quarta-feira, novembro 30, 2016

A última caçada de Kraven


No final da década de 1980 o Homem-aranha vivia uma fase complicada. Os editores haviam decidido casar o personagem, o que se revelara uma boa estratégia de marketing, pois trouxera mais leitores para o título, mas parecia ser um problema editorial: o matrimônio se revelara um complicador narrativo e parecia que não seria fácil escrever boas histórias com um herói casado. Foi quando J M De Matteis criou uma das melhores histórias do personagem, usando exatamente o casamento como mote narrativo.
A história surgira em 1984 quando De Matteis apresentou à Marvel uma proposta de minissérie do personagem Magnum em que ele era enterrado vivo por seu irmã, o Ceifador, e abre caminho até a superfície para só então descobrir que estivera debaixo da terra por meses. O editor-executivo da Marvel, Tom de Falco, recusou a ideia imediatamente.
Mas o roteirista sabia que ali havia uma boa história e ofereceu a história como uma trama do Batman, para a DC Comics, mas foi novamente recusado.
Quando em 1986 lhe ofereceram o título do Homem-aranha, ele resolveu que aquela seria sua chance de ressuscitar a ideia de um herói que é enterrado vivo. Na verdade, ele percebeu que aquele era o personagem ideal para a trama: “Seu amor pela esposa, pela vida que estão construindo juntos, foi o combustível emocional que moveu a trama. A presença de Mary Jane alcançou as profundezas do coração e da alma de Peter, forçando-o a sair daquele caixão”, declarou o roteirista.
A ideia inicial era criar um novo vilão, mas quando De Matteis leu que Kraven era russo, percebeu que era o personagem certo para a trama. Usando como inspiração Dostoievisky, o roteirista deu uma profundidade ao caçador nunca imaginada. Nas histórias anteriores ele era apenas um caçador que se dedicava a caçar o Homem-aranha. Na história de De Matteis ele era um aristocrata russo, obcecado pela ideia de honra e oscilando entre a selvageria e a civilização. Poucas vezes um vilão havia sido mostrado de forma tão tridimensional. A sequência inicial, em que o personagem é mostrado em suas três facetas (a fera, o nobre, o caçador) deu o tom da série e mostrou que as historias do aracnídeo haviam chegado a outro patamar.  
Para desenhar a história foi chamado Mike Zeck, uma escolha perfeita para a história com seu traço elegante e poderoso.

A última caçada de Kraven era para ser apenas mais uma das histórias da revista mensal do Homem-aranha, mas se tornou um dos maiores clássicos do personagem, sendo republicada diversas vezes como minissérie ou álbum de luxo. 

Chaplin e a paranóia anti-comunista


Chaplin foi uma das maiores vítimas da paranóia anti-comunista que tomou conta dos EUA no final da década de 40 e início da década de 1950. O FBI considerava que filmes como "O garoto", "Tempos modernos" e "O grande ditador" eram propaganda comunista. 
Chaplin teve que fugir para a Inglaterra para não ser preso.

Metrópolis


Metrópolis é um dos filmes mais importantes da história. Dirigido por Fritz Lang e lançado em 1927, a película veio no rastro do expressionismo alemão (Lang havia sido co-roteirista de O gabinete do Doutor Caligari, filme fundador do expressionismo no cinema), o que se reflete principalmente pelos cenários grandiosos e pela interpretação marcante. 
A história deve muito ao clássico A máquina do tempo, de H.G. Wells: no ano de 2016, ricos vivem na superfície e têm sua vida paradisíaca sustentada pelos pobres trabalhadores, que vivem no subsolo operando máquinas monstruosas.
A história foca em um casal: Freder, filho do magnata dono da cidade, e Maria, uma benfeitora dos pobres, que acredita na paz entre as duas classes. Os dois se conhecem quando Maria leva crianças pobres para a superfície e é imediatamente enxotada. O rapaz, fascinado, desce, procurando por ela e vê uma máquina explodindo e matando vários operários.
A situação se complica quando um inventor enlouquecido cria um robô com as feições de Maria capaz de enfeitiçar a todos com sua beleza. Seu objetivo é provocar uma revolta dos operários que resultaria na destruição da cidade.
Metrópolis criou a base do que viria a ser a ficção científica cinematográfica (a exemplo de Star Wars e Wall-E), desde a ação initerrupta aos cenários deslumbrantes e visual dos robôs.
O impacto sobre os quadrinhos não é menos relevante. Basta lembrar da cidade do Super-homem, Metrópolis, uma referência óbvia ao clássico de Fritz Lang.

terça-feira, novembro 29, 2016

Como os gatos falam “Eu te amo” – e como você pode responder!


Isso mesmo, os gatos falam “eu te amo”. Na verdade eles falam várias coisas, o tempo todo, nós humanos é que temos um pouquinho de dificuldade para entender… Porque, claro, eles não falam com palavras, falam do jeitinho deles: com gestos.
E é com um gesto que eles falam “eu te amo”: olhando para você e piscando os olhinhos, bem devagar. Leia mais

Fotografia como verossimilhança na ficção



Nós temos a tendência de acreditar na fotografia como uma reprodução do real. Fotografar algo é atestar sua veracidade. Não é à toa que a primeira teoria do jornalismos chamava-se teoria do espelho: acreditava-se que o texto jornalístico deveria ser como a fotografia, que é “um mero espelho dos fatos”.
Outra demonstração desse poder da fotografia como reafirmador da realidade são as fotos de discos voadores. Sua presença “são apresentadas como prova de que a presença de naves espaciais entre nós é real.

