sábado, novembro 28, 2009

7 vidas de um quadrinista

Em 2004, o roteirista de quadrinhos André Diniz resolveu tirar suas dúvidas sobre a terapia de vidas passadas submetendo-se, ele mesmo ao tratamento. 7 vida (ed. Conrad) é o relato quase literal das sessões que o levaram a descobrir detalhes sobre suas encarnações passadas e como elas influenciam no momento atual. É também um relato sobre a vida do escritor, num momento decisivo, de mudança física e psicológica (com a ida para Petrópolis e a perda de uma gravidez por parte da esposa).
Para desenhar a história, André chamou Antonio Eder, um companheiro das antigas, com os quais fez várias histórias curtas e o álbum Chalaça, lançado também pela Conrad.
André Diniz é um dos mais importantes roteiristas de quadrinhos surgidos no século XXI. Seu álbum de estréia, Fawcett, sobre o explorador americano que se perdeu nas selvas do Mato Grosso e influenciou a criação do Indiana Jones, com desenhos de Flávio Colin, rendeu-lhe o prêmio Ângelo Agostini. Antonio Eder é um desenhista já veterano, com um currículo invejável, incluindo a premiada graphic novel Manticore.
A dupla mostra uma interação poucas vezes vista em uma história em quadrinhos. O desenhista Antonio Eder tem um desenho simples, mas extremamente expressivo. É dos poucos que conseguem, com poucos traços, passar uma idéia, uma expressão. Esse traço enxuto casa perfeitamente com o roteiro realista e espontâneo de Diniz, que chega ao ponto de contar até mesmo detalhes irrelevantes das sessões como que para dizer: “isto é um relato, não uma ficção”.
Aliás, a espontaneidade e realismo do roteiro é a maior qualidade e o maior defeito da história. Exemplo disso é a questão da perna. André Diniz conta que a perna direita ficava tensa durante as sessões de terapia. Mais tarde, sabemos que essa perna é o ponto fraco do escritor em várias vidas. Há sempre algum tipo de incidente envolvendo-a. Num roteiro fictício, o mistério da perna seria solucionado lá na frente, talvez na última página, pois serve como elemento de suspense. André Diniz soluciona o mistério da perna muito antes do final, seguindo a ordem cronológica das sessões e dos acontecimentos de sua vida.
Com isso, se a história perde em estrutura narrativa, ganha em honestidade. 7 vidas é um relato sem artifícios narrativos, mas totalmente honesto. E não resvala em nenhum dos dois procedimentos comuns quando se fala do assunto: no terror ou na literatura de auto-ajuda ou espiritualista. Na verdade, não é necessário nem mesmo acreditar em reencarnação para ler e gostar de 7 vidas.
O tema reencarnação é pouco explorado nos quadrinhos, apesar de suas incríveis possibilidades narrativas. No Brasil, o próprio André Diniz havia feito uma HQ chama A curva, com desenho próprio, que ficou incompleta. Nela, uma mulher morre e, influenciada por um espírito vingativo, passa a perseguir o esposo.
A história em quadrinhos parecia uma versão romanceada de livros espíritas, como Nosso lar, mostrando detalhes da vida após a morte, inclusive com incursões ao umbral. Mas, competente, Diniz, teve o cuidado de não se deixar levar pelo discurso doutrinário. As ideias básicas do espiritismo kardecistas estavam ali apenas como elementos narrativos ou ambientação, sem o objetivo de convencer o leitor a acreditar nisto ou naquilo.
7 vidas tem essa mesma qualidade. Os autores são honestos e evitam a todo custo um discurso de auto-ajuda ou de misticismo de botique.
Curiosamente, a difusão do kardecismo no Brasil parece ter tornado a relação com o tema mais simples e menos traumática. É curioso comparar, por exemplo, 7 vidas com “A experiência religiosa de Philip K. Dick”, HQ curta de Robert Crumb, o mais aclamado nome do quadrinho underground norte-americano.
Em 1974, o escritor de ficção-científica Philip K. Dick passou por uma experiência que marcou sua vida profundamente. Ele sofria com dor após uma extração dentária e, quando abriu a porta para pegar o remédio, deparou-se com uma mulher com um pingente na forma de peixe dourado. Isso desencadeou a lembrança de uma vida anterior, em que ele morava em Roma e era cristão num período em que os praticantes dessa religião eram perseguidos. Era como se outra personalidade tivesse entrado em sua mente. Ele não conseguia, por exemplo, dirigir, pois o cristão da época romana que se introduzira em sua mente não tinha essa habilidade.
Crumb transformou a experiência do escritor em uma inspirada história em quadrinhos, mas com um foco totalmente diferente de 7 vidas.
O racionalismo cartesiano norte-americano mesmo expresso por um quadrinista underground, como Crumb, fez com que a história fosse densa e angustiante.
Enquanto André Diniz parece lidar com naturalidade com os fatos que lhe são apresentados sobre suas vidas passadas, Dick, mostrado por Crumb, espanta-se com eles e se angustia na tentativa de racionalizá-los.
André Diniz faz um relato quase poético pela simplicidade e sinceridade e isso parece dizer muito sobre a forma como os brasileiros lidam com fenômenos como a mediunidade e a reencarnação.
Curiosamente, essa versão simples e sincera de 7 vidas passadas parece estar agradando. O álbum já está na segunda edição.

sexta-feira, novembro 27, 2009

Belém, Pará, Brasil

A música do Mosaico de Ravena fala de Belém, mas também serve para Macapá.

II Mostra de Design

Acontece no centro de Ensino Superior do Amapá, nos dia 14 e 15 de dezembro, a partir das 19 horas, a II Mostra de Design. Compareça.

EAD na Nova Escola

A revista Nova Escola (ed. Abril) traz na edição de novembro uma matéria de capa com o título "Educação a distância: mitos e verdades". A revista é voltada para professores do primário, então não dá para exigir muito aprofundamento. Mesmo assim, é uma boa matéria. Dividida em tópicos, ela explora diversos mitos e verdades sobre essa modalidade. Com algums eu concordo. Por exemplo, que a EAD é uma modalidade desancoselhada para pessoas mais jovens. É preciso ter responsabilidade e comprometimento para fazer um curso a distância. Outros mitos são desfeitos, como os de que o diploma é fácil ou que as avaliações não são difíceis. Outros itens devem servir para algumas instituições, não para outras. Em um dos itens, por exemplo, é dito que as turmas de EAD têm mais alunos que as presenciais. No caso do SENAC, tenho uma média de 20 a 30 alunos por turma, o que é considerado ideal. Mas a revista informa que há instituições trabalhando com até 97 alunos por turma. Para ler a matéria, clique aqui.

