domingo, julho 09, 2017
Jim Starlin e a Marvel cósmica
A
Marvel sempre teve um pé na ficção científica. Quarteto Fantástico, o principal
gibi da era de prata da editora, era uma série de FC. Mas nenhum autor explorou
tão bem as sagas cósmicas quanto Jim Starlin, o autor que levou a editora ao
infinito.
O
primeiro trabalho de Starlin para a Marvel foi uma edição do Homem de Ferro,
personagem que seu colega de quarto, Mike Friedrich, escrevia. Starlin
aproveitou a oportunidade para colocar ali vários personagens que haviam
surgido para ele em sonho quando estudava psicologia na faculdade. Stan Lee viu
a história, achou o resultado péssimo e afastou Starlin da série.
Mas
Roy Thomas achava que o artista tinha futuro e lhe passou a revista do Capitão
Marvel, que ele mesmo escrevera. A revista vendia mal, o personagem era
praticamente uma página em branco, com uma personalidade insípida. Se não desse
certo, era só cancelar a publicações.
Starlin
reformulou completamente o personagem e o transformou em um sucesso entre a
geração hippie. A história metamorfose, publicada na edição 29 da revista
marcou os quadrinhos da Marvel para sempre e mostrou o quanto Starlin poderia
ser revolucionário.
Nela,
o herói é transportado para uma realidade onde é confrontado por uma criatura
chamada Eon. Starlin encheu a história de cenas de luta, mas os leitores mais
espertos perceberam que toda aquela ação era na verdade uma grande metáfora para
um processo de transformação do personagem que, a partir dessa experiência iria
adquirir consciência cósmica.
As
vendas não paravam de subir e a redação da Marvel começou a receber cartas
destinadas a Starlin que vinham com cigarrinhos de maconha.
Starlin
trouxe para a série um conjunto de personagens que havia testado na história do
Homem de Ferro, entre eles aquele que viria a se tornar o maior vilão cósmico
da Marvel: o titã Thanos, um personagem poderosíssimo, apaixonado pela morte.
Dizem que Starlin queria copiar um dos personagens que Jack Kirby tinha criado
para a DC, Metron. Ao saber disso, Roy Thomas teria lhe dito: já que vai
copiar, copie logo o Darside! Thanos se destaca não só pelo seu poder, mas
principalmente por sua motivação: ele é apaixonado pela Morte e pretende
destruir planetas inteiros para agradá-la. Essa motivação torna o personagem
complexo: embora seu objetivo seja o assassinato em massa, ele o faz movido
pelo amor.
Se
o Capitão Marvel serviu para testar os conceitos lisérgicos e cósmicos de
Starlin, foi outro personagem, Warlock, que lhe rendeu seus momentos mais
inspirados (e mais “viajantes”).
Warlock
havia sido criado como personagem secundário do Quarteto Fantástico pela dupla
Stan Lee e Jack Kirby e teve uma revista própria escrita por Roy Thomas com
arte de Gil Kane, sem muito destaque.
Starlin
introduziu na série um novo vilão, o poderoso Magus, que é, na verdade, o
Warlock do futuro. Magus dominou a galáxia, impondo um regime totalitário
baseado na sua igreja, a Irmandade Universal e uma espécie de inquisição, que
arrasa mundos que não seguem seu credo. O artista começou aí a abordar um dos
seus temas mais caros: os perigos do fanatismo religioso e a religião como
forma de alienação e totalitarismo. Uma das primeiras histórias produzidas por
Starlin já aborda o assunto, com o personagem sendo submetido a uma lavagem
cerebral para se adaptar aos sistema.
A
série ganhou dois personagens secundários que conquistaram os fãs: Gamorra, a
mulher mais perigosa da galáxia e o troll Pip, e trouxe de volta o grande vilão
criado por Starlin: Thanos.
O
gibi fez tanto sucesso que o capítulo final, o confronto definitivo com Thanos,
teve a participação dos Vingadores e do Homem-aranha, duas das séries mais
populares da Marvel – e até hoje essa história está entre as melhores dos
Vingadores.
Como era a mente dos nazistas?
Analisar a psicologia e entender as motivações dos
criminosos nazistas, entendendo como eles foram capazes de tantas crueldades é
um sonho de boa parte dos psicólogos. Esse sonho foi realizado por Leon
Goldensohn, um psicólogo norte-americano chamado para analisar a saúde mental
dos réus do tribunal de Nuremberg.
Goldensohn passou horas conversando com eles, fazendo
perguntas que iam da infância ao gosto artístico. Com isso ele realizou um interessante diagnóstico
de mentes psicopáticas, publicado com o título de As entrevistas de Nuremberg.
O psicólogo considerou que Rudolf Hess, o vice-líder do
partido nazista estava realmente incapacitado mentalmente na época do
julgamento. Ele não se lembrava da infância ou da mãe. Parecia estar sempre
sentindo dor e nos últimos tempos tornou-se paranóico com a qualidade da comida
da prisão.
Hanz Frank, governador da Polônia no período de ocupação
nazista parecia atormentado pelas acusações de ser responsável pelos campos de
concentração. Botava a culpa na esposa, que o incentivara a entrar no partido
nazista.
Hermann Goering, comandante da Luftwaffe, dizia que as
atrocidades eram cometidas por Goebbels e por Himmler e muitas vezes dizia ter
mais poder que Hitler.
Rudolf Hoss, comandante de Auschwitz admitia
tranquilamente que matara ou mandara matar mais de dois milhões de judeus.
Orgulhava-se de ter melhorado a máquina de morte nazista. Apesar disso,
dizia-se calmo e bom marido.
sábado, julho 08, 2017
O uivo da górgona
Um som se espalha pela cidade (ou pelo estado, ou pelo país, ou pelo mundo?). Um som que ouvido transforma as pessoas em seres irracionais cujo único o objetivo são os instintos básicos de violência e fome. É o uivo da Górgona.
Acompanhe a história dos sobreviventes neste livro de terror, uma história de zumbis diferente, em que qualquer um pode se transformar, bastando para isso ouvir o terrível uivo da górgona.
Escrito em capítulos curtos, o livro transforma o suspense em elemento de fantasia, prendendo o leitor da primeira à última página.
Pedidos: profivancarlo@gmail.com.
Quem foi Joseph Mengele?
Mengue foi um dos principais criminosos de guerra
nazistas, responsáveis por alguns dos momentos mais cruéis da perseguição a
judeus, ciganos e outras minorias. No campo de Auschwitz era chamado de Anjo da
morte.