Essa é a grande inovação do livro O orfanato da Srta Peregrine para crianças peculiares, de Ranson Riggs: o autor usa fotografias como forma de dar verossimilhança à narrativa.
Na história, um rapaz é fascinado pelo avô, que lhe conta histórias fantásticas sobre o tempo que viveu num orfanato para pessoas com estranhas habilidades, na época da II Guerra Mundial.

E, para prová-las, mostra fotos. Apesar de serem montagens fáceis, essas fotos reforçam a narrativa, ajudam o leitor a acreditar no que estar sendo dito.
Depois, quando o narrador desconfia da autenticidade, o leitor desconfia junto e, quando finalmente as fotos se revelam reais, o leitor finalmente acredita nelas como prova de realidade.


Esse jogo é habilmente trabalhado por Riggs, fazendo com que o leitor se sinta imerso numa história hiper-real, plenamente crível. Essa é uma das razões pelas quais o livro é melhor que o filme: no cinema, a fotografia perde seu caráter de reafirmador da verossimilhança da narrativa e se torna um mero assessório. 

Direto da estante - revistas MAD da coleção


segunda-feira, novembro 28, 2016

Calafrio resgata clássico do terror nacional



Na sua edição 56 a revista Calafrio vai resgatar um clássico do terror nacional da década de 1990: a série "Zona do Crepúsculo", de Gian Danton e Bené Nascimento (Joe Bennett). 


A série foi publicada em dois números da própria Calafrio e uma edição especial da mesma revista no início da década de 1990 e chamou atenção por trazer influência dos autores britânicos, que um pouco antes haviam revolucionado o terror nos comics americanos com revistas como Monstro do Pântano, Sandman e Hellblazer.


Essas histórias marcaram uma fase de maturidade no desenho de Bené e apresentaram ao mercado o texto de Gian Danton, centrado principalmente no terror psicológico. 



As histórias fizeram tanto sucesso que o editor, Rodolfo Zalla, pediu uma história para fechar a trama. Os autores resolveram contar a história de Assad, o velho lojista que era um ponto em comum entre todas as narrativas. Essa história foi desenhada por Bené com pincel branco em fundo preto, uma técnica rara. Mas era a fase final da revista e essa história acabou sendo publicada na primeira edição da revista Graphic  Gótica - A Hora do Crepúsculo, da editora Nova Sampa. 


Assim, essa é a primeira vez que essas histórias são publicadas na íntegra na Calafrio e também a primeira vez que são reunidas em um único volume.

A edição ainda traz outras HQs clássicas, biografia dos dois autores, texto de Gian Danton contando o início da parceria e amizade da dupla, e ainda a seção de capas clássicas.



A revista tem 52 páginas ao preço de R$15,00. Os pedidos da edição e números atrasados podem ser feito pelo e-mail: revistacalafrio@gmail.com.

Dois clássicos fundamentais

Dois livros fundamentais para a formação humanística de qualquer pessoa. Para serem lidos e relidos. Gulliver nos ensina sobre o mundo lá fora, sobre como funciona a política. Crusoe nos fala de nós mesmos.

Naves espaciais - de 2000 a 2100 - vídeo

Quem gostou da postagem anterior certamente irá gostar desta animação com as naves mostradas no livro.

Livros sobre o futuro espacial

Um exemplo característico de obras hiper-reais eram os livros ilustrados que simulavam o futuro da humanidade. Lançados na década de 1970, no rastro do sucesso de filmes de ficção científica, como Star Wars, eles criavam uma hiper-realidade em que o futuro se transformava em passado. Ou seja: fatos ficcionais, de uma época bem posterior à do leitor era apresentados como passado longínquo.
Dois exemplos merecem destaque: Naves espaciais – de 2000 a 2100, de Stewart Cowley e Seres do Espaço, também de Stewart, sob pseudônimo de Steven Caldwell (um suposto habitante do século XXIV).

O livro Naves Espaciais seria uma espécie de manual publicado pela sociedade do comércio da Terra. Uma nota explicativa no início do livro explica que a STC foi fundada em 1999 (vale lembrar que o livro foi publicado em 1978) com o nome de Sociedade do Comércio Mundial, uma subsidiária do Conselho Mundial, ficando encarregada de todo o comércio global. Com o início da exploração espacial, ela mudou de nome e ampliou suas funções para outros planetas. O livro seria uma espécie de guia para pessoas que pretendem ingressar nesse comércio, indicando não só dados técnicos, mas históricos.
A maior parte da contextualização histórica é dada na introdução, na qual é explicado que no ano de 2036 uma nave de reconhecimento estabeleceu contato com os habitantes de Alpha Centauri e o encontro resultou num esforço de cooperação mútua. Em 2047 outra nave de reconhecimento foi atacada pelos habitantes de Proxima Centauri, iniciando uma guerra estelar de vinte anos durante os quais Alpha Centauri, Terra e Proxima Centauri dedicaram-se à produção de uma ampla variedade de naves militares.
Os fatos, como se percebe, são narrados no passado e, embora o ano de 2036 fosse um futuro longínquo em 1978, o livro narra o passado, envolvendo o leitor em um simulacro hiper-real.
Essa hiper-realidade é destacada pelas ilustrações hiper-realísticas e os detalhes técnicos extremamente específicos do texto. Assim, sabemos, por exemplo, que a CAM 117 Gunship era uma nave extremamente rápida, mas essa rapidez se fazia à custa do raio de ação.
Esse acúmulo de detalhes técnicos e históricos criam essa impressão de hiper-realidade, fazendo com que o leitor acredite que encontrou um livro que, de alguma forma, veio do futuro para narrar fatos que ainda irão acontecer (foi essa a impressão que tive ao lê-lo pela primeira vez, na pré-adolescência).