Fanzine Cidade Pequenas

O fanzine cidades pequenas é o resultado do TCC de Daniela Cucolicchio, aluna de jornalismo da UFSC, sob orientação do professor Jorge Ijuim. Foram feitos 100 exemplares e enviados a pessoas escolhidas. Tive a sorte de ser um desses 100 felizardos que receberam exemplares. Cidades Pequenas é um dos melhores fanzines que já li. Para começar, é customizado manualmente com uso de papeis de cores diferentes, colagens, tintas, etc. Além disso, textos e fotos são muito bons. A ideia era que a estudante fosse em uma cidade pequena e registrasse o local em um fanzine usando para isso desde fotos a entrevistas com pessoas locais, passando por crônicas, etc. O resultado foi tão bom que lembra os livros de arte.

quarta-feira, novembro 25, 2009

Body art

A body art está associada à arte conceitual e ao minimalismo. Trata-se de uma manifestação das artes visuais na qual o corpo do artista é utilizado como suporte ou meio de expressão. Via de regra, as obras de body art são um convite à reflexão.
Um dos artistas mais importantes dessa corrente é o italiano Piero Manzoni.
Manzoni pintava tinta fosforescente e cloreto de cobalto em seus quadros, tintas que se modificavam com o tempo, permitindo a criação de uma obra que mudava. Mas foram seus trabalhos envolvendo o corpo humano que o tornaram célebre.
Em 1958, ele criou as esculturas pneumáticas, com 45 balões. O comprador levava para casa, além dos balões, a própria respiração de Manzoni. Sua inovação foi transformar sua expiração em obra de arte. Uma inovação até mesmo trivial diante de sua obra mais famosa. Em 1961, ele defecou em 90 latas e etiquetou-as com o título ¨Merda de artista¨. Muitas dessas latas explodiram em decorrência da expansão de gases, mas as que sobraram se tornaram célebres. Recentemente uma delas foi vendida por 120 mil euros, mais do que o valor de um carro Mercedes.
Em outras obras, Manzoni continuou brincando com o corpo e com a noção que temos dele, inclusive a noção de propriedade. Em 1960, por exemplo, ele imprimiu suas impressões digitais em ovos cozidos (os espectadores podiam comer a exposição).
Outro trabalho interessante foram impressos com sua impressão digital, vendidos aos visitantes da exposição. Esse último trabalho mencionado levanta uma questão interessante sobre identidade e direitos autorais. Uma pessoa é dona de sua impressão digital? Ela pode vendê-la?
No mesmo ano, ele fez uma exposição com pessoas nuas. Todas tinha sua assinatura e certificado de autencidade.



REFERÊNCIAS
O COCÔ mais caro da história. Disponível em: http://www.mundogump.com.br/o-coco-mais-caro-da-historia. Acesso em: 21 nov. 2008.
WIKIPÉDIA. Piero Manzoni. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Piero_Manzoni. Aceso em 21 nov. 2008.

A polêmica história da Tina


Finalmente li a polêmica história da Tina em que aparece um personagem supostamente gay... e não entendi o motivo de tanta polêmica. Para começar, a revista da Tina é voltada para o público jovem, não para crianças, mas mesmo que fosse para crianças, o tema foi tratado de forma tão sutil e elegante... Só realmente mentes muito estreitas, preconceituosas e intolerantes para criarem caso.Eu acredito que sim, a arte tem a obrigação de difundir o respeito ao outro e à diversidade.Quando eu era criança, os livros didáticos traziam sempre famílias compostas de pai-mãe-filhos todos brancos. Hoje já se vê nos livros famílias negras, índias, orientais e famílias sem pais e até sem mães.É que com o tempo ficou claro que não existe uma norma única de organização de famílias e as crianças devem aprender a conviver com a diversidade. O mesmo pode ser dito sobre as histórias em quadrinhos. A turma da Mônica inovou com personagens nipônicos, negros, índios, caipiras, cadeirantes... por que não um personagem gay? Ainda mais com uma postura tão elegante e sutil?O Maurício divulgou uma nota na qual rebate as críticas e pode ser lida na íntegra aqui. A partir, um trecho: "uma posição vai se manter em todas as nossas produções: o respeito pelo ser humano, pela pessoa, e a elegância no trato de qualquer tema".

Toka di Rato e mangás com desconto


O blog Toka di Rato, em parceria com a a editora Novatec, disponibiliza aos leitores do site 20% de desconto na compra de qualquer livro ou mangá da editora. A promoção vai até o dia 31/12/09.
Para receber o descontão bata inserir o código CAMINHODIRATO no carrinho de compras antes de finalizar o pedido.
Recentemente a editora publicou a HQ Guia Mangá de Bancos de Dados, o qual possui conteúdo didático voltado ao treinamento de pessoas na área empresarial. A intensão é publicar toda uma série de mangás que seguem a mesma linha do Banco de Dados.
Mais informações aqui.

Amapá: ame-o ou deixe-o


Na década de 1970, o lema da ditadura militar era "Brasil: ame-o ou deixe-o". A lógica era que qualquer um que criticasse o governo militar deveria sair (ou ser retirado) do Brasil. Esse slogan ajudou a justificar prisões ilegais, torturas e extradições.
Recentemente um leitor do blog deixou um comentário que me fez lembrar da famosa frase da ditadura: "Se o Amapá tem tantos defeitos, problemas, não estaria na hora do senhor voltar para seu querido Pará?". O mesmo comentário dizia que eu era um paraquedista que tinha chegado apenas para desfazer tudo que já tinha sido feito.
Tudo porque ousei criticar as condições de higiene da venda de comidas na Expofeira.
Estou no Amapá há mais de 10 anos e tenho dois filhos amapaenses. Mas na ótica do leitor, sou um paraquedista só porque ousei criticar um evento governamental. Na ótica do leitor, qualquer um que venha dizer que está tudo lindo e maravilhoso é considerado amapaense da gema e os que ousam apontar problemas são "paraquedistas".
Não é novidade para ninguém os problemas de higiene da Expofeira. Eu mesmo vi garçons pegando a comida com a mão, a mesma mão com a qual ele havia acabado de pegar o dinheiro. Vi um vendedor de maçã do amor pegar dinheiro e depois espalhar confeito sobre as maçãs. Também não vi ninguém usando toucas, luvas, aventais...
Alguns amigos e alunos me contaram outras histórias:
- Uma aluna me disse que viu um senhor cortando macaxeira sentado no chão, sobre uma tábua de madeira tão suja que já estava preta.
- Um amigo me contou que a namorada havia comprado um vatapá. Ao reclamar que estava azedo, ouviu da vendedora: "Não se preocupe, minha filha, eu faço pela metade do preço".
- Um conhecido comprou uma maçã do amor e, ao mordê-la, descobriu que estava podre.
Certamente há outros exemplos.
A diarreia é a segunda maior causa de morte de crianças no mundo. A infecção intestinal mata mais que a AIDS, a malária e o sarampo juntos. Se minhas críticas ajudarem a sensibilizar as autoridades para o problema e isso diminuir os casos no Amapá, já me dou por satisfeito. Claro que vou continuar tendo de ouvir de leitores que sou um paraquedista que deveria ir embora por estar apontando problemas, mas é um preço a pagar. Afinal, se ficarem apenas os que elogiam, como as coisas irão melhorar?
O mesmo leitor diz que não apresento soluções. Assim, resolvi sintetizar algumas sugestões, que foram feitas de forma esparsa no blog:
1) O governo poderia providenciar um curso sobre higiene na produção de alimentos para os vendedores da Expofeira. Uma palestra com o Dr. Bactéria (que fez uma ótima apresentação na Feira do Empreendedor do SEBRAE) seria uma boa.
2) Os vendedores de comida deveriam ser obrigados a usar touca, luvas e avental.
3) A vigilância sanitária deveria estar na Expofeira, fiscalizando.
Essas três medidas simples poderiam melhorar em muito a higiene da Expofeira, o que, por sinal, contribuiria para o turismo (afinal, ninguém gosta de ter uma infecção intestinal durante uma viagem de lazer).

segunda-feira, novembro 23, 2009

Carlinhos e a cola


O blog da Luzia


Quando eu morava em Belém, havia um programa quase obrigatório, especialmente aos domingos: ler a coluna da Luzia Álvarez sobre cinema no jornal O Liberal. Era raro eu ir assisistir a um filme sem antes ler o que a Luzia tinha achado dele. Posteriormente ela foi minha professora na UFPA e acabou me dando a primeira oportunidade de publicar num jornal. Minha primeira colaboração com um jornal foi dentro da coluna dela. Aqui em Macapá não existe uma tradição de uma coluna sobre cinema nos jornais locais, algo de que sempre senti falta. Então foi com alegria que descobri o blog da Luzia, ótimo para quem curte a sétima arte. Vale a visita.

sábado, novembro 21, 2009

Piada de expofeira

O cliente chega para jantar na Expofeira do Amapá. Recebe o cardápio. Todas as comidas têm a opção com e sem bactéria e com bactéria é mais caro. Ele, claro, pede sem bactéria. Ao ver o garçom pegar dinheiro e depois na comida, reclama.
- Não reclama, que com bactéria é mais caro. - alerta o garçom.