Mengele nasceu na Alemanha, em 1911 e estudou medicina e
filosofia na Universidade de Munique. Foi
discípulo de Ernst Rudin, um cientista que defendia que os médicos tinham o
dever de eliminar criaturas indesejáveis, como judeus, ciganos, homossexuais e
deformados.
Em 1943 foi designado para Auschwitz como Coronel-Médico
da SS. Lá, comandou o massacre de judeus. Ao separar os que iam morrer dos iam
sobreviver, ele escolhia para seu zoológico aqueles que seriam vítimas de suas
terríveis experiências. Era realmente fascinado por gêmeos. Quando um deles
morria, mandava imediatamente matar o outro para poder fazer uma autópsia
simultânea, comparando as duas fisiologias.
Também gostava de anões de deficientes físicos. Apreciava
de dissecá-los vivos, sem anestesia, na tentativa de provar que as deformidades
eram fruto da miscigenação das raças.
Também comandou experiências sobre calor e frio,
indentificando até que ponto o ser humano podia aguentar os extremos desses
dois estados.
Há o caso de dois gêmeos, que ele amputou e uniu, para
saber se haveria rejeição. Eles gritaram de dor até a morte por gangrena.
Ele também injetava pinta azul nos olhos de crianças, na
tentativa de transformá-las em arianos puros.
Com o fim da guerra, fugiu e escondeu-se na Alemanha até
1949. Depois foi para a Argentina e para o Brasil, onde viveu num sítio próximo
de São Paulo, ouvindo Mozart e Wagner e sustentado por amigos nazistas. Morreu
afogado numa praia de Bertioga, em 1979.
sexta-feira, julho 07, 2017
Pesquisadores PhDs de Cambridge e Bristol dedicam capítulo de livro às obras do Ciberpajé Edgar Franco
Acaba de ser lançado na Inglaterra o livro "Posthumanism and the Graphic Novel in Latin America". A obra é de autoria de pesquisadores PhDs das Universidades de Bristol & Cambridge, dois dos maiores centros de pesquisa do planeta, e analisa o fenômeno pós-humano em quadrinhos criados no Brasil, Argentina, Chile, Uruguai e México. Os autores Edward King e Joanna Page dedicaram um dos capítulos do livro às minhas obras, focando na análise de produções artísticas transmídia do universo ficcional da "Aurora Pós-humana", dando especial destaque para o álbum em quadrinhos BioCyberDrama Saga - parceria minha com o renomado quadrinhista Mozart Couto, com duas edições lançadas pela Editora UFG -, e também para as criações em música eletrônica e as performances cíbridas do Posthuman Tantra, mas trataram brevemente de outras obras como as HQtrônicas e a revista Artlectos e Pós-humanos (Editora Marca de Fantasia).
O capítulo que analisa as minhas obras é o sétimo, ele foi intitulado "Intermediality and Graphic Novel as a Performance". Os pesquisadores avaliam com propriedade e densidade a concepção de pós-humanismo na minha poética e ideário, detalhando aspectos das paisagens visuais e sonoras de minhas obras, e destacam a FC ciberxamânica proposta por mim como algo originalmente latino americano, fazendo um paralelo com o movimento da FC africana conhecido como Afrofuturismo. Os autores do livro pediram permissão a mim e Couto para utilizarem na capa da obra uma das artes do álbum em quadrinhos BioCyberDrama Saga. Saiba mais e baixe o livro completo em versão e-book no link: https://ciberpaje.blogspot.com.br/2017/07/pesquisadores-phds-de-cambridge-e.html
Calafrio resgata clássico do terror nacional
Na sua edição 56 a revista Calafrio vai resgatar um clássico do terror nacional da década de 1990: a série "Zona do Crepúsculo", de Gian Danton e Bené Nascimento (Joe Bennett).
A série foi publicada em dois números da própria Calafrio e uma edição especial da mesma revista no início da década de 1990 e chamou atenção por trazer influência dos autores britânicos, que um pouco antes haviam revolucionado o terror nos comics americanos com revistas como Monstro do Pântano, Sandman e Hellblazer.
Essas histórias marcaram uma fase de maturidade no desenho de Bené e apresentaram ao mercado o texto de Gian Danton, centrado principalmente no terror psicológico.
As histórias fizeram tanto sucesso que o editor, Rodolfo Zalla, pediu uma história para fechar a trama. Os autores resolveram contar a história de Assad, o velho lojista que era um ponto em comum entre todas as narrativas. Essa história foi desenhada por Bené com pincel branco em fundo preto, uma técnica rara. Mas era a fase final da revista e essa história acabou sendo publicada na primeira edição da revista Graphic Gótica - A Hora do Crepúsculo, da editora Nova Sampa.
Assim, essa é a primeira vez que essas histórias são publicadas na íntegra na Calafrio e também a primeira vez que são reunidas em um único volume.
A edição ainda traz outras HQs clássicas, biografia dos dois autores, texto de Gian Danton contando o início da parceria e amizade da dupla, e ainda a seção de capas clássicas.
A revista tem 52 páginas ao preço de R$15,00. Os pedidos da edição e números atrasados podem ser feito pelo e-mail: revistacalafrio@gmail. com.
A era Image
No início dos anos 1990, uma nova geração começava a
protagonizar sucessos estrondosos na Marvel Comics. O Homem-aranha 1, de Todd
McFarlane vendera mais de um milhão de exemplares. X-force 1, de Robb Liefield
vendera quatro milhões de exemplares. X-men, de Jim Lee, vendera 8 milhões de
exemplares.
Era uma geração espalhafatosa, que fugia completamente do
estilo funcional e narrativo dos anos 1980 e tinha pouco apreço pelo roteiro.
Rob Liefield desenhava músculos que não existiam e janelas que por fora eram
quadradas e por dentro eram redondas. O estilo dessa garotada foi resumido em
uma fala de Todd McFarlane para seu editor em Homem-aranha: “Se eu posso
entregar 22 páginas em branco e a meninada compra um milhão, quem se importa
com os gibis que fizeram nos últimos cinquenta anos? Não me interessa se antes
eram imagens e palavras!”.
Mas esses artistas, em especial McFarlane e Liefield estavam
insatisfeitos. Queriam ser seus próprios editores e ter direitos sobre seus
personagens. Ambos começaram a articular uma debandada em massa. Eles haviam
percebido que a saída de um único artista, por mais importante que fosse, não
abalaria a casa das ideias. Na década de 1970, por exemplo, Jack Kirby saiu da
Marvel e não houve qualquer impacto sobre a editora.