Cowley ampliou essa experiência ao correlacionar outros livros ao mesmo universo, criando uma mitologia coerente. Exemplo disso é o livro Seres do Espaço, de Steven Caldwell.
Na quarta capa do volume descobrimos que o autor integrou a Força de Segurança da Federação Galática em 2393, logo assumindo o posto de comandante militar do grupo 1 e, ao longo de quinze anos de carreira, viajou pelos mais variados lugares da Federação, o que lhe dá credibilidade para escrever sobre as várias raças que a compõe. Caldwell, claro, não é uma pessoa real. Na verdade, Caldwell é um simulacro criado por Cowley para tornar Seres do espaço ainda mais verossimilhantes.
No livro somos informados, por exemplo, que habitantes de Alpha Centauri (aqueles mesmos que haviam se deparado com uma nave de exploração terrana em 2036) são fisicamente semelhantes aos humanos, embora sejam mais esbeltos, tendo, no entanto, um período de gestação mais lento, o que diminuiu drasticamente o crescimento populacional, em especial após as Guerras Centaurianas.
Tais livros estimulavam a curiosidade e a imaginação e nos fazia pensar como de fato seria o futuro.

quinta-feira, novembro 24, 2016

terça-feira, novembro 22, 2016

O dilema do traficante e do policial


Semana passada o programa da Fátima Bernades fez uma enquete com o seguinte dilema moral:

Uma equipe de policiais chega ao hospital trazendo um traficante. Um dos policiais está levemente ferido e o traficante está gravemente ferido.

O programa perguntou quem o médico deveria atender primeiro e a maioria das pessoas respondeu o traficante, o que gerou revolta de muitos e inclusive a campanha "Eu escolhi salvar o policial" etc...

A enquete era de uma idiotice absoluta, tanto que gerou diversas sátiras (eu mesmo fiz algumas) e por uma série de razões. A primeira delas é por criar um dilema moral onde não existe dilema moral.

Segundo o que muitos interpretaram, o médico estaria escolhendo salvar o traficante ao atender o traficante. Mas, ora, foram os policiais que decidiram salvar o traficante, ao levá-lo ao hospital. Se os policiais não queriam que o traficante se salvasse, era só não levá-lo ao hospital.

Se os policiais resolvem salvar o traficante e levá-lo a um hospital, que opção tem o médico senão salvar o traficante? O dilema moral primário foi dos policiais. Ao levá-lo ao hospital, eles decidiram salvar o bandido, não o médico.

Era só não levar o traficante ao hospital: bastava levar o policial ferido.

Mas culpar o médico por atender um bandido que o policial levou ao hospital? Isso não faz o menor sentido.

Xuxulu não compartilha seus brinquedos


Sugestões de enquetes para a Fátima Bernades


Você é médico e aparecem dois pacientes. Um é fã de Watchmen e o outro de Cavaleiro das Trevas. Qual você escolhe salvar?


Dois pacientes: um DCnauta e o outro Marvete. Qual você escolhe salvar?

Dois pacientes: um só fala mentiras e o outro só fala verdades. Qual você escolhe salvar?

E, finalmente: dois pacientes. Um gosta de panetone e o outro gosta de Chocotone. Qual você escolhe salvar?

Papai Noel comunista...


Monstro do Pântano


No início da década de 1980 o terror já era um gênero decadente no mercado de quadrinhos dos EUA. Depois do auge das revistas do gênero na década de 1970, os gibis do gênero vendiam cada vez menos. Seria uma revista da DC Comics, contando com textos do gênio Alan Moore que levaria os quadrinhos de horror a um novo patamar, provocando inclusive a criação de um selo voltado apenas para leitores adultos, a Vertigo.
O personagem surgiu na revista House of Secrets 92, de abril de 1971, criação do roteirista Len Wein e do desenhista Berni Wrightson. Contava a história vitoriana de um homem, Alex Olsen, casado com uma linda mulher, cujos experimentos científicos são sabotados por um colega, que se apaixonou por sua esposa. Os produtos químicos, em junção com as plantas do pântano, fazem com que ele se transforme num monstro. Ele volta para se vingar, mas descobre que não poderá mais voltar a ser humano e foge para o pântano, sob o olhar apavorado de sua esposa. Wrightson  desenhou tudo em uma semana, usando fotos de amigos para compor os personagens.Era uma história fechada, mas fez tanto sucesso que surgiu a ideia de criar um gibi com o personagem.
O personagem foi atualizada e alguns nomes mudados. Alex Olsen virou Alec Holand. Sua esposa tornou-se Linda Holand. Na nova versão, o casal de cientista está pesquisando uma fórmula restauradora capaz de acelerar o crescimento das plantas, o que poderia acabar com a fome do mundo. Mas a experiência é sabotada, Linda morre e Alec se transforma em um monstro sempre em busca de recuperar a sua humanidade perdida.
A revista foi sucesso por algum tempo e lançou personagens importantes, como o vilão Anton Arcane e sua sobrinha Abe, mas logo a fórmula se saturou e as vendas caíram. Alguns anos depois, uma nova equipe criativa, composta pelo roteirista Marty Pasko e o desenhista Tom Yeats assumiu o gibi, sem sucesso. A revista já estava para ser cancelada quando o editor, Len Wein, resolveu chamar um novo talento inglês, Alan Moore, para assumir o roteiro.
Alan Moore não só conseguiu revitalizar o personagem como o transformou em um dos maiores sucessos de público e de crítica, influenciando absolutamente a forma como os leitores viam os quadrinhos de terror.
Para começar, Moore fez a mudança significativa no personagem. O mote procura da humanidade foi abandonado quando o Monstro descobriu que não era Alec Holand, mas um elemental que se apropriara das memórias do cientista. Com isso, as possibilidades se ampliaram muito, permitindo que o personagem pudesse viajar para qualquer lugar do planeta apenas deixando sua casca morre em um ponto e renascendo em outro.
Além disso, Moore incorporou à série um discurso ecológico e libertário, denunciando a destruição da natureza e a cobiça dos governos e grandes corporações. O auge da inovação foi quando o Monstro do Pântano e Abe fizeram amor graças a uma raiz alucinógena. Essa HQ foi a causa do personagem ter parado de ser publicado no Brasil, já que os diretores da Abril, na época a acharam indecente, embora não houvesse, de fato, cenas de sexo.
A revista tinha também desenhos detalhistas e apavorantes de Stepehn Bissete e John Totleben, que posteriormente seriam substituídos por Rich Veitch e Alfredo Alcala.
Mas a grande atração da revista era, sem dúvida, o texto de Moore, que flertava com a poesia e a filosofia. Moore chegou a afirmar que a revista era o seu jeito de devolver a poesia às pessoas. Até Moore, a maioria dos roteiristas usava o texto para apenas ajudar a contar a história. Ele levou o texto a patamares muito mais amplos, usando recursos estilísticos totalmente inovadores. Além do texto poético, as histórias contavam com narrativas não lineares, com flash backs ou com a mesma situação contada por vários personagens. Parecia que a cada número o roteirista inglês experimentava uma nova maneira de contar uma história.