A feira do empreendedor do SEBRAE


Muito boa a Feira do Empreendedor do SEBRAE. Muitas atrações, muita coisa legal. Entre as coisas interessantes, um projeto dos carapirás (catadores de lixo), que transforma garrafas pet em vassouras. Fica ótima e bonita e contribuí para diminuir o lixo jogado na natureza.
Também achei muito mais higiênica que a Expofeira. Quem vendia comida parecia ter um cuidado maior com a limpeza e não vi nada tão pavoroso quanto vi na Expofeira, como garçons pegando comida com a mão ou vendedor de maçã do amor futucando o nariz, pegando o dinheiro e depois derramando confeitos na maçã.
Uma das atrações de ontem foi a palestra do Dr. Bactéria. Excelente. Assistimos pelo telão, pq estávamos com as crianças e crianças não podiam entrar. Aliás, esse foi o maior defeito da feira. Acredito que a maioria dos pais levou as crianças e as opções para elas eram mínimas. A única atividade em que se poderia inscrever sem o CPF eram cursos de culinária infantil, com pouquíssimas vagas. Para todo o resto precisava ter CPF. Olha que eu tinha inscrito meu filho em alguns atividades e me ligaram dizendo que a inscrição dele não era válida porque ele não tinha CPF. Chato, muito chato.
Mas, enfim, fica a dica para a próxima feira: abrir as atividades para pessoas que não tenham CPF, até porque há atrações interessantes para elas, como o Dr. Bactéria e o Richard, do Selvagem ao Extremo.

Vídeo criativo

Olha esse vídeo da agência Mene & Money Publicis, de Manaus. Simples, criativo e de grande impacto:

Quadrix - aventura e ficção

Houve uma época em que as bancas brasileiras eram uma zona além da imaginação, onde podíamos encontrar aventuras nos mais variados gêneros. Havia as revistas da Grafipar, a Kripta do Terror, depois a Press e, finalmente, a Aventura e Ficção, da Abril. Os garotos de hoje, uma época em que as bancas estão tomadas apenas por super-heróis, não sabem o que estão perdendo.
Felizmente, agora existe uma alternativa. Trata-se da editora Quadrix, de Fortaleza, cuja propostas é justamente trazer de volta os bons tempos. E consegue. Recebi o primeiro exemplar e fiquei muito bem impressionado.
A bela capa, de Anilton Freire, lembra as imagens que Rodval Matias fazia para a Grafipar e pretende resumir os gêneros da revista. Temos um aventureiro levantando um rifle acima da cabeça sob uma lua-caveira enquanto esqueletos se aproximam em passos lentos, atrás dele e um dinossauro avança pelo outro. No alto, uma nave espacial o observa e, aos seus pés, uma linda garota seminua parece pedir proteção. Ou seja: a revista é uma mistura de tudo aquilo que a gente curtia na década de 1980 e que está fora das bancas: terror, aventura, ficção-científica.
A qualidade das histórias é variável. Há desenhistas realmente excelentes, como Fred Macedo, que ilustra uma HQ de faroeste e outra de FC e outros nem tão bons, mas que mesmo assim não fazem feio. Entretanto, a qualidade dos roteiros é acima da média. A explicação pode ser vista no expediente: o diretor editorial é o roteirista Alex Magnos, que assina algumas das histórias. Também destaque para os roteiros de Wilson Viera.
Parece que os bons tempos estão de volta...

sexta-feira, novembro 20, 2009

A queda do muro de Berlim

Já está nas bancas o livro A queda do muro de Berlim, que editei para a Escala. São 119 páginas de muita informação sobre o período, com textos meus, do Jefferson Caverna (Belém), Matheus Moura (Minas) e Leide Vonlins (Curitiba). Além dos temas básicos, como a construção do muro e sua derrubada, falamos também sobre o contexto histórico e a influência desse período na mídia, incluindo quadrinhos, cinema e seriados de televisão. A finalização foi uma coisa de louco, pois moro em Macapá e o diagramador em São Paulo e já viu como é a internet de Macapá... Uma verdadeira dificuldade para encontrar imagens, fazer links, legendas, etc. Mas o resultado compensou. Ficou um belo livro (gostei especialmente das linhas do tempo). Comprei ontem, na banca do Civaldo (ao lado da Domestilar) e ele me disse que era o último exemplar. Já tinha vendido todos os outros. Confira abaixo a capa e algumas imagens internas:

quinta-feira, novembro 19, 2009

A volta de Carlinhos


Sim, caros leitores. Como o JJ está em outro projeto comigo, estou verificando outro desenhista para a série Carlinhos, que já conquistou tantos fãs. A escolhida foi UMA desenhista, a Tami, aluna do curso de Design do CEAP e muito talentosa. O que acharam?

Saco de ossos


Saco de ossos, de Stephen King, é uma história trivial, mas contada com um domínio perfeito das técnicas narrativas.
A história é sobre uma viúva jovem e bonita em disputa com sogro milionário pela guarda da filha. Para isso, ela conta com a ajuda de um escritor de livros de sucesso.
Claro que se trata de uma história de Stephen King e não poderia faltar o elemento sobrenatural. No caso, são os espíritos que se comunicam, principalmente através de imãs de geladeira no formato de letras, com o escritor.
O que há de melhor em King não é necessariamente o terror, mas a forma como ele conta o cotidiano dos personagens. King chega a ser obsessivo nos detalhes, mas no final parecemos conhecer tão bem os personagens como se eles fossem amigos de infância.
O grande domínio narrativo se mostra principalmente através do suspense. Suspense é falta de informação, é algo que precisa ser revelado.
Em Saco de ossos, temos os seguintes elementos de suspense: A mãe vai perder a guarda da menina? Quem é o fantasma que assombra a casa do escritor? A mulher do escritor estava realmente grávida quando morreu? Ela tinha um amante?
Tentar a responder a essas perguntas é uma das razões para seguir em frente nas quase 400 páginas do livro. A outra, claro, é o texto delício de King.

quarta-feira, novembro 18, 2009

Novo projeto de quadrinhos

Sim, pessoal, estou envolvido em um novo projeto de webcomics. Uma tira de quadrinhos em parceria com o amigo JJ Marreiro. O que posso adiantar é que se trata de uma tira de aventura e é baseada, em termos, no livro Pimpinela Escarlate