Outros artistas, como Jim Valentino e Eric Larsen decidiram
acompanhar o êxodo, mas o fiel da balança foi Jim Lee. Sua adesão ao projeto
deu certeza de que a nova editora seria um calo no sapato da Marvel.
A nova editora se chamaria Image e seria um selo da Malibu.
O surgimento da Image coincidiu com a era da especulação, em
que pessoas que entendiam pouco do mercado de quadrinhos compravam diversos
exemplares da mesma revista esperando que elas valorizassem posteriormente. E
as lojas compravam toneladas de quadrinhos esperando que os especuladores
continuassem comprando caixas de gibis.
Os artistas da Image embarcaram num mundo de luxos:
compravam mansões, carros para os amigos, contratavam animadoras de torcida
para serem suas namoradas.
Mas a bolha explodiu: em algum momento de 1993 os
especuladores começaram a perceber que talvez houvesse algo errado e começaram
a debandar. Nesse meio tempo descobriu-se que muitos dos fãs de quadrinhos
também tinham deixado de comprar gibis, cansados dos preços altos e das
múltiplas capas variantes. As vendas despencaram.
Em apenas seis meses a indústria foi da euforia à
bancarrota: milhares de lojas de quadrinhos fecharam suas portas.
Na Image, os artistas estavam brigando entre si e,
especialmente, com Rob Liefield.
A era Image, de quadrinhos sem histórias e vendas
astronômicas estava chegando ao fim.
Atualmente, o selo ainda existe, mas publica um material
muito diferente do que tornou a editora célebre. Seu quadrinho mais vendido é
Walking Dead, focado principalmente no roteiro de Robert Kirkman.
quinta-feira, julho 06, 2017
O incrível Hulk
O incrível Hulk foi um seriado criado em 1977
que rendeu cinco temporadas e três longas metragens. No meio de várias
tosqueiras lançadas pela Marvel na época, foi o único seriado de sucesso.
Saquem só a sinopse: Doutor David Banner... Médico,
cientista. Em busca da força que todos possuem, acaba recebendo uma dose maciça
de raios gama e agora, quando se enfurece ou se sente ultrajado, se transforma
e tem de enfrentar a sua maldição: o Incrível Hulk!
Só por aí dá para perceber as diferenças dos
quadrinhos. Os produtores acharam que Bruce era um nome gay e lá se foi a
aliteração. Além disso, o protagonista virou médico, ao contrário dos
quadrinhos, nos quais ele é cientista nuclear.
Na TV, por causa da censura, o monstro verde
era pouco violento. Na maioria das vezes ele se limitava a rugir, demolir
alguma parede de isopor e sair correndo, não sem antes amassar o revolver de
alguém.
Uma curiosidade é que o ator Lou Ferrigno dificilmente era maquiado por
completo. Ele usava, por exemplo, uma sapatilha verde.
Apesar disso, o
seriado fez sucesso graças ao carisma do ator Bill Bixby e ao clima de
road-movie, com o herói fugindo de cidade em cidade e assumindo novas identidades. Essa fase
chegou até mesmo a influenciar os quadrinhos.
Quem era Rudolf Hoss?
Rudolf Hoss foi o chefe do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau, um dos mais terríveis
instalados pelos nazistas e onde morreram pelo menos um milhão de pessoas.
Hoss nasceu na cidade de Baden-Baden, na Alemanha. Lutou
na I Guerra Mundial, tendo recebido a cruz de ferro por sua participação no
conflito.
Em 1922 filiou-se ao partido nazista.
Em 1934 entrou para a SS, a terrível polícia política
nazi, mais especificamente na Unidade Caveira. .
Em 1935, foi transferido para o campo de concentração de
Dachau, onde se destacou graças ao seus senso de responsabilidade. Depois
tornou-se ajudante do chefe do campo de Sachsenhausen. Em 1939-1940, depois de
aliar-se à Waffen SS, tornou-se comandante em Auschwitz, onde organizou a
solução final e ficou amigo do médico Josef Mengele.
Lá ele chegou a testar ácido sulfúrico como forma de
matar judeus, mas acabou se decidindo pelo pesticida Zyklon-B, um cianeto
super-poderoso e tão mortal para os seres humanos que acabou substituindo
métodos antigos, como o gás carbônico usado em outros campos.
Hoss foi capturado pelos birtânicos em 11 de março de
1945. Em 2 de abril de 1947, foi sentenciado à morte por enforcamento. A
sentença foi executada no dia 16 de abril do mesmo ano, na entrada do que
outrora fora o crematório do campo de concentração Auschwitz I.
quarta-feira, julho 05, 2017
A loucura dos quadrinhos
Em 1985, quando a Marvel lançou uma minissérie do personagem Longshot, o que chamou atenção não foi tanto o personagem, mas estilo detalhista de seu desenhista, Arthur Adams. Embora não tivesse pique para uma série mensal, Adams acabou deixando sua marca nos quadrinhos, influenciando toda uma nova geração. Seu arte-finalista era Whilce Portacio, que fora colocado na série exatamente para aprender com Adams. Acabada a mini, Portacio foi colocado no título Tropa Alfa, com desenhos do sul-coreano Jim Lee. Os dois se tornaram amigos e definiram um estilo que marcaria os anos 1990.
Enquanto isso, um ex-jogador de beisebol, Todd McFarlane, estava se sentindo insatisfeito com o título do Hulk. Seu editor levou amostras de sua arte para outros editores da Marvel. Sua anatomia distorcida e fetiche por detalhes fizeram com ele ganhasse o título do Homem-aranha.
McFarlane, Lee e Portacio tinham um estilo que destoava completamente do estilo sóbrio e funcional de artistas que haviam feito escola na editora, como John Byrne e se aproximava mais da linguagem de vídeo-clipes e a não-linearidade narrativa.
Em 1989 McFarlane decidiu que queria escrever e desenhar seu próprio título. Achou que o editor lhe daria um título menor, mas se surpreendeu ao descobrir que seria o responsável por um novo título do aracnídeo. Ele mesmo dizia que não era roteirista. Do jornal, só lia o caderno de esportes e nem se lembrava do último livro que tivera em mãos.
Enquanto esperava seu próprio título estrear, McFarlane resolveu ajudar outro novo talento a arte-finalizar as capas de Novos Mutantes: Rob Liefield. Liefield era ainda mais trôpego na arte da narrativa. Seus músculos e artilharia eram absurdos. Cenários de fundo desapareciam e reapareciam janelas quadradas logo reapareciam redondas. Segundo sua editora Louise Simonson, ele simplesmente não ligava para o roteiro, fazendo desenhos de gente cool pousando de uniforme para depois vender as páginas por uma boa grana. Ainda assim, as vendas subiam.
