas mortas, acidentes etc, no episódio "Urso branco". Mas "Odiados pela nação" vai além.
E se o ódio que você destila nas redes sociais tivesse consequências reais? E se quando você digitasse morte a fulano, ela realmente morresse? Os assassinatos no episódio acabam se transformando numa metáfora para todas as consequências psicológicas do ódio na internet.
"Odiados pela nação" é uma reflexão mais que necessária.
A Chegada e a mensagem contra o ódio
Ótimo filme, que lembra muito tanto Contato quanto O dia em que a terra parou. Focado principalmente na lingústica, o filme também traz ótimas abordagens sobre Teoria dos jogos e física.
Mas principalmente traz uma mensagem de união, uma mensagem em favor de jogos de soma dois, em que todos ganham.
Numa época como esta, em que odiar virou um esporte mundial e principalmente nacional, em que o ódio se sobrepõe a tudo, em que mais e mais pessoas vivem apenas para odiar, em que mensagens de ódio se tornam mais importantes que qualquer outra mensagem, esse é um filme relevante.
Direto da estante - Jornal da BD
Jornal português que publicava o melhor do quadrinho franco-belga. Difícil escolher o que era melhor na publicação.
Seja a favor da vida...
... adote uma criança.
Há muitas crianças em situação de risco social, na rua. Crianças que poderiam ser médicos, escritores, cientistas, mas que, pela situação em vivem, vão acabar se transformando em bandidos.
Clique aqui e conheça o site Padrinho Nota 10, que orienta processos de adoção, trabalhos voluntários em orfanato etc.
E lembrando que nem sempre a ajuda se limita à adoção. Há muitas formas de ajudar.
Vale lembrar a história de Roberto Carlos Ramos, menino de rua que foi adotado e se tornou um dos mais importantes contadores de história do Brasil e do mundo.
Nós temos em casa duas pessoas que consideramos filhos. Não vou descrever suas histórias aqui para não expô-los. Mas são duas pessoas que consideramos como filhos. E em nenhum dos casos foi fácil: a casa era pequena, dificuldades financeiras, todo tipo de dificuldade. Mas mesmo assim acolhemos essas pessoas.
Vejo muita gente com mil e uma desculpas: amanhã eu ajudo, hoje eu não posso. Talvez quando eu tiver uma casa maior, talvez quando eu ganhar aquela promoção, talvez quando meus filhos estiverem mais velhos.
E não é apenas adoção: há muitas e muitas formas de ajudar crianças em situação de risco social.
Quem sabe, ao ajudar uma dessas crianças, você não estará ajudando um futuro Bethoven? Um cientista que vai descobrir a cura do câncer?
Discursos vazios não ajudam ninguém. Faça algo real. Ajude uma criança em situação de risco.
Há muitas crianças em situação de risco social, na rua. Crianças que poderiam ser médicos, escritores, cientistas, mas que, pela situação em vivem, vão acabar se transformando em bandidos.
Clique aqui e conheça o site Padrinho Nota 10, que orienta processos de adoção, trabalhos voluntários em orfanato etc.
E lembrando que nem sempre a ajuda se limita à adoção. Há muitas formas de ajudar.
Vale lembrar a história de Roberto Carlos Ramos, menino de rua que foi adotado e se tornou um dos mais importantes contadores de história do Brasil e do mundo.
Nós temos em casa duas pessoas que consideramos filhos. Não vou descrever suas histórias aqui para não expô-los. Mas são duas pessoas que consideramos como filhos. E em nenhum dos casos foi fácil: a casa era pequena, dificuldades financeiras, todo tipo de dificuldade. Mas mesmo assim acolhemos essas pessoas.
Vejo muita gente com mil e uma desculpas: amanhã eu ajudo, hoje eu não posso. Talvez quando eu tiver uma casa maior, talvez quando eu ganhar aquela promoção, talvez quando meus filhos estiverem mais velhos.
E não é apenas adoção: há muitas e muitas formas de ajudar crianças em situação de risco social.
Quem sabe, ao ajudar uma dessas crianças, você não estará ajudando um futuro Bethoven? Um cientista que vai descobrir a cura do câncer?
Discursos vazios não ajudam ninguém. Faça algo real. Ajude uma criança em situação de risco.
sábado, dezembro 03, 2016
O Demolidor de Frank Miller
No final dos anos 1970 a
revista do Demolidor não ia muito bem das pernas e corria o risco de ser
cancelada.