Gógol: entre risos e lágrimas


Não, você provavelmente nunca leu uma obra de Gogol. Mas certamente conhece alguma de suas histórias. Afinal, são muitas as adaptações para cinema, televisão e quadrinhos. Eu mesmo cheguei fazer duas HQs baseadas em suas histórias: Fobia (baseada em O Nariz) e A Inspeção (baseada na peça O Inspetor Geral), ambas desenhadas por Bené Nascimento (a primeira foi publicada pela Nova Sampa, a segunda pela revista Calafrio). O grande destaque de Gogol se deve ao fato de ter sido o iniciador da moderna literatura russa, que nos legou nomes como Tcheckov, Tolstoi e Gorki.
Nicolai Vassilievitch Gogol nasceu em uma pequena província da Ucrânia, no ano de 1809. Até mesmo a data de seu nascimento é controversa: 19 de março no calendário russo e 31 de março no calendário ocidental. O pai era um fazendeiro que, ao contrário de seus vizinhos, tinha rudimentos de cultura artística. Gostava de ler e usava as horas vagas para escrever peças satíricas. Gogol herdou dele o gosto pela pena. E herdou da mãe a extrema religiosidade que o levaria à morte.
Desde criança, Gogol sempre foi estranho. Na escola era chamado de "anão enigmático" porque falava pouco e tinha dificuldade para se relacionar com colegas e professores. Como o apelido sugere, também era pequeno. Seu grande sonho era ir para São Petesburgo. Imaginava-se com um bom emprego, instalado em um quarto com vista para o rio Nieva. Depois da morte do pai, conseguiu finalmente realizar o seu sonho, que acabou parecendo mais com um pesadelo. Tudo o que conseguiu em São Petesburgo foi um emprego burocrático medíocre, um salário insignificante e um quarto a grande distância do rio Rio Nieva. Para sobreviver, era obrigado a pedir dinheiro à mãe.
Por esses tempos, teve sua primeira decepção literária e revelou uma característica que o acompanharia por toda a vida: Gogol dava mais atenção às críticas que aos elogios. Seu poema Hans Kuchelgarten foi tão mal recebido pela crítica que o escritor recolheu todos os exemplares e os queimou. Só voltaria a escrever mais tarde, empolgado com a efervescência literária da época.
Na Rússia de então, os intelectuais se dividiam em dois grupos. Um deles defendia a aproximação com a cultura ocidental e o outro estava preocupado com a preservação da cultura russa. Gogol era um simpatizante do segundo grupo. No interesse de resgatar as tradições de sua terra, ele escreveu alguns contos sobre a Ucrânia para revistas e publicou uma seleção deles. O livro se tornou extremamente popular, especialmente por seu humor, que fazia rir os funcionários da gráfica que o imprimia.
Foi nessa época que Gogol conheceu Punchin, o maior poeta russo do período. Punchin foi uma espécie de guru para o jovem Gogol. Gogol chegou a dizer que tudo que escrevia o fazia pensando no que Punchin pensaria, e duas de suas principais obras, Almas Mortas e O Inspetor Geral, surgiram a partir de idéias do poeta.
A trama da peça O Inspetor Geral era simples: as autoridades de uma pequena aldeia tomam conhecimento de que um inspetor do governo chegará incógnito em breve para investigar certos abusos. Por acaso, um aventureiro passa por ali e os poderosos do local, achando que ele é o inspetor, fazem de tudo para suborná-lo. Essa história já foi adaptada para a TV, para o cinema, para os quadrinhos e até na série alemã de ficção-científica Perry Rhodan.
A obra mais genial de Gogol, no entanto, foi escrita em 1842. Trata-se de uma novela com o singelo título de O Capote. É a história de um pobre funcionário público que, a grandes custos, conseguia comprar um novo capote e é roubado no mesmo dia em que o inaugura. Segue-se, então, uma via-crucis pela burocracia russa. Ao invés do capote, ele consegue apenas uma grande bronca de um alto funcionário, interessado em impressionar um amigo. Isso, unido a uma gripe que o pega por estar sem capote, e portanto, desprotegido do terrível frio de São Petersburgo, leva-o à morte. Seu fantasma então, passa a puxar o capote de todas as pessoas que se aventuram a sair à noite.
Como se vê, suas histórias eram simples, bobas até, como contos infantis. Nada de pretensões filosóficas ou pedantismo. Nosso escritor queria apenas contar histórias de seu país natal, o jeito de ser de sua gente, e talvez nisso resida o seu maior encanto. Suas histórias misturavam humor e tragédia naquilo que os críticos chamaram de risos entre lágrimas. Personagens como o funcionário publico de O Capote são ridicularizados, mas ao mesmo tempo, redimidos por sua humanidade.
Gogol se tornou imortal porque suas obras eram repletas de vida. Era a vida dos grandes heróis nacionais, como Taras Bulba, ou dos insignificantes funcionários públicos. Mas, apesar do sucesso, o escritor vivia entre anjos e demônios. Sempre ouvia mais as críticas do que os elogios. Quando a peça O Inspetor Geral estreou, os conservadores pediram a proibição da mesma, acusando o autor de ter caricaturado tanto o país quanto seus dirigentes. Gogol mergulhou em profunda depressão e viajou para a Europa.
Com o tempo, essas crises de depressão foram se tornando mais e mais freqüentes. No dia 11 de fevereiro de 1852, influenciado por um padre fanático, Gogol queimou todos os manuscritos da segunda parte de Almas Mortas e deitou para morrer. Não se alimentava, nem aceitava remédios. A 21 de fevereiro daquele ano, a Rússia perdeu um dos seus escritores mais queridos, o homem que abriu as portas para torná-la uma das capitais mundiais da literatura.

Nota: este ano comemoramos 200 anos do nascimento de Gógol.