Para o lançamento do Homem-aranha, os executivos adotaram uma estratégia que seria a melhor representação da era que se iniciava: colocar a revista dentro de um saquinho plástico. O saco destacava a revista no ponto de venda e fazia com os colecionadores comprassem duas edições, uma para guardar fechada e outra para abrir e ler. Também havia duas capas, uma com tinta normal e outra com tinta prateada, o que levava os colecionadores a comprarem a mesma revista três vezes. Como resultado, a revista vendeu mais de um milhão de exemplares.
Novos artistas escrevendo e desenhando em um estilo pouco narrativo, mas chamativo, capas alternativas e saquinhos pareciam ser a nova moda. Logo viria X-men 1, de Portacio e Lee. A revista tinha diálogos de Chris Claremont e depois de John Byrne (ambos não aguentaram ter de colocar textos em páginas que iam chegando aos poucos e pareciam não fazer sentindo). Vendeu mais que o Homem-aranha de McFarlane. A revista teve cinco capas variantes, fazendo com que os colecionadores comprassem seis vezes a mesma revista – uma para tirar do saco e ler e cinco para guardar na coleção.
Nesse mesmo período a DC decidiu, numa jogada de marketing, matar o Super-homem, o que gerou muitas matérias em jornais e revistas. E as matérias sempre traziam informações sobre pessoas que haviam comprado a Action Comics número 1 por centavos e que agora essas revistas valiam o suficiente para serem trocadas por uma mansão. Então aquele motorista de caminhão que nunca havia lido quadrinhos achou que tinha achado sua mina de ouro: bastava comprar uma daquelas revistas número 1 (talvez X-men de Lee e Portacio ou o Homem-aranha de McFarlane) e guardá-la, esperando que valorizasse o suficiente para garantir a faculdade dos filhos.
Agora já não eram mais só os fãs que compravam. Pessoas que nunca haviam lido quadrinhos compravam caixas de gibis e guardavam. Se o gibi tinha cinco capas variantes, compravam cinco caixas de gibis e guardavam, esperando valorizar. As vendas batiam a casa dos milhões, um número muito superior ao número real de fãs de quadrinhos nos EUA.
Claro, esse era um sistema que tinha tudo para implodir. Logo ia chegar um ponto em que todos (lojistas, especuladores e fãs de quadrinhos) iriam perceber que aquelas revistas nunca se valorizariam tanto – principalmente por um fator simples de economia: se algo existe em grande quantidade, não tem valor (Um ótimo exemplo disso é a edição nacional da morte do super-homem, que hoje pode ser facilmente encontrada em qualquer sebo por preços que variam de 3 a 5 reais, um valor inferior ao que seria o preço de banca se a revista fosse lançada hoje).
Mas antes que a bolha explodisse, a indústria de quadrinhos viu nascer a era Image.
Como era a propaganda de guerra dos EUA?
Pode-se dizer que a II Guerra
Mundial foi, em muitos sentidos, uma guerra de propaganda. De seu lado os
alemães tinham Joseph Goebbels, um dos maiores marketeiros da história. Do
outro lado, publicitários ingleses e norte-americanos se juntaram para convencer
a população a colaborar com o esforço de guerra.
Uma das preciosidades do
conflito, procuradas ansiosamente por colecionadores, são os cartazes feitos
pelos norte-americanos no período.
Um deles mostrava uma mão
nazista apunhalando uma Bíblia e os dizeres: “Este é nosso inimigo”. Outro
mostrava vários canhões com as bandeiras dos Aliados e a legenda: “Juntos nós
somos poderoso. Unidos nós venceremos!”.
Outros cartazes incentivavam a
população a economizar água ou plantar sua própria comida.
Mais meigos, alguns cartazes
explicavam como mandar presentes de natal para os soldados no front.
terça-feira, julho 04, 2017
Proposta irrecusável
- Oi Gian, eu adicionei você porque gosto muito dos seus roteiros.
- Obrigado.
- Olha, eu tenho uma proposta irrecusável para vc.
- Ah, tá. Beleza.
- Eu tenho um personagem chamado Super-brasileiro e podia ter escolhido qualquer roteirista, mas escolhi você para escrever as primeiras histórias.
- Er... bem... obrigado. Mas vai sair como revista? Já tem editora?
- Cara, presta atenção: eu estou falando do Super-brasileiro! As editoras vão correr atrás da gente. Ontem mesmo mandei um e-mail para a Panini oferecendo e só estou esperando a resposta.
- Cara, obrigado pelo convite, mas ando bastante ocupado. Estou fazendo doutorado, já estou em outros projetos...
- Gian, você não está entendendo! É o Super-braileiro, cara! O Super-brasileiro! É sucesso garantido! Só vou precisar que você escreva as três primeiras revistas para eu desenhar e apresentar para as editoras. São só 60 e poucas páginas!
- Olha, obrigado pelo convite, mas tenho aqui na centenas de páginas de roteiros que escrevi para personagens de outras pessoas. No final, a revista não saiu e nem posso aproveitar para outra coisa, já que o roteiro era para o personagem específico daquela pessoa. Já perdi muito tempo assim.
- Gian, você não está entendendo: é o Super-brasileiro, é genial, cara. E eu vou te pagar pelos roteiros!
- Vai pagar?
- Assim que as revistas saírem cara. Vou te pagar muito bem. Estou te dizendo, mandei ontem e-mail para a Panini. As editoras vão correr atrás desse personagem.
- Cara, obrigado pelo convite. Mas vou ter que declinar. Se ainda fosse algo pequeno... não tenho tempo para escrever três revistas.
- Tá bom, seu arrogante FDP!
E assim eu ganhei mais um inimigo no Facebook.
- Obrigado.
- Olha, eu tenho uma proposta irrecusável para vc.
- Ah, tá. Beleza.
- Eu tenho um personagem chamado Super-brasileiro e podia ter escolhido qualquer roteirista, mas escolhi você para escrever as primeiras histórias.
- Er... bem... obrigado. Mas vai sair como revista? Já tem editora?
- Cara, presta atenção: eu estou falando do Super-brasileiro! As editoras vão correr atrás da gente. Ontem mesmo mandei um e-mail para a Panini oferecendo e só estou esperando a resposta.
- Cara, obrigado pelo convite, mas ando bastante ocupado. Estou fazendo doutorado, já estou em outros projetos...