Como resultado, muita gente que tinha parado de ler quadrinhos voltou a eles. Moore conquistou para os gibis os leitores mais velhos e intelectualizados, que seriam a base do selo Vertigo. 

O Uivo da Górgona - ebook


O uivo da górgona é uma história de zumbis diferente, em que um som estridente destrói o neocórtex e o complexo límbico das pessoas, transformando-as em seres irracionais, governados pelo complexo R. Além de uma história de horror é uma crítica ao processo, cada vez mais atual de massificação da humanidade. 

Clique aqui para baixar o e-book promocional e conhecer a história.

Veja, a revista comunista


Roberto Justus, o comunista


Comentário na matéria do Estadão sobre a possibilidade de Roberto Justus vir a concorrer à presidência.

É preciso amar as pessoas...


... como se não houvesse amanhã.

segunda-feira, novembro 21, 2016

O homem que era uma lenda

Saiba mais no Laboratório Espacial.

O Uivo da Górgona


Tarzan, O Rei das Selvas (Filmation, 1976)



A melhor versão de Tarzan.

Calafrio reunirá as histórias da Zona do Crepúsculo


Já está pronta a capa da revista Calafrio 56. A publicação reúne pela primeira vez a história Zona do Crepúsculo, da dupla Gian Danton e Bené Nascimento. Publicada na fase final da revista, essas histórias chamaram atenção por trazer o terror mais visceral de autores como Alan Moore para as HQs brasileiras, mas a última história nunca foi publicada na revista. Além das quatro histórias, a revista traz um texto de Gian Danton contando o início da parceria e biografias dos dois quadrinistas. A revista deve sair da gráfica início de dezembro.

No Parque Tingui


Minha estante - Kripta

Coleção Kripta, uma das melhores revistas de terror já publicadas no Brasil.

domingo, novembro 20, 2016

Biografia de Iwerten no Correio do Cidadão

Matéria no jornal Correio do Cidadão sobre a biografia de Francisco Iwerten, escrita por mim e por Antonio Eder. Para ler a matéria completa, clique aqui.

Monstro lovecraftiano vira tira de humor


Imagine que uma criatura ancestral responsável pelo ressurgimento dos antigos. Agora imagine que esse monstro é um garotinho na escola vivendo todas as dificuldades de todas as crianças normais. Foi essa ideia maluca que Gian Danton e Toninho Lima tiveram ao criar a tira de humor As aventuras do Pequeno Xuxulu.
A tira, publicada em página na internet, é uma referência à obra do escritor norte-americano HP Lovecraft. Lovecraft inovou ao colocar todos os seus contos em um mesmo universo e dessa forma criou uma das mais famosas mitologias modernas de terror incluindo o demônio Cthulhu e o livro maldito Necronomicon.
A ideia da tira surgiu da dificuldade de pronunciar o nome Cthulhu: “O próprio Lovecraft dizia que era um nome impronunciável por seres humanos, de modo que qualquer pronúncia seria possível. E, de brincadeira, eu pronunciava Xuxulu. Uma dia percebi que isso poderia ser uma deixa para fazer algo na linha de humor”.

O humor, aliás, surge exatamente do estranhamento, por misturar o terror das histórias originais com uma narrativa e traços infantis. Assim, Xuxulu enfrenta problemas de crianças normais, como acordar de mal-humor, ter dificuldades para decorar o livro Necronomicon e até ter que dar o dinheiro do lanche para o valentão da escola (no caso, Dagon, outra criatura lovecraftiana).
Gian Danton é roteirista de quadrinhos desde 1989 e ficou famoso por suas histórias de terror em parceria com Bené Nascimento e com a graphic novel Manticore, sobre o chupa-cabras, ganhadora de diversos prêmios. Foi um dos criadores do super-herói curitibano O Gralha. Para desenhar a história chamou o ilustrador Toninho Lima, que tem grande experiência em quadrinhos de terror e, ao mesmo tempo, em quadrinhos infantis.

As aventuras do pequeno Xuxulu podem ser acompanhadas pela página do facebook (https://www.facebook.com/pequenoxuxulu). A página é atualizada com uma nova tira toda sexta-feira. 

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Em tempos de ódio, em que parece impossível conviver com alguém que pensa diferente, em que o assassinato e a agressão são comemorados em rede social, certamente serei criticado por esta música. Mas vale a reflexão.