Gógol 200 anos


A teoria comportamental na educação

Um dos pensadores mais importantes da educação no século passado foi o norte-americano Frederic Skinner. Suas idéias influenciaram a educação a tal ponto que, de uma análise dos CD-ROM educativos de meus filhos, conclui-se que todos eles são baseados na teoria de Skiner de condicionamento e reforço.
As origens do pensamento de Skinner remontam ao fisiologista russo Ivan Pavlov. Ganhador do prêmio Nobel de 1904 na categoria de medicina fisiológica, Pavlov ficou famoso por sua experiência com um cachorro. Ao mostrar comida para um cão, o cientista percebeu que este salivava e chamou a isso reflexo incondicionado. Em um segundo momento, o cientista tocou uma campainha e anotou que a resposta do cão era apenas virar a cabeça para olhar de onde se originava o som. Pavlov passou a tocar a campainha toda vez que apresentava a carne ao cão. Em um terceiro momento, apenas o toque da campainha já era capaz de provocar salivação no animal.
Pavlov conclui que o comportamento dos seres vivos pode ser controlado através de um processo de condicionamento. Para isso, basta associar à resposta desejada uma outra resposta, já natural do organismo e agradável. Para Pavlov a recompensa deveria vir um pouco antes do estímulo que se quer condicionar para que se estabeleça uma relação. Para o cientista, também é necessário um reforço constante para manter o comportamento desejado. Essa técnica é utilizada pela publicidade, quando os anúncios associam situações de prazer (viagens, esportes, sexualidade) com produtos. Da mesma forma, ao se associar determinado comportamento a respostas negativas, pode-se eliminar esse comportamento. No filme Laranja Mecânica, cientistas tentam reabilitar um delinqüente aplicando injeções que o fazem ter enjôos enquanto observa cenas de violência e sexo.
Skinner reformulou a teoria de Pavlov, lançando as bases do neo-behavorismo ou teoria do condicionamento. Para eles, existem dois tipos de comportamento.
O comportamento respondente são os reflexos e respostas inatas ao ser humano. São respostas naturais. Quando nosso corpo começa a tremer quanto está frio, por exemplo, temos um comportamento respondente.
O comportamento operante é aquele cuja freqüência foi aumentada ou diminuída como resultado de um condicionamento.
Para Skinner, todos os comportamentos têm a mesma possibilidade de ocorrer, mas se determinada resposta for reforçada, esse comportamento terá maior chance de ocorrer do que outros. Correr é um comportamento inato do rato, assim como andar, mas se, ao final da corrida, ele recebe comida, a chance dele passar a correr se torna maior.
Skinner discordou de Pavlov afirmando que o reforço à resposta deve ocorrer depois, e não antes do comportamento desejado. Para ele, se, no momento em que houver uma resposta correta, houver um reforço, o sujeito terá uma tendência a repetir esse comportamento. Por outro lado, se não houver reforço, o comportamento terá uma tendência a ser extinto. Um exemplo é a criança que faz bagunça para chamar atenção dos pais. Se os pais não demonstrarem nenhuma atitude, a tendência da criança será parar esse comportamento. Por outro lado, a criança que é aplaudida e parabenizada ao guardar os brinquedos de forma organizada, terá a tendência de apresentar novamente esse comportamento.
Para essa corrente de pensamento, a inteligência é vista como a capacidade do organismo de responder aos estímulos do ambiente. Uma pessoa inteligente é aquela que responde melhor ao condicionamento. Um exemplo disso é a chamada caixa de Skinner, em que um rato é deixado em uma caixa e deve apertar uma tecla. A toda vez que a tecla é apertada, o animal recebe alimento. Ou seja, a resposta correta à situação foi premiada com alimento. Um rato inteligente é aquele que percebe logo essa relação e passa a agir de acordo com o condicionamento.
Para a teoria comportamental, a função da escola é manter e conservar os padrões de comportamento aceitos como úteis e desejáveis para uma determinada sociedade, dentro de um determinado contexto cultural, assim como eliminar os comportamentos indesejáveis.
Como o comportamento é moldado a partir da estimulação externa, o aluno não deve participar das decisões curriculares. Essas decisões são tomadas pelos dirigentes e pelo professor, sempre amparados nos objetivos e tendo em vista as necessidades da sociedade.
Os comportamentos desejáveis por parte dos alunos são mantidos através de reforços imediatos, como elogios, notas, prêmios, e reforços remotos, como diploma, vantagens na futura profissão e possibilidade de ascensão social.

Uniburka

terça-feira, novembro 17, 2009

Chegou a Alterego


Finalmente chegaram os meus exemplares da coletânea Alterego, da editora Terracota, organizada pelo camarada Otávio Cariello. Nessa coletânea entrei com o conto Intangível, sobre um herói que não consegue controlar seus poderes. Ainda não li, mas posso dizer uma coisa: a edição está linda e muito bem cuidada: Ótima encadernação, capa linda, bio dos autores com ilustração do Cariello antes de cada conto, coisa de primeira mesmo. Quando ler, publico aqui minahs impressões.

As capas de maior impacto de todos os tempos

O blog Não somos apenas rostinhos bonitos publicou uma relação das capas de revistas de maior impacto de todos os tempos. Abaixo, alguns exemplo. Para ler mais, clique aqui.

domingo, novembro 15, 2009

Dr. Who



O amigo JJ Marreiro fez a cortesia de me enviar alguns DVDs com episódios de Dr. Who, a célebre, mas pouco conhecida no Brasil, série britânica de ficção-científica. Eu já conhecia a série, mas nunca tinha assistido a um episódio e tinha muita curiosidade. Foi uma grata surpresa. Pode ser uma heresia dizer isso, mas Dr. Who, em alguns sentidos, é melhor que Jornada nas Estrelas. É mais divertida, menos comprometida com a realidade e totalmente livre de limites. Trata de um personagem, o Doutor, que viaja no tempo, salvando a Terra ou consertando lapsos temporais. O tempo menor, de meia-hora, também ajuda, pois há menos enrolação e os episódios que merecem um maior desenvolvimento podem ter continuações.
Assisti poucos episódios até agora (falta de tempo é um problema sério), mas o que vi gostei muito, especialmente de um em que o Doutor e sua assistente voltam à Londres da II Guerra Mundial para evitar que uma ameaça alienígena transforme os ingleses em zumbis com máscaras de gás. Um belo exemplo de terror e de trama que se resolve de forma inteligente.
Duas curiosidades:
1) O personagem já teve um gibi, da Marvel, desenhado por Dave Gibbons (Watchmen);
2) O Doutor em algumas ocasiões, precisa mudar a aparência (e, portanto, de ator), o que permitiu que a série continuasse existindo desde o início da década de 1960 até atualmente.
Existe um site brasileiro sobre o personagem, que pode ser acessado aqui.

O tutor e o aluno na educação a distância


Embora a educação a distância seja semelhante à educação presencial em muitos aspectos, o que mais chama atenção são justamente as diferenças. Até mesmo entre duas figuras envolvidas no processo: o tutor e o aluno.
Nem todo mundo tem perfil para ser aluno a distância. Cerca de 10% dos que se inscrevem em cursos a distância desistem na primeira ou na segunda semana. Algumas das justificativas mais comuns que ouço dessas pessoas é: 1) Não tenho tempo para isso, vou fazer um curso presencial; 2) nesse curso tem que abrir e-mail todo dia, não é para mim.
A primeira argumentação não faz sentido se formos analisar friamente. Num curso de pós-graduação presencial, o normal são módulos de 30 horas mensais. Na EAD, se o aluno usar 25 horas mensais para estudar, fazer trabalhos, participar dos fóruns, ele estará fazendo um ótimo trabalho, com a vantagem de que ele poderá escolher o horário em que fará essas atividades, ao contrário da educação presencial. Esse discurso de “eu não tenho tempo” esconde o fato de que a pessoa achava que EAD era moleza. A pessoa entra achando que não vai precisar estudar, pesquisar, ler ou discutir. Quando descobre que a coisa é séria, pula fora.
O segundo tipo é aquele que ainda não se acostumou com as novas tecnologias: não conhece Facebook, twitter, MSN, blog e só abre e-mail uma vez a cada dois meses. Se quiser fazer uma pergunta rápida a um amigo que mora do outro lado da cidade, vai pessoalmente à casa dele, faz a pergunta e cinco minutos depois volta para casa. Muita gente, depois de entrar num curso de EAD, acaba descobrindo como a tecnologia facilita nossa vida e se apaixona pelas ferramentas disponíveis. Outros simplesmente desistem com frases como: “Isso não é para mim” ou “Não tenho mais idade para isso”.
Entre os que sobrevivem às duas primeiras semanas, continuar ou não continuar no curso vai depender muito da atuação de outra figura importante: o tutor.
Para começo de conversa, tutor não é professor. Ele não “dá aula” nem “passa conteúdo”. Na educação a distância a aprendizagem se dá de forma muito mais global e o tutor é o gerente desse processo.
Um bom tutor não se limita apenas a responder perguntas dos alunos quando estes as fazem. Ele interage continuamente com os alunos, especialmente nos fóruns, indica novas leituras, links, pontos que podem ser mais discutidos, faz perguntas e (por que não?) elogia. Um tutor estabelece um diálogo contínuo, que será fundamental para o aprendizado.
Um tutor deve estimular os alunos a irem muito além do conteúdo básico do curso, sendo capazes principalmente de aprender a aprender.
Existe uma visão equivocada da pedagogia humanista. De acordo com essa visão, o professor é alguém que deixa os alunos soltos, únicos responsáveis pelo aprendizado. Infelizmente, essa idéia se estendeu aos tutores.
O tutor não é babá, que pega na mão e faz o trabalho pelo aluno, mas é alguém que indica se ele está no caminho certo, destaca pontos fortes e fracos e indica formas do aluno se superar. É alguém que estabelece um ambiente de aprendizagem colaborativa.
Da mesma forma que o aluno deve dominar as ferramentas de comunicação proporcionadas pela internet, o tutor também deve fazê-lo. Também deve estar atento às novidades de sua área.
Se tutor e aluno estiveram essas características, os resultados são melhores que os da educação presencial.