- Gian, você não está entendendo! É o Super-braileiro, cara! O Super-brasileiro! É sucesso garantido! Só vou precisar que você escreva as três primeiras revistas para eu desenhar e apresentar para as editoras. São só 60 e poucas páginas!
- Olha, obrigado pelo convite, mas tenho aqui na centenas de páginas de roteiros que escrevi para personagens de outras pessoas. No final, a revista não saiu e nem posso aproveitar para outra coisa, já que o roteiro era para o personagem específico daquela pessoa. Já perdi muito tempo assim.
- Gian, você não está entendendo: é o Super-brasileiro, é genial, cara. E eu vou te pagar pelos roteiros!
- Vai pagar?
- Assim que as revistas saírem cara. Vou te pagar muito bem. Estou te dizendo, mandei ontem e-mail para a Panini. As editoras vão correr atrás desse personagem.
- Cara, obrigado pelo convite. Mas vou ter que declinar. Se ainda fosse algo pequeno... não tenho tempo para escrever três revistas.
- Tá bom, seu arrogante FDP!
E assim eu ganhei mais um inimigo no Facebook.
O que dizia o perfil psicológico de Hitler?
Quando os EUA entraram em guerra com a Alemanha, pediram
que o psicólogo Henry Murray, da Universidade de Havard, fizesse um perfil
psicológico do ditador alemão. Murray foi um dos pioneiros do estudo de personalidades
desviantes, como psicopatas.
Sem poder estudar pessoalmente o ditador, o psicólogo
usou documentos de segunda mão, como sua genealogia, seu histórico escolar e
militar, relatórios públicos de eventos na imprensa, filmagens, dados da OSS e
os próprios escritos do ditador e de seus biógrafos.
Murray concluiu que Adolf Hitler era rancoroso, não
tolerava críticas e tinha tendência a menosprezar as pessoas e a buscar
vingança.
A análise diz que o líder nazista era alguém incapaz de
aceitar um brincadeira e se mostrava perseverante, mesmo diante da derrota,
tendo grande obstinação e confiança em si mesmo. Segundo Murray, se ele fosse
derrotado, provavelmente se suicidaria, o que, de fato, aconteceu.
O psicólogo afirmava que ele era um homossexual
reprimido, com grande componente femino. Ele deduziu que o ditador poderia ter
sofrido abuso na infância, o que explicaria seu sentimento de vingança e seu
desprezo pela vida humana.
A hipótese de homossexualidade reprimida foi trabalhada
por um autor contemporâneo, Lothar Mactan, no livro O segredo de Hitler.
Caverna do Dragão
Caverna
do Dragão foi um desenho animado criado em 1983, nos Estados Unidos, baseado no
RPG Dungeons and Dragons. Entre os seus criadores estão o roteiro de quadrinhos
Mark Evanier, famoso pelo personagem Groo.
A
série mostrava as crianças entrando em uma espécie de trem fantasma que se
transformava em um portal para uma dimensão repleta de dragões, magos, anões e
diversas outras criaturas mágicas. Nesse mundo eles conhecem o Mestre dos Magos
e o vilão Vingador. A maioria dos episódios girava em torno da tentativa dos
mesmos de voltarem para a terra, algo que eles nunca conseguiam.
No
Brasil, assim como nos EUA, a série foi um enorme sucesso. Entretanto, ela foi
descontinuada depois da terceira temporada, no auge da fama. Na verdade, nem
mesmo o último episódio dessa temporada foi produzido. A razão é que a empresa
responsável pela marca Dugeon and Dragons faliu e a produtora CBS e a Marvel
resolveram parar a produção.
O fato
de não ter sido um final transformou o desenho em uma lenda urbana. Começaram a
surgir vários finais alternativos, escritos na forma de fanfic. O mais famoso
deles dizia que as crianças estavam no inferno e que o Mestre dos Magos e o
Vingador eram a mesma pessoa.
Entretanto,
existiu o roteiro de um episódio final da terceira temporada com o título de
Réquiem. Escrito por Michael Reaves, que pode ser considerado o final
oficial:"Este episódio foi escrito de forma que tivesse um duplo sentido,
ambíguo e triunfante: se o desenho não continuasse, o final seria satisfatório;
se continuasse, o episódio serviria de trampolim para uma nova direção".
Esse episódio deveria se chamar redenção, mas os produtores acharam que o
título era muito explícito.
Recentemente o
roteirista disponibilizou o roteiro na internet e o brasileiro Reinaldo Rocha
fez a versão em quadrinhos.
segunda-feira, julho 03, 2017
O que era Auschwitz?
Auschwitz foi o maior campo de concentração construído
pelos nazistas. Dos seis milhões de pessoas que morreram no holocausto, mais de
um milhão pereceu em Auschwitz. É considerado hoje uma fábrica de assassinatos.
O campo foi criado em 1940, sob direção do capitão Rudolf
Hoss num local hermo do sul da Polônia, tendo com base barracões velhos
construídos pelo Império Austro-Hungaro na época da I Guerra Mundial. Esses
barracões foram restaurados por prisioneiros poloneses.
Três meses após a inauguração, Auschwitz já abrigava oito
mil pessoas. Os que não eram mortos trabalhavam na fábrica da IG Farben, um
grupo industrial químico alemão, que instalou no campo uma fábrica de borracha
e combustíveis sintéticos.
A rotina dos que não eram enviados às câmaras de gás era
estafante: cavavam fossas, fabricavam tijolos, contruíam prédios, abriam
estradas, colocavam trilhos, carregavam e descarregavam trens. A maioria morria
logo, vítimas da fome, da exaustão e dos maus tratos.
Os melhores serviços eram a triagem da bagagem e os
sonderkommando. Os prisioneiros da triagem vasculhavam as malas dos
recém-chegados, separando, roupas, relógios ou qualquer outro objeto de valor
que pudesse ser enviado para a Alemanha. Os sonderkommando eram uma espécie de
polícia interna, composta de judeus ou não, que controlavam os outros e
ajudavam os alemães nos assassinatos, além de recolher os corpos.
Nas câmaras de gás, usava-se o Zyklon B, um gás
extremamente mortal para humanos. Os nazistas testaram várias doses até chegar
à quantidade necessária para matar pessoas. Hoss chegou a escrever em seu
diário que a história do gás o deixara mais tranquilo, pois tinha horror aos
fuzilamentos, ao banho de sangue. As câmaras de gás eram uma maneira fácil,
eficente e limpa de matar.