Livro Como escrever quadrinhos em promoção


Essa é imperdível para quem quer aprender mais sobre roteiro para quadrinhos. O livro Como escrever quadrinhos está com preço promocional até o final do ano: 18 reais, com frete incluso. Interessados, mandem e-mail para profivancarlo@gmail.com.

sábado, novembro 19, 2016

Minha coleção do Capitão América


Ainda sobre o ódio na política


Durante anos, a grande imprensa encucou na cabeça de seus receptores um culpado para seus males: o comunismo. Comunismo não como uma doutrina baseada nas ideias de Marx, mas uma uma visão nebulosa, na qual tudo pode ser enquadrado. Assim, comunismo é tudo o que incomoda, tudo que deve ser odiado. E, claro, comunismo passa a ser, de acordo com essa narrativa, o culpado por todos os males.
Assim, a culpa da péssima qualidade da educação brasileira não é o salário de fome dos professores (que os obriga a trabalhar em várias escolas, com cargas horárias massacrantes, em turmas lotadas) ou da total falta de estrutura das escolas (a maioria das quais não tem nem mesmo biblioteca). A culpa é dos "professores comunistas" (e aqui, como sempre, o comunista é um guarda-chuva que serve para abarcar os mais variados tipos, incluindo quem ensina teoria da evolução). 
A culpa da crise econômica é da política do BNDES de bolsa-empresário, que emprestava dinheiro para empresários com juros baixíssimos em conjunto com isenções fiscais e, para cobrir o rombo, pegava dinheiro emprestado a juros altíssimos, provocando endividamento público e inflação? Claro que não, a culpa é do genérico "comunismo". A culpa da crise é da corrupção que campeia no meio político? Claro que não, a culpa é do genérico "comunismo". 
Comunismo passou a ser uma palavra genérica usada pela grande mídia para se referir a praticamente tudo... 
Essa estratégia, no, entanto, saiu do controle e uma ótima demonstração disso foi a fanática que invadiu o Congresso nacional e fez um vídeo dizendo que a bandeira do Japão era um exemplo do comunismo modificando nossa bandeira. Aliás, a própria invasão do congresso. Os manifestantes diziam que estavam ali para acabar não com a corrupção, mas com o comunismo (e, para eles, quase todos os deputados eram comunistas, do PSDB ao PT). O comunismo virou uma palavra tão genérica que é capaz de incluir até mesmo a bandeira do Japão. 
Essa narrativa criou o indivíduo que acredita que FHC é comunista, que a Veja é comunista, que Feliciano é comunista (sim, há memes circulando entre grupos de direita que afirmam isso). 
Então, não espanta, por exemplo, o grupo de extrema-direita atacando Caco Barcelos e comemorando no Facebook - para eles, a Globo é comunista. Não vai demorar para quem comecem a agredir jornalistas da Veja (e não faltará muito para que a sede da Abril seja invadida). 
Dois exemplos, mais pessoais. 
Dia desses estava na fila da panificadora e de repente um homem que se chegou antes, ficou fora da fila, enervou-se com uma moça que teria ocupado seu lugar. A moça simplesmente disse que ele podia ser atendido primeiro, mas ele começou gritar que ela era comunista. Só parou quando a esposa e filha chegaram e o puxaram para longe. Não havia qualquer indicação de que a moça fosse de fato comunista, mas na cabeça dele, ela era e por pouco isso não gerou uma agressão. 
Outro exemplo: quando visitei a Argentina, comprei uma camisa com um macaco de boina com a frase "Viva la evolucion". Achei bem sacada a anedota ao juntar uma sátira da famosa camisa de Chê com a teoria da evolução e o filme O planeta dos Macacos (vale lembrar, que não, a teoria da evolução não diz que viemos do Macaco, mas dentro de um contexto de paródia, a imagem funcionava). Dia desses quase fui agredido por um senhor que achava que eu era comunista por causa da camisa. Não adiantou muito explicar que era um paródia e que na verdade, a camisa fazia referência à teoria da evolução e ao Darwinismo. Na cabeça dele, eu era comunista. Aliás, percebe-se que a confusão entre darwinismo e marxismo é grande, principalmente em sites e páginas de direita. 
Durante algum tempo achei curioso e até risível. Costumava dizer que tinha meus bolsonetes de estimação e me divertia com essa visão de mundo absurda, em que tudo pode ser enquadrado em comunismo. 
Mas mudei de ideia. O que me parecia uma extravagância agora vejo que é uma doença social. Como ficou claro no caso do pai que matou o filho ou dos fanáticos que agrediram Caco Barcelos´( e principalmente pelas dezenas de páginas que comemoraram tais fatos), para essas pessoas e sua filosofia de ódio a única forma de lidar com aqueles que eles consideram comunista é a eliminação física, a agressão, o homicídio. Quero distância dessa gente. A partir de agora, bloqueio ao menor sinal de que a pessoa faz parte desse grupo. Não se discute com a multidão ensandecida pedindo por sangue. A única coisa a fazer é manter distância. 

Em tempo: sobre a camisa, está devidamente guardada no armário, esperando por tempos menos sombrios. 

sexta-feira, novembro 18, 2016

O Brasil está doente

Esta semana, em Goiânia, um pai perseguiu e matou o filho por pura discordância política. Depois se matou.
Ainda esta semana, o jornalista Caco Barcelos foi agredido por um grupo de extrema-direita em um protesto no Rio de Janeiro. A internet explodiu, com várias páginas de extrema-direita comemorando a agressão ao jornalista.
São sintomas de um país doente.
Em países democráticos, pessoas convivem pacificamente com pessoas de opiniões diferentes.
Aqui chegamos em um estado de coisas em que, para uma grande parcela da população brasileira, tornou-se crime pensar diferente. É um estado em que a única solução possível é o extermínio de quem pensa diferente - seja o pai matando o filho, seja o grupo agredindo o jornalista e comemorando.
As coisas chegaram a um tal ponto que já inventaram até mesmo um nome para quem não se alinha ao extremismo de esquerda ou de direita: isentão. Qualquer um que concorde com o radicalismo político homicida é chamado de isentão - e torna-se, também ele, um inimigo em potencial.
Nada de bom poderá resultar disso...
Logo teremos filhos matando pais, irmãos matando irmãos... apenas por terem opiniões políticas diferentes.