sexta-feira, novembro 13, 2009

A experiência religiosa de Philip K. Dick, por Robert Crumb


Em 1974, o escritor de ficção-científica Philip K. Dick teve uma experiência mística em que se sentiu como uma pessoa que viveu no Império Romano, numa época em que os cristãos eram perseguidos. A experiência o marcou pelo resto da vida e pode ter sido responsável por sua morte. Se olharmos o episódio pela ótica da doutrina espírita, Dick teve um episódio de mediunidade. Robert Crumb, um dos maiores nomes do quadrinho underground americano, transformou em quadrinhos o relato do escritor. O resultado pode ser lido aqui.

quinta-feira, novembro 12, 2009

Comando V


Recebi um exemplar do gibi Comando V, com roteiro de JJ Marreiro e desenhos de Allan Goldman (ed. Jupiter). O que salta logo aos olhos é o excelente desenho de Goldman. Mas o roteiro de JJ também é muito bom, com diálogos competentes e boas sacadas na caracterização dos personagens. O roteiro poderia ser um pouco mais elaborado, mas é uma limitação compreensível: sem ter certeza de que sairia um segundo número, o roteirista não quis colocar muitos ganchos, que se transformariam em pontas soltas, caso não houvesse um segundo número. A revista continuando, provavelmente haverá mais espaço para a trama ser desenvolvida. No final, o saldo é muito positivo: Comando V lembra os bons quadrinhos da era de bronze: divertido, bom e despretencioso.

200 mil acessos!

Pessoal, passamos dos 200 mil acessos! Isso só no período blogspot. Se for contar o período weblogger, já teríamos batido os 300 mil acessos. Obrigado aos leitores. Continuem conosco!

Autobiografia musical

Até os 14 anos mais ou menos eu costumava dizer que não gostava de música. As referências que eu tinha a respeito eram os bregas que se ouvia em casa... e Erasmo Carlos, nos dias muito eruditos.
Acho que tinha também um disco do Roberto Carlos, do início da fase decadente. Meus dois tios e meu padrastro eram caminhoneiros e por isso compraram o disco que tinha o famoso refrão: ¨No volante eu penso nela/ Já pintei no pára-choque um coração e nome dela¨.
Então eu não gostava de música. Até que um dia estava na casa de um amigo e ele me chamou no corredor para ouvir uma música que tocava no rádio de sua irmã: era Eduardo e Mônica, do Legião Urbana. A canção me arrebatou como se eu estivesse passando por um êxtase estético.
Eu nunca havia ouvido algo que falasse de maneira tão singela e inteligente do que sentíamos. Nós éramos como o Eduardo, tão indecisos sobre a vida e sobre todas as outras coisas. A canção fez tanto sucesso entre nós que costumávamos cantá-la na frente do colégio, antes da campainha tocar.

Com o tempo fui conhecendo outras músicas do Legião Urbana e aprendendo que as músicas podiam expressar o que sentíamos, fosse alegria ou tristeza.
Um dia minha namorada (e atual esposa) gravou para mim uma fita com um mix de músicas que achava legais. No final da fita havia três músicas de Raul Seixas. O restante, daquele lado, era Milton Nascimento. Devolvi a fita e pedi para gravar o lado todo com o Raulzito. Eu o descobrira algum tempo antes, numa oficina de bicicletas. O pneu furou e, sem ter o que fazer, fiquei lá, ouvindo o que tocava no som da oficina. Era justamente Ouro de Tolo. Fiquei impressionado ao perceber que, apesar de muito popular, a música tinha uma letra genial, uma bela reflexão filosófica sobre o sentido da vida. A letra era a personificação do que deveria ser a atitude de um artista:
“Eu devia estar contente porque eu tenho um emprego
Sou dito cidadão respeitável e ganho quatro mil cruzeiros por mês
Eu devia agradecer ao Senhor por ter tido sucesso na vida como artista
Eu devia estar feliz porque consegui comprar um corcel 73

Eu devia estar alegre e satisfeito por morar em Ipanema
Depois de ter passado fome por dois anos aqui na cidade maravilhosa
Eu devia estar contente por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado que eu estou decepcionado”
Muito tempo depois, quando tive contato com o livro O Mundo de Sofia, lembrei de Rauzito ao ler a descrição do maravilhamento e inquietude diante do mundo que deveriam caracterizar o filósofo. Estava tudo ali, em Ouro de Tolo.Raul Seixas me mostrou que músicas podiam falar de qualquer assunto, de filosofia à política e ainda assim serem populares. Mostrou também que a popularidade não significa falta de qualidade.Aos 19 anos eu já conhecia algo de música, mas ainda não havia sido apresentado aos Beatles. Um dia uma professora de redação jornalística me convidou para ir na casa dela. Chegando lá me deparei com uma enorme coleção de CDs e LPs. Eu nunca tinha visto um CD. "Escolhe um disco", ela encorajou. Escolhi Sgt Peppers, dos Beatles, até hoje o meu disco predileto do quarteto de Liverpoll.Nunca poderia imaginar o êxtase que me arrebatou ao ouvir as músicas. Era como se, ao embalo de Lucy in The Sky With Diamonds, eu viajasse nos acordes. Legião Urbana e Raul Seixas eram bons, mas Beatles eram divindades que compunham músicas com poder sobrenatural.Lembro que pouco tempo depois conversei com um amigo sobre o assunto e ele riu: "Agora que você descobriu os Beatles?!". Antes tarde do que nunca.Juntei o pouco dinheirinho que tinha e comprei, em loja, os três grandes discos do quarteto: Sgt. Peppers, Revolver e Magical Mistery Tour em fita cassete (sim, naquela época vendia-se discos em fitas cassete).
Nessa mesma época, descobri Pink Floyd. Quem me apresentou essa banda de rock progressivo foi o meu compadre Bené Nascimento. Hoje ele assina Joe Bennett e desenha histórias para a DC Comics, mas na época ele era só um desenhista despontando no mercado nacional e meu principal parceiro em histórias de terror. O tom depressivo das músicas de Pink Floyd combinava perfeitamente com o horror denso e psicológico que fazíamos. Combinou tanto que virou quase uma obsessão. Ouvíamos Pink Floyd de manhã, tarde e noite.
Em 1993 eu me mudei para Curitiba e sofri com a frieza do povo local. Curtibanos são muito simpáticos, mas também pouco calorosos. Para quem vinha de Belém do Pará (um lugar onde se faz amizade no ônibus), foi um choque. Nessa difícil adaptação, ajudou muito uma música: O Mundo ainda não está pronto, do Pato Fu.
Quem acha que o mundo é tudo na vidaInfelizmente não sabe de nadaInclusive eu também não seiInclusive eu também não seiMas pelo menos eu estou, eu estouEu estou aqui gritando:AAAHHHHH, eu estou aqui gritando
Uma letra simples, mas que permitia várias interpretações. O grito poderia ser o meu grito diante da nova situação.
Nessa época, claro, eu desprezava Roberto Carlos. Brega era o mínimo a dizer do homem que, na minha infância, bradava um refrão para caminhoneiros. Então, um dia, quando ainda morava em Curitiba, ouvi uma versão da música “Todos estão surdos” cantada por Chico Science e me surpreendi. A letra era muito boa, filosófica até. Não parecia o mesmo Roberto Carlos que fazia músicas para gordinhas ou mulheres de óculos.
Outro dia, um cabeludo falou:
"Não importam os motivos da guerra
A paz ainda é mais importante que eles".
Esta frase vive nos cabelos encaracolados
Das cucas maravilhosas
Mas se perdeu no labirinto
Dos pensamentos poluídos pela falta de amor.
Muita gente não ouviu porque não quis ouvirEles estão surdos!