No auge do campo, Auschwitz chegava a matar duas mil
pessoas por hora nas câmaras de gás. “Cada
unidade tinha 5 fornalhas e 3 salas, e estava habilitada a cremar, em 24 horas,
aproximadamente 2000 cadáveres. Por questões técnicas não era possível aumentar
suas capacidades, e várias tentativas que nós fizemos neste sentido
prejudicaram sobremaneira as instalações, as quais em vários casos foram postas
completamente fora de serviço”, declarou Hoss no julgamento de Nuremberg.
Os corpos eram incialmente
enterrados, mas logo isso se revelou pouco prático: no verão o cheiro no campo
ficava insuportável. Depois os corpos começaram a ser cremados. Era cavado um
buraco no chão e colocada uma grelha. Os corpos eram então amontoados,
intercalados com madeira e jogavam gasolina. As cinzas caíam por entre as
barras, liberando a grelha para que pudesse ser novamente usada. Posteriormente
foram construídos fornos com essa finalidade.
Quem foi Wilhelm Keitel?
Wilhelm Keitel, chefe do OKW (Alto-Comando da Forças
Armadas), foi um dos principais oficiais nazistas e o responsável pelo tribunal
que julgou os oficiais supostamente envolvidos no atentado contra Hitler.
Keitel nasceu em Helmscherode, na Baixa Saxônia.
Iniciou sua carreira militar em 1901, fazendo parte da artilharia
de campo. Foi seriamente ferido durante a I Guerra Mundial e condecorado com a
Cruz de ferro.
Ao recuperar-se, foi promovido a oficial do Estado-Maior
alemão.
Em 1924 foi promovido a chefe do departamento
organizacional, cargo que continuou exercendo mesmo depoi da chegada do Partido
Nazista ao poder. Em 1935 tornou-se chefe do Escritório das Forças Armadas.
Em 1937, foi promovido a General e pouco depois assumiu a
direção do Comando Supremo das Forças Armadas.
Durante a guerra, ele se mostrou cauteloso. Foi contra a
invasão da França e, depois, contra a invasão da URSS, mas sempre que
confrontava Hitler, acabava voltando atrás.
Em 8 de maio de 1945 foi o responsável por assinar a
rendição incondicional aos Aliados. Quatro dias depois foi preso e julgado. A
sentença era a morte. Ele pediu para ser fuzilado, uma morte menos indigna, mas
o pedido foi negado. Keitel seria enforcado, como os outros criminosos
nazistas. Um arranjo mal-feito fez com que sua morte demorasse 27 minutos.
O Homem-animal
Homem-animal foi um
super-herói secundário criado na década de 1960 na revista Strange Adventures.
Depois de criado, passou anos no limbo até ser resgatado e se tornar um dos
quadrinhos mais importantes e revolucionários da década de 1980. O responsável
por isso foi um escritor escocês denominado Grant Morrison.
Morrison foi para a DC em
1987. Na época, Alan Moore havia transformado o Monstro do Pântano de uma
revista prestes a ser cancelada em um campeão de público e crítica. E a DC
despachou editores para a Grã-Bretanha em busca de outros talentos no que viria
a ser conhecida como invasão britânica dos comics americanos.
Morrisson, que já vinha se
destacando por alguns trabalhos inovadores, como Zenith, foi um dos convidados,
mas não tinha a menor ideia de que personagem pegar. A DC não pretendia colocar
suas galinhas dos ovos de ouro, como Super-homem e Batman nas mãos de
desconhecidos, então só restavam os secundários.
Morrison lembrou-se do Homem-animal,
um herói desconhecido e pouco explorado e percebeu que havia potencial ali. E
bolou a história de um super-herói de terceira, casado, com filhos,
desempregado, que se envolve na defesa dos direitos dos animais.
Na primeira saga, o herói é
chamado pelo diretor de um instituto de pesquisas para investigar uma invasão e
acaba descobrindo que no local são feitas experiências científicas cruéis com
animais.
O trabalho revolucionário de
Morrison na série já ficava óbvio no início do terceiro número quando o herói,
após perder o braço, consegue acessar uma minhoca e usar sua habilidade de
regeneração para fazer nascer um novo braço. Ali ficava claro que a abordagem
da série seria totalmente radical e original.
A ideia era fazer uma
minissérie em quatro capítulos, mas os editores gostaram do resultado e pediram
que a história fosse transformada em uma revista mensal.
Morrison não sabia o que
fazer e foi salvo por uma história singela, mas revolucionária, que marcou os
quadrinhos da época: O evangelho do Coiote.
A história mostrava o Coiote
das histórias do Papa-léguas caindo no deserto e sendo perseguido por um
caminhoneiro que acredita que ele é um demônio. Como nos desenhos animados,
nada é capaz de matá-lo, nem mesmo tiros, pedras imensas ou quedas. Mas ele
sofre cada pseudo-morte, cada dor.
No final, o Coiote entrega
ao herói um manuscrito, o “Evangelho segundo o Ardiloso” (ou o Evangelho do
Coiote). O que se segue é uma narrativa de fábula sobre um mundo de desenho
animado, em que animais matavam animais em mortes cruéis e sem sentido.
Cansado disso, o Coiote vai
até Deus, representado como um desenhista. “Deus” decide que manterá os animais
em paz, mas em punição o Coiote será transportado para nossa realidade, onde
deveria morrer de formas terríveis e dolorosas e sempre voltar. O final,
igualmente metalinguístico, mostrava uma mão pintando o último quadro.
A história foi
revolucionária ao mesclar o contexto realista comum na época (as mortes do
coiote são descritas de maneira extremamente detalhada) com a metalinguagem.
Isso, em conjunto com a
questão da defesa dos animais, deu o tom da série e transformou o antes
desconhecido Homem-animal em um dos heróis mais queridos da DC Comics
(contribuiu também as fantásticas capas de Brian Bolland para a revista).
domingo, julho 02, 2017
Hitler era gay?
Segundo o historiador Lothar Macthan, sim. Macthan
analisou diversos documentos para chegar a essa conclusão. Um deles foi o livro
“Adolf Hitler, meu amigo de juventude”, escrito por August Kubizek e publicado
em 1953. Kubizek relata a amizade infantil dois como se estivesse contando um
caso homossexual. Diz que buscavam tenazmente o afeto e a profundidade um do
outro e que tinham uma intimidade genuína. Hitler tinha ciúmes do amigo, pois
não gostava que ele estivesse com outros rapazes. Como Adolf tinha verdadeira
aversão por contato físico, poucas vezes apertando as mãos de outras pessoas,
esse contato íntimo com o amigo de infância ganha ares ainda mais
comprometedores.