Xuxulu acorda de mal-humor


A última caçada de Kraven


No final da década de 1980 o Homem-aranha vivia uma fase complicada. Os editores haviam decidido casar o personagem, o que se revelara uma boa estratégia de marketing, pois trouxera mais leitores para o título, mas parecia ser um problema editorial: o matrimônio se revelara um complicador narrativo e parecia que não seria fácil escrever boas histórias com um herói casado. Foi quando J M De Matteis criou uma das melhores histórias do personagem, usando exatamente o casamento como mote narrativo.
A história surgira em 1984 quando De Matteis apresentou à Marvel uma proposta de minissérie do personagem Magnum em que ele era enterrado vivo por seu irmã, o Ceifador, e abre caminho até a superfície para só então descobrir que estivera debaixo da terra por meses. O editor-executivo da Marvel, Tom de Falco, recusou a ideia imediatamente.
Mas o roteirista sabia que ali havia uma boa história e ofereceu a história como uma trama do Batman, para a DC Comics, mas foi novamente recusado.
Quando em 1986 lhe ofereceram o título do Homem-aranha, ele resolveu que aquela seria sua chance de ressuscitar a ideia de um herói que é enterrado vivo. Na verdade, ele percebeu que aquele era o personagem ideal para a trama: “Seu amor pela esposa, pela vida que estão construindo juntos, foi o combustível emocional que moveu a trama. A presença de Mary Jane alcançou as profundezas do coração e da alma de Peter, forçando-o a sair daquele caixão”, declarou o roteirista.
A ideia inicial era criar um novo vilão, mas quando De Matteis leu que Kraven era russo, percebeu que era o personagem certo para a trama. Usando como inspiração Dostoievisky, o roteirista deu uma profundidade ao caçador nunca imaginada. Nas histórias anteriores ele era apenas um caçador que se dedicava a caçar o Homem-aranha. Na história de De Matteis ele era um aristocrata russo, obcecado pela ideia de honra e oscilando entre a selvageria e a civilização. Poucas vezes um vilão havia sido mostrado de forma tão tridimensional. A sequência inicial, em que o personagem é mostrado em suas três facetas (a fera, o nobre, o caçador) deu o tom da série e mostrou que as historias do aracnídeo haviam chegado a outro patamar.  
Para desenhar a história foi chamado Mike Zeck, uma escolha perfeita para a história com seu traço elegante e poderoso.

A última caçada de Kraven era para ser apenas mais uma das histórias da revista mensal do Homem-aranha, mas se tornou um dos maiores clássicos do personagem, sendo republicada diversas vezes como minissérie ou álbum de luxo. 

quarta-feira, novembro 16, 2016

O show de Truman e a pós-verdade


Poucos filmes foram tão felizes em identificar a era de simulacros hiper-reais em que vivemos quanto O show de Truman.
Vivemos em um mundo midiatizado em que a ficção é tida como real, em que essas duas instâncias se confundem e o hiper-real parece tão belo, tão perfeito, tão do nosso agrado que nos parece mais real que a realidade.
No filme de Peter Weir. de 1998, um bebê é adotado por um estúdio de TV para se tornar a estrela de um reality show, um show sobre sua vida, em que tudo é falso, tudo é criado, um mundo perfeito, de felicidades, amigos, vizinhos felizes, uma esposa apaixonada. Mas um mundo falso. Ao descobrir isso, Truman, como o protagonista do mito da caverna de Platão, tenta escapar do pequeno mundo artificial criado para ele.
Curiosamente, o que vemos é exatamente o oposto: pessoas cada vez imersas no mundo de fantasia criadas por elas, por suas convicções.
Sintoma disso é que este ano o Dicionário Osford adicionou aos seus verbetes uma nova palavra, talvez a mais característica de nossos tempos: "pós-verdade". Estamos no domínio da pós-verdade quando fatos concretos perdem valor para crenças pessoais. Exemplo disso é a pessoa que compartilha uma notícia falsa, às vezes mesmo sabendo que é falsa, mas compartilha porque é uma notícia que reforça suas convicções pessoais, políticas, religiosas.
O uso de notícias falsas é talvez a característica mais visível desses tempos de pós-verdade. Se é confrontada, a pessoa responde algo: "É sobre alguém que não gosto, então é verdade" ou "É alguém que não gosto, então, por mais que não seja verdade dessa vez, será verdade na próxima vez".
Vivemos em um show de Truman em que pesssoas se enclausuram em suas convicções e nem por um momento pensam em escapar delas.

terça-feira, novembro 15, 2016

O Uivo da górgona em promoção


Gosta de zumbis? Que tal aproveitar a promoção e conhecer um livro de um autor nacional. O livro O uivo da Górgona está com preço promocional até o final do ano: 22 reais, com frete incluso. Interessados, mandem e-mail para profivancarlo@gmail.com.

domingo, novembro 13, 2016

O uivo da górgona em promoção


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Epicurismo cristão

Hoje ouvi de um senhor: a prosperidade é de Deus, a riqueza é do diabo. Segundo ele, prosperidade é ter o suficiente para viver bem, sem necessidades. Já a riqueza é a necessidade de ter cada vez mais, de acumular cada vez mais.
Achei interessante a filosofia epicurista aplicada à ética cristã.