Isso me levou a pesquisar melhor a discografia do “rei”. Comecei por um disco mais antigo, da década de 1960, Roberto Carlos em ritmo de aventura. As letras não eram geniais, mas a música era ótima. Um bom rock. Aí fui comprando os discos na sequência. Quem for ouvindo a obra de Roberto Carlos cronologicamente descobrirá que o cantor passou por uma evolução óbvia. Cada disco da década de 1970 parece ser melhor do que o outro. O som ficou menos rock, mas as letras ficaram mais reflexivas. Como as letras sempre foram o que mais me chamou atenção, o discos de RC da década de 1970 eram um profundo campo de descobertas.
Havia letras com narrativas paralelas, como em “Rotina”, em que acompanhamos o dia-a-dia de um casal apaixonado:
Estou chegando para mais um diaDe trabalho que começaEnquanto lá em casa ela despertaPra rotina do seu diaEu quase posso ver a água mornaA deslizar no corpo delaEm gotas coloridas pela luzQue vem do vidro da janela
E havia letras com fundo psicológico, como em Traumas:
Minha mulher em certa noiteAo ver meu sono estremecido
Falou que os pesadelos sãoAlgum problema adormecido
Durante o dia a gente tentaCom sorrisos disfarçar
Alguma coisa que na almaConseguimos sufocar

Roberto Carlos, na década de 1970, tornou-se um compositor reflexivo, com letras ricas em interpretação que vão muito além das obras mais famosas. Descobri-lo coincidiu justamente com um período em que eu mesmo me tornava mais reflexivo.
Como sempre, a boa música é aquela que expressa os sentimentos de quem a ouve.

terça-feira, novembro 10, 2009

Danilo Gentilli, do CQC, preso por vadiagem

Tributo a Cláudio Seto

Acontece, nos dias 13, 14 e 15 de Novembro de 2009, na Praça do Japão de Curitiba, o Tributo a Claudio Seto.O Tributo é um evento que reunirá numa grande confraternização: amigos, fãs e admiradores do trabalho de Claudio Seto, além de apreciadores da cultura e das artes em geral, homenageando e celebrando a memória deste multi-artista, no mês em que se completa um ano de sua falecimento. Clique no convite para ver mais detalhes.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Desenhista da MAD no ENADE

A prova do ENADE de 2009, aplicada neste domingo, trouxe em uma questão com uma HQ do Márcio Baraldi, um dos principais desenhistas da versão nacional da revista MAD.

Mostra do Cinema Francês Contemporâneo


Uma das prioridades do Ano da França no Brasil, que acontece desde 21 de abril e vai até o dia 15 de novembro, é mostrar uma frança moderna, aberta e diversificada mais de 600 eventos já foram apresentados ao público brasileiro e o SESC Nacional foi um dos primeiros parceiros da Embaixada da França a mostrar interesse em participar destas comemorações.
A partir daí foi criada a Mostra do Cinema Francês Contemporâneo com oito filmes selecionados pelos Cahiers du Cinéma.
Em Macapá, a Mostra do Cinema Francês Contemporâneo será realizada no período de 09 a 13 e de 16 a 18 de novembro, na Sala de Exibição Charles Chaplin, nas dependências do Sesc Araxá e funcionará a partir das 19h.
Programação:

09/11 – Filme: “A Esquiva” (L’esquive - 2003; 117 min.)
10/11 – Filme: “Até Já” (A tout de suite - 2004; 95 min.)
11/11 – Filme: “Assassinas” (Meurtières - 2006; 97 min.)
12/11 – Filme: “De Volta à Normandia” (Retour en Normandie - 2006; 113 min.)
13/11 – Filme: “O Último dos Loucos” (Le dernier des fous - 2006; 96 min.)
16/11 – Filme: “Povoado Number One” (Bled Number One - 2006; 100 min.)
17/11 – Filme: “A França” (La France - 2007; 102 min.)
18/11 – Filme: “Tudo Perdoado” (Tout est pardonné - 2007; 105 min.)

Informações:
Sílvio Carneiro (Técnico de Cinema – SESC)
Telefone: 8132-2705 / 3241-4440 R/ 257 256

domingo, novembro 08, 2009

Uniban expulsa aluna agredida

Pois é, no final das contas, quem acabou pagando o pato de toda a confusão na Uniban foi a vítima. Os alunos que queriam agredir e estuprar a moça do vestido vermelho só estavam "zelando pelo ambiente acadêmico". Claro, as reações já começaram. Uma das mais interessantes é esse vídeo, do blog Passaralho Twitteiro:

sábado, novembro 07, 2009

Uma boa velhinha

Ela sempre chega cedo, bem antes do culto começar. Assenta-se habitualmente em um dos bancos dianteiros, próxima ao púlpito do pastor. Entra com sua Bíblia, cabelos presos em um coque. Retribui com sorrisos afáveis os cumprimentos de quem passa por ela. Embora esteja há muitas décadas no Brasil, vê-se na sua disciplina que é alemã: nunca se atrasa, dá fielmente o dízimo, é assídua na escola bíblica dominical e vai regularmente aos dois cultos de domingo, o matutino e o vespertino. A D. Magda* é, enfim, uma octagenária simpática, de uma fé tranqüila e sólida que todos os seus irmãos presbiterianos respeitam.
Essa era minha opinião sobre essa velhinha cordial.
Até o dia em que o professor do grupo de estudos bíblicos gentilmente oferece a cada um dos alunos um livro de teologia.
Dias depois de dar o livreto aos alunos, o professor – o meu pai – recebe uma carta em casa. Era da D. Magda. Ela lhe escrevera dizendo que se sentia profundamente ofendida com o fato de um irmão da Igreja lhe presentear com um livro de Dietrich Bonhoeffer. Disse que rasgara o livro e que o jogara no lixo. Ela não podia tolerar nada que viesse de um homem que tentara matar Adolf Hitler. E fez uma defesa apaixonada de Hitler e de como o Führer representara a esperança e a alma germânicas. Leia mais

sexta-feira, novembro 06, 2009

Sul América continua não atendendo

Hoje fui no hospital São Camilo tentar me consultar. Não consegui. Todos os clientes da Sul América no Amapá cujos valores são descontados nos contracheques de servidores estão com o plano suspenso. Logo depois passei numa banca de revista e tive a curiosidade de olhar os jornais. NENHUM jornal falava do assunto. Claro, não é uma notícia de interesse do Governo do estado. Por outro lado, muitas matérias de releases. Quase 100%, principalmente da assessoria do GEA. Não sei por que os jornais daqui ainda contratam jornalistas. Para publicar releases, bastava um diagramador e alguém para decidir o que vai ser manchete.