O relato de uma noite que os dois passaram juntos numa
cabana nas montanhas parece um idílio erótico homossexual com direito aos dois
nus e a Hitler achando que aquele final romântico era muito agradável.
No período de 1906 a 1909 uma denuncia feita por um judeu
agitou os meios homossexuais. O jornal Zukunft (Futuro), editado pelo judeu
Maximilian Harden acusou o príncipe Philipp von Eulenburg de exercer uma
influência negativa sobre o imperador alemão Guilherme II. Segundo a denúncia,
von Eurlenburg seria homossexual. De acordo com Lothar, essa denuncías
encontraram “solo fértil em Hitler, que deve ter feito alguma associação entre
sua própria orientação sexual e as acusações públicas contra o conselheiro
homossexual do imperador alemão. Ele deve ter se sentido pessoalmente atacado
pelas revelações de Harden”, o que fez com que ele se tornasse profundamente
anti-semita. Segundo o historiador, Hitler usou o seu ódio contra o judaismo
como forma de lutar contra o medo de ser desmascarado.
Na época em que morou em Viena, trabalhando como pintor
de postais, o futuro fuhrer conviveu intimamente com muitas personalidades
abertamente gays. Talvez dessa época ele tenha adquirido o costume de adotar
posturas homoeróticas nas fotos que tirava.
Existem vários relatos de pessoas, inclusives altos
membros do partido nazista, descrevendo Hitler como homossexual. Entre outras
evidências, foram encontradas cartas de chantageadores ameaçando revelar o
passado obscuro de Hitler.
Outro fato constrangedor na biografia do ditador era seu
relacionamento com o motorista pessoal, para o qual o fuhrer costumava dar
comida na boca. Os dois gostavam de viajar pelo interior da Alemanha para
observar a paisagem e se hospedavam juntos em hotéis de beira de estrada.
Mas o maior indício da homossexualidade de Hitler parece
ser as severas leis anti-homossexuais aprovadas pelo fuhrer, que permitiram à
Gestapo prender, torturar e enviar para campos de concentração qualquer um
suspeito de “atos despudorados”. Segundo Lothar, “Hitler tinha pavor da falta
de transparência dos redutos homossexuais que ele conhecia tão bem em Viena e Munique.
Ele sabia que dali, a qualquer momento, poderiam vazar informações
difamatórias, inclusive contra sua própria pessoa. Queria sufocar essas ameaças
potenciais, transferindo a tarefa ao chefe do aparelho de terror, Heinrich
Himmler”.
Dart Vader foi inspirado nos nazistas?
Aparentemente sim. Darth Vader é considerado o maior
vilão do cinema. Ele apareceu no primeiro filme da série Guerra nas Estrelas,
Uma nova esperança. Era o arquétipo da maldade. Cruel, ele matava sem piedade
os subordinados que o desapontavam e estava construindo uma arma capaz de
detruir planetas inteiros.
Quando viram aquele vilão de capacete preto e voz cavernosa,
muitos perceberam a semelhança com o uniforme nazista. De fato, o capacete é
muito parecido. Além disso, a máscara usada por ele lembra muito o visual dos
Afrikan Korps, os soldados que lutavam na África. Para se proteger contra as
tempestades de areia, eles usavam óculos especiais e cobriam a boca com panos.
Por que George Lucas fez isso? Provavelmente para
demonstrar, desde o primeiro momento, que se tratava de um vilão. Na época em
que o filme foi feito o nazismo já estava no imaginário popular como sinônimo
de maldade. Histórias em quadrinhos, filmes e seriados mostravam nazistas
perpetuando crimes cruéis contra a humanidade. Usar a suástica seria óbvio
demais, então ele optou por outro símbolo: o capacete dos soldados.
Snoopy
Snoopy
é uma tira em quadrinhos criada em 1950 por Charles Schulz e transformada em
desenho animado em 1965 com o episódio O Natal de Charlie Brown.
O
desenho se destacava por mostrar um garoto fracassado, que gostava de futebol,
mas nunca conseguia chutar uma bola.
A
trilha sonora, entre divertida e triste, resumia bem o clima do desenho: as
histórias oscilavam sempre entre a tristeza e a alegria, mas sempre com muita
ternura.
Charlie
Brown era tão fracassado que a única vez em que ganhou algo foi um corte de
cabelo. E ele é careca, e seu pai é barbeiro.
Quando
consegue ir ao baile da turma com sua grande paixão, a garotinha ruiva, ele
simplesmente esquece tudo e só fica sabendo o que aconteceu através de seu
amigo Linus.
Uma
curiosidade é que nos EUA a série se chama Peanuts, uma referência à cabeça do
protagonista, que tem o formato de amendoim.
Outra
curiosidade é que a tira influenciou Maurício de Sousa na criação da Turma da
Mônica. Tanto que seu primeiro personagem foi justamente o cão Bidu. Além
disso, a turma do Minduim também tinha um personagem sujo, que seria inspiração
para o Cascão.
No Brasil a série foi
exibida pelo SBT e pela Band encantando várias gerações de crianças.
sábado, julho 01, 2017
Amazing Spider-man 100
O número 100 a revista do Homem-aranha merecia uma edição especial e Stan Lee bolou uma trama que reunia os principais vilões da série. Na história, decidido a deixar de ser o aracnídeo, toma uma porção que deveria tirar de seu sangue a radiação. Enquanto o líquido faz efeito, o personagem começa a ter alucinações envolvendo os vilões, que representam as próprias dificuldades psicológicas do herói.
Em determinado ponto, por exemplo, o Abutre diz: "Não! Você não pode me ferir! Você só fere as pessoas que ama!". As diversas lutas que se sucedem, portanto, acontecem dentro da cabeça do personagem, são conflitos internos, não externos.
Nessa HQ Stan Lee mostra todos os méritos que o fizeram um dos mestres do roteiro de quadrinhos e antecipa inclusive as incursões psicológicas de Frank Miller no Demolidor e de Alan Moore no Monstro do Pântano (ambos fizeram histórias que mostravam apenas conflitos internos dos personagens).
No Brasil essa história foi publicada em Teia do Aranha 17.
Em determinado ponto, por exemplo, o Abutre diz: "Não! Você não pode me ferir! Você só fere as pessoas que ama!". As diversas lutas que se sucedem, portanto, acontecem dentro da cabeça do personagem, são conflitos internos, não externos.
Nessa HQ Stan Lee mostra todos os méritos que o fizeram um dos mestres do roteiro de quadrinhos e antecipa inclusive as incursões psicológicas de Frank Miller no Demolidor e de Alan Moore no Monstro do Pântano (ambos fizeram histórias que mostravam apenas conflitos internos dos personagens).