sábado, novembro 12, 2016

Marvels


Em meados da década de 1990 os quadrinhos americanos estavam dominados por revistas sem roteiro, desenhos sem preocupação anatômica, cores digitais e personagens raivosos, como Wolverine e Justiceiro. Foi quando uma minissérie surgiu, criada por dois desconhecidos. Marvels, de Kurt Buziek (roteiro) e Alex Ross (desenho) era em tudo o oposto disso, mas mesmo assim fez enorme sucesso, provocando uma guinada no mercado dos comics.
O primeiro embrião da minissérie surgiu quando Alex Ross apresentou à Buziek a ideia de fazer uma minissérie pintada com histórias fechadas dos principais heróis da Casa da Ideias. Ross não havia imaginado nada em comum que ligasse as dez histórias.
Buziek trouxe uma inovação para a proposta: mostrar o impacto que os super-heróis teriam sobre a vida de pessoas reais. Quando dois super-seres lutavam nos céus de Nova York, o que acontecia com as pessoas lá embaixo? Com os pedestres, taxistas e motoristas e ônibus? Como suas vidas seriam afetadas? Isso se deve ao fato de Buziek ter começado a ler quadrinhos já adolescente, o que o levava pensar em coisas que não eram mostradas nos gibis, tais como imaginar se as garotas tinham em seus quartos pôsteres de Johnny Storm vestindo nada mais que calças jeans.
Os dois artistas apresentaram a proposta para vários editores da Marvel, mas embora a maioria tivesse adorado a arte de Ross, ninguém se interessou em publicar. Até que o projeto caiu na mesa do editor-chefe da editora, Tom DeFalco, que fez uma sugestão que mudaria os rumos da série: que tal, ao invés de contar histórias inéditas dos heróis a partir da perspectiva de pessoas normais, a história focasse em recontar os principais eventos dos quadrinhos Marvel, mostrando-o sob essa perspectiva inovadora?
O diferencial da série já aparecia logo nas primeiras páginas, na sequencia que mostrava o embate entre o Príncipe Submarino e o Tocha Humana original. A arte maravilhosa de Ross mostrava os dois através de um plano inferior, como e alguém os estivesse vendo de baixo para cima e o texto de Buziek afirmava: “Deve ter sido como ler sobre um balé aéreo, maravilhoso e emocionante. E talvez fosse. Mas não para nós. O que nós vimos foi carnificina, destruição e confusão”.

O departamento de Marketing da Marvel ainda tentou incluir o Justiceiro, ou Wolverine na história como forma de ajudar nas vendas. Mas os autores bateram os pés: sua história seria uma homenagem à Marvel Clássica. E fizeram bem: Marvels foi um sucesso absoluto, de público e de crítica. E revolucionou os quadrinhos americanos.  

sexta-feira, novembro 11, 2016

Não compartilhe informações falsas

Se há um assunto sobre o qual tenho falado há anos é a respeito dos perigos das informações falsas veiculadas na internet - a maioria das quais poderia ser facilmente descoberta com uma pesquisa de segundos no Google.
Essa preocupação se estende inclusive à minha pesquisa acadêmica. Em 2013, por exemplo, apresentei no Congresso Intercom artigo sobre como uma notícia falsa provocou uma crise de combustível em uma capital do norte do Brasil.
E, claro, se estende à minha produção artística. A obra A Pet humana, realizada em conjunto com o artista anapolino José Loures, era um alerta sobre o compartilhamento de informações na internet sem a devida checagem dos fatos.
Há pouco mais de cinco anos, desfiz amizade e bloqueei um "amigo" justamente porque ele compartilhava informações falsas como arma contra determinado grupo político. Ao contestá-lo, ele me respondeu que, dentro da ética maquiavélica, o compartilhamento de notícias falsas era plenamente válido.
Quando o bloqueei, há mais de cinco anos, jamais poderia imaginar que ele iria se vingar criando uma notícia falsa a meu respeito - a de que eu estaria usando de fraude no meu doutorado.
Pior foi ver muitas pessoas repercutindo essa informação falsa (e até certo ponto irônica, já que a difusão de informações sem verificação é um dos temas que trato na minha tese).
Até o momento, o dano não foi muito além do linchamento virtual (as ameaças de me denunciar ao programa de doutorado e à universidade em que leciono ainda não se concretizaram e, se concretizarem, será mais uma das muitas provas que estou recolhendo), mas notícias falsas podem provocar sérios danos e até morte.
Em 2014, por exemplo, uma mulher foi espancada e morta após um boato espalhando em uma página de internet.
Em 2015, um estudante, acreditando com isso que estaria ajudando a causa feminista, forjou um estupro na UFG, em Goiânia, e por pouco não provocou um outro linchamento (por sorte, ninguém com as características mencionadas por ele apareceu no local nos dias seguintes à falsa denúncia).
Assim, pesquise antes de compartilhar. Não compartilhe informações falsas só porque não gosta de alguém. Isso não faz de você um herói - só faz de você um mentiroso. E, lembre-se: notícias falsas pode acabar com a vida de pessoas - em alguns casos, literalemnte.

A calúnia e seus desdobramentos

Pesquisando, descobri que muitos dos meus "amigos" no Facebook repercutiu a notícia falsa de que eu estaria usando de fraude no meu doutorado. Já bloqueei todos, mas antes fiz print de tudo. Cada um que compartilha a calúnia é uma prova a mais contra quem inventou essa notícia falsa (uma pessoa aliás, que sempre divulgou notícias falsas - uma das razões pelas quais eu o bloqueei há mais de cinco anos).

Atualização: neste mesmo post um dos difusores da calúnia comentou que alguém como eu só poderia receber o título de doutor através de fraude. Devidamente printado e anexado às provas.