Exposição em Manaus


Os alunos do curso de pós-graduação em Artes Visuais da turma de Manaus vão realizar uma exposição com os trabalhos práticos realizados no primeiro módulo do curso. O evento será no SESC da Henrique Martins. Quem for de Manaus, não perca.

Sonho de consumo

O meu mais novo sonho de consumo é a belíssima coleção completa de Sherlock Holmes, da Jorge Zahar. Além da capa dura, os livros trazem ilustrações e textos explicativos. Vi no Submarino. O preço é salgado: 199 reais, mas vale a pena para quem é fã de boa literatura.





O meu mais novo sonho

quarta-feira, novembro 04, 2009

Edgar Allan Poe recebe funeral 160 anos após sua morte


O escritor americano Edgar Allen Poe, considerado o mestre do conto e da literatura fantástica, ganhou um solene funeral neste final de semana na cidade de Baltimore, no estado de Maryland (EUA), 160 anos após sua morte.
Quando Allan Poe morreu, em 1849, seu enterro passou despercebido e apenas uma dezena de pessoas participou dele. Neste domingo (11), Baltimore homenageou o escritor em uma cerimônia com direito a carruagem e roupas de época.
Desde quarta-feira (7), centenas de pessoas passaram pelo museu dedicado ao mestre do terror, onde foi instalada uma pira com uma réplica do corpo do escritor.
Do funeral, participaram atores interpretando admiradores de Allan Poe, como H.P. Lovecraft e Arthur Conan Doyle. O evento fez parte das celebrações do bicentenário do nascimento do escritor. Leia mais

Comentário: Alan Poe é um dos maiores escritores de todos os tempos. Influenciou autores tão diferentes como Jorge Luís Borges e Júlio Verne. Gostaria de estar lá em Baltimore para participar dessa homenagem.

Ministério Público pede restabelecimento de Plano de Saúde suspenso

Dione Amaral
A suspensão do plano de saúde Sul América, contratado pelo Governo do Estado, gerou uma Ação Cautelar do Ministério Público contra o Executivo Estadual, a Sul América Seguros Saúde e a EV&Cartaz Prestadora de Serviços . O Ministério Público, representado pela Promotoria de Justiça da Cidadania de Macapá, requer o restabelecimento imediato da cobertura do serviço aos servidores públicos prejudicados com o cancelamento.
Os servidores públicos comprovaram, por meio de cópias de seus contracheques, que os valores relacionados ao contrato de seguro saúde vinha e vem sendo regularmente descontado dos vencimentos. "Os beneficiários não foram notificados sobre a ausência de repasse do Estado do Amapá, não podendo suportar os prejuízos da suspensão do plano, visto que não deram causa à inadimplência”, justificaram os promotores de Justiça Marcelo Moreira e Laércio Mendes. Leia mais

A era das trevas

O Amapá vive uma era das trevas. Vão continuar os apagões de energia (no mínimo até o dia 20 de novembro, há quem diga que vai até janeiro) e o problema dos servidores cujos planos de saúde estão suspensos não está nem perto de se resolver.
Quem não está por dentro, um breve resumo: desde o mês de julho o Governo do Estado está descontando o dinheiro do plano de saúde dos servidores estaduais, mas não está repassando à seguradora Sul América. Em razão disso, a Sul América suspendeu o plano dos servidores.
Este caso, ignorado pela grande maioria da mídia amapaense, é um caso de roubo. O Governo está roubando dinheiro do servidor e o MP diz que não pode fazer nada. Provavelmente, essa deve ser a resposta do Procon e da polícia.
Não há outra palavra para descrever o que está acontecendo: se eu entrego dinheiro para alguém pagar uma conta minha e essa pessoa embolsa o dinheiro, ela está ROUBANDO O DINHEIRO.
O que acontece é que já nos acostumamos a ser roubados. Pagamos impostos e não temos saúde de qualidade, então fazemos um plano de saúde particular. E agora esse dinheiro é embolsado. É o roubo sobre o roubo.
O Amapá está, então, na era das trevas, na Idade Média, em que não havia constituição e tudo podiam aqueles que eram "amigos do Rei". Qualquer dia, vão começar a entrar em nossas casas e roubar as nossas coisas e ninguém vai fazer nada porque quem está fazendo isso é "amigo do rei".

segunda-feira, novembro 02, 2009

Bastardos inglórios


Fomos assistir Bastardos Inglórios. Sem dúvida alguma, um dos filmes do ano. Tarantino parece ter chegado à maturidade narrativa num filme que junta o que tem de melhor em toda a cinematografia e ainda acrescenta um fundo histórico interessante. Para quem não sabe, a história é sobre um grupo de soldados judeus-americanos (os bastardos do título), que entra na França ocupada pelos alemães com o objetivo de matar o máximo de nazistas possível. Em uma trama paralela, temos uma garota judia cuja família foi morta, que agora tem uma identidade francesa e administra um cinema que acaba sendo escolhido para o lançamento de um filme alemão ao qual irá comparecer toda a elite nazista. As duas tramas paralelas, claro, irão se juntar no final, quando a garota, por um lado, e os bastardos por outro, irão tentar matar os oficiais.

Tarantino faz flash back em cima de flash back, mas a sequência mais memorável do filme é a primeira, em que uma calma conversa de um fazendeiro francês com um oficial nazista termina em um banho de sangue. Nessa cena, duas coisas se destaca: a ótima direção de Tarantino (quando a câmera começa a se movimentar em círculo ao redor dos dois homens, sabemos que algo vai acontecer) e o talento do ator Christoph Waltz, que faz o Coronel da SS Hans Landa. O charme desse personagem é um dos atrativos do filme. Onde Hans Landa aparece, ele rouba a cena.

Já nos créditos percebemos que o filme é uma farsa, quando começa a tocar a música de Ennio Morricone, famoso pelos filmes de faroeste de Sérgio Leone. Muitos cineastas trabalharam muito bem com a trilha sonora, mas Tarantino a transformou em elemento narrativo.

Entre as várias cenas memoráveis está aquela em que Brad Pitt, com forte sotaque americano, tenta convencer Landa de que é um italiano. O cinema todo gargalhou.

domingo, novembro 01, 2009

A carta da Sul América avisando que planos de saúde estão suspensos porque o Governo não está repassando os valores descontados

“É com sincera preocupação que levamos a seu conhecimento, a decisão contratualmente correta, da Sul América Seguros Saúde em suspender todas as garantias contratuais insertas nos contratos de Seguro Saúde identificados pelas apólices nº 77746 e 77933, onde Vossa Senhoria é um dos beneficiários.
Motiva a presente decisão a ausência de pagamento dos prêmios de Seguro Saúde, pelo Estado do Amapá, relativamente aos meses de Julho,Agosto e Setembro de 2009, muito embora esses valores possam ter sido descontados de sua remuneração em folha de pagamento porém não repassados à Seguradora como contratualmente estabelecido.
A gravidade da situação é tamanha, eis que atinge também todos quantos pagaram os prêmios do Seguro Saúde Sul América por intermédio do boleto bancário, na medida em que o não pagamento de integridade da Apólice (consignação e boleto) a todos atinge.” (via blog da Alcilene Cavalcante)