O personagem surgira em
1964, como um favor de Stan Lee para Bill Everett. Everett havia criado o
Namor, na década de 1940, mas na época estava desempregado. Lee resolveu criar
um herói para que ele desenhasse. Na época o roteirista havia percebido que dar
ao protagonista um defeito o tornava popular e lembrou-se que lera sobre
pessoas com cegueira que desenvolviam os outros sentidos. Estava aí a ideia: um
herói cego, mas com super-sentidos!
O nome Daredevil surgiu de
um personagem da era de ouro que não estava publicado. O visual do personagem
foi sugerido por Jack Kirby: uma roupa colante vermelha e amarela.
Infelizmente, Everett só deu
conta de desenhar o primeiro número, sendo substituído a partir do número dois
por Joe Orlando, até por Wallace Woody assumir o título, numa das fases mais
aclamadas. Uma das inovações de Woody foi o uniforme totalmente vermelho, que
caiu nas graças do público. Depois dele entrou John Romita Jr, que abandonou o
título para desenhar o Homem-aranha e dar ao personagem a sua cara moderna.
Depois veio Gene Colan, dono de um traço dinâmico, que desenhou o herói 1966 a
1973.
Passada essa fase inicial,
divertida e inspirada, o público foi aos poucos perdendo interesse pelo
personagem cego e nem mesmo a constante troca da equipe criativa conseguia
alavancar as vendas do Homem sem medo. A revista, que era mensal, virou
bimestral e corria sério risco de ser cancelada.
Foi quando um novo
desenhista foi colocado no título, em 1979. Seu nome: Frank Miller. Miller
começou apenas desenhando a partir dos roteiros de Roger Mackenzie. Miller dava
cada vez mais ideias para as histórias, até que acabou assumindo os roteiros e
os desenhos. Foi quando a revista, que estava para ser cancelada, acabou se
tornando um dos maiores sucessos da Marvel no final dos anos 1970 e início dos
1980.
Miller afastou o Demolidor
dos padrões dos super-heróis, aproximando-o do gênero policial “noir”, com
nítida influência de Will Eisner, criador do Spirit. Além disso, sua
diagramação era absolutamente revolucionária, muito inspirada no trabalho de
Bernard Krigstein, desenhista que fez seus principais trabalhos para a EC
Comics. Com Miller, um único quadro se dividia em vários, dando de fato, a
impressão de movimento. Havia quadros verticais, sequências de quadros
horizontais e vários outros recursos que dinamizavam as páginas de uma maneira
que nunca havia sido feito antes.
Além disso, Miller soube
desenvolver o personagem. Stan Lee havia criado o Demolidor como um herói
bidimensional, pois tinha a fraqueza de ser cego. Miller tornou-o tridimensional
e atormentado. Afinal, ele era um advogado que atuava além dos limites da lei.
Era alguém que havia vencido na vida graças às imposições do pai, que o
obrigara a estudar, mas também odiava o pai por essa mesma razão. Essa
dubiedade se estendeu até mesmo à sua grande paixão. Matt Murdock é apaixonado
por Elektra, uma assassina profissional.
Os vilões também se
transformaram. O Rei do Crime, que antes era quase humorístico (no Brasil era
chamado de O Careca quando aparecia nas histórias do Homem-aranha) tornou-se um
mafioso frio e calculista capaz de tudo para manter seu poder. Mas também o
vilão é tridimensional: sua frieza racional e sanguinária é contrabalanceada
por sua paixão pela esposa, pelo qual ele seria capaz de qualquer coisa.
Todos esses elementos
transformaram o Demolidor de Frank Miller uma das séries mais revolucionárias
da época. Miller, depois de deixar a Marvel e ir para a DC, onde faria algumas
das melhores histórias do Batman, voltou para a Marvel e fez mais duas
histórias antológicas do personagem: Demolidor, o homem sem medo (que reconta a
origem do personagem com traços de John Romita JR e All Wiliamson) e A queda de
Matt Mudock (com desenhos de David Mazzuchelli), provavelmente a obra
definitiva sobre o personagem.
sexta-feira, dezembro 02, 2016
Zona do Crepúsculo é destaca de capa do Correio do Cidadão
O jornal Correio do Cidadão, de Guarapuava deu destaque de capa à edição da Calafrio que reunirá pela primeira vez clássica série Zona do Crepúsculo, escrita por mim e desenhada por Bené Nascimento - essa série foi originalmente publicada em capítulos na mesma revista, na década de 1990. Clique aqui para ler a matéria.
Uivo da Górgona em promoção
O livro O Uivo da Górgona está com preço promocional de 22 reais, frete incluso. Interessados, entrem em contato pelo e-mail profivancarlo@gmail.com.
ATENÇÃO: Esse valor promocional é válido apenas até janeiro. Depois voltará ao preço normal de 35 reais.
quinta-feira, dezembro 01, 2016
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