Morreu o maior cantor de todos os tempos

quinta-feira, novembro 10, 2016

Brasil: o primeiro país do mundo a criar a “lei de incentivo à corrupção”

andre-moura-maia-renan
A estratégia sórdida da Câmara dos Deputados para votar, ontem (9), o requerimento de urgência do projeto que modifica as regras de acordos de leniência, e atingiria em cheio o trabalho da Lava Jato, foi por água abaixo. Mas na essência o que isso significa ?
Neste momento, autoridades brasileiras estão trabalhando arduamente com investigadores dos Estados Unidos e da Suíça para finalizar as tratativas com a Odebrecht, para o que é considerado o maior acordo de leniência do mundo (uma espécie de “delação premiada”, mas firmada com as empresas).
São mais de 80 executivos e funcionários da Odebrecht negociando acordos de delação e um acordo de leniência para a companhia no âmbito da operação Lava Jato. Em troca, eles precisam depor sobre o papel central do conglomerado no enorme esquema de pagamento de propina em contratos com a Petrobras.
As delações podem envolver mais de 100 políticos tanto do governo Dilma, quanto de Temer, atingindo, inclusive, autoridades de alto escalão que fazem parte da composição do atual presidente. O que pode dar origem a mais 100 outras investigações. O acordo também irá expor atos irregulares em muitos dos 27 países em que a Odebrecht realizou projetos.
Calcule, agora, a dimensão e as consequências que estão por vir. Esse é, sem dúvida, o principal motivo que levou dos deputados à correria para ações de “emergência”.
Os “acertos finais” no relatório do projeto de lei que modifica as regras de acordos de leniência, de autoria do líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), simplesmente propõem a possibilidade de que empresários possam ser inocentados das irregularidades que praticaram.  Leia mais

Só não vê quem não quer: políticos querem acabar com a Lavajato. E não só políticos do PT. O autor dessa lei em específico é do PSC, partido de Bolsonaro e Feliciano. 

terça-feira, novembro 08, 2016

Livro como escrever quadrinhos em promoção


Essa é imperdível para quem quer aprender mais sobre roteiro para quadrinhos. O livro Como escrever quadrinhos está com preço promocional até o final do ano: 18 reais, com frete incluso. Interessados, mandem e-mail para profivancarlo@gmail.com.

sábado, novembro 05, 2016

Por que é tão CARO comprar um CARRO no Brasil? - Fato Interessante - Piloto

O BNDES e a política econômica petista


Há alguns dias fiz uma postagem criticando o BNDES e uma pessoa deixou um comentário segundo o qual aquela postagem só poderia ser feita por alguém que só lê blogs petistas. Esse comentário revela o nível de burrice de ignorância política de boa parte da população atual.
Pode procurar em todos os sites e blogs petistas, você não encontrará nenhuma crítica ao BNDES. Por uma razão muito simples: o BNDES foi a base da política econômica do PT.
Embora já existisse antes do PT, o BNDES se tornou o principal instrumento de uma política econômica marxista que parte do princípio de que o Estado deve ser responsável pelo crescimento econômico de um país.
A ideia é que emprestar dinheiro para empresários a juros abaixo da inflação criaria crescimento econômico e geraria empregos. Mas esse crescimento econômico é artificial, afinal é feito com dinheiro do governo, e não do mercado.
Além disso, não adianta nada estimular o consumo se não há quem consuma, se a população não tem dinheiro para comprar os produtos que estão saindo das fábricas.
O PT, ainda seguindo a ideia marxista de que o governo deve ser responsável pelo crescimento econômico, tentou resolver isso facilitando o crédito para a população. Todos nós vimos esse fenômeno: de repente, em cada esquina tinha uma financeira emprestando dinheiro para quem não tinha dinheiro. Eu vi lojas fecharem para virarem financeiras. Lembro que no auge dessa política econômica eu tentei comprar um carro a vista e não consegui: as lojas só vendiam a crédito (acabei comprando a vista sem um único centavo de desconto. Era a farra do crédito (há um vídeo da superinteressante que explica como isso provocou uma explosão dos preços dos carros no Brasil). Um país em que as empresas preferem vender a crédito que à vista é um país bizarro economicamente.
Mas, da mesma forma que injetar dinheiro público em empresas privadas só provoca um crescimento artificial, facilitar o crédito para a população, também provoca um crescimento artificial. Afinal, a pessoa não está comprando com dinheiro que tem. Está comprando com dinheiro que não tem. Em resumo: a pessoa vendia o jantar para comprar o almoço. Todos nós conhecemos pessoas que entraram em espirais de divida, pegando dinheiro emprestado para pagar empréstimos anteriores.
Chega uma hora que essa bolha artificial estoura. E aí temos a crise que estamos vivendo no Brasil.
Pior: essa política econômica faz com que haja muito dinheiro circulando no mercado e onde há muito dinheiro há... inflação!
Ou seja: a política econômica do PT, cujo principal instrumento era o BNDES provocou tanto a crise que vivemos quanto a inflação.
Mas parece que em um ponto a propaganda petista foi eficiente: conseguiu convencer até mesmo os inimigos do PT de que essa política econômica estava certa, apesar de todos os indícios ao contrário.
E, ao que tudo indica, o governo Temer seguirá com a mesma política econômica. Só em 2016 foram 270 bilhões destinados ao bolsa-empresário. E para 2017 estão previstos 250 bilhões - valor que deverá aumentar, pois o BNDES não está incluído no teto de gastos da PEC 241 (ou seja, a principal razão pela qual a PEC foi criada não foi contemplada na PEC).

Sociedade dos poetas mortos segundo o escola sem partido...


Um filme denúncia sobre um professor que doutrinava seus alunos.