No Brasil essa história foi publicada em Teia do Aranha 17.
Hitler gostava de músicos judeus?
Aparentemente, na hora de descanso em seu bunker, Hitler
não ligava muito para seus preconceitos raciais. Uma descoberta recente mostra
que na intimidade ele ouvia até compositores judeus.
Os discos faziam parte de uma coleção do general
soviético Lev Besymenski responsável pela evacuação do bunker de Hitler. Esse
general teria levado esses discos para a URSS e guardado durante anos. A
coleção foi descoberta por sua filha, que revelou a descoberta ao mundo.
A coleção tem obras óbvias, como Bethoven e Wagner, que
Hitler sempre declarou ser seu compositor favorito.
As surpresas ficam por conta dos compositores russos,
como Tchaikovski e Rachmaninov, que, segundo a propaganda nazista, faziam parte
de uma raça inferior.
Uma surpresa maior ainda é ver um álbum contendo obras de
Tchaikovski executadas pelo violinista polonês Bronislav Huberman, de origem
judaica.
Outra curiosidade é uma intrepretação do pianista austríaco-judeu Artur Schnabel. Schnabel deixou a Alemanha em 1933, mas sua mãe morreu em um campo de concentração.
Outra curiosidade é uma intrepretação do pianista austríaco-judeu Artur Schnabel. Schnabel deixou a Alemanha em 1933, mas sua mãe morreu em um campo de concentração.
A autenticidade dos discos é comprovada por uma etiqueta
numerada com a palavra "Führerbunker" colada em cada um deles.
Alexandra Besymenski, filha do general que guardou os discos disse à revista alemã Der Spiegel que acha uma "horrível hipocrisia" que Hitler tenha escutado música de artistas judeus e russos enquanto dizimava milhões de pessoas de origem judaica e eslava.
Alexandra Besymenski, filha do general que guardou os discos disse à revista alemã Der Spiegel que acha uma "horrível hipocrisia" que Hitler tenha escutado música de artistas judeus e russos enquanto dizimava milhões de pessoas de origem judaica e eslava.
Enrique Alcatena
Enrique Alcatena é um desenhista argentino que nasceu para desenhar fantasia. Seu traço detalhista é do tipo que foi feito para ser visto em preto e branco.
O Demolidor de Frank Miller
No final dos anos 1970 a
revista do Demolidor não ia muito bem das pernas e corria o risco de ser
cancelada.
O personagem surgira em
1964, como um favor de Stan Lee para Bill Everett. Everett havia criado o
Namor, na década de 1940, mas na época estava desempregado. Lee resolveu criar
um herói para que ele desenhasse. Na época o roteirista havia percebido que dar
ao protagonista um defeito o tornava popular e lembrou-se que lera sobre
pessoas com cegueira que desenvolviam os outros sentidos. Estava aí a ideia: um
herói cego, mas com super-sentidos!
O nome Daredevil surgiu de
um personagem da era de ouro que não estava publicado. O visual do personagem
foi sugerido por Jack Kirby: uma roupa colante vermelha e amarela.
Infelizmente, Everett só deu
conta de desenhar o primeiro número, sendo substituído a partir do número dois
por Joe Orlando, até por Wallace Woody assumir o título, numa das fases mais
aclamadas. Uma das inovações de Woody foi o uniforme totalmente vermelho, que
caiu nas graças do público. Depois dele entrou John Romita Jr, que abandonou o
título para desenhar o Homem-aranha e dar ao personagem a sua cara moderna.
Depois veio Gene Colan, dono de um traço dinâmico, que desenhou o herói 1966 a
1973.
Passada essa fase inicial,
divertida e inspirada, o público foi aos poucos perdendo interesse pelo
personagem cego e nem mesmo a constante troca da equipe criativa conseguia
alavancar as vendas do Homem sem medo. A revista, que era mensal, virou
bimestral e corria sério risco de ser cancelada.
Foi quando um novo
desenhista foi colocado no título, em 1979. Seu nome: Frank Miller. Miller
começou apenas desenhando a partir dos roteiros de Roger Mackenzie. Miller dava
cada vez mais ideias para as histórias, até que acabou assumindo os roteiros e
os desenhos. Foi quando a revista, que estava para ser cancelada, acabou se
tornando um dos maiores sucessos da Marvel no final dos anos 1970 e início dos
1980.
Miller afastou o Demolidor
dos padrões dos super-heróis, aproximando-o do gênero policial “noir”, com
nítida influência de Will Eisner, criador do Spirit. Além disso, sua
diagramação era absolutamente revolucionária, muito inspirada no trabalho de
Bernard Krigstein, desenhista que fez seus principais trabalhos para a EC
Comics. Com Miller, um único quadro se dividia em vários, dando de fato, a
impressão de movimento. Havia quadros verticais, sequências de quadros
horizontais e vários outros recursos que dinamizavam as páginas de uma maneira
que nunca havia sido feito antes.
Além disso, Miller soube
desenvolver o personagem. Stan Lee havia criado o Demolidor como um herói
bidimensional, pois tinha a fraqueza de ser cego. Miller tornou-o
tridimensional e atormentado. Afinal, ele era um advogado que atuava além dos
limites da lei. Era alguém que havia vencido na vida graças às imposições do
pai, que o obrigara a estudar, mas também odiava o pai por essa mesma razão.
Essa dubiedade se estendeu até mesmo à sua grande paixão. Matt Murdock é
apaixonado por Elektra, uma assassina profissional.
Os vilões também se
transformaram. O Rei do Crime, que antes era quase humorístico (no Brasil era
chamado de O Careca quando aparecia nas histórias do Homem-aranha) tornou-se um
mafioso frio e calculista capaz de tudo para manter seu poder. Mas também o
vilão é tridimensional: sua frieza racional e sanguinária é contrabalanceada
por sua paixão pela esposa, pelo qual ele seria capaz de qualquer coisa.
Todos esses elementos
transformaram o Demolidor de Frank Miller uma das séries mais revolucionárias
da época. Miller, depois de deixar a Marvel e ir para a DC, onde faria algumas
das melhores histórias do Batman, voltou para a Marvel e fez mais duas
histórias antológicas do personagem: Demolidor, o homem sem medo (que reconta a
origem do personagem com traços de John Romita JR e All Wiliamson) e A queda de
Matt Mudock (com desenhos de David Mazzuchelli), provavelmente a obra definitiva
sobre o personagem.
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